CIDADÃO ACUSADO DE FEITIÇARIA MORTO EM SÃO DOMINGOS 17/08/2020 /

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17/08/2020 / Jornal Odemocrata

Um cidadão de cerca de 60 anos de idade foi morto à catana e martelo por quatro indivíduos, por alegadamente ser feiticeiro, no setor de São Domingos, norte da Guiné-Bissau.

Há muitos anos que a vítima vinha sendo acusado por “familiares”, de estar associado à prática de feitiçaria, segundo relatos recolhidos pelo jornal O Democrata a partir de São Domingos.

A situação agravou-se, segundo uma fonte quando, em julho último, faleceu a irmã dele, tendo sido acusado de ser a responsável pela morte da mesma.

No sábado, 15 de Agosto de 2020, adiantou a fonte, faleceu mais um familiar da vítima e, no calar da noite, um grupo de quatro indivíduos, supostamente familiares, foi à casa da vítima, agredindo-a até à morte com golpes de catana e martelo.

Os quatro suspeitos foram detidos, ontem, domingo, 16 de agosto, soube O Democrata através de uma fonte policial local.

Essa é a primeira morte registada, em São Domingos, no norte da Guiné-Bissau, por suposta prática de feitiçaria.

Em reação ao ocorrido, o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos no setor de São Domingos, Walter Alberto Jandi, lamentou o sucedido e diz esperar que a justiça funcione para que os autores deste crime sejam traduzidos à justiça, afirmando que a estrutura setorial e a Direção central da Liga estão a acompanhar com “muita preocupação” o desenrolar do processo que ainda se encontra sob a alçada da Polícia de Ordem Pública de São Domingos.

Walter Alberto Jandi informou que, para além dos quatro detidos ontem, esta segunda-feira, 17 de agosto, a polícia local deteve mais dois suspeitos, elevando o número para 6.

“Encontram-se detidos, neste momento, nas celas da Polícia de Ordem Pública Local, seis suspeitos. Acabo de sair da Polícia e recebemos garantias de que estão a ultimar os trabalhos e que os suspeitos devem ser transferidos para o tribunal provincial de Norte” explicou, adiantando que o crime poderá gerar mal estar na família, porque “nem todos vão compactuar com esse ato. Este é o primeiro caso de género, no setor de São Domingos”.

Por.: Tiago Seide