GOVERNO ANUNCIA CRIAÇÃO DE FUNDO DE GARANTIAS PARA APOIAR PEQUENAS EMPRESAS JUNTO DOS BANCOS

O ministro da Economia e das Finanças, Geraldo Martins, disse esta sexta-feira, 19 de julho de 2019, que o executivo guineense está a trabalhar com outras estruturas para a elaboração de propostas concretas sobre as modalidades da criação de um fundo de garantia com o propósito de auxiliar as pequenas e médias empresas em dificuldades de obtenção de crédito junto dos bancos comerciais do país.

O governante falava numa conferência de imprensa conjunta com a diretora nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental, Helena Nosiline Embaló e dos responsáveis dos bancos comerciais sediados no país, realizada no fim de uma reunião que visava fazer o balanço da aplicabilidade do dispositivo de apoio às pequenas e médias empresas criado pelo banco central desde o agosto de 2018.

Sobre a possibilidade da criação de tal fundo de garantia, Geraldo Martins explicou que servirá como alternativa para situações em que os bancos sintam dificuldades, por falta de garantias para a atribuição de créditos a pequenas e médias empresas, sobretudo àquelas em início de atividades.

“Existem outras formas e o fundo de garantia é apenas uma delas, mas esta discussão que nos trouxe aqui hoje vai continuar e com tempo teremos respostas mais exatas em função daquilo que forem as recomendações da comissão que está a estudar este dossiê”, contou.

Relativamente à situação do estado das finanças públicas, disse que o executivo depara com a situação de um Orçamento Geral de Estado que não chegou a ser aprovado pelas entidades que deveriam fazê-la, mas o governo funciona na base deste orçamento. Acrescentou que o orçamento prevê receitas e despesas, enfatizando que nos últimos meses e sobretudo a partir do janeiro do ano em curso, houve um aumento de despesas que se deveu em parte ao ajustamento salarial feito na altura bem como às despesas que o governo teve por causas das eleições.

“Em contrapartida não houve um aumento substancial das receitas, o que fez com que neste momento o défice seja mais elevado do que o que estava previsto. Neste momento o défice fiscal está a volta dos 6 por cento do Produto Interno Bruto. O nosso objetivo, de acordo com os critérios de convergência da UEMOA, é ter um défice fiscal a volta dos 3 por cento, isto significa que agora até final do ano temos que fazer dois exercícios muito complicados. O primeiro é comprimir o máximo as despesas e o segundo é tomar todas as medidas que permitam aumentar as receitas, porque só desta forma é que podemos voltar a um déficit de pelo menos 3 por cento e podemos começar a conversar com os parceiros internacionais”, espelhou.

A diretora nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), Helena Nosolini Embaló, explicou por sua vez, a razão que levou a instituição que dirige lançar o dispositivo de apoio às pequenas e médias empresas. Deve-se ao papel crucial que as mesmas têm na economia, dado que ajudam a criar emprego e dinamizam a atividade económica.

“Apesar desta importância e apesar de nos países da UEMOA praticamente 85 por centos das empresas que formam o tecido económico serem pequenas e médias empresas, enfrentam muitas dificuldades de acesso ao crédito. Por isso havia necessita de encontrar mecanismos ou formas para dar responsas a estas dificuldades que as empresas enfrentam”, notou.

Por: Assana Sambú

Foto: A.S

OdemocrataGB

MUÇULMANOS REÚNEM-SE COM GOVERNO PARA ENCONTRAR SOLUÇÃO SOBRE PEREGRINAÇÃO À MECA


A comunidade muçulmana da Guiné-Bissau reuniu-se esta quinta- feira como o Chefe de Governo para analisarem e encontrar solução para a peregrinação do presente ano, dos fieis muçulmanos a cidade Santa de Meca na Arábia Saudita.Siradju Bari em nome da comunidade muçulmana, afirmou à imprensa depois do encontro com Aristides Gomes que tem havido muitas especulações sobre a ida ou não dos muçulmanos guineenses no presente ano à cidade santa de Meca para cumprir uns dos pilares do Islão, por isso a comunidade islâmica veio junto ao Governo para saber o que está a passar e qual será a solução.“Também viemos apelar ao chefe de Governo de que a comunidade muçulmana precisa de ajuda do Governo para que este sonho se torne realidade”, desejou.

Bari disse que Aristides Gomes falou sobre a peregrinação do ano passado, acrescentando que as bolsas demoraram a chegar ao país e uma soma de novecentos milhões de francos CFA, foi tirado no cofre de Estado e entregue ao ex. Comissário para a Peregrinação, Botche Cande, explicando que este montante deve ser reposto para depois diligenciar o desbloqueamento de outros fundos para financiar a bolsa do ano em curso.Os líderes muçulmanos pediram ao primeiro-ministro, para fazer mais diligências no sentido de fazer os fiéis muçulmanos irem à Meca, salientando que não pretendem a politização do assunto.

Notabanca; 18.07.209

«CONSCIENTES E INCONFORMADOS» PM DA GUINÉ-BISSAU ACUSADO DE NOMEAR FAMILIARES SEM QUALIFICAÇÕES

Movimento de Cidadãos diz que seria sensato se o primeiro-ministro reduzisse de 21 para 5 o número de conselheiros e assessores nomeados. Assessor de Aristides Gomes afirma que a questão está politizada.
A sociedade civil exige ao primeiro-ministro da Guiné-Bissau para revogar o seu despacho e reduzir de 21 para cinco o número de conselheiros especiais e assessores, reiterou nesta quarta-feira, dia 17, o Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI), que já enviou ao chefe do Governo uma carta aberta.
À DW África, Sana Canté, presidente do movimento que tem promovido marchas contra o regime do atual Presidente guineense, considera a iniciativa do chefe do Executivo guineense de “clientelismo e nepotismo”.
“Viemos não só reiterar a revogação do despacho, mas também fizemos a proposta para reduzir ao invés de 21 colaboradores, contando com a nomeação do presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, como conselheiro especial, para cinco. Isto seria razoável e ético. Se quiser um conselho jurídico que vá pedir aos técnicos do Ministério da Justiça. Já temos um Governo com 30 membros, não justifica nomear mais 21 conselheiros”, declarou o jovem advogado.
“Aproveitamento político das nomeações”
Em reação às inúmeras criticas, tanto da sociedade civil como dos partidos da oposição, o assessor de comunicação social do primeiro-ministro, Muniro Conté, afirma que há uma deliberada intenção de politizar e diabolizar essa questão das nomeações.
“Para já não existe nenhuma norma que fixe o número de conselheiros que um titular de órgão de soberania deve ter. Há antecessores que tiveram mais conselheiros do que o atual primeiro-ministro”, disse o jornalista que já foi diretor da Rádio Nacional do país.
Conté adiantou em entrevista à DW África que as figuras indicadas são competentes e com muita experiência.
“O primeiro-ministro fez questão de nomear apenas pessoas com experiência e carreira. Repare que há antigos primeiros-ministros, ex-governantes, que embora tenham pendor da tecnicidade, mas tenham um passado onde provaram ter conhecimentos para as aéreas pelos quais foram nomeados”.
Refira-se que o primeiro-ministro, Aristides Gomes disse, na segunda-feira (15.07), que as nomeações de colaboradores para o seu gabinete não irão ficar pelas pessoas nomeadas e que a maioria não trará mais encargos ao Estado, por serem, disse, funcionários públicos já vinculados ao funcionalismo.“PM nomeou familiares sem qualificações”
Para o líder juvenil Sana Canté, Aristides Gomes está a agir como os seus antecessores que na altura lideravam Governos inconstitucionais, nomeados pelo Presidente guineense, José Mário Vaz. Canté deu exemplo do Executivo chefiado por Umaro Sissoco, que tinha um número mais elevado de conselheiros e assessores, mas que na realidade era uma equipa nomeada à margem da Constituição.
Sana Cante diz que o mais grave é que Aristides Gomes nomeou familiares, muitos deles sem qualificações e sem experiência profissional, para além de um exagero no número de conselheiros especiais. Facto que considera de um Governo em paralelo ao atual.
“Quando [Aristides Gomes] diz que nomeia os conselheiros especiais, não só cai na redundância, em repetir os cargos, ou seja, nomeia o conselheiro para área da comunicação social e assessores para a mesma área da comunicação, facto que se repetiu três vezes. Esses conselheiros, além de serem os seus familiares, não têm qualificações: vendo o despacho, nota-se claramente que estamos perante um conselheiro para assuntos especiais que é um engenheiro, num lugar que não é da sua área de formação, nós vemos ainda outros conselheiros que nem sequer têm formação superior, ou seja, são simplesmente chamados de senhores, e nós vemos ainda outros conselheiros que vêm mencionados sem qualquer título”.

Sobre as justificações dadas pelo chefe do Governo, o Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados entende que o facto de não constar do despacho que os colaboradores do primeiro-ministro não terão remunerações do Estado, significa que Aristides Gomes está a faltar a verdade.
“Ele veio justificar que vários dos nomeados já recebem salário no Estado, pelo que não vai acarretar mais encargos financeiros. Por que é que essa medida não vem expressa no despacho? Quando não vem no despacho o primeiro-ministro está a mentir e a insultar a inteligência do povo. Então que revogue e deixe claro essa posição no novo despacho que vai produzir, aproveitando para eliminar as suas incongruências”. “Nomeados não terão novo vencimento”
Muniro Conté, por seu lado, explica que a maioria das figuras nomeadas já recebia salários do Estado e não terá uma remuneração adicional da mesma fonte de rendimento.
“Em relação a essas pessoas, os ex-ministros e governantes nomeados, beneficiam da subvenção vitalícia. Ou seja, já recebem salários do Estado e só vêm como conselheiros para dar um valor acrescentado ao Gabinete porque os desafios são enormes e há muitos projetos em carteira, no âmbito do programa de governação”, disse Conté uma das figuras nomeadas pelo primeiro-ministro da Guiné-Bissau.
De acordo ainda com o responsável da imprensa do gabinete do primeiro-ministro há uma verba de incentivo aos nomeados que está a ser negociada com os parceiros de desenvolvimento da Guiné-Bissau e que não será suportada pelo erário publico guineense.
Nesta terça-feira (17.07), o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), líder da oposição guineense, as nomeações feitas pelo primeiro-ministro são “irracionais, abusivas e provocatórias” por ocorrerem numa altura em que o Governo “não consegue pagar os salários atempadamente” aos funcionários públicos, diz em comunicado. O Madem considera ainda as nomeações de “esbanjamento do erário” por parte do primeiro-ministro o que é visto por aquele partido como prova de que o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), vencedor das últimas eleições legislativas, é incapaz de promover as reformas que o país precisa.
Conosaba/DW

“VAMOS TRANSFORMAR A SOCIEDADE ATRAVÉS DA CULTURA”, DIZ SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA

Bissau,16 Jul 19(ANG) – O novo secretário de Estado da Cultura quer utilizar o setor para promover rápidas transformações na sociedade, valorizando ativos, línguas e o Carnaval do país que disse deve ser internacionalizado como o do Brasil.
Em entrevista à Lusa, António Spencer Embaló, 41 anos, sociólogo formado em Portugal, disse que vê a Cultura guineense “para além do folclore, do ato lúdico”, como “vetor de transformação social”, fator de emprego e de criação de riqueza, sobretudo dos jovens, observou.
Embaló tem cinco pilares sobre os quais irá assentar a sua ação: Revalorizar os símbolos nacionais (hino e bandeira nacional), recentrar a marca Amílcar Cabral (“pai” da independência e que considerou ser o maior ícone nacional) na mente do guineense, recolocar as línguas da Guiné-Bissau no lugar em que devem estar, identificar o património material e imaterial da cultura e internacionalizar o Carnaval.
No geral, o novo secretário de Estado quer ver a Cultura a ajudar a formar “bons cidadãos, conscientes do seu dever cívico e respeitadores dos valores e regras sociais”, enfatizou.
Em relação às línguas, o secretário de Estado antevê a criação de um instituto que vá cuidar das línguas maternas nacionais, do crioulo e do português, salientando o facto de a Guiné-Bissau ser, pelo menos, um país bilingue, mas onde a grande maioria da população não se expressa na língua oficial, o português.
“É nossa ambição que daqui a uma, duas décadas, a maioria da população guineense se expresse também na sua língua que é a portuguesa”, frisou Embalo.
Sobre o Carnaval, maior manifestação cultural da Guiné-Bissau, o novo secretário de Estado da Cultura quer criar uma estrutura autónoma, tirando-o das mãos do governo, que o organiza anualmente, para que possa ser trabalhado para ser mais conhecido fora do país.
“[O Carnaval] é um dos ícones, é uma das manifestações culturais mais fortes que nós temos (…). A ideia é beber da experiência brasileira, em relação à sua promoção, mas a sua prática terá que ser nossa, porque nos temos um Carnaval muito vivo, muito nosso”, defendeu António Embaló.
Primeira pessoa com cabelos ao estilo “rasta” a ser nomeada governante na Guiné-Bissau, Embaló enfatiza o facto de o seu partido, PAIGC, está dar mostras de evolução.
Embaló manifestou-se ainda satisfeito por não ser julgado pela forma como se apresenta, mas pelo que poderá aportar à sociedade, “independentemente de ter cabelo assim, assado ou cozido”.
Conosaba/ANG/Lusa

APREENDIDOS 600 DOCUMENTOS FALSOS NOS AEROPORTOS NUM ANO. GUINÉ-BISSAU PREOCUPA SEF

Agente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Foto: Miguel A. Lopes/ LusaAlbaneses são os que mais recorrem a este recurso ilegal para tentar entrar no pais, mas são os cidadãos da Guiné-Bissau que mais preocupam as autoridades.
Os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) identificaram, em 2018, 602 documentos de identificação fraudulentos nos aeroportos nacionais. Um número em linha com aquilo que é identificado todos os anos, que ronda entre os 600 e os 700.
Os dados do SEF revelam que a maior parte dos casos dizem respeito a tentativas de imigração ilegal, de quem tenta usar Portugal como ponto de passagem ou como ponto de entrada na União Europeia.
A grande maioria é identificada no Aeroporto de Lisboa (556 documentos), mas há também cidadãos estrangeiros que tentam usar os aeroportos de Faro (21), no Porto (20) e Ponta Delgada (5) como porta de entrada com recurso a documentos falsos.
Entre as nacionalidades que lideram a lista de passageiros apanhados pelos SEF estão os albaneses que, através dos de Lisboa, tentam chegar às Ilhas Britânicas e à América do Norte.
“A tendência atual são cidadãos albaneses que tentam viajar para o Reino Unido, para a Irlanda, ou para o Canada, fazendo uso de documentação fraudulenta. E essa documentação é, 99% das vezes, italiana, romena, e grega”, explica Carlos Albino, Inspetor da Unidade de Peritagem Documental do SEF no Aeroporto de Lisboa, em entrevista à Renascença.
Angolanos, camaroneneses, marroquinos e senegaleses são, depois dos albaneses, as nacionalidades que as autoridades mais detêm nos aeroportos nacionais. Quando são apanhados, raramente conseguem dar informações suficientes que ajudem a chegar aos falsificadores.
“Quando são desmascarados, não querem explicar como é que obtiveram o documento, quanto pagaram, a quem compraram”, revela Carlos Albino. “Alguns dizem que sim, embora não possamos confirmar essas declarações, dizem quanto pagaram em euros ou dólares, onde é que o compraram, mas é sempre um individuo que alguém indicou, na cidade X ou Y. Nunca há uma identidade concreta que se possa indicar às autoridades locais. Isso não acontece”, explica o inspetor.
Embora a imigração ilegal esteja na origem da maior parte dos casos detetados nos aeroportos nacionais, a documentação falsa e contrafeita serve também outros fins: como os vários tipos de tráfico. “Casos em que vêm menores nigerianas, com passaportes alheios, como se fossem adultas, com se tivessem mais de 18 anos”, exemplifica.
“Por vezes vêm com facilitadores. Já houve casos de detenções à chegada de cidadãos que até são residentes legais no espaço Schengen, mas que estão a auxiliar pessoas que vêm com documentos falsos a entrar na Europa”, explica o inspetor do SEF.
Guiné-Bissau é a maior preocupação. Inspetores nem deixam que o avião chegue a Portugal
Apesar de nem sequer constarem do “top 5” das nacionalidades que mais vezes recorre a documentos falsos, os cidadãos da Guiné-Bissau são a maior preocupação das autoridades. Neste caso, os inspetores nem esperam que o avião chegue a Portugal. Sempre que há um voo proveniente de Bissau, os inspetores deslocam-se à capital guineense para fazer o controlo à porta do avião.
“Vamos todos os meses, várias vezes, à Guiné-Bissau. Uma equipa do SEF sai daqui no voo Lisboa-Bissau, e lá, antes dos passageiros do voo Bissau-Lisboa embarcarem, à porta do avião verifica toda a documentação. Se é genuína, se é valida para entrar em Portugal e no espaço Schengen. Caso haja alguma irregularidade essa pessoa já não embarca. Quando o voo chega a Lisboa vem limpo. É o chamado controlo pré-boarding”, explica o responsável.
“O voo da Guiné-Bissau sempre trouxe muita fraude para Lisboa”, diz o inspetor do SEF à Renascença. “Em cerca de 50% dos voos detetamos fraudes. Vários tipos de fraude, desde residências contrafeitas, páginas biográficas falsas, uso de documentos alheios”, elenca Carlos Albino.
De acordo com o responsável do SEF, esta prática acontece há cinco anos, desde o episódio em que 74 sírios embarcaram em Bissau com documentos falsos e depois da tripulação da TAP ter sido ameaçada pelas próprias autoridades guineenses.
Documentos são mais difíceis de falsificar, mas falsifica-se cada vez melhor

De acordo com o inspetor desta autoridade, a falsificação de documentos é cada vez mais difícil dada a complexidade desse processo. Mas isso não tem impedido os falsificadores de o fazer.
“Os documentos são cada vez mais seguros, mas quem os falsifica também acompanha essa evolução. Temos apanhado fraudes já com algum nível de sofisticação. Já detetamos passaportes electrónicos contrafeitos, com o chip contrafeito inserido no interior do passaporte, que quando lido pelas nossas máquinas abre a fotografia igual à que está na página biográfica. Embora essa página seja falsa, o chip apresenta-nos uma fotografia igual”, revela o agente da autoridade.
Carlos Albino recorda o nosso antigo bilhete de identidade como exemplo. “Todos nos lembramos do nosso antigo bilhete de identidade, aquele amarelo, um pedaço de papel com plástico em seu redor, laminado, de muito fraca qualidade. O BI grego é do mesmo género, é um papel plastificado. A carta de identitatitaliana, para alem de haver milhares furtadas em branco de que se desconhece o seu paradeiro e que podem ser usadas por falsificadores, também é fácil de reproduzir, é um simples papel dobrado. O BI romeno, embora não seja papel, também é facilmente falsificável, e portanto, para viajarem para o Reino Unido ou para a Irlanda, estas nacionalidades não precisam se passaportes”, diz.
Conosaba/rr.sapo.pt/

PAIGC LAMENTA POSIÇÃO “MUITO PASSIVA” DE CABO VERDE SOBRE SITUAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU


O presidente da comissão política do PAIGC em Cabo Verde lamentou hoje a atuação “muito passiva” do país, considerando que Cabo Verde deveria ter uma “posição clara” sobre a crise política que a Guiné-Bissau viveu nos últimos cinco anos.
PAIGC lamenta posição 
“Para mim, Cabo Verde foi muito passivo em termos de intervenção, para apoiar claramente uma das posições, uma do lado do Presidente da República e outra do coletivo que alinha com o PAIGC. É opinião pessoal, mas senti que Cabo Verde devia ter uma posição clara sobre a situação da Guiné-Bissau nos últimos cinco anos”, disse Pedro Barbosa Mendonça.

O presidente da comissão política do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) em Cabo Verde falava em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para manifestar apoio e incentivar a candidatura do líder do partido, Domingos Simões Pereira, às eleições presidenciais na Guiné-Bissau, marcadas para novembro próximo.

Sobre a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Pedro Barbosa Mendonça agradeceu a atuação, mas afirmou que a comunidade não poderia ir além do que tem feito até agora, explicando as leis e soberania da Guiné-Bissau não podem ser comprometidas.

“É nesta base que a CEDEAO, às vezes de uma forma morna, atua daquela forma, mas agradeço pessoalmente a CEDEAO como tem atuado até agora, ajudou e a última decisão levou com que o Governo tomasse posse depois de quadro meses das eleições legislativas”, mostrou.

Mais de três meses após as eleições legislativas de 10 de março, o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, rejeitou indigitar como primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC.

O partido vencedor das eleições acabou por indicar Aristides Gomes, então chefe do Governo cessante, para o cargo, o que o chefe de Estado aceitou, mas sem nomear imediatamente o novo executivo.

O novo Governo foi nomeado a 03 de julho, quase quatro meses depois das legislativas, e no último dia do prazo dado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Na última crise política, o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, também presidente em exercício da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), pediu prudência, sentido de responsabilidade e amor à pátria aos dirigentes guineenses.

O Presidente cabo-verdiano disse ainda que a comunidade internacional acompanhava a situação política na Guiné-Bissau “com toda atenção” e “com alguma preocupação”, esperando que a “sabedoria” que o povo guineense tem demonstrado nos últimos tempos possa manter o país “calmo, tranquilo, estável e sem convulsões relevantes”.

Uma grave crise política teve início da Guiné-Bissau em 2015 após o Presidente guineense, José Mário Vaz, ter demitido das funções de primeiro-ministro o presidente do PAIGC, partido que venceu as legislativas em 2014, acusando-o de corrupção e nepotismo.
Notabanca; 17.07.2019

NOVO MINISTRO DE INTERIOR PRETENDE REPOR A AUTORIDADE DE ESTADO NO PAÍS


O governante afirmou que pretende incutir regras de funcionamento naquela instituição, de forma a repor a autoridade de Estado no país.
Juliano Fernandes, em declarações â imprensa após visitas que efetuou hoje à todos os departamentos que compõe o Ministério do Interior, salientou que irá reorganizar as estruturas daquela instituição para que a autoridade de Estado seja uma realidade no país.“Mas será uma autoridade legal do Estado, porque, antes de mais, é uma autoridade que vela pelo bem estar das populações”, disse o governante.Juliano Fernandes disse que um Estado sem autoridade, torna-se fraco e consequentemente inoperante. “Temos uma palavra a dizer nessa matéria e por isso é importante que organizemos melhor e que respeitemos as normas e tenhamos as condições de trabalho minimamente necessárias para nos capacitar e dar respostas quando fomos interpelados a agir”, frisou.O ministro do Interior sublinhou que irão estar presentes em todo o território nacional com patrulhas e vigilâncias no domínio da prevenção e do combate a criminalidade, acrescentando que só isso é que traz as garantias de sossego à população.Instado a falar sobre a possibilidade de extinção do Posto de Controlo de Safim, arredores de Bissau, Juliano Fernandes respondeu que o Governo não está em condições hoje de puder dizer o que pensa daquela Brigada de Controlo assim como dos que existem noutras localidades do país.“Os Postos  de Controlo são necessários mas devem situar-se onde é preciso. Os Postos são colocados estrategicamente porque é necessário para que a presença do Estado e das autoridades sejam visíveis e estejam onde são  mais úteis, de forma a não atrofiar e nem limitar a mobilidade da nossa população”, explicou.Juliano Fernandes salientou que é preciso que as pessoas se movam em liberdade dentro do seu território mas em estrita observância e respeito às leis, cumprindo os deveres da cidadania e  que o Estado crie as condições para que as populações possam gozar os seus direitos.“Portanto, os Postos de Controlo não podem estar para atrapalhar ninguém num determinado sitio, mas sim devem estar onde é preciso para assegurar garantias de que a ordem e a tranquilidade é respeitada e a prática de actos ilícitos devem ser prevenidas e combatidas”, rematou a concluir.Notabanca, 17.07.2019

Combate a desflorestação: ONG ESPANHOLA ENTREGA DUZENTOS MIL VIVEIROS AO GOVERNO GUINEENSE

15/07/2019 / OdemocrataGB / No comments

 

A Organização Não Governamental – “Bosque y Comunidad” do Reino de Espanha que opera no país, entregou esta segunda-feira, 15 de julho de 2019, à direcção-geral das Florestas e Fauna, o Viveiro Florestal e Central instalado na aldeia de Embunhe, setor de Bissorã, região de Oio no norte da Guiné-Bissau. A cerimónia da entrega contou com a presença das autoridades setoriais, delegados regionais da floresta,  dos representantes da ONG “Bosque y Comunidad” e do Embaixador do Reino de Espanha na Guiné-Bissau.

O viveiro florestal e central de Embunhe dispõe 200 mil diferentes  espécies de plantas, desde o Bissilão, Pau de Conta, Pau de Carvão, Farroba, entre outros.  As 200 mil espécies foram todos recolhidos localmente, nas diferentes regiões do país, através das estruturas da delegacia regional da floresta e serão distribuídas para a repovoação florestal em todo o território nacional a partir de 17 de julho, perspetivando-se replantar quatro a seis hetares em cada região.

O viveiro ocupa uma área de cerca de três hectares e meio e encontra-se vedado com arrame para protegê-lo da entrada de animais ou de pessoas estranhas, a fim de não estragar as sementes. Dispõe igualmente de um furo de água para irrigar as plantas através de um sistema de irrigação aérea. 

Presidindo a cerimónia da entrega, o Embaixador do Reino de Espanha no País, Marcos Rodrigues Canteiro, disse que o seu país está disponível a trabalhar com as autoridades guineenses para a implementação de projetos de conservação do ambiente e florestas bem como do desenvolvimento sustentável.

Assegurou que a reconstrução da floresta sustentável é um trabalho que considera muito complicado e  requer esforço de todos, em particular da comunidade e dos técnicos para o seu desenvolvimento. 

O diretor-geral das Florestas e Fauna, Augusto Fernandes Cabi, explicou na sua declaração aos jornalistas que o executivo,  através daquela direcção-geral  engajou-se a fazer a replantação das arvores em todas as áreas consideradas degradas e zonas afectadas drasticamente pelos cortes.

“Lembro que já tinha frisado aos técnicos depois da minha nomeação em 2018 que não podíamos fazer a replantação de arvores naquele ano devido a falta de condições e que deveríamos prepararmo-nos para este ano. Defendi a ideia naquela altura que não era normal continuarmos a comprar plantas (viveiros) ao Senegal, porque temos melhores condições para fazer o viveiro e avançar para replantação. Decidi não comprar plantas e criar condições necessárias para a implementação dos projetos de viveiros e depois seguimos para a identificação dos campos e trabalhar. Hoje é uma realidade. O que estamos a ver aqui gracas ao apoio dos nossos parceiros e graças aos esforços de todos, vamos avançar para a replantação no próximo dia 17 de julho”, espelhou.

Informou ainda que conseguiram ampliar o viveiro que antes tinha sete mil metros quadrados. Atualmente conta com três hectares e meio e dispõe de outros viveiros em Coli (Quebo) e Pirada (Gabú), que segundo ele, foram criados no quadro da descentralização dos viveiros para cada província do país. Acrescentou que no próximo ano perspetiva-se produzir um milhão de plantas.   

Para o coordenador da ONG “Bosque y Comunidad”, Inácio Merceles, a população de Embunhe merece louvor pela colaboração e disponibilidade para a efectivação do projeto que consolidou o Viveiro Florestal e Central, tendo acrescentado que a população beneficiou de vários apoios através de projetos de desenvolvimento comunitário devido à sua colaboração e disponibilidade. 

“Não estamos aqui para tomar conta dos Viveiros, mas para apoiar tecnicamente as autoridades no sentido de melhorar algumas condições. O viveiro é do governo da Guiné-Bissau, por isso apelamos ao novo governo  que tenha em conta a importância do viveiro”, aconselhou. 

Por: Assana Sambú

Fome afetou mais de 821 milhões de pessoas no mundo em 2018

A fome no mundo está a crescer há três anos consecutivos, tendo afetado 821,6 milhões de pessoas em 2018, contra as 811 milhões registadas no ano anterior, segundo um relatório assinado por várias agências da ONU hoje divulgado.

Em termos mais precisos, uma em cada nove pessoas no mundo não tinha o suficiente para comer em 2018, segundo os dados do relatório anual ‘O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo’, documento assinado, entre outras agências, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Após várias décadas em queda, o flagelo da fome começou novamente a ganhar dimensão a partir de 2015, referiram as agências signatárias do relatório, apontando que a desnutrição continua a persistir em vários continentes: Ásia (513,9 milhões de pessoas, mais de 12% da população afetada), África (256,1 milhões de pessoas, cerca de 20% da população afetada) e América Latina e Caraíbas (42,5 milhões de pessoas, menos de 7% da população afetada).

O relatório, coassinado também pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) e pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD), estimou ainda que, durante 2018, mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 8% vivem na América do Norte e na Europa, não tiveram um acesso regular a alimentos suficientes, seguros e nutritivos, ou seja, viveram numa situação de insegurança alimentar moderada ou grave.

A perspetiva de ter um mundo sem pessoas desnutridas até 2030, um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável inscritos na Agenda 2030 da ONU, apresenta-se como “um enorme desafio”, apontou o relatório.

“Para preservar a segurança alimentar e nutricional, é essencial aplicar políticas económicas e sociais que consigam compensar a todo o custo os efeitos de ciclos económicos adversos, evitando a redução de serviços essenciais como os cuidados de saúde e a educação”, frisou o documento.

Apelando a uma “transformação estrutural” que seja verdadeiramente inclusiva ao nível dos mais pobres, as agências da ONU defendem que todas as preocupações relacionadas com a segurança alimentar e a nutrição sejam integradas “nos esforços para a redução da pobreza” no mundo, ao lado de outros assuntos igualmente prioritários como a desigualdade de género ou a exclusão de grupos sociais.

O documento também apontou que os progressos para reduzir para metade o número de crianças com atrasos no crescimento, outras das metas da Agenda 2030, têm sido insuficientes.

Atualmente, a nível mundial, cerca de 149 milhões de crianças com menos de cinco anos têm um crescimento deficitário. E um em cada sete bebés no mundo, cerca de 20,5 milhões, nasceu, em 2018, com baixo peso.

Paradoxalmente, o relatório observou que o excesso de peso e a obesidade também continuam a aumentar em todas as regiões do mundo, especialmente entre os menores em idade escolar e nos adultos.

No ano passado, cerca de 338 milhões de crianças e adolescentes em idade escolar apresentavam sinais de excesso de peso e um em cada oito adultos no mundo (672 milhões de pessoas) eram obesos.

NAOM