JOSÉ MARIA NEVES REAGE ÀS DECLARAÇÕES PROFERIDAS POR SISSOKO EMBALÓ SOBRE PAICV E EXIGE PEDIDO DE DESCULPA


O ex-primeiro-ministro e ex-presidente do PAICV, José Maria Neves, mostrou-se insatisfeito com as recentes declarações do candidato presidencial da Guiné-Bissau, Umaru Sissoko Embaló, em que este afirma que aquele partido é o “mal” de Cabo Verde.Numa publicação efectuada na sua página do Facebook, José Maria Neves afirmou que, apesar dos constrangimentos inerentes, Cabo Verde sempre se respeitou e em nenhum momento foi subserviente face aos outros.

Na sequência dos encontros com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, e militantes do seu partido, o Movimento da Alternância Democrática (MADEM-G15), na Praia, recordou Neves que Umaru Sissoko Embaló teceu “duras críticas” ao PAIGC, considerando-o um cancro, que deve ser extirpado, e o “eixo do mal” da Guiné-Bissau.“Segundo ele, em Cabo Verde, o eixo do mal é o PAICV (presume-se que também deve ser extirpado do campo político), e regozijou-se com a sua derrota nas eleições de 2016”, reclamou o ex-primeiro ministro cabo-verdiano.Prosseguindo, acrescentou que sempre que se tentou dividir o mundo entre o bem e o mal e impor o bem, os resultados foram “catastróficos”.“Cada um, em Cabo Verde, no âmbito das famílias e alianças políticas a que pertence, pode apoiar este ou aquele candidato, eu mesmo apoio Domingos Simões Pereira, do PAIGC, como apoiaria o PS, em Portugal, o PSOE, em Espanha, ou o Partido Trabalhista inglês”, escreveu.Este apoio de José Maria Neves, disse, sempre aconteceu “numa perspectiva de tolerância e de respeito mútuo”.“Não posso, de modo nenhum, considerar os adversários políticos dos meus companheiros e amigos da esquerda democrática, como forças do mal, cancros que devem ser eliminados do espaço político”, frisou.Para José Maria Neves, Sissoko Embaló, ao sugerir que um dos partidos políticos cabo-verdianos é uma força do mal, “imiscuiu-se grosseiramente” nos assuntos internos de Cabo Verde, “desrespeitando gravemente” o PAICV, um dos pilares da democracia.Neves defendeu, igualmente, que os mais altos dignitários do país que receberam o candidato guineense “deviam, no mínimo, exigir-lhe um pedido de desculpas”.“Hoje, ele insulta o PAICV, amanhã, aquele insulta o MpD, como ontem Faustino Embali, primeiro-ministro recente e ilegalmente nomeado por José Mário Vaz, insultara grosseiramente o ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades de Cabo Verde, chamando-o de fascista e neocolonialista, pelo facto de apoiar as decisões da CEDEAO e da comunidade internacional a propósito da crise política naquele país”, argumentou.José Maria Neves reforçou ainda que Cabo Verde é um Estado de Direito Democrático, onde as instituições funcionam e são respeitadas e “os partidos políticos são pessoas de bem e esteios essenciais das liberdades civis e políticas e da democracia”.“Não se pode permitir que venha um candidato de outro país, ainda que amigo, contaminar o espaço político, maltratar os partidos políticos com assento parlamentar, e instigar a intolerância, a violência e o medo”, prosseguiu, acrescentando que “só quem não se respeita e não tem sentido de Estado pode permitir tamanho despautério”.José Maria Neves terminou afirmando que ainda se vai a tempo de reparar essa “desconsideração” ao país e às suas instituições democráticas e de exigir um pedido público de desculpas.As eleições Presidenciais naquele país acontecem este domingo, 24 de Novembro. Ao todo, são 12 as figuras que querem chegar à Presidência da Guiné-Bissau, um candidato a menos do que em 2014.Notabanca; 23.11.2010

Publicada por notabanca 

Como garantir que os boletins de votos cheguem a tempo nas localidades mais remotas do país?

Por ONU na Guiné-Bissau

O arquipélago dos Bijagós, com 17 267 eleitores espalhados por 88 ilhas levou as autoridades Bissau-guineenses a estabelecer um sistema de processo eleitoral meticuloso e específico para chegar mais perto da população durante as eleições presidenciais. O material de voto foi recebido em Bubaque, que beneficia-se duma posição mais central que Bolama no arquipélago e garante, portanto, uma melhor logística no transporte de equipamentos para as 77 mesas de voto. Dada a distância entre ilhas e a dependência das marés para a circulação dos barcos, algumas mesas tiveram a particularidade de receber o material um dia antes das eleições, ao contrário do resto do país. Assim, desde ás 5h00 da manhã nesse dia 23 de novembro, foi possível observar no porto de Bubaque dezenas de pirogas a navegar para Canhabaque, Formosa, Unhocomo, Caravela, ou Bolama com a bordo boletins, listas de eleitores, urnas seladas, cabines de votação e voluntários que irão durmir com o equipamento para evitar qualquer risco de substituição.

O Presidente da Comissão Regional de Eleições (CRE) para Bolama-Bijagós, Fernando Gomes Mendes, que pela sétima vez organiza eleições no país, afirma que considerando a situação geográfica peculiar dos Bijagós, nunca houve problemas graves e, após a contagem dos votos, são poucas ou inexistentes as reclamações que chegam até a Presidência da CRE. O Presidente também decidiu entregar uns 15% de boletins a mais para cada mesa, a fim de evitar qualquer possivel falta de equipamento no dia do voto.

Apesar da organização minuciosa, a taxa de abstenção durante as ultimas eleições de março de 2019 foi mais alta nos Bijagós (20,4%) em relação à taxa nacional (15,3%). Uma situação que se explica principalmente visto a distancia das mesas de votos, localizadas ás vezes em ilhas diferentes de onde vivem alguns eleitores.

Posted by FALADEPAPAGAIO 

Campanha eleitoral: DSP CONFIANTE NA VITÓRIA LOGO À PRIMEIRA VOLTA

22/11/2019 / OdemocrataGB / No comments

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O candidato Domingos Simões Pereira, apoiado pelo PAIGC, disse na noite desta sexta-feira, 22 de novembro de 2019, que será vencedor das presidenciais de domingo, logo à primeira volta.
“Obviamente, tendo em conta o apoio que tenho tido, sobretudo, depois da apresentação do meu manifesto político, tenho a obrigação de acreditar”, reafirmou. 

Simões Pereira voltou a pedir aos eleitores a afluirem  massivamente às urnas, para evitar que haja um índice elevado de abstenção.
Assegurou neste sentido estar disposto a aceitar qualquer resultado a partir do momento em que a CNE declarar o vencedor do escrutínio de domingo.

Numa breve entrevista aos jornalistas antes de subir ao palco para discursar, Domingos Simões Pereira prometeu  que, caso seja eleito, a sua responsabilidade, enquanto Presidente da República será única, a de respeitar o povo.  

“Toda a mobilização que tenho visto por toda Guiné não diminui nem aumenta, apenas confirma aquilo que é a minha convicção de que é chegado o momento de transformar a Guiné-Bissau”, indicou.

Domingos Simões acredita na sua vitória logo na primeira volta, mas diz sentir que tanto ele como o seu partido trabalharam para ter algum resultado e cabe ao povo julgar quem é, realmente,  perturbador.

Por: Filomeno Sambú

OPINIÃO: “Guiné-Bissau: uma eleição decisiva”

POR: Jaime Nogueira Pinto
Especialista em Assuntos Internacionais

Na lista de presidenciáveis, o actual Presidente, José Mário Vaz, vem em quinto. Talvez por isso tenha procurado criar uma situação de instabilidade que pudesse levar ao adiamento sine die da eleição.

No próximo Domingo 24 de Novembro há eleições presidenciais na Guiné-Bissau. São eleições decisivas para o futuro de um país lusófono constantemente adiado e bloqueado pela instabilidade política. Ao contrário de Angola e Moçambique, a Guiné-Bissau, depois da independência, não teve uma guerra civil prolongada, embora tenha tido uma grave crise político-militar em 1998-99, presidentes e altos dirigentes políticos e militares assassinados, e problemas sérios de crime organizado como corredor de narcotráfico.

As eleições presidenciais de Domingo 24 são muito importantes: o país vive há anos uma paralisação a nível de decisão, motivada pelo conflito entre o Presidente da República e o líder do partido maioritário, o PAIGC. O presidente José Mário Vaz, economista de formação e antigo Ministro das Finanças, eleito à segunda volta em 2014 numa candidatura apoiada pelo PAIGC, alimenta um ódio de estimação pelo líder do partido, Domingos Simões Pereira.

Simões Pereira, de 56 anos, é engenheiro civil, foi Ministro das Obras Públicas em 2004-2005 e depois Secretário Executivo da CPLP, cargo que lhe trouxe prestígio e amizades nos países lusófonos, particularmente em Portugal. Em Fevereiro de 2014, no 8º Congresso, realizado no Cachéu, foi eleito presidente do PAIGC, sendo depois Primeiro-ministro, entre Julho de 2014 e Agosto de 2015. Foi quando José Mário Vaz o demitiu, na sequência de uma digressão política de Domingos pela Europa que incluiu uma visita a Bruxelas, onde conseguiu grandes apoios da Comissão para o país. Tudo isto foi congelado por Mário Vaz. À demissão de Simões Pereira seguiram-se os subterfúgios e artifícios vários a que Mário Vaz foi recorrendo para não o nomear. Assim, em quatro anos, o actual Presidente conseguiu a proeza de ter oito primeiros-ministros, sempre bloqueando soluções que incluíssem Simões Pereira.

Também por isto, Domingos Simões Pereira decidiu concorrer às eleições presidenciais, uma vez que o PAIGC é o primeiro partido do país e tem maioria no Parlamento, com uma aliança com dois pequenos partidos, maioria essa que José Mário Vaz também já tentou perturbar.

Os principais adversários de Domingos, além de Mário Vaz, são Nuno Nabiam e Umaro El Mokhtar Sissoco Embaló:

Nabiam é o actual líder do APU-PDGB, lançado na ribalta pelo falecido Kumba Yalá, então líder e fundador do PRS. Como Kumba, Nabiam é Balanta e foi o candidato independente que em 2014 foi derrotado na segunda volta por Mário Vaz;
Sissoco Embaló, de 47 anos, muçulmano e de etnia Fula, é outro candidato do pelotão da frente, considerado favorito a seguir a Simões Pereira. Sissoco, que em tempos apoiado pela Líbia de Kadafi e pelo ex-Presidente Bashir do Sudão, tem recursos financeiros que distribui generosamente por eleitores e comunicadores e cultiva relações com presidentes e altos dignitários africanos, com quem se faz fotografar. Foi acusado pelo actual governo de fomentar actos de violência destinados a levar ao adiamento das eleições de 24 de Novembro.

Ainda na corrida às presidenciais está Carlos Gomes Júnior, “Cadogo”, que foi líder do PAIGC e Primeiro-ministro pela primeira vez entre Setembro de 2004 e Novembro de 2005. Cadogo, uma personalidade da burguesia comercial da Guiné, começou a sua carreira com Nino Vieira, mas os dois separaram-se no conflito de 1998/99, quando Nino foi derrubado pela Junta Militar e Carlos Gomes se juntou a Ansumane Mané. Gomes Júnior voltou a ser Primeiro-ministro entre 2009-2012, depois do PAIGC vencer as eleições com maioria absoluta, mas foi derrubado por um golpe militar chefiado por António Indjai, outro Balanta, que o deteve na Guiné. Carlos Gomes Júnior veio mais tarde para Portugal e concorre agora como independente.

Nesta lista de presidenciáveis, o actual Presidente, José Mário Vaz, vem em quinto. Talvez por isso tenha procurado criar uma situação de instabilidade que pudesse levar a um adiamento sine die da eleição.

Além da sua insistência obsessiva em não nomear Simões Pereira Primeiro-ministro, Mário Vaz, que tem fomentado cisões no PAIGC, instigado dissidências e feito e desfeito governos, é visto pela maioria dos políticos do país e pelos responsáveis diplomáticos em Bissau como emocionalmente instável, movido por humores e caprichos político-pessoais que condicionam o seu comportamento: procedeu inconstitucionalmente à demissão do governo de Aristides Gomes, o primeiro-ministro indigitado pelo PAIGC, e, perante a resistência do governo e o fracasso da nomeação de um gabinete fantasma – e sobretudo perante a condenação unânime da CEDAU, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, da União Africana, da União Europeia, da CPLP, dos Estados Unidos, de Angola e de Portugal –, ainda apelou, sem sucesso, a uma intervenção militar.

Em conclusão, perante uma derrota anunciada, Mário Vaz empreendeu uma escalada de medidas para conseguir adiar as eleições, ou mesmo evitá-las, de modo a prolongar o seu mandato: desordem nas ruas, demissão do Governo, apropriação de méritos no combate ao tráfico de droga, “golpe de Estado” político e tentativa de golpe militar.

A maciça reacção da comunidade internacional, a recusa dos militares guineenses em se deixarem instrumentalizar, o pronto esclarecimento pelo embaixador americano em Dakar de que o combate ao narcotráfico era mérito, não de Mário Vaz, mas do Governo e, sobretudo, do departamento policial com essa função, vieram pôr em causa a campanha de auto-branqueamento do Presidente em exercício.

Domingo ver-se-á se os eleitores decidem na primeira volta o futuro da Guiné ou se deixam para o fim de Dezembro a decisão.à(s) 11/23/2019 04:30:00 da tarde

«MANIFESTO ELEITORAL» CANDIDATO CARLOS GOMES JÚNIOR GARANTE A PAZ E ESTABILIDADE SOCIAL A TODOS OS CIDADÃOS GUINEENSES, CASO FOR ELEITO

O candidato independente, Carlos Gomes Júnior, promete unir esforços para que em conjunto com os restantes órgãos de soberania para garantir a paz e estabilidade social a todos os cidadãos guineenses, caso for eleito Chefe de Estado no dia 24 novembro
Conhecido em Bissau por “Cadogo Filho”, falava a imprensa esta quinta-feira, após a cerimônia de apresentação do pública do seu manifesto eleitoral, num dos hotéis da capital guineense.

Aos jornalistas, Gomes Júnior diz que é o único candidato com experiência para servir o nesta altura de grandes desafios que a Guiné-Bissau enfrenta.

https://youtu.be/qTU8LaFGi5o

Alison Cabral Conosaba/Aliu Cande 

Guiné-Bissau: “Sistema eleitoral é tão transparente que não permite fraude”

Cerca de 2 mil agentes das forças de defesa da Guiné-Bissau votam antecipadamente nesta quinta-feira (21.11) nas presidenciais, agendadas para domingo, dia 24. CNE diz que o processo é um dos mais transparentes do mundo.

Caderno eleitoral com dados dos eleitores da Guiné-Bissau

Caderno eleitoral com dados dos eleitores da Guiné-Bissau

As forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau que vão trabalhar no dia das eleições presidenciais, próximo domingo (24.11), já estão a votar em todo o território nacional para eleger o futuro Presidente da República, garantiu nesta quinta-feira (21.11) à DW África a porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) do país.

“Já começou a votação dos militares e paramilitares que, no dia das eleições, vão garantir segurança ao processo eleitoral. Uma média de 1.600 homens. Quanto aos cidadãos que se recensearam na Guiné-Bissau e que não estarão no país no dia da votação, temos cerca 60 eleitores que vão votar ainda hoje”, disse Felisberta Moura Vaz.

A votação antecipada vai decorrer em todas as regiões. “Em Bissau, capital do país, decorre na Comissão Regional de Eleições e também no interior do país tem lugar nas respetivas sedes regionais da CNE”, precisou Moura Vaz.

Mais de 700 mil guineenses votam no domingo para escolher o próximo Presidente do país, entre 12 candidatos. A campanha eleitoral termina nesta sexta-feira (22.11). Em entrevista exclusiva à DW África, a CNE garante que, tanto na diáspora como em todo o país, a logística eleitoral está garantida para assegurar eleições transparentes no próximo domingo.

Fraude eleitoral em curso?

Guinea-Bissau Wahlen CNE Bissau Felisberta Moura

Cada concorrente tem fiscais na mesa de voto

Nos últimos dias da campanha eleitoral, o candidato suportado pelo segundo maior partido no Parlamento guineense, o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), Úmaro Sissoco Embaló, tem dito que há uma tentativa de fraude eleitoral para favorecer o candidato do partido no poder, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira.

Sissoco ameaça não aceitar os resultados, tendo afirmado que qualquer irregularidade poderia levar o país a uma guerra civil. O candidato e líder de Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), suportado pelo Partido da Renovação Social (PRS), Nuno Gomes Nabian, igualmente vice-presidente do Parlamento, avisou à comunidade internacional que não “vai aceitar que fabriquem Presidente, que não ganhou eleições nas urnas”.

À DW África, a porta-voz da CNE minimizou essas afirmações e garantiu que o processo eleitoral da Guiné-Bissau “é dos mais transparentes que existe”, por ser fiscalizado passo a passo pelos representantes dos concorrentes nas eleições.

“O nosso sistema eleitoral é tão transparente, mas tão transparente, de forma que falar de eventuais fraudes é quase impossível. Temos um sistema eleitoral cascata: a contagem dos votos é feita nas assembleias na presença dos fiscais dos candidatos e as atas são preenchidas no local e assinadas por todos os membros da mesa e os representantes dos candidatos”, explicou Moura Vaz.

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Guiné-Bissau: “Sistema eleitoral é tão transparente, que não permite fraude”

A também secretária-executiva adjunta da CNE disse ainda que as atas dos resultados de cada mesa de voto são levadas para as Comissões Regionais de Eleições, onde também os concorrentes têm os representantes que fiscalizam o trabalho.

“Não se faz nada atrás dos fiscais dos candidatos, e mais: o Ministério Público está presente para fiscalizar a legalidade do ato. Após o apuramento nas assembleias de voto, nas comissões regionais, na presença dos fiscais dos concorrentes, segue-se para a CNE, onde também têm mandatários que acompanham tudo de perto”, esclareceu Moura Vaz, que salienta que depois da votação, todos os candidatos têm as atas com os resultados das mesas de voto para posterior comparação com os resultados da CNE.

Divulgação das mesas de voto

Também os candidatos questionam o porquê de a CNE até então não ter publicado o mapa com locais de votação, para que os eleitores possam saber aonde vão exercer o seu direito de voto no domingo próximo. Os apoiantes dos candidatos da oposição dizem que a não afixação dos locais de votação e dos nomes dos eleitores que vão votar faz parte da estratégia de fraude montada pela CNE para favorecer o candidato do PAICG, Domingos Simões Pereira.

Guinea-Bissau - Wahlzählung

Equipas de recenseamento (Foto de arquivo/2018)

“Estão a fazer confusão. Há duas situações aqui completamente infundadas na lei. A CNE não pode afixar a lista definitiva dos eleitores porque não é a CNE quem faz o recenseamento eleitoral, é neste caso o Governo. E mais: o caderno eleitoral que vai ser usado nestas eleições são os das legislativas de março passado. O artigo 50, ponto número 2, é que a CNE só faz publicidade do mapa (locais de votação), o que está a ser feito há muito tempo nos órgãos de comunicação social e através das equipas de sensibilização que estão no terreno”, afirma a porta-voz da CNE.

Felisberta Moura Vaz avançou também que todos os candidatos já têm em mãos um dispositivo electrónico (pen drive) que contém o mapa com a localização das mesas de voto e disse que “não há nenhum eleitor que, neste momento, não saiba aonde vai votar, porque são os mesmos (locais) das legislativas de março”.

DW

Eleições presidenciais: MEMBROS NÃO PERMANENTES DA CNE ATRASAM VOTAÇÃO DE MILITARES E PARAMILITARES EM BISSAU

Os membros não permanentes junto à Comissão Nacional de Eleições (CNE) atrasaram o início dos trabalhos de votação antecipada reservada às forças de defesa e segurança, destacadas para assegurar processo de votação no domingo, tanto em Bissau como nas regiões. 

O processo que devia ter o seu início às 7 horas, só arrancou depois das 8 horas desta manhã, mais de uma hora de atraso, indicou Fernando Bacurim, presidente da Comissão Regional de Eleições de Setor Autónimo de Bissau.

Em causa , segundo o responsável da CRE de Bissau, está uma dívida de mais de cento e sessenta milhões de francos CFA, contraída pelo governo nas eleições legislativas de 10 de março para com os representantes dos partidos políticos junto à Comissão Nacional de Eleições. 

A votação está a decorrer nas instalações da CRE de Bissau e nas imediações também.

“Neste momento, como pode constatar no terreno, o  processo está a decorrer normalmente. Começamos depois das 8 horas, porque os representantes dos partidos políticos nas eleições legislativas tentaram perturbar o processo, mas acabaram por se retirar do recinto da CRE depois do nosso pedido”, informou. Porém, diz ao repórter de O Democrata desconhecer da dívida nem do pagamento ou não da mesma.   

Segundo Fernando Bacurim, as reinvindicações dos representantes dos partidos políticos duraram algum tempo e eram feitas junto à CNE, mas só esta quinta-feira, 21 de novembro de 2019, tentaram perturbar a votação antecipada.  

Voto antecipado, nos termos da lei, também é extensivo às pessoas em mobilidade ou eleitores guineenses que se deslocam para o estrangeiro, por exemplo, para participar nas conferências, estágios ou que eventualmente tenham que viajar por algum ou outro motivo antes do escrutínio, mas tem que ser mediante um pedido de viagem autorizado pelos seus superiores hierárquicos.

“Faz-se mediante uma ordem de missão, carta convite e bilhete de avião como comprovativos”, precisou.

Fernando Bacurim garante, no entanto, que pequenas falhas ocorridas na votação de 10 de março, em alguns bairros circundantes de Bissau, foram saneadas e espera que a votação de domingo não crie  transtornos à sua equipa nem aos agentes da mesa.

Por: Filomeno Sambú

OdemocrataGB

Oceanografia: GOVERNO QUER IDENTIFICAR QUANTIDADE E QUALIDADE DO PESCADO NO MAR DA GUINÉ-BISSAU

20/11/2019 / OdemocrataGB / No comments

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O ministro de Conselho de Ministros, Assuntos Parlamentares e Porta-voz do governo revelou que um navio oceanográfico espanhol denominado “VIZCONDE DE EZA” está no país para fazer investigação científica e avaliar as principais espécies do pescado (peixes, crustáceos e cefalópodes) nas águas territoriais da Guiné-Bissau. O navio está no país no âmbito de cooperação entre Ministério das Pescas guineense e o Instituto Espanhol de Oceanografia. 

Depois da visita realizada nesta quarta-feira, 20 de novembro de 2019, ao navio espanhol atracado no Cais de Pindjiquiti, Armando Mango criticou o fato de o país estar a explorar seus recursos haliêuticos sem saber quantidade e que tipo de espécies tem no seu mar e como esses recursos devem ser explorados para beneficiar a geração vindoura.

O governante que estava ladeado de técnicos do Ministério das Pescas e equipa espanhola ligada ao navio, informou que o executivo liderado por Aristides Gomes, em colaboração com a União Europeia, decidiu trazer este navio espanhol ao país para ter dados científicos sobre a quantidade e espécies do pescado que o mar guineense tem. Neste sentido, assegurou que os técnicos guineenses vão fazer parte da equipa espanhola que irá efetuar investigação científica nas águas guineenses durante 17 dias.

“Para que não fiquemos a depender apenas da cooperação estrangeira”, sublinhou Armando Mango em declaração aos jornalistas.

Por sua vez, a embaixadora da União Europeia no país, Sonia Neto, alertou que os resultados desta campanha e os trabalhos do Centro de Investigação Científica Pesqueira Aplicada (CIPA), serão cruciais para a Guiné-Bissau, uma vez que deverão assegurar a produção sustentável dos recursos haliêuticos distribuídos nas águas guineenses. 

Dados a que O Democrata teve acesso indicam que a iniciativa é financiada pela União Europeia, através do apoio setorial ao acordo das pescas que representa um total de 4 milhões de euros por ano. Este montante, segundo as estatísticas das pescas, é dedicado ao reforço das políticas das pescas no país.

Em reação a essa parceria de cooperação entre Ministério das Pescas guineense e o Instituto Espanhol de Oceanografia, o secretário da embaixada de Espanha no país, João Manuel Lopes Urdiales, assegurou estar convencido que os marinheiros científicos espanhóis vão trabalhar juntamente com os técnicos guineenses e terão resultados interessantes que irão ajudar os cidadãos guineenses a conhecerem, realmente, qual é o verdadeiro estado dos seus recursos haliêuticos distribuídos nas águas da Guiné-Bissau.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

P5 CONVIDA ACTORES POLÍTICOS A MANTER CLIMA PACÍFICO ATÉ AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

O conselheiro político e diplomático da missão de CEDEAO no país convidou esta quarta-feira a todos os actores políticos a continuar a manter o clima pacífico a pouco dias da realização das eleições presidenciais.

Emmanuel Ohin que falava em nome do grupo P5 (da comunidade internacional) após encontro com Cipriano Cassama diz ainda que a organização que representa constatou com satisfação que a campanha e processo eleitoral decorrem num clima normal.

“ Nós fizemos em conjunto o ponto de situação dos preparativos para as eleições a poucos dias da realização das presidenciais. Quando digo nós, estou a referir ao grupo P5 representados pelas Nações Unidas, União Europeia, CEDEAO, CPLP e a União Africana. Estamos aqui para fazer o ponto de situação e constatamos com satisfação que a campanha eleitoral decorre muito bem e o processo eleitoral avança muito bem e recebemos a garantia que as eleições terão lugar no dia 24 de Novembro como previsto”, diz para depois realçar que “ o presidente de assembleia partilhou connosco alguma preocupação e estamos aqui para convidar todos os actores políticos a continuar a manter o clima pacífico como se faz habitualmente aqui na Guiné-Bissau”.

De igual modo, o presidente de Assembleia Nacional Popular recebeu a comunidade religiosa que a saída, o porta-voz padre Keilandio Djaquité sublinhou que o encontro teve a ver com vários aspectos do país sem mencionar quais aspectos.

“ Acabamos agora uma reunião com o presidente do parlamento. Vamos concertar para depois emitir um comunicado sobre esse encontro. Debruçamos sobre vários aspectos do país, mas não posso mencioná-los aqui e agora”, referiu.

Esses encontros decorreram há três dias para ida as urnas para a escolha de um novo presidente da República.

Ainda, para o escrutínio, a CPLP já enviou para o país a sua equipa de observadores eleitorais.

Por: Nautaran Marcos Có

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CHEFE DO ESTADO MAIOR DAS FORÇAS ARMADAS REAFIRMA DISTANCIAMENTO DOS MILITARES NO PROCESSO POLÍTICO

O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas reafirma o distanciamento dos militares no processo político do país para garantir a paz e a tranquilidade.

Biaguê Nantan fez a promessa esta manhã (20/11) durante encontro com a direcção da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), que lhe homenageou pela postura demostrada ao longo dos anos da crise política institucional pelas forças armadas.

“Vou continuar a garantir-vos que já temos a paz na Guiné-Bissau, as chefias militares estão unanime de que a paz tem que prevalecer, políticos, não queremos aproximar deles, se não somos forte íamos a guerra a dias, mas garanto-vos que as forças armadas não vão entrar em nenhuma briga, vamos simplesmente proteger o nosso território”, garantiu para depois repudiar a vinda dos militares da CEDEAO. “ Não, nós temos a capacidade de defender o nosso território e o governo tem que criar-nos as condições no sentido de continuarmos a defender o nosso território”.    

Segundo Nantan “a instabilidade militar que o país conheceu ao longo dos anos não ajudou o país e, já é chegado a hora de manter silêncio para ajudar o povo sobretudo os jovens, porque se mantemos sempre em instabilidade, os mais prejudicados serão os jovens, porque não vão ter tempo de estudar e formar, isto pode ser a pior coisa que podemos ter no país” reconheceu.

O líder militar exortou por outro lado a classe juvenil no sentido de unirem, “porque o país está a caminhar para uma separação “perigosa”. “ Vocês os jovens, têm que aconselhar os vossos colegas para uma unidade forte, estamos a caminhar para uma separação perigosa, mas, muito perigosa”

Entretanto, em relação à distinção, o presidente da Rede Nacional das Associações Juvenil, Seco Duarte Nhaga, justificou o gesto com a autonomização dos jovens que o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas tem realizado ao longo dos 5 anos.

Por: Braima Sigá

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