QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA É A MAIOR PREOCUPAÇÃO DO GOVERNO” – JORGE MALÚ

18/09/2020 / Jornal Odemocrata

O ministro dos Recursos Naturais e Energia, Jorge Malú, afirmou esta sexta-feira, 18 de setembro de 2020, que uma das maiores preocupações do governo neste momento é a qualidade da energia distribuída à população, devido aos problemas relacionados com quedas de potencia da energia e recorrentes avarias que o país tem vivido nos últimos tempos.Jorge Malú fez essa observação na lançamento dostrabalhos de colocação de novos postes de distribuição de eletricidade em “betão”, para permitir o transporte da energia elétrica com mais e maior qualidade, no âmbito do projeto de reabilitação, alargamento e melhoria da rede elétrica, em Bissau. O projeto foi financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em quinze biliões e seiscentos e trinta milhões (15.630.000.000) de francos CFA, para a implementação do do Sistema de Distribuição de Energia da Cidade de Bissau (PDSDE), que deverá durar três anos e visa melhorar a qualidade do serviço da energia e está a ser executado pela empresa chinesa TBEA, que ganhou o concurso público lançado pelo BAD.

Na sua declaração, o ministro dos Recursos Naturais e Energia assegurou que dentro de quatro meses a situação da distribuição da energia de qualidade aos clientes poderá ser ultrapassada, o que poderá igualmente resolver os transtornos que a população enfrenta, quanto à fornecimento da luz elétrica de qualidade, sobretudo na época das chuvas, que tem tido como resultado a má condução da eletricidade às residências dos citadinos de Bissau.

Jorge Malú, que esteve em Djolo, em Antula Pabedjar (espaço onde estão armazenados os postes de transformação) e no Alto Bandim, no âmbito do lançamento do projeto, informou que parte dosmatérias veio de Angola, mas outra,  considerável,virá da República Popular da China e dentro de aproximadamente quatro meses, isto é, até janeiro de 2021, todo o material estará no país. O ministro dos Recursos Naturais anunciou que o governo perspetiva lançar, entre outros, um projeto de energia para 14 localidades, que abrange muitos setores administrativos, através de OMVG.

Por sua vez, Franc Liu, representante da empresa executora dos trabalhos, sublinhou que a presença de Jorge Malú, no terreno, representa um sinal de encorajamento, para que a BTEA possa cumprir de forma rigorosa o que está no contrato, respeitando as normas técnicas exigidas para que o trabalho tenha a durabilidade necessária.

A construção terá uma área de cerca de 5 quilómetros da rede de 30KV (circuito duplo) para ligação da subestação de 225/30 KV, a construir em Bissau, no âmbito do projeto de Organização para a Valorização do Rio Gambia de Antula, arredores de Bissau e a construção e extensão de aproximadamente de 35 quilómetros da rede de distribuição de 10 KV, aérea e subterrânea.

O projeto prevê ainda a construção de 09 estações transformadoras de cabine de 360KVA, o fornecimento de duas estações transformadoras móveis, integro (íntegras), pré-fabricadas, o fornecimento e a instalação de células pré-fabricadas em determinadas estações existentes, o fornecimento e a instalação de 21 estações transformadoras do tipo 160 KVA H61 e a construção de cerca de 190 de rede de baixa tensão.

Por: Filomeno Sambú

O ACORDO DE PESCA COM A UE “É BOM” MAS PODERÁ SER MELHORADO” – Diz o ministro

O ministro das Pescas, Malam Sambú, afirmou que o acordo de compensação no setor das pescas, assinado entre o governo guineense e a União Europeia é bom, mas poderá vir a ter uma melhoria que será antecedida de uma reunião de negociação entre as partes signatárias.

Após a visita ao terreno para a construção do edifício do Serviço Nacional de Fiscalização de Atividades de Pesca (FISCAP), junto ao cais de Bandim e financiado pela União Europeia num valor não revelado, Malam Sambu disse que o objetivo visa constatar in loco, o espaço onde deve ser implementado o projeto da construção do novo edifício do FISCAP, bem como da retirada dos ocupantes que ali se encontram para suas atividades comerciais.
Disse ainda que a visita foi antecedida por outra do embaixador da União Europeia, com quem abordou alguns aspetos, nas quais havia clivagem entre estas duas entidades e que só faltam negociações entre partes técnicas, sublinhando que algumas atividades do seu ministério foram afetadas pela Covid-19.
Por seu lado, o coordenador da FISCAP, VladmirDjomel, disse que a visita ao terreno permitirá a criação de condições para os Serviços de fiscalização bem como para os do controlo das atividades daquela instituição. Explicou que os serviços administrativos da FISCAP funcionam em dois edifícios por falta de espaço conveniente.
Revelou que a obra terá uma duração de um ano eque a construção começou este mês.

O custo estimado da obra é de 450 mil euros e inclui mobiliários de escritório do novo edifício.

Ministro diz que o ponto fraco das Forças Armadas é  gestão dos recursos humanos

 

Bissau, 18 Set 20 (ANG) – O ministro da Defesa e dos Combatentes da Liberdade da Pátria afirmou hoje que o ponto mais fraco das Forças Armadas Revolucionária do Povo(FARP) é a gestão dos recursos humanos, noticiou a Rádio Sol Mansi.

Sandji Fati que falava no encerramento de um curso de capacitação dos Comandantes de Batalhões, disse que é preciso definir critérios rigoroso  para promoção dos oficiais  desde as fases de promoção de patentes de Cabo, Furriel, Sargento e assim sucessivamente até chegar ao General.

“Temos a responsabilidade de formar e ajudar que as FARP se transformam em Forças Armadas Republicanas, assim que chegarem a fase de promoção ao coronel, todos saberão antecipadamente que são, de facto, militares
de carreira e os mais antigo,”disse.

Fati recomendou aos formandos para  exigirem  que os chefes de ramos sejam os próprios a gerir as suas unidades em vez de transferir essas  responsabilidades para o Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas (CEMGFA) ou ao seu vice.

Em relação a instabilidades políticas outrora supostamente provocadas pelos próprios  militares, Sandji  Fati disse que os militares  são os  maiores  prejudicados, e a título de exemplo indicou que as casas dos oficiais residentes  ao redor do Estado-maior do Exército estão constantemente a trocar de morador por causa da instabilidade.

Disse  que os sucessivos  sobressaltos nunca impediram  realizações de eleições no país, acrescentando que os militares não ganham  nada com isso.

O ministro da Defesa afirmou  que os políticos dizem sempre que querem um Estado de Direito Democrático, tendo questionado  como se pode atingir esse desiderato sem  Forças Armadas democráticas e republicanas.

Aquele governante defendeu   que o governo deve criar condições aos militares para se transformarem em Forças Armadas Republicanas.ANG/JD/ÂC//SG

 

Postado por ANG 

Guiné-Bissau : O Ministro das Pescas visitou hoje o local onde será construída a nova instalação da Fiscap.

O Embaixador Malam Sambú fez questão de acompanhar de perto os preparativos para o lançamento da primeira pedra para o arranque oficial das obras, que vai contar com apoio financeiro da União Europeia. 

A construção de novas instalações para a Fiscap, enquadra-se no plano estratégico do Ministério das Pescas que visa a melhoria de condições de trabalho e a promoção e desenvolvimento do sector das Pescas, previsto no programa do governo.

Fonte: Ndai Máximo Tenha 

Lúcio Soares, de professor a negociador da paz

FONTE: DEUTSCHE WELLE


A partir de maio de 1974, Lúcio Soares participou de negociações com representantes do Governo português, em Londres e em Argel, para o cessar-fogo e o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau.

Impasses interromperam as negociações. “Eles queriam um governo novo, com a ideia delea,” lembra. Em 26 de agosto de 1974, integrava a delegação do PAIGC que chegou a um acordo com a delegação portuguesa sobre o conflito. Portugal reconhecia a Guiné-Bissau como um Estado soberano.

Lúcio Soares foi comandante da guerrilha na frente Norte. Antes de ingressar no movimento de libertação, era professor. Nesta entrevista à DW África, Soares recorda do momento em que foi recrutado e de alguns detalhes do processo de negociação que resultou no reconhecimento da independência da Guiné.


Comandante Lúcio Soares, foto actual, DEUTSCHE WELLE

DW África: O que estava em jogo nesta negociação?

Lúcio Soares (LS): Não havia tanta coisa em jogo porque nós já havíamos proclamado a nossa independência antes do 25 de Abril. Nós fomos para (as negociações) na intenção de que os portugueses reconhecessem o Estado existente. Mas, no início, não foi o caso. Eles tentaram nos convencer de que era necessário fazer um governo novo com a ideia deles. Nós resistimos a isto porque não poderia ser. Isto resultou que nos primeiros encontros nós não conseguimos chegar a um acordo.
Marcamos (uma ronda) em Argel onde foram adotados passos mais seguros e eles acabaram por aceitar que era necessário apenas reconhecer o Estado existente e formalizar uma transição.
Eu penso que muitos políticos portugueses não estavam preparados para a independência como tal. Estavam fartos da guerra, isto é verdade. Ninguém quer a guerra, mas as circunstâncias levam as pessoas à guerra. No nosso caso, nós fomos obrigados, mas não queríamos a guerra.

DW África: O que lhe marcou nesta negociação?

LS: Nós tínhamos apoio de alguns países amigos, como a Argélia. Apoiaram-nos com instalações de hotel e técnicos. A comunidade internacional também nos apoiou muito. Todo mundo estava interessado na libertação dos povos colonizados.

DW África: Como ingressou na guerrilha?

LS: Eu era professor primário. Saíamos para uma missão e o carro foi interceptado por um grupo da guerrilha. Mandaram parar e explicaram que eram mesmo guerrilheiros e que estavam no mato a lutar. Queriam explicar que era necessário lutar para libertar o nosso país. Eles disseram que quem quisesse ficar, poderia ficar. Quem não quisesse, poderia ir embora. Então cinco voluntários ficaram e eu era um deles.

DW África: Um soldado era capaz de mobilizar…

LS: Não é um simples soldado, é uma pessoa preparada. Um guerrilheiro preparado pelo partido para integrar a luta e mobilizar as pessoas do interior para estarem preparados para o que der e vier. Mesmo uma pessoa lá do campo tinha noção que era necessário se preparar para a guerra. E, que era uma guerra justa, não era uma aventura. E toda a gente estava interessada em (ingressar na guerrilha) desde que fosse bem explicado. Era fácil de (convencer a) integrar.

Só burro estagia cinco anos”- João Fadia

O ministro das finanças da Guiné-Bissau, João Fadia, quebrou esta sexta-feira (18.09) o silêncio e falou sobre vários assuntos da atualidade a envolver a instituição que dirige, afirmando que “só burro estagia cinco anos”, ao referir-se à polémica com os funcionários do departamento sob a sua tutela.
Em declarações à imprensa durante mais de uma hora, Fadia disse que não vai ordenar o pagamento dos salários aos funcionários que ainda estão em greve no ministério das finanças, e aproveitou para explicar as razões da dispensa dos funcionários estagiários, na instituição.
João Fadia afirmou que não se pode ter uma pessoa a estagiar cinco ou mais anos numa instituição: “Acham que a pessoa pode estagiar cinco anos numa instituição? Desculpem, mas só burro estagia cinco ou mais anos”, afirmou.
Sobre a greve dos enfermeiros e técnicos de saúde, que agora está suspensa, o ministro das finanças acusa os grevistas de agirem de “má fé” e revelou ter participado em várias negociações com o sindicato dos enfermeiros, mas este não cedeu:
“Não sei o que querem”? questionou Fadia.
O ministro das finanças promete que, até novembro próximo, as obras de reabilitação das estradas do país vão iniciar e outras vão conhecer a sua continuidade, através de um fundo à disposição do ministério das obras públicas.
“As finanças participaram com seiscentos milhões de FCFA, para a reabilitação da pista do Aeroporto Internacional Osvaldo Viera”, revelou
Por Ansumane Só / Iancuba Dansó
 
Conosaba//capitalnews.gw/

SUSPENSA GREVE DE SETE DIAS DO SETOR DA SAÚDE INICIADA QUARTA-FEIRA

O Presidente do Sindicato Nacional dos Enfermeiros ,Técnico de Saúde e Afins (Sinetsa) declarou  hoje a suspensão da greve de sete em curso no sector desde quarta-feira “para dar beneficio de dúvida ao governo que compromete em satisfazer as reivindicações.

Yoio João Correia, em entrevista à ANG, disse que depois das negociações entre as partes, o sindicato analisou as propostas feitas pelo patronato, tendo concluído que era necessário dar beneficio de dúvida ao Governo, apesar de o executivo não apresentar nada por escrito.

“Decidimos fazer uma suspensão temporária da greve com a esperança de que o executivo vai cumprir a sua promessa dando  solução aos pontos que estamos a reclamar”,disse.

Correia frisou que a suspensão da greve iniciou às 8 horas de hoje e vai durar até o dia 07 do mês de Outubro, tendo pedido a compreensão do pessoal em greve, e que voltem ao trabalho.

Correia avisa que se até ao dia  7 de de Outubro o Governo não honrar o seu compromisso voltarão à carga com  paralisações dos serviços.

 “Todos nós somos guineenses e o que queremos é o bem desta Nação, por isso entendemos que devemos dar beneficio de dúvida, uma vez que nas negociações sempre existem cedências”, salientou.

O Sindicato dos Enfermeiros , Técnicos de Saúde e Afins(Sinetsa), reivindica o pagamento de dívidas em atraso, efectivamento dos seus associados e aprovação dos documentos que regulamentam a carreira dos técnicos de saúde.

Notabanca; 17.09.2020

ONG denuncia homicídio de mulher por feitiçaria na Guiné-Bissau

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) denunciou o homicídio de uma mulher acusada de feitiçaria por um grupo de atacantes e pediu às autoridades da Guiné-Bissau medidas concretas.
Em comunicado, divulgado na rede social Facebook na quarta-feira, a organização dos direitos humanos refere que a mulher, de 50 anos, foi morta a 11 de setembro com “paus e catanas” por um grupo de populares de uma aldeia do setor de Buba, na região de Quinara.
“Após a consumação deste crime hediondo, os suspeitos profanaram o corpo da vítima”, refere a LGDH.
Segundo a organização, o comissariado da polícia de Buba deteve quatro pessoas por alegado envolvimento na morte da mulher.
“Esta é a segunda morte ocorrida no país em menos de um mês, em consequência de agressões brutais motivadas pelas acusações de praticas de feitiçaria”, salienta.
Dados da Liga Guineense dos Direitos Humanos indicam que nos últimos dois anos 49 pessoas foram mortas depois de acusadas de feitiçaria e que os autores daqueles crimes não foram condenados.
“Estes indicadores preocupantes, exigem a necessidade de adoção de medidas concretas para fazer face a estas práticas obscurantistas que continuam a ceifar vidas humanas e a pôr em causa a paz e harmonia no seio da população, sobretudo nas zonas rurais”, sublinha a organização.
Conosaba/Lusa

Iniciativa inédita:Secretaria de Estado do Turismo inaugura delegacia em Mansoa/Terra Santa

ASecretaria de Estado do Turismo e Artesanato inaugurou mais uma delegacia regional, desta vez em Mansoa. Na cerimónia de inauguração, o diretor-geral do Turismo, Sirma Seide, disse que desde 1973 existem delegados regionais mas nunca os sucessivos governos tiveram a iniciativa de abrir delegacias nas regiões.
Sirma Seide disse que a iniciativa do atual Governo de abrir delegacias regionais visa, essencialmente, levar o serviço administrativo do setor turístico junto das populações.
O diretor-geral afirmou que nas digressões feitas às regiões para constatar a situação do turismo e fazer o levantamento das necessidades, todos os delegados regionais não dispõem de banco de dados sobre os empreendimentos turísticos da sua área de jurisdição.
“O setor turístico tem enormes potencialidades que, se forem devidamente exploradas, podem contribuir muito para o desenvolvimento do país”, afirmou o diretor-geral da área.
Sirma Seide disse que a abertura de delegacias regionais é o início de vários investimentos previstos para o setor de turismo, tendo prometido que se tudo correr como está planeado e “com o esperado apoio do Presidente da República e do Governo, vamos inaugurar polos provinciais de turismo”.
Seide assegurou que as delegacias instaladas nas regiões têm as condições mínimas de emitir documentos básicos necessários para a abertura de um empreendimento turístico.
Em defesa dos operadores turísticos, Sirma Seide defendeu a necessidade de o Governo investir seriamente em infraestruturas rodoviárias, energéticas e hospitalares, assim como na garantia de segurança aos cidadãos.
O diretor-geral do Turismo advertiu os delegados regionais de que “o turismo não é apenas efetuar cobranças, mas tem também o dever de um delegado conhecer as reais preocupações dos operadores turísticos.
Acrescentou que a escolha de Mansoa para abertura da delegacia deve-se à situação geográfica privilegiada desta cidade, ou seja, a sua localização no centro da Região de Oio e de acesso imprescindível a quase todas as localidades do interior do país.
O secretário administrativo da Região de Oio, Djibril Bula Pinto Sambu, ao usar da palavra, disse estar satisfeito com a escolha de Mansoa para a instalação da delegacia regional de turismo e prometeu colaboração institucional para o progresso da região.
“É com enorme satisfação estarmos aqui hoje a inaugurar uma delegacia regional que nunca antes existiu a nível da região, mas ao mesmo tempo é com grande tristeza que assumimos esta delegacia sem qualquer documento que registe algo que represente a gestão administrativa e muito menos falarmos da existência de dados turísticos desta zona geográfica do país”, lamentou o delegado Baciro Darame.
Baciro Darame disse que a Região de Oio tem muitos empreendimentos que, de facto, se todos contribuírem com as suas obrigações no que toca a pagamento de taxas turísticas, a zona arrecadará mensalmente importantes valores monetários. Acrescentou que a delegacia faz apenas cobranças em alguns restaurantes e bares.
A estrutura regional do Turismo e Artesanato ora inaugurado está equipado com alguns materiais de escritório, nomeadamente secretárias, um computador de mesa e respetivos acessórios para a digitalização de dados turísticos artesanais e algumas cadeiras para a receção de visitantes. Também faz parte do património daquela estrutura um veículo motorizado para facilitar a movimentação do delegado.
Texto e foto: Aliu Baldé
Conosaba//jornalnopintcha.gw/

ONU defende congelamento da dívida em África

Bissau, 17 Set 20 (ANG) – A Organização das Nações Unidas defende, num relatório publicado hoje, o congelamento da dívida em todo o continente africano, que precisa de cerca de 169 mil milhões de euros para ultrapassar as dificuldades trazidas pela pandemia de covid-19.

As declarações encontram-se num relatório publicado hoje em Nova Iorque, intitulado “Resposta Abrangente das Nações Unidas à Covid-19: Salvando Vidas, Protegendo Sociedades

e Recuperando Melhor”.

O relatório sublinha “a importância de um congelamento geral da dívida para os países africanos, bem como um pacote de resposta global equivalente a pelo menos 10% do Produto Interno Bruto mundial”.

“Para a África”, continua a ONU, “isso significa mais de 200 mil milhões de dólares (cerca de 169 mil milhões de euros), para uma resposta eficaz e bases para a recuperação”.

Segundo a organização, “os riscos para o continente africano são consideráveis, com testes baixos, saneamento precário e capacidades médicas limitadas e dificuldades na aplicação de medidas de distanciamento físico e sanitário”.

A ONU, que reúne 193 Estados-membros, prevê que a população do continente africano terá de enfrentar, como consequências indirectas da pandemia, insegurança alimentar, perda de rendimentos e meios de subsistência, uma crise da dívida e riscos políticos e de segurança.

O relatório destaca que, em Julho, os países africanos já tinham implementado um total de 245 medidas sociais e económicas.

A ONU recorda o Fundo de Acção covid-19 para África, lançado em 11 de Agosto com o objectivo de arrecadar 100 milhões de dólares (84,5 milhões de euros) para a distribuição de equipamentos de protecção pessoal em 24 países durante um ano.

A ONU contribuiu em África, para o “aumento da capacidade hospitalar e de exames, fornecimento de materiais médicos e esquemas de criação de empregos e planos inovadores para incentivar o empreendedorismo feminino”, pode ler-se no relatório.

Segundo o documento, a organização continua a fazer esforços para “impulsionar a agricultura, apoiar o ensino à distância e transferir dinheiro para as famílias, como uma medida temporária para evitar que caiam na pobreza”.

A inclusão de meninas e mulheres “em todas as áreas” e o respeito pelos direitos humanos continuam a ser base para uma sociedade mais justa, defende a ONU.

O relatório publicado hoje destaca que o mundo ainda está na “fase aguda” da pandemia de covid-19, uma “crise humana” que merece o “maior esforço de saúde pública da história”.

A ONU quer concentrar os esforços numa resposta a três níveis: na saúde; na adopção de políticas para a salvaguarda de meios de subsistência; e num processo de recuperação inclusivo e “transformador”.

Para tal, faz referência ao Plano de Resposta Humanitária Global, do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), que inclui os 63 países “mais vulneráveis”, entre os quais se encontram Angola, Brasil, Moçambique, Timor-Leste, República Centro-Africana e Venezuela.

Segundo a ONU, o Plano de Resposta Humanitária Global requer 10,3 mil milhões de dólares (8,7 mil milhões de euros) mas tinha angariado menos de 25% do valor até 03 de Setembro, com cerca de 2,5 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros).

A organização incentiva que todos os países reconheçam a saúde como “um bem público universal” e que garantam a distribuição de vacinas para a covid-19 para toda a população. Segundo a Organização Mundial da Saúde, existem 31 candidatas a vacinas em processo de avaliação, das quais, nove vacinas em ensaios clínicos.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 936.095 mortos e mais de 29,6 milhões de casos de infecção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 33.047 mortos confirmados em mais de 1,3 milhões de infectados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.  ANG/Angop