MOVIMENTO REAJUSTADOR» NOTA DE ESCLARECIMENTO

Movimento Reajustador
Por motivos da força estatuária do partido, neste momento o PAIGC nosso grande partido esta e estará sendo presidido por Eng. Cipriano Cassama, presidente da ANP, porém, nesta ótica, qualquer deliberação da comissão permanente do partido sem assinatura do presidente cessante Cipriano Cassama, ou feito na sua ausência será considerado inexistente sem efeitos juridicamente. O partido esta acima de qualquer sujeitos ou aliás indivíduos, temos que organizar nossa casa começando nos bases do partido, desde ja que respeite diretrizes das normas bem explícitos no ESTATUTO.
PAIGC GARANDI

GOVERNO DE ARISTIDES GOMES ESCLARECE QUE SALÁRIOS FORAM PAGOS COM SEU PODER LEGITIMO

 


“Governo Legitimo da Guiné-Bissau, confrontado com a onda de desinformação segundo a qual o salário de Fevereiro foi pago com apoio de fundos mobilizados por Umaro Sissoco junto dos países amigos, vem esclarecer o seguinte:
1. Com o fax smile em poder do nosso Governo, os golpistas utilizaram o fundo herdado na conta do Tesouro Público no BCEAO para a recompra dos títulos que iriam vencer nos finais de Março e princípios de Abril para pagar salários.

2. Os golpistas tentaram forjar todo o tipo de cobranças para atingir o montante de cerca de 5 bilhões da massa salarial para pagamento dos ordenados, tendo arrecadado somente 1 bilhão e 500 milhões. Não encontrando saídas, pediram ao BCEAO para ponderar e desbloquear o fundo que estava disponível nas contas do Tesouro para recompra de titulos, na base de duas assinaturas que estavam registadas no fax smile do Governo Legítimo ou seja, as do Director-Geral do Tesouro e Tesoureira-Geral.

3. No fundo, o que aconteceu foi a nossa cooperação com o BCEAO, atraves da qual foi levada em conta a necessidade de desbloqueamento do salário, num momento sensível para que as famílias que estão sob ameaças de ficarem em quarentena devido a pandemia do Covid-19 poderem ter a capacidade de compra de produtos da primeira necessidade.

4. O Governo Legítimo lamenta que a sua boa fé para minimizar o sofrimento dos trabalhadores esteja a ser objeto de aproveitamento político, com inverdades de todo o tamanho.

5. O Governo Legítimo condena, ao mesmo tempo, a desonestidade intelectual e técnica do Ministro do Governo ilegal, quando anunciou ter herdado do Tesouro Público o montante de 38 mil francos CFA. Isso quando no dia do assalto à Presidência da República pelo candidato Umaro Sissoco Embalo, facto que marcou o início de mais um golpe de estado no nosso país, estava disponível só nas Alfândegas cerca de 1 Bilhão e 300 milhões de francos CFA, acrescida as outras receitas nos diversos serviços que geram dinheiro para os cofres do Estado.

Bissau, 20 de Março de 2020

O Governo da Guiné-Bissau.”

Notabanca; 21.03.2020

Publicada por notabanca 

OMS AFIRMA QUE “GUINÉ-BISSAU PODE TER CASOS DE CORONAVÍRUS A QUALQUER MOMENTO”


Em entrevista à ONU News, representante da agência da Organização Mundial da Saúde, em Bissau, afirma que país pode ter casos “a qualquer momento”. Novo coronavírus já chegou às nações vizinhas, a OMS assistiu Guiné-Bissau com a capacidade de diagnóstico.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, avisou que as autoridades da Guiné-Bissau estão a perder tempo com a falta de aprovação do plano de contingência contra o novo coronavírus, elaborado com apoio da agência da ONU.


Os países vizinhos já têm casos confirmados. Até quinta-feira, o Senegal havia notificado 31 casos positivos e a Guiné-Conacri um. A Gâmbia, que tem muitas ligações com a Guiné-Bissau, também regista o covid-19.

Em entrevista à ONU News*, o representante da OMS no país, Jean Marie Kipela, explicou a necessidade de aprovar o documento. O plano tem um orçamento de cerca de US$ 1 milhão.

“No Plano de contingência, tudo está incluído, porque tem muitos pilares, incluindo prevenção, local de isolamento e quarentena e tratamento dos casos confirmados. Tudo isso está no plano, mas, até esse momento, a implementação do plano não está sendo feita nem a mobilização dos recursos. O plano existe, mas não está ainda aprovado pelas autoridades para começar a implementação. Estamos a perder tempo porque a qualquer momento podemos ter casos.”

Segundo a ONU NEWS citando o representante, a OMS recomenda a criação destes planos desde o início da epidemia. Kipela diz que estes documentos “são importantes para mobilizar recursos” e “sensibilizar a população sobre medidas de prevenção”.

“A OMS está na frente para apoiar o país através das suas diretrizes, através do reforço da capacitação das pessoas e também alertando o país para se preparar para enfrentar esta doença que, sendo uma pandemia, tem um risco muito alto para todo o país. A nível da África, já temos 30 países infetados”.

A agência da ONU também ajudou o país a conseguir a capacidade de realizar os seus próprios testes. Até terça-feira, a agência já tinha enviado quase 1,5 milhão de testes para 120 nações. A agência está atuando com empresas para aumentar a disponibilidade desses exames para os mais carentes.

“No início, quando começou na China, só dois países africanos eram capazes de fazer o diagnóstico: Senegal e África do Sul. Agora, com o apoio da OMS e das Nações Unidas, já temos 40 países capazes de fazer o diagnóstico, incluindo a Guiné-Bissau. Neste momento, temos kits de diagnóstico, mas não em quantidades suficientes”.

Covid-19 – Comunicado do BCEAO

FONTE: BCEAO

Desde o início de 2020, o mundo enfrenta uma grave crise de saúde marcada pela rápida disseminação da pandemia de Covid-19. Essa pandemia está causando muitas perdas de vidas. Além disso, tem sérias conseqüências para a atividade econômico-financeira global.

Em vista do impacto negativo que essa crise poderia ter no sistema bancário e no financiamento da atividade econômica na União, o Banco Central, que acompanha com mais atenção o desenvolvimento da pandemia, decidiu:

1. aumentar os recursos disponibilizados aos bancos, a fim de permitir-lhes manter e aumentar o financiamento da economia. Nesse sentido, um primeiro aumento de 340 bilhões foi alcançado no montante que o Banco Central concede semanalmente aos bancos, elevando-o a 4.750 bilhões;

2. ampliar a gama de mecanismos disponíveis aos bancos para acessar o refinanciamento do Banco Central. Nesse contexto, o BCEAO tomou a iniciativa de listar 1.700 empresas privadas cujos efeitos não eram anteriormente aceitos em seu portfólio. Essa ação permitirá que os bancos acessem recursos adicionais de 1,050 bilhões e as empresas envolvidas negociem e se beneficiem de melhores condições para seus empréstimos;

3. alocar 25 bilhões para o fundo de subsídios do Banco de Desenvolvimento da África Ocidental (BOAD) para permitir conceder uma bonificação de juros e aumentar o montante de empréstimos concessionais que concederá aos Estados pelo financiamento de investimentos urgentes e gastos com equipamentos no contexto da luta contra a pandemia;

4. lembrar e conscientizar os bancos sobre o uso dos recursos disponíveis na janela especial para refinanciamento de créditos concedidos a pequenas e médias empresas (PME / PME). Essa janela, sem teto, foi criada no âmbito do sistema estabelecido pelo BCEAO em acordo com os bancos e os Estados para promover o financiamento do PME / PMI na União;

5. estabelecer, com o sistema bancário, uma estrutura adequada para apoiar as empresas afetadas pelas conseqüências da pandemia e que enfrentam dificuldades em pagar os créditos que lhes foram concedidos. O BCEAO solicitará aos bancos que concedam a extensão adequada dos prazos, em particular às PME / PME;

6. conduzir negociações com empresas emissoras de dinheiro eletrônico, com o objetivo de reduzir os custos de transação e incentivar as pessoas a utilizarem melhor os meios de pagamento digitais para limitar melhor os contatos e as viagens;

7. fornecer aos bancos notas e em quantidade e qualidade suficientes para garantir um funcionamento satisfatório dos caixas eletrônicos;

8. organizar, se necessário, a reorganização do calendário de emissão de títulos públicos no mercado financeiro regional.

O Banco Central reafirma sua determinação de adotar todas as outras medidas que se revelem necessárias, no âmbito de sua missão, para combater os efeitos nocivos da pandemia de Covid-19 nas economias da União.

O Governador do BCEAO

Organização Mundial da Saúde Covid-19

     OMS diz que 200 remédios estão em análise para tratar novo coronavírus

Bissau, 20 mar 20 (ANG) -Organização Mundial da Saúde, OMS, informa que centenas de remédios que já são usados para tratar outras doenças virais estão sendo testados contra o covid-19, enquanto o mundo busca medidas para conter o novo coronavírus.

Segundo a diretora-geral assistente da OMS para Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos, Mariângela Simão, esses tratamentos estão sendo usados para terapias do HIV, da malária e do ébola.

Ela falou à ONU News, um dia antes de a OMS anunciar que a primeira vacina contra o covid-19   entrou em fase de testes.

“Tem vários medicamentos antivirais sendo estudados. Existem aproximadamente 200 ensaios clínicos em andamento nesse período de tempo. Alguns dos medicamentos de combate ao sida, ou HIV, eles vêm sendo utilizados nesses ensaios clínicos. Por exemplo o ritonavir, o darunavir, mas ainda não tem resultados se eles vão funcionar ou não. Existe também um outro medicamento novo que foi desenvolvido inicialmente para tratar pessoas com ébola e que acabou tendo outras opções de tratamento mais efetivas, e que também está com vários ensaios clínicos para avaliar sua eficácia, ”disse.

Falando à  ONU News, de Genebra, a também secretária-geral assistente das Nações Unidas  destaca que levará tempo até se declarar definitivamente se estas

alternativas seriam eficientes para combater o novo coronavírus.

“O que se fala agora é que várias drogas antigas estão sendo pesquisadas para um novo propósito. Também tem drogas para a malária, drogas bastante antigas, que também estão sendo estudadas nesse momento. Há que aguardar os resultados desses estudos clínicos. Mas até ao momento atual não tem nenhum estudo que mostre que este ou aquele medicamento são eficazes no combate à pandemia. Isso é importante dizer porque é importante que as medidas que a OMS tem propagado que muitos países já tomaram com relação às questões individuais de lavar as mãos, e quando possível usar o álcool, o contato com pessoas doentes,”acrescentou.

A agência da ONU informou que o ibuprofeno, usado em resfriado comuns, não deve ser empregado contra o coronavírus.

Na quarta-feira, a OMS anunciou uma iniciativa para acompanhar pequenos ensaios com diferentes metodologias sobre tratamentos que podem ajudar a salvar vidas.

A agência revelou que atua com parceiros para examinar e comparar diversos tratamentos ainda não testados. A meta é tornar essas soluções robustas e identificar quais seriam as mais eficazes.

Para a OMS, a simplicidade do chamando ensaio solidariedade deve permitir que participem no processo hospitais de países como Argentina, Bahrein, Canadá, França, Irã, Noruega, África do Sul, Espanha, Suíça e Tailândia. ANG/ONU News

Postado por ANG às 06:35:00

Proprietário da Farmácia Moçambique critica falta de produtos essenciais de prevenção contra a pandemia

Bissau,20 Mar 20(ANG) – O proprietário e Director Técnico da Farmácia Moçambique criticou hoje que os três depósitos grossistas oficiais de medicamentos e produtos farmacêuticos estão completamente desarmados em termos de meios de prevenção contra coronavírus.

Em entrevista exclusiva à ANG sobre a resposta que a sua farmácia tem em termos de produtos de prevenção do coronavírus, Amed Akhdar disse que “é inadmissível e incompreensível face a esta contaminação aguda e suas consequência dramáticas, que os referidos grossistas com licenças de exclusividade de importação de produtos farmacêuticos até aqui não fizeram nenhuma providência para trazer os produtos essenciais para salvaguardar a vida das nossas populações em caso de surgimento desta doença muito perigosa”, lamentou.

Amed Akhdar disse que o país está neste momento desprovido de produtos essenciais de prevenção de Covid-19, nomeadamente, máscaras, luvas, álcool em líquido e em gel, batas descartáveis, óculos de protecção entre outros.

Qualificou a situação de desastrosa porque colocam as populações na vulnerabilidade e sem qualquer protecção e meios de precaução face a eventual contaminação da doença.

O proprietário da Farmácia Moçambique afirmou ainda que os três depósitos de medicamentos em questão têm uma enorme responsabilidade de dar resposta as necessidades da população em termos de prevenção de pandemia Covid-19.

“Hoje a totalidade das farmácias privadas funcionam quase à zero por cento em termos de dar respostas as necessidades da população no que se refere aos produtos de prevenção da doença porque não têm por onde abastecer”, informou.

Amed Akhdar sublinhou que algumas farmácias se refugiam em dubriagem para garantir um atendimento às populações, acrescentando que outros procuram abastecer em poucas quantidades nos países vizinhos.

Disse que, hoje em dia a Farmácia Moçambique é a única com stock de produtos de prevenção do coronavirus, embora não suficiente para satisfazer todas as necessidades das populações.

 “Há mais de 90 dias que o virus do coronavirus começou a espalhar da República Popular da China ao resto do país e para ser hoje uma pandemia planetária, no caso concreto da Guiné-Bissau nada foi feito em termos de prevenção e proteção das populações”, lamentou AKhdar.

Aquele responsável encorajou ao Governo através do Ministério de Saúde para tomar urgentemente as deligências adequadas em termos de prevenção e tratamento do eventual surgimento da doença no país.ANG/ÂC//SG

Representante da OMS : ‘’GUINE-BISSAU PRECISA ACELERAR APROVAÇÃO DE PLANO DE CONTINGENCIA CONTRA COVID-19’’

Em entrevista à ONU News, representante da agência da Organização Mundial da Saúde, em Bissau, afirma que país pode ter casos “a qualquer momento”. Novo coronavírus já chegou às nações vizinhas, a OMS assistiu Guiné-Bissau com a capacidade de diagnóstico.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, avisou que as autoridades da Guiné-Bissau estão a perder tempo com a falta de aprovação do plano de contingência contra o novo coronavírus, elaborado com apoio da agência da ONU.

Os países vizinhos já têm casos confirmados. Até quinta-feira, o Senegal havia notificado 31 casos positivos e a Guiné-Conacri um. A Gâmbia, que tem muitas ligações com a Guiné-Bissau, também regista o covid-19.

Em entrevista à ONU News*, o representante da OMS no país, Jean Marie Kipela, explicou a necessidade de aprovar o documento. O plano tem um orçamento de cerca de US$ 1 milhão.

“No Plano de contingência, tudo está incluído, porque tem muitos pilares, incluindo prevenção, local de isolamento e quarentena e tratamento dos casos confirmados. Tudo isso está no plano, mas, até esse momento, a implementação do plano não está sendo feita nem a mobilização dos recursos. O plano existe, mas não está ainda aprovado pelas autoridades para começar a implementação. Estamos a perder tempo porque a qualquer momento podemos ter casos.”

Segundo o representante, a OMS recomenda a criação destes planos desde o início da epidemia. Kipela diz que estes documentos “são importantes para mobilizar recursos” e “sensibilizar a população sobre medidas de prevenção”.

“A OMS está na frente para apoiar o país através das suas diretrizes, através do reforço da capacitação das pessoas e também alertando o país para se preparar para enfrentar esta doença que, sendo uma pandemia, tem um risco muito alto para todo o país. A nível da África, já temos 30 países infetados”.

A agência da ONU também ajudou o país a conseguir a capacidade de realizar os seus próprios testes. Até terça-feira, a agência já tinha enviado quase 1,5 milhão de testes para 120 nações. A agência está atuando com empresas para aumentar a disponibilidade desses exames para os mais carentes.

“No início, quando começou na China, só dois países africanos eram capazes de fazer o diagnóstico: Senegal e África do Sul. Agora, com o apoio da OMS e das Nações Unidas, já temos 40 países capazes de fazer o diagnóstico, incluindo a Guiné-Bissau. Neste momento, temos kits de diagnóstico, mas não em quantidades suficientes”.

In ONU NEWS

DR. JULIÃO SOARES SOUSA – “Mais vale prevenir do que remediar”. Reflexões em torno da Guiné-Bissau e do Covid-19.

Muito se tem escrito e falado nos últimos dias sobre as medidas que as autoridades guineenses têm estado a tomar de prevenção contra o coronavirus. Neste exercício temos notado os reflexos da crispação e decomposição que se tem assistido na sociedade guineense por causa da política. Colocando à margem a legitimidade ou ilegitimidade de algumas destas intervenções partimos do pressuposto de que deve haver um mínimo de bom senso e de decência em qualquer intervenção em momentos tão importantes como a de uma epidemia que ameaça destruturar a humanidade como nunca se viu e que neste preciso momento já está às portas do nosso país (a Guiné-Bissau).
E mais do que isso! O momento, de per si, apesar da novidade que encerra este surto em termos clínicos, impõe-nos o sentido de responsabilidade e o dever de darmos a nossa modesta contribuição com ideias, comparando a situação presente a situações mais ou menos parecidas que ocorreram no passado de modo a proteger o nosso país, as nossas populações e, por conseguinte, a própria humanidade, se possível com um mínimo de perda de vidas humanas.
O momento é de criação de sinergias, de unidade e coesão internas, de cerrar fileiras como se fóssemos um único corpo, única fórmula que encontro neste momento para ultrapassarmos o caos que se aproxima como comunidade verdadeiramente nacional. Insisto! Este assunto do Covid-19 não deve ser politizado.
Nem dentro da Guiné-Bissau, e muito menos fora da nossa terra. Deve unir todos: os que estão dentro da nossa terra e os que estão fora da nossa terra. Por isso entendo que o momento não é para aproveitamentos políticos de um desastre que se anuncia, numa atitude que considero de egoismo atroz, sobretudo quando em causa está a proteção e a defesa dos nossos irmãos, familiares e amigos, do nosso próprio país.
Em suma, a nossa própria proteção. Quem pensar o contrário, estará enganado. Talvez amanhã se venha arrepender. O momento é pois, de unidade e apoio total as medidas que estão a ser implementadas desde o início do corrente ano com a criação de uma equipa na Direção Geral de Epidemiologia e Segurança
Sanitária e que foram agravadas nas últimas semanas com o encerramento das fronteiras e respetiva vigilância, cancelamento de voos, proibição de aglomerações de pessoas, o encerramento de bares e de discotecas. Claro que estas medidas são dolorosas para alguns (ou todos os) sectores da nossa frágil economia, mas são absolutamente essenciais associadas a outras (campanhas relativamente aos comportamentos de riscos que estão a ser levados a cabo). Já vimos, no passado e nas mesmas circunstâncias, medidas mais duras.
Lembro-me nesta altura do pequeno comércio que vai ser seriamente afetado com a imposição de outras medidas ainda mais gravosas. Podemos discordar da oportunidade de algumas destas medidas uma vez que não são ainda conhecidos, de facto, casos declarados nas vizinhanças das nossas fronteiras terrestres nem no nosso país. Mas ninguém, em pleno juízo, poderá discordar da sua justeza, até tendo em conta a velocidade de propagação das epidemias num mundo cada vez mais dinâmico e onde impera grande mobilidade de seres humanos e a rapidez com que se viaja. E não é preciso que haja casos para se tomarem medidas robustas de modo a minimizar as consequências. Não é preciso correr atrás do prejuízo.
A capacidade de atuação das autoridades de um país mede-se pela reação preventiva através de respostas políticas e sociais que possam minimizar os impactos e as consequências humanas e socioeconómicas.
Ainda assim, apesar de tudo, é praticamente impossível criar um cordão sanitário que impeça a entrada do vírus no nosso país ou que isso venha a ter grandes implicações socioeconómicas.
Estaríamos a ser românticos se pensássemos deste modo. Creio que todos temos essa consciência.
A questão aqui é retardar este processo e reduzir, tanto quanto for possível, o número de infectados no caso do surto entrar no nosso país. A avaliar pela sua evolução nos países vizinhos (Senegal, Gâmbia e Guiné-Conakri) e em Portugal (situações que devem continuar a ser monitorizadas pelas nossas autoridades) senão acontecer nada de extraordinário é possível que nas próximas semanas o Covid-19 chegue ao nosso país. Lembro que a proximidade da época das chuvas poderá vir a dificultar a ação das autoridades para o seu controlo. Portanto, vigilância máxima nas nossas fronteiras terrestres e aéreas. Naquelas, só devem circular veículos transportando mercadorias ou produtos essenciais ao nosso mercado interno.
Ainda assim, os motoristas e seus ajudantes devem ser sujeitos a apertadas medidas de controlo sanitário. Muita atenção também aos núcleos populacionais fronteiriços e às dificuldades de ligações com algumas localidades, bem como aos navios provenientes de zonas atingidas pelo surto que devem sujeitar-se,igualmente, a fortes medidas de controlo sanitário antes de atracarem nos nossos portos.
É preciso limitar e despersuadir também ao máximo a circulação marítima de pessoas vindas dos países vizinhos. A limitação da circulação terrestre pode incentivar a circulação de pessoas por via marítima. É uma tarefa hercúlea e até difícil, mas é preciso fazer alguma coisa e ir criando condições de diagnóstico da doença nos núcleos populacionais mais importantes, enquanto houver tempo para isso, evitando assim a centralidade de Bissau. A extrema pobreza e a desnutrição de importantes segmentos da nossa população poderá vir a contribuir, como ocorreu no passado, para extrema vulnerabilidade ao surto.
Lembro que no século XIX e XX, a maioria dos surtos epidémicos (pestes, febre amarela, influenza espanhola) e doenças parasitárias (ancilostomíase, leishmaniose, amibíase) com os quais o nosso país se confrontou foram importados dos países vizinhos (Senegal, Guiné Conakri e até da Serra Leoa).
Por isso, não me admiraria que a história se voltasse a repetir, restando-nos a nossa histórica capacidade de resiliência e a preparação para eventos semelhantes no futuro. Infelizmente, se se olhar para atrás, e sobretudo para a tendência do surgimento de pandemias nos últimos anos, ninguém teria dúvidas de que situações dessas vão ocorrer com maior frequência e com um nível de letalidade, infelizmente, cada vez maior.
É por isso que, nas circunstâncias atuais e futuras, mais valerá a pena “prevenir do que remediar”.
Julião Soares Sousa

COVID-19 – África registou 147 novos casos e quatro novos mortos em 36 países

África registou hoje quatro mortes e 147 novos casos confirmados de infeções pelo novo coronavírus, elevando para 801 o número de doentes em 36 Estados africanos, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia.

De acordo com o ‘site’ Worldometer, que compila quase em tempo real a informação da Organização Mundial de Saúde (OMS), de fontes oficiais dos países e de órgão de informação, desde as 00:00 de hoje até às 20:00 (em Portugal) foram registados 147 casos e quatro mortos em 36 países africanos.

O Egito continua a ser o país africano mais afetado, com os 46 novos casos a elevarem para 256 o número de infeções registadas no país, tendo sete destes acabado na morte dos infetados — um deles no dia de hoje.

A Argélia, onde ocorreram duas mortes, registou 15 novos casos, com o país a somar agora 90 doentes infetados e nove mortes.

A Tunísia registou 10 novos casos e conta agora 39, tendo hoje registado também a primeira morte no seu país.

Fora ainda registadas novas infeções em África do Sul (34), Marrocos (08), República Democrática do Congo (07), Burkina Faso (06), Marrocos (08), Nigéria (04), Gana (04), Maurícias (04), Tanzânia (03), República do Congo (02), Etiópia (01) e Namíbia (01).

Chade e Níger, por sua vez, registaram os seus primeiros casos de infeção, ambos com um.

Globalmente este ‘site’ de estatísticas contabiliza 801 casos acumulados de infeções com o novo coronavírus e 21 mortes em 36 países do continente africano.

Além dos países já referidos, há casos registados também no Senegal (36), Camarões (13), Ruanda (11), Costa do Marfim (09), Quénia (07), Ilhas Seicheles (06), Guiné Equatorial (04), Gabão (03), Sudão (02), Benim (02), Libéria (02), Mauritânia (02), Zâmbia (02), República Centro-Africana (01), Djibouti (01), Gâmbia (01), Guiné-Conacri (01), Somália  (01), Essuatíni (01) e Togo (01), não tendo estes países anunciado qualquer caso durante o dia de hoje.

Os países africanos lusófonos – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe – mantêm-se sem casos confirmados.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira.

Por LUSA