ANALISTA POLÍTICO: “ALIANÇAS FAVORECEM O DSP”

O analista político, Luís Petit, disse em entrevista à Deutsche Welle que “há falta de maturidade e coerência política” por parte dos políticos da Guiné-Bissau.

“Significa que ou uma parte está aliciada pelo poder, não só político, mas também aos ganhos económicos, ou há outros benefícios subjacentes a todos esses apoios”.

Lembrou que “desde 2014″o Nuno Nabiam anda a criticar o Sissoco, classificando-o mesmo como “um perigo para o país, mas hoje associou-se a ele”.

“Falta de coerência”

O analista critica igualmente a posição do presidente da República cessante, que falhou a sua reeleição.

José Mário Vaz, recorde-se, anunciou o seu apoio ao Umaro Sissoco Embaló na segunda volta. “Aos políticos guineenses falta uma grande dose de coerência política. José Mário Vaz, depois de ter vangloriado Sissoco como melhor filho da Guiné-Bissau, aquando da sua nomeação como primeiro-ministro, deu uma volta de 180 graus, dizendo, num áudio que vazou na Internet, que este é perigoso, algo que nunca desmentiu, o que corresponde à verdade. Se Sissoco fosse inteligente, não aceitaria o apoio de Jomav”, considera Luís Petit.

O analista argumenta que o facto de José Mário Vaz não atingir a segunda volta, estando na presidência, significa que “o povo fez uma avaliação dos seus cinco anos de mandato e deu-lhe o cartão vermelho”. Por isso, no seu entender, Jomav deveria tentar ‘salvar’ a sua honra e ficar de fora na segunda volta, sem declarar apoio a ninguém.

“Alianças favorecem o DSP”

Petit entende que as alianças que se fazem contra o candidato do PAIGC “só trarão benefícios a Domingos Simões Pereira, porque esses candidatos derrotados acabam, desta forma, por reconhecer a sua derrota antecipada e não conseguem levar com eles a sua máquina para apoio no terreno. AAS

GUINÉ-BISSAU IMPORTA POR ANO 80 A 100 MIL TONELADAS DE ARROZ

O diretor-geral de agricultura, Carlos Amarante, revelou nesta segunda-feira, 09 de dezembro de 2019, que a Guiné-Bissau importa anualmente oitenta a cem mil toneladas de arroz, o que custa muito dinheiro ao Estado guineense que poderia ser canalizado ou investido em outras áreas prioritárias, para economia do país.

Carlos Amarante fez esta revelação numa entrevista concedida ao jornal O Democrata no âmbito do seminário de capacitação sobre o setor agrícola, que decorre na cidade de Buba, região de Quínara no sul do país e destinado a homens da imprensa dos diferentes órgãos de comunicação social espalhados por todo o país.

Carlos Amarante referiu neste sentido que, face à essa tendência  de importação de milhares de toneladas de arroz por ano, o ministério da agricultura perspectiva “reduzir drasticamente” a importação do arroz até 2025, com base no desafio do projeto “Terra Ranka”, pelo aumento da produção nacional de arroz.

Em reação ao desempenho do Projeto de Apoio ao Desenvolvimento Económico das Regiões Sul (PADES), Carlos Amarante considerou positivo o desempenho do PADES, sobretudo nos setores agrícola, pecuária e alfabetização de mulheres de três regiões do país, nomeadamente: a região de Bolama Bijagós, concretamente o setor de Bolama, na região de Quínara, nos setores de Empada e Tite, e na região de Tombali, setores de Catió e Bedanda, tendo por isso elogiado o rigor e a responsabilidade da coordenação do projeto face aos seus desafios e objetivos preconizados.

Porém, mostrou-se preocupado com a redução do nível de água no rio Geba que também tem ligação com o Senegal, onde  foram construídas, no território senegalês, duas barragens que impedem a circulação de grande quantidade da água para o território nacional, o que segundo disse, está a gerar grandes preocupações.

Por sua vez, o Coordenador do PADES, Adelino das Neves Nunes Correia, explicou que o projeto visa revitalizar a economia rural, melhorar a segurança alimentar e combater a pobreza rural nas regiões de Bolama Bijagós, Tombali e Quínara.

“Temos cerca de 40% dos beneficiárias que são mulheres e 42% são de idade jovem”, precisou, detalhando, contudo, que a sua organização promove atividades de geração de rendimentos, bem como auxilia as organizações rurais. O custo global  do projeto foi orçado em 18,97 milhões de dólares para seis anos e deve terminar em março de 2022.

Por: Epifania Mendonça                                  

OS NAS REGIÕESGOVERNO COMPROMETE-SE A AUMENTAR SALÁRIO DOS PROFESSORES COLOCAD

O Governo promete aumentar o salário de 70% dos professores na média de 32.000 FCFA, excepto os de região de Biombo e do Sector Autónimo de Bissau.
A garantia foi dada pelo titular da pasta da educação nacional, Dautarim Monteiro da Costa, numa entrevista alargada aos jornalistas, neste fim-de-semana.
Dautarim justificou que dos 70% dos professores do país que beneficiam do subsídio de isolamento, não estão incluídos os de Sector Autónimo de Bissau e região de Biombo, porque estão no centro.
Entretanto, para ele, “ a Guiné-Bissau é um dos países do mundo onde continua se a discutir o problema de greve. Segundo ele é chegada a hora dos sindicatos começarem a modernizar a forma de intervenção para ajudar na melhoria do sistema educativo”.
Entretanto a Confederação Nacional das Associações Estudantis (CONAEGUIB) preocupada com projecção da greve no sector da educação, chama atenção ao governo no sentido de mediar a situação mais rápido possível.
A preocupação transmitida esta terça-feira (10/12) pelo presidente desta organização estudantil guineense durante uma conferência de imprensa.
Bacar Darame lamenta como ano lectivo findo tem decorrido, por isso, alerta o executivo liderado pelo Aristides Gomes a criar condições necessárias para evitar a interrupção no próximo ano lectivo que se inicia já no próximo mês de Janeiro.
Por outro lado, considerou que o ano lectivo findo “não correu bem” por isso, pediu ao ministro da educação a se sentar na mesa com os sindicatos para evitar a possível paralisação.
Os Sindicatos ameaçam paralisar o sector do ensino a partir do dia 16 à 20 do corrente mês, caso continuar a persistir o incumprimento por parte do governo dos pontos exigidos no caderno reivindicativo. Igualmente os professores das escolas públicas do país, projectam uma outra vaga de 60 dias a partir de mês de Janeiro de 2020.
Na semana passa o primeiro-ministro pediu calma dos professores e disse que diligências estão a ser tomadas, mas que a situação seria normalizada com o fim do ciclo das eleições.
Por: Marcelino Iambi/radiosolmansi com Conosaba do Porto

MISS ÁFRICA DO SUL “NEGRA” É COROADA COMO MISS DO MUNDO 2019 

“Uma mulher com minha pele não era considerada bonita e isso acaba hoje”-diz Miss Universo 2019

Zozibini Tunzi, Miss África do Sul, é a vencedora do Miss Universo 2019. Ela superou as 89 adversárias e recebeu a coroa em Atlanta, nos Estados Unidos.

A vitória da sul-africana de 26 anos amplia a boa fase recente do país na competição, já que Demi-Leigh Nel-Peters foi premiada em 2017.

‘Uma mulher com minha pele não era considerada bonita e isso acaba hoje’, diz Miss Universo 2019

Representante sul-africana, Zozibini Tunzi desbancou outras 89 candidatas e venceu a 68ª do concurso

A sul-africana Zozibini Tunzi chamou atenção do júri da 68ª edição do Miss Universo, composto apenas por mulheres, em seu último discurso antes de ser coroada no final da noite deste domingo, 8, em Atlanta nos Estados Unidos.

Ao ser questioanda pelo apresentador Steven Harvey, a relações-públicas disse que gostaria de ver a sua beleza inspirando as novas gerações de meninas. “Eu cresci em um mundo em que uma mulher com a minha pele, a minha aparência e o meu cabelo não era considerada bonita. Isso acaba hoje. Quero que as crianças enxerguem o reflexo dos seus rostos no meu”, disse.

Zozibini Tunzi desbancou outras 89 candidatas e se tornou a Miss Universo 2019. Ela, que tem 26 anos e é ativista, é a primeira negra a ganhar a coroa desde a vitória de Leila Lopes, de Angola, em 2011. Madison Anderson, de Porto Rico, e Sofía Aragón, do México, ficaram em segundo e terceiro lugar respectivamente.

A nova Miss Universo também falou sobre a questão ambiental, na fase de perguntas e respostas. “Acho que os líderes do futuro podem fazer mais, mas acho que nós como indivíduos também podemos fazer mais. Desde a sexta série eu aprendo que o nosso planeta está morrendo. Depende de nós mantermos a nossa segurança. Vemos crianças protestando e nós, adultos, podemos cooperar”, afirmou.

Para conquistar a coroa, Zozibini Tunzi passou por uma s
eleção prelimiar onde desfilou de biquíni, traje típico, traje de gala e traje fashion. No concurso desta noite, ela desfilou novamente de roupa de banho, de roupa de noite e apostou em um vestido de gala totalmente diferente – surpreendendo os jurados.

Miss Brasil fica entre as 20 melhores

Júlia Horta, representante brasileira, passou a seleção preliminar que selecionou as 20 melhores candidatas da noite, mas acabou sendo eliminada no corte para o top 10. Ela apostou um traje típico que homenageou o futebol feminino, em especial a jogadora Marta Silva, e aproveitou o desfile para protestar contra a violência de gênero.

Em seu discurso deste domingo, 8, a jornalista também falou sobre feminismo. “Como Miss Brasil e mulher, eu tenho obrigação de lutar pelos direitos humanos e contra o abuso e a violência contra a mulher. Graças às feministas do passado, hoje eu tenho muitos direitos e eu prometo lutar pelas próximas gerações”, disse.

Notabanca; 09.12.2019

Publicada por notabanca à(s) 12:24

Guiné-Bissau: APU-PDGB quer Domingos Simões Pereira Presidente pela “estabilidade governativa”

O líder da APU-PDGB apoia um candidato, mas a direção do partido puxa pelo adversário. Partidos estão divididos sobre quem apoiar na segunda volta das presidenciais guineenses. A campanha eleitoral começa na sexta-feira.

    

Armando Mango, segundo vice-presidente da APU-PDGBArmando Mango, segundo vice-presidente da APU-PDGB

A direção da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) revelou esta segunda-feira à DW África que vai apoiar o candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira (DSP), na segunda volta das presidenciais, prevista para 29 de dezembro. A decisão do partido vem assim contrariar a do seu líder Nuno Gomes Nabiam, que assinou um acordo político com Umaro Sissoco Embaló à margem dos estatutos de APU-PDGB.

Em entrevista à DW África, Armando Mango, segundo vice-presidente do partido APU e também segunda figura no Governo de Coligação no país, disse que o partido vai fazer campanha para pôr DSP na Presidência da República pela coerência e pela estabilidade governativa.

“Vamos apoiar o engenheiro [Domingos] Simões Pereira. Esta é a decisão do partido em conformidade com o acordo de incidência parlamentar que tínhamos assinado com o PAIGC. O partido vai continuar a respeitar aquilo que aprovou pelos seus órgãos, que é alinhar-se com o PAIGC nos próximos quatro anos para garantir a estabilidade governativa do país e fazer com que DSP seja eleito Presidente da República para manter essa estabilidade”, disse o dirigente político.

Guinea-Bissau Krise Armando Mango (DW/Braima Darame )Armando Mango diz que APU está ao lado da manutenção do Governo

Nabiam não tem apoio da APU

Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embaló disputam a presidência da Guiné-Bissau, na segunda volta, marcada para 29 de dezembro. A campanha eleitoral começa na sexta-feira, 13.

Na semana passada, Nuno Nabiam, presidente do partido APU, declarou apoio a Umaro Sissoco Embaló, candidato suportado pelo Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15, líder da oposição). Mas os órgãos de decisão do partido acusam Nabiam de agir sem os consultar e de apoiar um candidato que, em caso de vitória, vai derrubar o Governo em que seu partido faz parte.

“Sabemos que o Umaro Sissoco tinha declarado que se for eleito irá demitir o atual Governo. Nós como somos legalistas e democratas, somos pelo Governo que saiu das eleições e não o Governo inventado, só porque alguém foi eleito Presidente. Vamos continuar a ser aquele partido que sempre defendeu a legalidade, democracia e a meritocracia e não os golpes de baixo nível”, afirmou Armando Mango, para justificar que Domingos Simões Pereira seria um Presidente capaz de garantir a estabilidade governativa.

Militantes do lado da direção

Präsidentschaftswahl in Guinea-Bissau 2014 (DW/Braima Darame)Nabiam “sozinho” na sua decisão?

Armando Mango avança que o partido tem muito a debater depois das presidenciais, na sequência das posições tomadas pelo seu líder contra o Governo. A direção diz que os militantes do APU continuam do seu lado e conhecem as regras do partido. É Nuno Nabiam quem deve submeter-se aos estatutos do APU, segundo Mango.

“APU continua a ser um partido coerente, que defende a verdade em que todas as decisões são tomadas na base dos órgãos do partido. Uma vez que Nuno Gomes Nabiam, apesar de ser o presidente do partido, foi envolver-se num acordo sem passar pela discussão dos órgãos do partido, só pode ser uma coisa: essa decisão é apenas de Nuno Nabiam e não a do partido. Porque APU não foi tido nem achado nesta decisão”, declarou o também ministro da presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do Governo liderado por Aristides Gomes.

A DW tentou sem sucesso ouvir a versão de Nuno Gomes Nabiam sobre o assunto. Nabiam foi o terceiro candidato mais votado na primeira volta das presidenciais, a 24 de novembro, com 13,16% dos votos.

Cada um por si

A divisão no seio dos partidos e candidatos derrotados tem-se multiplicado. O Partido da Renovação Social (PRS) apoia Sissoco e um grupo de dirigentes, incluindo um membro fundador, Ibraima Sorri Djaló, apoia Domingos Simões Pereira.

 

Ouvir o áudio03:39

Guiné-Bissau: APU-PDGB quer DSP Presidente pela estabilidade governativa

O Movimento Patriótico Guineense, que suportou o candidato independente, Carlos Gomes Júnior, na primeira volta diz que ficará neutro na segunda, apesar de Carlos Gomes Júnior apoiar Umaro Sissoco Embaló.

O analista político Luís Petit fala em falta da maturidade e coerência política por parte dos políticos. “Significa que ou uma parte está aliciada ao poder, não só poder político, mas também aos ganhos económicos, ou há outros benefícios subjacentes a todo esse apoio. Nuno Nabiam andou a criticar Sissoco deste 2014 como um perigo para o país, mas hoje associou-se a ele”, lembra.

“Falta coerência”

O analista critica também a posição do Presidente cessante, que falhou a sua reeleição. José Mário Vaz vai apoiar Umaro Sissoco Embaló na segunda volta. “Aos políticos  guineenses falta uma grande dose de coerência política. José Mário Vaz, depois de ter vangloriado Sissoco como melhor filho da Guiné-Bissau, aquando da sua nomeação como primeiro-ministro, deu uma volta de 180 graus, dizendo que o mesmo é perigoso, num áudio que vazou e que não desmentiu. O que corresponde à verdade. Se Sissoco fosse inteligente, não aceitaria o apoio de Jomav”, considera Luís Petit.

O analista argumenta que o facto de José Mário Vaz não atingir a segunda volta, estando na presidência, significa que o povo fez uma avaliação dos seus cinco anos de mandato e deu-lhe o “cartão vermelho”. Por isso, deveria tentar “salvar” a sua honra e ficar de fora na segunda volta, sem declarar apoio a ninguém. Petit entende que as alianças que se fazem contra o candidato do PAIGC só trarão benefícios a Domingos Simões Pereira. Porque esses candidatos derrotados acabam, desta forma, por reconhecer a sua derrotada antecipada e não conseguem imigrar-se com a sua máquina de apoio no terreno.

As sétimas eleições presidenciais guineenses são tidas como cruciais para a estabilização política da Guiné-Bissau, que realizou legislativas em março.

MINISTRA DE SAÚDE DENUNCIA DESAPARECIMENTO DE MAIS DE 600 MILHÕES DE FCFA NO HOSPITAL SIMÃO MENDES

A ministra da saúde pública, Magda Nely Robalo Silva, denunciou esta segunda-feira, 9 de dezembro de 2019, que mais de seiscentos milhões  de francos CFA (cerca de um milhão de euros) desapareceram dos cofres do Hospital Nacional Simão Mendes. Segundo Magda Robalo Silva, o dinheiro que diz ter desaparecido há um ano e dezoito meses é de um contribuinte guineense que foi canalizado aos cofres do hospital e promete lutar para descobrir os mecanismos que fazem com que seja possível desviar montantes enormes ou pequenos de dinheiro e, consequentemente, fechar as torneiras e utilizar o dinheiro para a saúde das pessoas.

Questionada pelo jornal O Democrata se já fez ou não denúncias junto do Ministério Público sobre esses desvios, assegurou que o caso foi denunciado e está no relatório doTribunal de Contas e que o governo está a tomar as devidas providencias para que todos os desvios de fundos, que não são poucos, que aconteceram no ministério de saúde sejam traduzidos à justiça.

Revelou igualmente que a sua direção encontrou no ministério “buracos orçamentais”, ou seja, financiamentos de vários milhões de francos CFA que foram dados ao ministério de saúde para a implementação deprogramas e atividades, mas cuja utilização não foi justificada.

“Nós precisamos trabalhar e voltar a dar confiança aos parceiros para que eles acreditem em nós e saibam que se nos financiarem para fazer atividades, que de fato vamos fazê-las”, enfatizou a governante na sua declaração aos jornalistas na segunda-feira, 09 de dezembro, no final do encontro entre o ministério de saúde e os seus parceiros bilateriais e multilaterais de desenvolvimento do setor, nomeadamente: a OMS, Banco Mundial, Unicef, PLan Internacional, a delegação da União Europeia no país, FNUAP, Ongs, entre outros, para discutir sobre as principais atividades do ministério de saúde, sobretudo para dialogar e coordenar os planos como vão trabalhar ou desnevolver.

MINISTRA DE SAÚDE: BOLO DESTINADO À SAÚDE NO OGE NÃO É SUFICIENTE

Reconheceu que o bolo do Orçamento Geral de Estado que vai para o setor de saúde não é suficiente para financiar as atividades de saúde, o que leva esse setor a depender muito dos seus parceiros, de financiamentos e de apoios técnicos e materiais que dão à Guiné-Bissau.

Afirmou que a nova dinâmica do governo de Aristides Gomes em relação ao setor está centrada em dar “mais e melhor saúde para todos os guineenses”, porque essa nova dinâmica “faz parte do plano “Terra Ranka”, a valorização do capital humano, sem distinção de raça, etnia, cor, sexo, qualidade e acesso para todos”.

Sublinhou, no entanto, que é importante falar com os parceiros para que a governação do setor possa ser transparente e eficaz, que permita atingir os objetivos e, sobretudo, que a saúde chegue ao guineense esteja ele onde estiver.

“A minha visão sobre o sistema nacional de saúde é de fazer chegar os cuidados de saúde que cada guineense precisa esteja ele ou ela onde estiver, seja ele ou ela, mãe, adolescente, criança ou idoso ou idosa. Ou seja, daquele cuidado que ele ou ela precisar que o possa ter esteja onde estiver”, referiu.

“Nós ainda temos muita gente, muitos guineenses longe dos sistemas de saúde, guineenses que não recebem os cuidados com a qualidade, carinho e a dignidade de que precisam, temos ainda muito trabalho a fazer para que as estruturas de saúde possam fornecer os serviços de que precisamos. É preciso muito boa gestão e gerir bem o pouco que temos, porque podemos fazer muito mais e melhor com o pouco que temos. Mas temos gerido muito mal e temos que melhor a gestão para que a pouco e pouco o guineense não precise mais de ir para fora do país”, reconheceu.

Reconheceu igualmente que a onda de greves que se têm verificado no setor de saúde tem limitado as prestações de serviços e condicionado a qualidade dos serviços de saúde que o país tem conseguido prestar à população.

Segundo Magda Nely Robalo Silva, esses problemas são sistémicos e afetam a estrutura não só do financiamento como também da prestação dos cuidados, tendo reforçado que não são problemas novos, mas simproblemas que se veem arrastando e que têm a ver com a forma como as pessoas são recrutadas para o sistema de saúde, com as cobranças, o dinheiro e com a utilização dos financiamentos e desvios para outros fins.

Assegurou, no entanto, que o ministério está a trabalhar para pôr termo a essas práticas, para que as pessoas sejam recrutadas para o sistema com base na meritocracia e para que os financiamentos sejam geridos de forma transparente e que quando não o são, as pessoas que eventualmente forem apanhadas a desviar fundos do sistema de saúde, sejam punidas conforme manda a lei.

“Estamos a viver uma situação mito difícil, porque de fato há pessoas que estão onde não deveriam estar e há pessoas que gastaram dinheiro indevidamente, quando não o deveriam ter feito, e nós vamos pôr cobro a essa situação porque não podemos continuar a tolerar a impunidade no país”, assegurou.

Apesar dos acordos assinados com os sindicatos do setor, os trabalhadores de saúde continuam a exigir do governo pagamentos de salários e outras reinvindicações. Em reação a essa questão, a ministra confirmou que chegou a sentar-se com os sindicatos e chegado a acordo com os mesmos. Porém, lamenta que, apesar dos acordos que o governo já tinha feito e pagamentos realizados como tinha sido acordado com os sindicatos, esses tenham cada vez reivindicações diferentes e que algumas delas sejam “inaceitáveis”.

“Já fizemos o pagamento de um mês e estamos em vésperas de fazer o próximo, por isso penso que os sindicatos devem ser mais razoáveis nas suas reinvindicações, porque também sabem que as dívidas salariais já veem de vários meses e que estamos a fazer esforços para poder pagar salários em atraso. Também sabem que os cofres do Hospital Nacional Simão Mendes estavam praticamente vazios e que nós temos feito um esforço nos últimos três meses para recolher receitas, porque nãochegavam aos cofres do hospital”, denunciou.

Magda Nely Robalo Silva criticou a atitude dos sindicatos e presume que algumas das reinvindicações desencadeadas estejam a ser levadas para o lado pessoal, individual e que injustamente estão a ser introduzidas no pacote e estão a condicionar a prestação dos serviços no Hospital Nacional Simão Mendes, tendo garantido por isso que o ministério vai voltar a sentar-se à mesma mesa com os sindicatos para renegociar e espera que se possa cumprir quando os acordos são firmados e disse que a Guiné-Bissau está como está, porque o pouco que tem recebido dos parceiros para saúde não tem sido aplicado para a saúde.

Por: Filomeno Sambú            

PNUD

    “A Guiné-Bissau não tem avançado no seu desenvolvimento humano” diz Tjark Egenhoff

Bissau, 09 dez 19 (ANG) – O Representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Tjark Egenhoff disse hoje que a Guiné-Bissau não tem avançado no seu desenvolvimento humano, e que as disparidades no desenvolvimento humano se mantêm

amplas, apesar das conquistas registadas na redução de privações extremas.

Tjark Egenhoff  falava esta segunda-feira à imprensa sobre o  lançamento do Relatório de Desenvolvimento Humano 2019 que terá lugar em Bogotá, Colombia, sob o lema: “Além do rendimento, além das médias, além do tempo presente: desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI”.

Falando da posição da Guiné-Bissau no Índice de Desenvolvimento Humano disse que constata-se  que não houve progresso, sublinhando que o país tem que esforçar mais para alcançar níveis de desenvolvimento humano e o Objectivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) no ano 2030.

Disse que o PNUD quer continuar a ser o parceiro da Guiné-Bissau para alcançar esse objetivo.

Acrescentou que a Guiné-Bissau é um país vulnerável a perder espaços que até hoje são habitados, e que o combate a pobreza extrema continua sendo um objectivo fundamental no país.

Aquele responsável sustentou que apenas três por cento das crianças nascidas em países com um desenvolvimento baixo têm acesso ao ensino superior contra 55 por cento dos países com desenvolvimento elevado.

Segundo ele, esta situação compromete o futuro das crianças.

“A desigualdade começa ainda antes do nascimento com consequências drásticas nas oportunidades das pessoas. Por isso, as políticas públicas que tomam em conta a desigualdade precisam investir especialmente na educação, saúde e nutrição das crianças desde muito pequenas”, referiu.

Disse  que a desigualdade de renda e riqueza são frequentemente traduzidas em desigualdades política e de participação, dando mais espaços a certos grupos de interesse para tomar decisões em seu favor.

“Os privilegiados podem capturar o sistema, desenhando as suas preferências, e consequentemente promovendo uma agudização da desigualdade”, disse Tjark Egenhoff.

Segundo o relatório, a desigualdade enfraquece a coesão social, perturba a confiança no governo e nas instituições como também a confiança entre os cidadãos e impede que todos os membros de uma sociedade tenham acesso a desenvolver o seu potencial e essa desigualdade é bloqueio no caminho para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. ANG/DMG//SG

Publicada por ANG 

Peregrinação à Cacheu 2019

Igreja Católica  espera a normalização da vida dos guineenses com a realização da segunda volta das presidenciais

Bissau, 09 dez 19 (ANG) – O Bispo Auxiliar da Diocese de Bissau, Dom José Lampra Cá disse esperar que, com a segunda volta das presidenciais de 29 do mês corrente, o país volte a normalidade de vida, à semelhança de outros países, sem sentir inferior por maus comportamentos dos seus filhos.

Dom Lampra Cá  falava no fim de semana, em Cacheu, ao presidir a missa da peregrinação 2019, sob o lema: “Batizadu i inviadu Suma Maria, nô ianda djuntu tras di Jesus”, e co-celebrada pelos Bispos de Bissau, Dom Camnaté Na Bissing e de Bafatá, Dom Pedro Carlos Zilli.

Essa celebração  foi antecedida da  marcha de Capó à Capela de Natividade no dia 6 e 7, e a missa foi marcada pela  presença da comunidade muçulmana e juntava mais de 3 mil peregrinos vindos de diferentes partes do país e da vizinha república de Senegal.

Lampra Cá ainda disse que a escolha que irá ser feita a segunda volta das eleições presidenciais “é responsabilidade de cada cidadão”.

“Não podemos dizer para alguém fazer escolha tal, mas aquilo que fazemos é educar a consciência para uma escolha positiva. E cada um, com a sua própria cabeça, escolhe o melhor para o país”, sublinhou.

Exortou ao candidato que irá ser escolhido no próximo dia 29 do mês em curso a trabalhar para que o país possa encarar, a sério, o desenvolvimento sobretudo, o económico.

Disse que a diferença étnica e religiosa não é relevante no contexto político, justificando que é a cidadania que determina.

“As vezes são levantadas estas questões, talvez a gente não sabe qual é a especificidade da política. Na política, sobretudo na democracia representativa, o que é posto em evidência é a cidadania e não outros aspectos”,frisou Lampra Cá.

Dom Lampra sublinhou que falar na religião é uma perda de tempo, e pede aos guineenses para que tomassem como exemplo a Associação dos Líderes Religiosos, acrescentando que a religião tem o seu campo diferente da política.

Disse ainda que escolher um cristão ou muçulmano não tem validade na política, mas que se escolha  um cristão ou muçulmano com valores políticos, que seja honesto, o homem que encarna valores de cidadania  e que  pode desenvolver o país.

Disse que uma das razões da referida peregrinação é rezar para o país para que o Senhor dê ao Povo guineense um Presidente da República que vai preocupar com o país, adiantando que, só o Altíssimo conhece a consciência e o interesse de cada um.

Segundo o Vigário Pastoral de Diocese de Bissau, António Imbombo a Igreja do país está a crescer não só em número mas também  na maturidade espiritual.

“Digamos que a Igreja está a crescer quando é capaz de assumir a sua própria vida. Vejamos a contribuição dos cristãos nesse ano, que para nós é muito importante”, referiu.

Os cristãos católicos de grupos de diferentes paróquias de duas dioceses nomeadamente de Bissau e Bafatá contribuíram para a peregrinação mariana 2019, com cadeiras, guarda-sol,  entre outros materiais, que dantes eram comprados   pelas dioceses.

Imbombo desafiou ainda aos fiéis cristãos a fazeram mais gestos na peregrinação do próximo ano.

Pediu aos guineenses a colocar a Pátria em primeiro lugar, sobretudo ao que querem chegar ao alto cargo da magistratura do país, para que temem à Deus, e aconselha-os a deixarem de lado os  interesses pessoais.

Exorta aos dois concorrentes da segunda volta  a apresentarem projectos válidos para a  edificação de todos os guineenses, em toda parte do país.

Questionado sobre os 25 por cento de abstenção obtidas nas presidenciais de 24 de novembro passado, António Imbombo disse que os guineenses devem ter amor a sua terra, deixando de se abster na tomada de decisão, principalmente numa decisão crucial como as eleições.

Em 1984 iniciou a peregrinação mariana à Cacheu a pedido do primeiro Bispo de Bissau, o falecido, Dom Settímio Arturo Ferrazzeta.

O Santuário de Nossa Senhora de Natividade de Cacheu foi a primeira Igreja do país constituída pela família de Honório Barreto, antigo governador da referida região, em 08 de setembro de 1590, e esta cidade foi a primeira onde os missionários iniciaram a evangelização da Palavra de Deus, em 1590.

ANG/DMG//SG   

OPINIÃO: UNIDADE E LUTA

Por: Iva Cabral

A segunda volta das eleições presidenciais é, a meu ver, completamente diferente da primeira já que os proponentes são apenas dois, mas sobretudo porque o adversário tem características diferentes de todos os candidatos anteriores, não só da primeira volta destas eleições como de todos os candidatos a presidência da República do nosso país.

Que características são essas?:

– Não tem nenhuma experiência governativa, já que acho que os meses em que foi primeiro ministro do JOMAV não pode contar como grande experiencia e mais não teve nenhum resultado positivo.
– Utilização de fake-news para influenciar a campanha e seus resultados.
– Utilização de uma mensagem desqualificada e insultuosa como forma de escamotear o debate das questões essenciais do Estado.
– Distribuição de dinheiro e de materiais.
– Utilização de um discurso e propaganda religiosa radical e étnica com o objectivo de manipular as crenças e fragilidades da população.
– Incoerência politica: critica a CEDEAO, quando a base da sua nomeação como primeiro-ministro foi um acordo da CEDEAO; reclama soberania quando vendeu a medalha Amílcar Cabral a El Bashir e depois assina acordos eleitorais com vista as presidenciais em território senegalês desprezando a mesma soberania que alega.

Esta realidade é completamente diferente da primeira volta e principalmente muito mais perigosa já que do seu resultado depende a unidade da nossa pátria, o reforço da consciência nacional e até a sobrevivência da nossa nação. Nação, essa que custou muitos sacrifícios, sofrimentos e vidas.

Cabral já alertava sobre a fragilidade da nossa Nação nascente:

“Mas temos de dar atenção à propaganda que fazem para nos desmobilizar, pois temos algumas fragilidades. Por exemplo, é através da luta que estamos a construir uma nação. Ainda somos frágeis nesse aspecto e alguns dos que cá estão sentados, mesmo alguns responsáveis do Partido, não atingiram a consciência exacta do que é a nossa Nação.

Alguns continuam a sentir-se mancanhas, papéis, mandingas ou balantas mais do que propriamente guineenses.… nosso futuro é possível, como nação africana, como povo africano, para a marcha para a paz, o progresso e a felicidade…

Isso se formos capazes de eliminar do nosso meio todos os oportunistas, ambiciosos, malandros, bandidos e falsos, para concentrarmos o nosso trabalho sobre a inteligência e o valor daqueles que são sérios, honestos, dedicados, amigos verdadeiros do nosso povo…

O que estas eleições demonstram é que a nossa Nação ainda é frágil e este escrutínio corre o perigo de aumentar ainda mais essa fragilidade. Por isso, a responsabilidade do cidadão eleitor é dupla: eleger um presidente que possa aglutinar à sua volta o povo guineense e salvaguardar as conquistas da luta de libertação entre as quais a maior foi construída sob o lema “Unidade e Luta”: a Nação guineense.

Esse Presidente, a meu ver, tem que ser Domingos Simão Pereira já que é o único dos candidatos que consegue aglutinar os guineenses à volta de um projecto, de um objectivo comum, de um sonho. É ele que representa aqueles cidadãos que Cabral considerava “sérios, honestos, dedicados, amigos verdadeiros do nosso povo”.

É ele que será capaz de lutar contra os “oportunistas, ambiciosos, malandros, bandidos e falsos”, salvaguardando assim a continuidade da edificação da nossa Nação.
O que a segunda volta representa não é apenas a escolha de um candidato com o qual nos revemos ideologicamente ou sentimentalmente, mas sim a escolha da continuidade da construção e reforço, para não dizer salvação da Nação guineense e da Independência que tantos sacrifícios custaram.

Por tudo o acima dito, eu voto DSP (no número 1) e apelo às mulheres, aos jovens, a todos os cidadãos que amam a Guiné, que se sentem guineenses, que querem uma Nação unida e forte, que ambicionam ver o seu país desenvolver-se, que desejam que o nosso Estado resgate a sua dignidade internacional, que se unam e lutem para elegermos o Homem que hoje tem a capacidade de guiar-nos na realização desses objectivos sob o lema de Cabral “Unidade e Luta”.