FULBE

 

Algumas pessoas me perguntaram e eu respondo publicamente (para a educação de todos), incluindo para os deturpadores da história:

Fulɓe (na língua fula, sendo Pullo ou Pulloh o singular da palavra)
Fula (na língua portuguesa)
Peul (na língua francesa)
Fulani ou Hilani (na língua hausa da Nigéria; ou inglesa)
Pël (na língua wolof do Senegal)
Fulaw (na língua bambara do Mali)
Fulfulde ou Fulfulɓe (no norte dos Camarões)

Todos estes termos servem para descrever uma etnia que ronda entre 35 a 45 milhões de habitantes no mundo inteiro, mas principalmente na África Ocidental e Central (Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Gâmbia, Senegal, Mali, Mauritânia, Burkina Faso, Níger, Nigéria, Camarões, Chade, Serra Leoa, Benin, Sudão, República Centro-Africana, Côte d’Ivoire, Gana, Togo, Libéria e Gabão). Há registos de Fulas até junto ao Mar Vermelho.

Fulɓe, Fulfulɓe, Fulfulde, Fula, Fulani, Hilani, Pël, Fulaw, ou Fulah — nenhum desses termos significa uma organização. Todos representam uma etnia dividida em vários pontos geográficos do continente africano.

O termo “pulaaku” (o “SER FULA”) — que também não significa uma organização — é um código de comportamento que os Fulas seguem, consistindo nas qualidades de paciência, autocontrole, disciplina, prudência, modéstia, respeito pelos outros (incluindo inimigos), sabedoria, premeditação, responsabilidade pessoal, hospitalidade, coragem e o trabalho árduo.

Por último, existe sim uma associação internacional denominada de “Tabital Pulaaku”, cujos objectivos são a promoção dos interesses comunitários dos Fulas e a sua aproximação para apoiar programas de desenvolvimento socioeconómicos e culturais nos respectivos países, entre outras actividades de intercâmbio, dentro de espírito de união entre povos com as mesmas identidades étnicas, culturais e linguísticas… à semelhança doutras “solidareidades” que acontecem entre todas outras etnias e grupos sociais (e de interesses) no mundo.

Pondo tudo isto em contexto, o “ser Fula”, o “Ser Balanta”, o “Ser Mandinga”, o “Ser Manjaco”, o “Ser Papel” não contraria o “Ser Guineense”. O que nos contraria é a rejeição da nossa própria realidade histórica e social. Aliás, é a nossa multiculturalidade e a nossa multietnicidade que fazem da Guiné-Bissau, um país lindo e diferente.

Fonte: wikipedia (e o meu conhecimento comum)

–Umaro Djau
12 de Agosto de 2020