Presidenciais 2019

Painel de Monitorização do CNCS considera de “positiva” a cobertura mediática na primeira volta

Bissau, 06 dez 19 (ANG) – O porta-voz do Painel de Monitorização do Conselho Nacional da Comunicação Social (CNCS) considerou de positiva a cobertura mediática na primeira volta das presidenciais de novembro último, visto que apesar das dificuldades que limitaram a realização do trabalho na globalidade, os órgãos de informação do país conseguiram dar tratamento igual aos 12 candidatos.

Ricardo Semedo que falava esta sexta-feira numa conferência de imprensa reconheceu que foram feitas coberturas de forma equilibrada tendo cada órgão funcionado de acordo com os meios disponíveis na altura.

“Destaca-se a preocupação da maioria das rádios de fazer passar informações em tempo real sobre a participação dos eleitores no ato de votação tanto no país, assim como na diáspora”, frisou.

Aquele responsável disse que registou com preocupação a difusão on-line de informações falsas (fake news) e mensagens de instigação ao ódio durante a campanha com o objectivo de manipular a opinião pública.

Acrescentou que, contudo, o Painel de Monitorização notou, com satisfação, que não foi reportada qualquer informação falsa ou difundida mensagens de ódio nas páginas de facebook dos media tradicionais, nomeadamente as rádios, televisão, jornais , entre outros.

No que tange ao respeito ao Código de Conduta, Semedo revelou que foram observadas “reiteradas violações” ao referido Código de Conduta para a Cobertura das presidenciais nos programas matinais de algumas rádios, bem como o uso de expressões de aliciamento dirigidas aos cidadãos com o objetivo de orientar o sentido de voto.

“A Rádio Capital Fm e África Fm no olhar do Painel não tiveram um bom desempenho profissional, de acordo com os indicadores de avaliação estabelecidos pelo Conselho Nacional de Comunicação Social”, informou Ricardo Semedo.

Falando na violação da interdição da divulgação antecipada dos resultados eleitorais, o porta-voz do Painel informou que, apesar de terem conhecimento da disposição legal que proíbe a antecipação da divulgação dos resultados eleitorais, as rádios Voz de Quelelé e Capital Fm violaram o procedimento.

“A rádio Voz de Quelelé através de uma nota de imprensa da Agência Lusa divulgou as declarações da diretoria da campanha do candidato do PAIGC, em que se dizia que em menos de 48 horas o seu candidato seria Presidente da República. Por seu turno, a rádio Capital Fm referiu que o candidato do MADEM-G15 agradecia o voto de confiança e afirmava que nehnum dos 12 candidatos conseguiria 50 por cento dos votos”, frisou.

Segundo Ricardo Semedo, o posicionamento do CNCS após análises,  lamentou a atuação das rádios Capital Fm e África Fm enquanto protagonistas das falhas verificadas na implementação das recomendações dirigidas aos media, no dia 14 de novembro, na sequência da visita efetuada aos diferentes órgãos de comunicação social do país.

Semedo sustentou  que apesar das exortações feitas durante as visitas às redacções de algumas rádios, prosseguiram a difusão de propaganda eleitorais nos espaços de publicidade comercial, e felicita aos órgãos que depois das visitas conseguiram cumprir as recomendações , mudando o formato de alguns programas.

O Painel volta a recomendar o uso de linguagem moderada, textos sem insultos e o respeito ao princípio do contraditório nos espaços noticiosos ou de debates.

O trabalho do Painel de Monitorização da Campanha Eleitoral foi feito em colaboração com o Gabinete Integrado das Nações Unidas para Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) e foram monitorizadas as informações procedentes de 30 fontes diferentes que utilizam Facebook, Websites, Blogs e Twitter, tanto dos candidatos presidenciais, de partidos políticos bem como páginas de simpatizantes e espaços de Media oficiais em blogs ou websites.

ANG/DMG/ÂC//SG