ENTREVISTA Domingos Simões Pereira: “Este Governo está a assassinar a sua população”

FONTE: PÚBLICO

Um Presidente autoproclamado, um Governo saído de eleições demitido, um ultimato para que exista outro num ambiente político sem consenso e onde se disputa quem tem a maioria no parlamento.

A juntar: um rapto e ameaças a quem se opõe ao poder. E o regresso do narcotráfico. A Guiné-Bissau, diz Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC), está a viver “no caos”.

E, “no caos, tudo pode acontecer. “Se as instituições que cooperam com a Guiné-Bissau não trabalham no sentido de a verdade vir ao de cima, para que realmente o estado de Direito possa funcionar, estamos simplesmente a adiar os choques que vão acontecer, obviamente, com a responsabilidade, neste caso, da comunidade internacional.

SOCIEDADE CIVIL DEFENDE GOVERNO INCLUSIVO NO PAÍS LIDERADO PELO PAIGC

O presidente do Movimento Nacional de Sociedade Civil, Fode Caramba Sanhá, defendeu esta sexta-feira, 29 de maio de 2020, a instituição de um governo inclusivo na Guiné-Bissau, envolvendo  todos os partidos com assento parlamentar.

A organização da Sociedade Civil quer que seja dada oportunidade ao Partido Africano da Independência da Guine e Cabo-Verde (PAIGC), para indicar a figura do primeiro-ministro, como vencedor das  ligislativas de 10 de maeçode 2019.

Fode Caramba Sanhá falava aos jornalista à saída do encontro com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, no quadro dasauscultações  para encontrar soluções favoráveis ao fim do impasse político na Guiné-Bissau.
Sanhá diz esperar que a nomeação do novo governo seja uma realidade e que os partidos políticos com assentos no parlamento tenham vontade e determinação política e colocar a Guiné-Bissau acima de todo os interesses.
Para o presidente da Rede Nacional das Associação Juvenis (RENAJ), Seco Duarte Nhaga, o exercício do poder deve ser feito dentro do hemiciclo, convocando os deputados de diferentes partidos políticos para, dentro do parlamento, provarem que têm ou não a maioria para a governação. Acrescentou que o líder da ANP deve continuar a promover um diálogo sério e franco com osdiferentes atores políticos no sentido de criarem largo consenso a nível dos partidos e garantir a governação do país.

À saída, o presidente de Conselho Nacional de Juventude, Aissato Forbes Djaló, sugeriu que, para haver um diálogo franco entre os partidos políticos, o Presidente da Republica e outros órgãos da soberania devem esforçar-se para que a situação seja ultrapassada o mais rápido possível.

O segundo O Democrta, vice-presidente da Comissão Nacional de Reconciliação, Carlos Quissangue, aconselhou o presidente da ANP a fazer bom trabalho para que haja uma boa vontade entre os atores políticos na Guiné-Bissau e viabilizar o país.

Em reação à crise político-parlamentar na Guiné-Bissau, o Bastonário da Ordem dos Advogados pediu aos partidos a encontrarem uma solução politica à crise que se vive quanto à formação do novo governo.

O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva, encorajou o presidente da ANP a prosseguir o diálogo, porque “é a única via para encontrar o caminho certo para resolver os problemas”  e manifestou a sua disponibilidade em continuar a facilitar o diálogo entre a classe política para encontrar o consenso almejado.

Júlio Mendonça, Secretário Geral da  União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) frisou que a solução para a  crise passa necessariamente por priorizar o entendimento e respeitar o que é legal e constitucional, não defender o interesse particular. Nesse sentido, Mendonça pediu ao presidente da ANP a usar mais a cabeça e pensar mais no povo e não no interesse dos políticos, porque “quem paga com essa situação é o povo”.Notabanca; Notabanca; 30.05.202

Meteorologia/ Previsão Sazonal indica que as chuvas iniciam tarde e terminam em novembro na Guiné-Bissau

Bissau, 29 Mai 19 (ANG) – O Ponto Focal de Previsão Sazonal dos Serviços da Meteorologia Nacional disse hoje que, de acordo com os dados de previsão feita este mês, as chuvas vão iniciar no mês de Junho próximo e terminarão em Novembro, devido as alterações clímáticas.

A informação foi revelada hoje por Cherno Luís Mendes, em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné(ANG).

“Tínhamos dito que as chuvas deste ano iam iniciar muito cedo nas algumas localidades da Guiné-Bissau, mas, infelizmente não foi o caso, porque só tivemos chuvas em Abril, na zona Leste do país”, referiu.

Aquele responsável acrescentou que deixaram sempre claro de que os dados da previsão sazonal climática que apresentaram em Abril eram apenas provisórios, e que iriam ser actualizados a qualquer momento que as condições ocêanícas forem favoráveis.

 “Tínhamos previsto que na Guiné-Bissau ia chover de forma normal, mas com a tendência de chover muito, nos meses de Junho, Julho e Agosto.  Com essa actualização  de Maio vimos que a pluviometria será normal até  Setembro”, afirmou aquele responsável.

Cherno Luís Mendes disse que este ano o tempo será muito húmido e que por causa isso, haverá probabilidade de ocorrência de  fenómenos extremos, sobretudo com ventos fortes.

Questionado sobre o que provocou  a chuva na zona leste do país ,em Abril, respondeu que tal se deve a  questão de instabilidade que acontece na atmosfera.

Mendes garantiu que estarão sempre disponível para revelar qualquer actualização caso venha a ser necessário e que por isso, pede a colaboração dos jornalistas  na divulgação das actualizações. ANG/AALS/ÂC//SG

Diário de Covid-19: GUINÉ-BISSAU REGISTA 61 NOVOS CASOS E O NÚMERO DE INFETADOS PELO CORONAVÍRUS SOBE PARA 1256

O coordenador do Centro de Operações de Emergências em Saúde (COES), Dionísio Cumba, disse que, nas últimas 24 horas, foram registados 61 novos casos da infeção por coronavírus, o que fez subir o número das pessoas diagnosticadas com o covid-19 para 1256 (mil duzentas e cinquenta seis), das quais 42 , 08 óbitos  e 1206 considerados ativos.

As estatísticas foram avançadas na habitual apresentação do boletim diário sobre a evolução da situação de novo Coronavírus na Guiné-Bissau.

Na mesma comunicação feita por internet, Cumba explicou que foram analisadas 94 novas amostras, das quais 61 resultaram positivo, sendo 40 do sexo masculino e 21 do sexo feminino, sendo 12 inconclusivos.O cirurgião informou que o COES já tem uma soma de 54 pessoas, que testaram negativo pela segunda vez, mas não podem ser dadas com curadas.

Segundo Dionísio, o número do internados baixou de 20 para 16, embora alguns  não estejam a usar oxigénio no hospital Nacional Simão Mendes.

Em relação à região de Bafatá, Cumba disse que a cadeia de transmissão ainda não é conhecida, porque “os dois infetados são de diferentes proveniência”.

Dionísio assegurou que doravante o Laboratório Nacional de Saúde Pública passará a analisar novos casos e reapreciar os já testados.

Por: Epifânia Mendonça

ONU CU FALA» NA GUINÉ-BISSAU MUITAS CRIANÇAS PODEM NÃO VOLTAR À ESCOLA E MIGRAÇÃO PODE AUMENTAR

Muitas crianças da Guiné-Bissau podem não regressar à escola e a migração deverá aumentar devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, segundo um relatório divulgado pelo Programa da ONU para o Desenvolvimento.
“Algumas crianças podem não regressar à escola e as meninas estão desproporcionalmente em risco de desistir. Muitas famílias veem a sua atividade económica interrompida e as mais vulneráveis recorrem ao trabalho infantil ou casam as filhas para lidar melhor com a crise”, pode ler-se no relatório, que analisa o impacto socioeconómico da covid-19 na Guiné-Bissau.
Com um dos índices de desenvolvimento humano mais baixos do mundo, na Guiné-Bissau a maior parte dos alunos não termina o quarto ano de escolaridade e quase metade das crianças nunca foram à escola.
No âmbito do combate e prevenção à covid-19, as autoridades guineenses encerraram as escolas por tempo indeterminado.
“A falta de dispositivos tecnológicos e o elevado custo de acesso à Internet torna a educação em casa numa opção não viável para a população em geral”, refere-se no relatório.
No documento salienta-se também que o encerramento das escolas e a falta de perspetivas de emprego devido ao surto de covid-19 pode levar à radicalização dos jovens e à migração.
Nesse sentido, o relatório salienta que é importante investir em infraestruturas e educação para permitir a criação de emprego e empregabilidade dos jovens e “dar-lhes voz e meios financeiros para serem protagonistas do seu próprio sucesso económico”.
“O retrocesso económico e a falta de serviços de qualidade vai levar mais guineenses a procurar um futuro melhor em outros países”, refere o documento, alertando para a possibilidade de serem alvo de tráfico de seres humanos.
A Guiné-Bissau regista quase 1.200 casos de infeção por covid-19 e oito vítimas mortais.
Conosaba/Lusa

BBC – REPORTAGEM: Cocaína e Guiné-Bissau: como o ‘narco-estado’ da África está tentando abandonar seu hábito

FONTE: BBC WORLD

Há uma preocupação crescente de que os esforços da Guiné-Bissau para conter o fluxo de drogas para a Europa e os EUA tenham sofrido um revés após a posse de um presidente apoiado por militares, escreve o jornalista Ricci Shyrock.

Documentos do tribunal mostram que o saque apreendido na maior apreensão de drogas da Guiné-Bissau em setembro passado incluiu mais de 20 veículos, entre eles um Mercedes Benz “de cor canela”, US $ 3 milhões em contas bancárias, US $ 90.000 em vinho e mingau encontrado em um armazém e, é claro, 1,8 toneladas de cocaína escondidas em sacos de arroz.

Apelidada de Operação Navara, a apreensão culminou em 12 homens – das nacionalidades bissau-guineense, colombiana, mexicana e portuguesa – sendo condenados a quatro a 16 anos de prisão no mês passado.

Embora os dois líderes tenham sido condenados à revelia depois que conseguiram escapar da prisão, o caso foi aclamado como um sucesso legal para o estado da África Ocidental em seus esforços para perder sua reputação como um importante centro de trânsito de cocaína transportada ou transportada da América Latina para a Europa. e America do Norte.

“Para nós, este é o resultado de mais de oito anos de investimento, por isso esperamos garantir que o futuro da Guiné-Bissau seja muito mais seguro com a infiltração de traficantes de drogas e redes criminosas transnacionais”, disse Antonio Mazzatelli, o chefe regional do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Os EUA, juntamente com a ONU, rotularam a ex-colônia portuguesa ao longo do Oceano Atlântico de “narco-estado” há mais de dez anos, a primeira vez que esse rótulo foi dado a um estado africano.

“Sou cético em relação a essa definição no caso da Guiné-Bissau”, disse Mark Shaw, co-autor de um novo relatório intitulado Quebrando o ciclo vicioso: política de cocaína na Guiné-Bissau.

“Existem redes que certamente protegem o narcotráfico, mas também são elementos bastante corajosos na polícia judiciária e no sistema político que enfrentaram o narcotráfico”, acrescentou ele em entrevista.

‘Golpe de cocaína é paralelo’

Mas seu relatório, publicado pela Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional, alerta que o comércio de cocaína pode aumentar depois que Umaro Cissoko Embaló se tornar presidente em fevereiro, após disputadas eleições em dezembro.

Embora não exista nenhuma sugestão de que o Sr. Embaló, ex-primeiro ministro e ex-general do exército, faça parte da rede de narcotráfico, há preocupação com o fato de ele parecer ter o apoio de figuras militares importantes.
Isso inclui o ex-chefe de gabinete do general Antonio Indjai, que assumiu o poder em um golpe de Estado em 2012, em parte para “conseguir o controle do crescente e lucrativo comércio de cocaína”, afirmou o relatório.

O general Indjai negou anteriormente qualquer irregularidade ou envolvimento no tráfico. No entanto, o relatório observa: “Os paralelos entre o ‘golpe de cocaína’ de 2012 e a tomada do poder no início de 2020, que também teve apoio militar claro, foram apontados por vários observadores locais”.

Chefão das drogas condenado libertado

As forças armadas têm influenciado na Guiné-Bissau desde a independência de Portugal em 1974. Realizou pelo menos nove golpes, deixando o estado da África Ocidental com instituições estatais fracas. Alguns dizem que isso fez do país um terreno fértil para os barões das drogas.

“Os traficantes usam como primeiro instrumento a corrupção”, disse Mazzitelli. “Esses mercados criminosos geram grandes benefícios para alguns, mas o preço é pago pelo restante da população”, acrescentou.

O ex-chefe da marinha Bubo Na Tchuto é um dos oficiais de maior destaque condenados por tráfico de drogas. Envolvido em várias tentativas frustradas de golpe, ele foi designado “chefão das drogas” pelos EUA e foi preso por suas tropas em uma operação na costa oeste da África em 2013.

O ex-chefe do exército, general Antonio Indjai (E), assumiu o poder no “golpe de cocaína” de 2012
Na Tchuto se declarou culpado no ano seguinte por conspirar para importar drogas para os EUA, mas foi condenado a apenas quatro anos de prisão por causa de “bom comportamento” e por cooperar com os investigadores. Ele está de volta à Guiné-Bissau, mas agora mantém um perfil público baixo.

O relatório do Sr. Shaw disse que o Gen Indjai era o principal alvo da operação de 2013. No entanto, o “velho general astuto” suspeitava de algo suspeito e enviou Na Tchuto ao mar para encontrar os traficantes de drogas que se revelavam agentes dos EUA.

A instabilidade política levou à suspensão de reformas vitais, incluindo a atualização das duas únicas prisões da Guiné-Bissau.

Os dez homens condenados estão atualmente detidos em um centro de detenção mal guardado na capital, Bissau. “Mesmo os guardas, eles não têm as ferramentas para impedir que alguém saia da prisão”, disse a ex-ministra da A cocaína foi apreendida perto da capital em setembro passado.

O julgamento dos homens ocorreu na capital, Bissau, por padrão. Era para acontecer na cidade central de Bissorã, onde foram presos, mas não havia veículo da prisão para levá-los até o centro de detenção.

Todos eles apelaram contra sua condenação, mas o Tribunal de Apelação, que deveria ouvir o caso, nunca foi estabelecido nos 45 anos desde a independência.

Portanto, o recurso agora vai para a Suprema Corte, que tem um histórico de não ouvir casos de drogas. Cocaína escondida com peixe ‘para a Al-Qaeda’. Tudo isso teme que o caso desapareça silenciosamente e que os homens se libertem.

“Agora somos um paraíso para os traficantes de drogas”, disse Monteiro, que era o ministro da Justiça quando os dez foram presos em setembro passado. Ela disse que é vital combater os barões das drogas, já que algumas de suas atividades também financiam atividades islâmicas militantes na região.

A apreensão em março de 2019 de quase 800 kg de drogas escondidas no fundo falso de um caminhão registrado no Senegal carregado com peixe congelado na cidade de Safim, a 15 km da capital, foi um exemplo. “Após nossas investigações, estávamos convencidos de que as drogas estavam a caminho da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico”, disse Monteiro.

Dinheiro de drogas ‘financia campanhas eleitorais’

Especialistas dizem que os narcotraficantes estão bem enraizados na região e se referem ao fato de que um dos líderes em fuga – Braima Seidi Ba, que é nacional da Guiné-Bissau e de Portugal – tem pulado entre a Gâmbia, Guiné e Mali para evitar a captura.

Acredita-se que o outro líder – Ricardo Ariza Monje, nacional do México e Colombo – tenha retornado à América Latina. Acredita-se que a remessa de março esteja ligada à arrecadação de dinheiro para a realização de eleições nas vésperas das eleições parlamentares na Guiné-Bissau, programadas para o final daquele mês, disse o relatório de Shaw.
“Dizia-se que as drogas deviam ter sido conduzidas pela fronteira do Senegal, depois para o Mali, Mauritânia e norte da costa, antes de serem carregadas em barcos com destino aos mercados europeus”, acrescentou o relatório.

A força policial judiciária da Guiné-Bissau, considerada a agência policial mais eficaz do país, lidera a luta contra os cartéis de drogas, com a ajuda de investigadores da ONU, Reino Unido e Portugal.

O presidente Embaló, recém-instalado, substituiu o chefe da agência, mas, após a preocupação inicial com o candidato, ele entregou o cargo a uma ex-vice-procuradora-geral, Teresa Alexandrina da Silva. Shaw disse que as drogas são uma “injeção perniciosa” na política da Guiné-Bissau, e que é vital pôr um fim ao tráfico.

“As drogas prejudicam a política, o desenvolvimento, a democracia”, afirmou. “E, a menos que os problemas sejam resolvidos, ele continuará a gerar conflitos no pequeno país. Os guineenses comuns de Bissau merecem muito melhor.”

COVID-19: NÚMERO DE MORTOS NA GUINÉ-BISSAU SOBE PARA OITO (8)

Bissau, 28 mai 2020 (Lusa) – O número de mortos devido à covid-19 na Guiné-Bissau aumentou hoje para oito, mantendo-se os 1.195 infetados, disse o coordenador do Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES), Dionísio Cumba.
“Confirmamos mais um óbito de um homem. O homem entrou no hospital com insuficiência respiratória grave. Morreu esta manhã”, afirmou o médico guineense, na conferência de imprensa diária sobre a evolução do novo coronavírus no país.
Segundo Dionísio Cumba, neste momento, estão a ser investigados mais seis casos de óbito para determinar se estão relacionados com a doença.
O também diretor do Laboratório Nacional de Saúde Pública remeteu para sexta-feira novas atualizações, depois de ultrapassadas algumas dificuldades técnicas e de falta de material.
A Guiné-Bissau mantém assim 1.195 infeções por covid-19 e 42 recuperados.
O coordenador do COES disse também que as autoridades de saúde estão à espera de um técnico de Portugal para arranjar as centrais de produção de oxigénio do hospital de Cumura e do Hospital Nacional Simão Mendes.
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, prolongou na terça-feira o estado de emergência no país até 10 de junho, mas pediu ao Governo para iniciar o desconfinamento para evitar o “colapso económico”.
As autoridades guineenses decidiram terça-feira abrir as fronteiras e permitir a entrada e saída de pessoas no território nacional e alargar o horário para a circulação de pessoas, que agora pode ser feito entre as 07:00 e as 18:00 locais, apesar de manterem o recolher obrigatório entre as 20:00 e as 06:00.
Em relação às atividades económicas, o Governo guineense passou a permitir a circulação de transportes de passageiros e de transporte de bens de consumo de primeira necessidade, a venda ambulante e o funcionamento dos serviços comerciais entre as 07:00 e as 20:00.
Em África, há 3.696 mortos confirmados em mais de 124 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.195 casos e oito mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (1.043 casos e 12 mortos), Cabo Verde (390 casos e quatro mortes), São Tomé e Príncipe (443 casos e 12 mortos), Moçambique (227 casos e um morto) e Angola (73 infetados e quatro mortos).
O país lusófono mais afetado pela pandemia é o Brasil, com 24.512 mortos e mais de 391 mil contaminados, sendo o segundo do mundo em número de infeções, atrás dos Estados Unidos (1,6 milhões) e à frente da Rússia (mais de 370 mil).
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Conosaba/Lusa

P5 MANIFESTA-SE DISPONÍVEL PARA AJUDAR A ENCONTRAR UMA SOLUÇÃO POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU

A Comunidade Internacional agrupado no chamado P5 (as Nações Unidas, a União Africana, a CEDEAO, a União Europeia e a CPLP), manifestou a sua disponibilidade para ajudar os atores políticos guineenses a encontrarem uma saída política no concernente à formação do novo governo, respeitando a Constituição da República e os resultados eleitorais das legislativas de 10 de março de 2019.
A intenção do P5 foi manifestada esta quinta-feira, 28 de maio de 2020, por Ovídeo Pequeno, porta-voz do grupo, à saída de
um encontro com o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá.

Em declaração aos jornalistas, o representante da União Africana na Guiné-Bissau referiu que Cipriano Cassamásolicitou o apoio da comunidade internacional para encontrar uma solução política para a formação do novo governo.
“Fomos convidados pelo presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, para nos explicar que tinha sido convidado pelo Presidente da República para encontrar uma solução para a governação, sobretudo no quadro do comunicado da CEDEAO de 22 de abril, cujo prazo expirou no dia 22 do mês em curso e que ele tinha agora até 18 de junho para apresentar uma solução. Precisamente neste âmbito, ele quis encontrar-se com o P5 e informar das demarches que irá encetar, também pediu que apoiássemos e acompanhássemos o processo”, informou.
O diplomata São-tomense assinalou que a comunidade internacional manifestou a sua disponibilidade para ajudar na solução da crise que se vive no Parlamento quanto à formação de novo governo e na sequência deste encontro, o grupo reunir-se-á para depois saber qual será a ação do P5 neste processo.
Na sua última cimeira, a Comunidade Económica dos estados da África Ocidental (CEDEAO) recomendou às autoridades nacionais que formassem um novo governo até ao passado dia 22 de maio, observando a Constituição e os resultados eleitorais das legislativas de 10 de março de 2019.
Terminado o prazo e depois de consultas internas encetadas com diferentes atores políticos e a sociedade civil, o chefe de Estado, Úmaro Sissoco Embaló, atribuiu ao presidente da ANP a responsabilidade de encontrar um entendimento entre os partidos políticos representados no Parlamento até o dia 18 de junho próximo.



Notabanca; 28.05.2020

DG DA TGB NEGA EXISTÊNCIA DE  LISTA  DE FUNCIONÁRIOS IMPEDIDOS DE ENTRAR NA TELEVISÃO

O Director-geral da Televisão da Guiné-Bissau (TGB), negou hoje a  existência de uma  lista com nomes de funcionários  impedidos de entrar na instituição, frisando que as informações postas a circular não correspondem minimamente a verdade.


Amadu DJamanca, em declarações  à ANG, disse que ninguém tem o direito de impedir alguém de estar ou entrar no seu local de trabalho, salientando que o país se encontra num momento de muito risco por causa do Covid-19, onde cada responsável de instituição é obrigado a primar pela segurança dos  funcionários.

Em entrevista concedida recentemente ao jornal Donos da Bola, o Presidente do Sindicato de Base da TGB, Tiago Domingos Gomes, disse desconhecer o despacho de nomeação de Amadu Jamanca nas funções de DG da TGB, com o qual está a tomar medidas e a ditar regras na única estação televisiva do país.

Aquele lider sindical afirmou ainda que entre as novas regras estabelecidas pelo novo DG da TGB, abrange suspensão temporária de 13 funcionários.

Jamanca frisou que é preciso disciplinar o fluxo de entrada nesta instituição ou seja deve se saber quem vai entrar, qual será o seu trabalho, como acontece em toda parte do mundo, salientando que, se outrora as pessoas entravam a calhar na TGB, hoje devem saber que existem regras para o efeito.

“Como é de conhecimento público, já se confirmou casos positivos de  coronavirus  entre os funcionários da TGB e é a nossa obrigação proteger os outros que ainda não contraíram a doença e fazer a Televisão funcionar porque neste período em que nos encontramos a única estação televisiva do país não pode parar. Isso significa que temos de manter seguro as pessoas que estão ali a trabalhar”,disse.

O DG da Televisão Nacional disse que a lista que foi fixada na entrada da estação é dos trabalhadores com contratos activos, acrescentando que, se alguém é estranha a esta instituição deve ter uma autorização prévia para ter acesso ao seu interior.

Disse que os funcionários que não foram escalados devem ficar em casa observando distanciamento social, adiantando que tudo tem a ver com a prevenção da pandemia que abalou o mundo.

Questionado sobre a posição do Sindicato de Base da TGB que numa entrevista ao site do Jornal Donos da Bola, que alega desconhecer a nomeação de Jamanca para o cargo de DG, Amadu Jamanca disse que este assunto já foi ultrapassado, salientando que o que houve foi um mal entendido.

“Nós fomos nomeados Presidente da Comissão de Gestão no dia 12 de Março de 2020, por um mês, o que já terminou no dia 12 de Abril e passados dois ou três dias fomos nomeados  Director-geral, por despacho de Secretário de Estado de Comunicação Social, com a data de 16 da Abril”, esclareceu.

Acrescentou  que, só que o Conselho de Ministros não se reuniu na altura por causa do Coronavírus e que o despacho foi afixado, tanto na Secretaria de Estado, como na vetrina da TGB.

Notabanca; 28.05.2020

Secretário Estado de Cultura: “JOSÉ CARLOS SCHWARTZ NÃO PODE SER ESQUECIDO NO PANORAMA CULTURAL GUINEENSE”

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O Secretário de Estado da Cultura, Francelino Cunha, defendeu esta quarta-feira, 27 de maio de 2020, que uma pessoa com a dimensão de José Carlos Schwartz (Zé Carlos), pioneiro da música moderna guineense, não pode ser esquecida no panorama cultural guineense.

Francelino Cunha falava na cerimónia de homenagem a José Carlos Schwartz, realizado na sua campa no Cemitério Municipal de Bissau.

A homenagem contou com as presenças de músicos nacionais, homens da cultura guineense e amigos. Cunha disse que o malogrado era um homem da cultura, “de maneira que esta data não pode passar despercebida, mesmo com o ataque da pandemia de Coronavírus que o país e o mundo em geral estão a enfrentar”.

“Podemos falar de José Carlos Schwartz em cinco dimensões essenciais, um homem multifacetado e dotado de muitos dons”, realçou.

O Secretário de Estado da Cultura destacou como a primeira dimensão de Zé Carlos, a de artista e musico de intervenção que deixou várias obras musicais que ajudaram a despertar a consciência nacionalista na luta de independência e que hoje serviram de fonte de inspiração para a nova geração.

Na segunda dimensão, Cunha falou de José Carlos Schwartz poeta, escritor e pensador nato, também grande linguista, porque o “domínio que tinha de cantar o crioulo era incrível”. Também era um grande compositor e é a sua participação na política, enquanto combatente de liberdade da pátria.

“De palavras ao microfone, passando à caneta e até ao ponto de ser preso”, descreveu Francelino Cunha.

O governante frisou que uma pessoa dessa dimensão intelectual e humana não pode ser esquecida, sobretudo num dia como hoje, data da sua morte, que também é comemorada como dia da música moderna guineense.

“José Carlos Schwartz era um homem super, tomando em consideração a sua idade muito jovem de 27 anos, mas conseguiu ter um departamento político e sabendo que o país estava sob o jugo colonial, fez tudo que estava ao seu alcance para sermos livres e independentes”, enfatizou.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A