PRESIDENCIAIS 2019: APU-PDGB em ponto de ebulição
A APU-PDGB “está a ferro e fogo”, nas palavras de uma fonte bem colocada, contactada pelo DC.
“Devemos tomar uma posição durante os próximos dias – o presidium, o secretariado nacional e outros órgãos estatutários” – disse.
A direcção “não está com ele (Nuno Nabiam, o presidente, que à revelia do partido assinou um acordo, em Dacar, com o Umaro Embaló), e a debandada vai começar”…
Ainda segundo a mesma fonte, a direcção “vai apelar ao voto livre de todos os seus militantes”. AAS
2ª Volta das presidenciais: SIMÕES PEREIRA FIGURA NA PRIMEIRA POSIÇÃO NO BOLETIM DE VOTO E SISSOCO EMBALÓ NA SEGUNDA
Domingos Simões Pereira, candidato suportado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vai figurar na primeira posição no boletim de voto e na segunda posição o candidato do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G 15), Umaro Sissoco Embaló, de acordo com o resultado do sorteio realizado esta terça-feira, 03 de dezembro de 2019, em Bissau.
Em relação aos tempos de antena nos órgãos públicos, o sorteio realizado pela Comissão Nacional de Eleições atribuiu o primeiro lugar ao candidato apoiado pelo Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15), Umaro Sissoco Embaló, e na segunda posição segue Domingos Simões Pereira do PAIGC.
O sorteio para o posicionamento dos candidatos no boletim de voto na segunda volta das presidenciais de 29 de dezembro do ano em curso decorreu na sede da CNE e na presença de todos os membros do secretariado executivo daquele órgão, bem como dos representantes dos candidatos a segunda volta.
Na sua comunicação, depois da realização do sorteio, José Pedro Sambú, presidente da CNE, garantiu que a sua instituição está determinada e empenhada para que a segunda volta das presidenciais de 29 de dezembro decorra bem. E lembra que depois do sorteio a fase seguinte é produção dos boletins de voto. Feitas as contas, a campanha para a segunda volta começa na próxima semana, dia 13 de dezembro, e termina a 27 do mesmo mês.
Ester Fernandes, representante do candidato do PAIGC, apelou ao voto massivo de todos os jovens guineenses na candidatura de Domingos Simões Pereira, “para que juntos possamos mudar o paradigma da Guiné-Bissau”.
Enquanto isso, Vençã Mendes, representante do candidato do MADEM, realça que o seu candidato está muito bem posicionado e encara o segundo lugar no boletim de voto como “um sinal claro de uma vitória retumbante”.
“Será mais fácil identificar o candidato no boletim de voto, com base naquilo que vamos trabalhar durante a campanha eleitoral”, notou.
Por: Aguinaldo Ampa
SINDICATOS AMEAÇAM, DENTRO DE DIAS, PARALISAR SECTOR EDUCATIVO
Na última negociação envolvendo os líderes religiosos, os sindicatos decidiram dar um benefício de dúvida ao governo que terá levado a suspensão da greve inicialmente marcada para 11 de Novembro.
Envolvendo 30 dias a partir do último domingo, os sindicatos alertam que o governo não conseguiu cumprir com as suas promessas assumidas perante os líderes religiosos.
Em caso de qualquer fracasso no encontro desta terça-feira pode levar a imediata paralisação no sector do ensino público do país, tendo em conta que na semana passada, durante uma entrevista à Radio Sol Mansi (RSM), os sindicatos ameaçaram paralisar o sector educativo, a partir desta semana, se o governo não cumprir com memorando de entendimento assinado há 1 mês.
Queba Seide, um dos membros da comissão da greve dos três sindicatos, explica que com o pedido dos líderes religiosos deram o benefício de dúvida de 30 dias ao governo que, no entanto, até agora não cumpriu nenhum dos pontos rubricados.
No pré-aviso da greve que teve a mediação dos chefes religiosos, os sindicatos exigem, entre outros, pontos o pagamento dos salários atrasados aos professores novos ingressos e a implementação do estatuto de carreira docente.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Turé da Silva
«RELIGIÃO E POLÍTICA» IMAMES DE DIFERENTES MESQUITAS DE BISSAU APELAM GUINEENSES À NÃO DIVIDIREM POR QUESTÕES ÉTNICAS E RELIGIOSAS
TERCEIRA VAGA DE GREVE NO HOSPITAL SIMÃO MENDES INICIA HOJE E TERMINA A 24 DESTE MÊS
O Governo de Aristides Gomes não cumpre com a promessa, no mínimo pagar salários aos funcionários, esses por sua vez, recorreram ao último recurso legítimo, a greve. E agora, quem sofre em tudo isto?
O sindicato dos técnicos contratados do Hospital Nacional Simão Mendes iniciou hoje a terceira vaga de greve e que prolonga até o dia 24 deste mês.
Em entrevista exclusiva à ANG, o Presidente do sindicato e porta- voz dos técnicos Reinaldo Camala disse que a reivindicação vem na sequência do incumprimento dos acordos assinados com o patronato.
“Tínhamos negociado com o patronado neste caso, o Ministério de Saúde com a mediação de entidade religiosa, onde damos benefícios de dúvida de dez dias ao patronato para ver se vão cumprir com o prometido”, explicou, acrescentando que, como não cumpriram as suas promessas por isso voltaram com a greve que vai continuar até que seja cumprido no mínimo as suas reivindicação.
Camala declara que, 29 funcionários com 15 à 16 anos de serviço foram expulsos pela direcção cessante do Hospital Simão Mendes, sem nenhuma explicação prévia.
O sindicalista disse que estão a reivindicar entre outros, seis meses de salário em atraso, afectação dos colegas expulsos, pagamento de subsídio de vela e prémio dos exactores, melhoria de condições de serviço, a inscrição dos contratados na segurança social.
Que faz o Governo que não pode travar sucessivas ondas de greves num hospital?
Notabanca; 02.12.2019
Publicada por notabanca
GUINÉ-BISSAU ESTÁ NA LISTA DOS PAÍSES COM ÍNDICE DO DESENVOLVIMENTO MAIS BAIXO”-Governo
Governo
O ministro da Presidência do Conselho dos Ministros e Porta-voz do Governo, disse que a Guiné-Bissau pertence a lista dos países com índice do desenvolvimento mais baixo onde são violados direitos humanos frequentemente.
Armando Mango falava segunda-feira na abertura da 5ª Quinzena dos Direitos Humanos cujo tema: “Bô bin nô papia di diritu”, considerou de triste a violação dos direitos humanos no país em pleno século XXI, nomeadamente o casamento forçado, excisão feminina, crianças que não frequentam escolas e entre outros.
O governante acrescentou que a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) tem lutado sem trégua para que as pessoas possam saber que a defesa dos direitos humanos é um valor.
Informou que o governo vai lutar juntamente com a LGDH para que o país progride em direção a melhoria de muitas coisas más, acrescentando ainda que sem a paz e estabilidade sempre haverá a violação dos direitos humanos.
Armando Mango sublinhou que os políticos devem considerar que o valor máximo nesse momento assim como para próximo tempo é a defesa da paz, justificando que defendendo estes valores não requer a cooperação e nem financiamento é só o espírito de consenso e sabendo o que é principal e sem fazer boatos como é feito no país.
O Presidente da LGDH, Augusto Mário da Silva disse que é celebrada a quinzena de direitos humanos uma vez que ainda há mulheres que sofrem da violação doméstica.
Frisou que, contudo o ato é crime da natureza pública, acrescentando que as autoridades policiais induzem as vítimas a consentirem a violência através do processo de conciliação que prejudica o processo criminal e desvirtua a política criminal subjacente a penalização da prática.
Mário da Silva disse que, essa celebração é feita num contexto em que o quotidiano dos guineenses é caracterizado pela baixa qualidade de vida, impunidade generalizada, elevada taxa de desemprego, fraco poder de compra e limitado acesso aos bens e serviços essenciais, sobretudo saúde, educação, energia, infraestruturas e entre outros.
Afirmou que a LGDH sentiu-se desafiada a fazer essa quinzena devido o último relatório do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) que aponta a Guiné-Bissau como um dos países do mundo com pior taxa de mortalidade infantil.
Exortou o governo e seus parceiros nacionais e internacionais a definir e executar políticas públicas coerentes e eficazes tendentes a reverter esses quadros de indicadores de forma a permitir que os guineenses fruam na plenitude os seus direitos.
Por sua vez, Ana Filipa Oliveira da Associação para Cooperação entre Povos disse que uma sociedade civil ativa é determinante para a consolidação do Estado de Direito e da Democracia num país como a Guiné-Bissau, sublinhando que tem o papel de vigilante e de garante da defesa dos direitos humanos e de apontar os dedos quando esses direitos não estão a ser respeitados.
Frisou ainda que um dos papel da sociedade civil como ator político, é de intervenção e de diálogo das instituições públicas e com parceiros internacionais.
A Projecção e debate sobre a Participação das Mulheres nas Instâncias de Justiça Tradicionais, Exposição de Arte Plástica a Temática dos Direitos Humanos, Sensibilização sobre Direitos e Deveres das Crianças e Peças teatrais, Lançamento do Livro Pano de Tear “A Mística Tradição da Guiné-Bissau”, Jumbai Comunitário de Direito à Saúde e Programas de Gratuitidade, e entre outras atividades que vão preencher a Quinzena dos Direitos Humanos.
Notabanca; 02.11.2019
Coordenador nacional dos movimentos de apoio ao candidato às presidenciais, Domingos Simões Pereira, que está a ser suportado pelo Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo-verde (PAIGC), chamou atenção na tentativa de compra do cartão do eleitor.
Em conferência de imprensa realizada, esta manhã (02 de Dezembro), Geremildo Malaca, considera de um crime eleitoral a compra de cartão de eleitor, por isso, exorta o Ministério Público e a Policia Judiciaria (PJ) no sentido de redobrarem os esforços em encontrar os atores deste crime.
“Apelamos a comunidade internacional e toda a comunidade guineenses uma atenção maior [sobre compra de cartão de eleitor] porque essa manobra delatória justifica a frustração política, o atentado à democracia e a desvitalização da regra do jogo [eleição] e consubstancia num crime eleitoral. A compra de cartão de eleitor é um crime eleitoral a qualquer preço, uma atenção contra os valores democráticos, contra a liberdade de consciência e contra a liberdade de expressão”, sustenta.
Em relação aos resultados eleitorais que colocam na segunda volta o candidato Domingos Simões Pereira com 40,13% dos votos, Geremildo Malaca disse que o resultado traduz a expressão dos 65% da população jovem que nesta segunda volta vão garantir a vitória de Domingos Simões Pereira.
Os candidatos Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embalo vão disputar a segunda volta das eleições presidenciais marcadas para 29 de dezembro.
A campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais decorrerá de 13 a 27 de dezembro.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá
Banco Africano de Desenvolvimento: “INSTABILIDADE POLÍTICA E PREÇOS DO CAJU TORNAM GUINÉ-BISSAU INSTÁVEL”
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) considera que a instabilidade política e a volatilidade dos preços do caju tornam as previsões sobre a Guiné-Bissau muito difíceis, antecipando crescimentos de 5% nos próximos dois anos.
“A perspetiva de evolução económica é altamente incerta devido à instabilidade política e à volatilidade dos preços do caju, a maior fonte de rencimento para mais de dois terços dos agregados familiares”, lê-se na mais recente avaliação do BAD à economia guineense.
Para além destas dificuldades, as previsões dos técnicos do principal banco de desenvolvimento em África também são arriscadas “devido à instabilidade bancária, aos preços do petróleo superiores às previsões e à grande dependência da agricultura que pode ser rprejudicada por fenómenos climatéricos adversos”.
O relatório sobre as economias africanas, que inclui uma parte especificamente sobre a Guiné-Bissau, alerta para os perigos da forte exposição dos bancos à dívida pública guineense, com a dívida interna a representar quase 40% do PIB deste pequeno país africano.
“As melhorias na gestão pública financeira são essenciais para evitar que o setor privado seja afastados dos investimentos pela presença do Estado na economia”, diz o BAD, alinhando com o Fundo Monetário Internacional na necessidade de conferir mais qualidade à gestão pública.
“A Guiné-Bissau enfrenta problemas profundamente enraizados de fraca governação e corrupção, que precisam de ser tratados para permitir que realize o seu potencial económico e melhore os padrões de vida da população”, refere, num comunicado enviado à imprensa, Concha Verdugo-Yepes, que liderou uma equipa do FMI que esteve em Bissau desde 18 de setembroaté ao princípio de outubro para fazer uma avaliação às vulnerabilidades da governação no país.
Durante a sua estada em Bissau, a equipa do FMI reuniu-se com as autoridades políticas, representantes da comunidade internacional, sociedade civil e setor privado para fazer um diagnóstico preliminar às fraquezas de fiscalidade, regulação de mercado e combate à corrupção e branqueamento de capitais.
“Um primeiro passo para aquele objetivo é desenvolver uma estratégia nacional abrangente de combate à corrupção, focadas nos sistemas tributários, administração de receitas, Estado de Direito e no combate à corrupção e lavagem de dinheiro”, salientou a responsável do FMI no comunicado então enviado.
O BAD, por seu turno, acrescenta que “garantir um crescimento forte e inclusivo obriga a resolver as falhas nas infraestruturas”, já que “apenas 10% das estradas nacionais são asfaltadas, e a taxa de acesso à energia é de 14,7%”.
A pobreza afeta mais de 70% da população e a desiguldade de rendimento, medida pelo Índice Gini, foi estimada em 50,7 pontos, com as mulheres a continuarem marginalizadas no acesso ao crédito e à formação profissional, lamenta o BAD.
Nas últimas previsões sobre a evolução da economia, divulgadas durante os Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, em outubro, estes analistas antecipavam um crescimento do PIB da Guiné-Bissau de 5,5% este ano e 4,9% em 2020, com a dívida pública a manter-se ligiiramente abaixo dos 70%, ainda assim acima da média regional de 50%.
In LUSA
O número de infeções reduziu, mas o combate à SIDA tem de continu
Passados mais de 30 anos do início da epidemia da infeção VIH/SIDA, talvez tenhamos a tentação de pensar que a situação está controlada e que podemos cruzar os braços no que diz respeito às medidas de prevenção. Mas esta não é a verdade, assume Helena Sarmento, Internista e Membro do NEDVIH.
Ainda que o número de infeções tenha reduzido significativamente, segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) referentes a 2018, percebermos que há 37,9 milhões de pessoas que vivem com o VIH, sendo que 1,7 milhões são infeções de novo (em 1997 atingimos o pico de 2,9 milhões). Ainda há caminho a percorrer para atingirmos as metas definidas pela OMS dos 90-90-90 para 2020, isto é, 90 por cento das pessoas que vivem com o vírus estarem diagnosticadas, 90 por cento dessas em tratamento e dos que estão em tratamento 90 por cento com carga viral indetetável.
Em Portugal, o panorama é mais animador e parece-nos estarmos a atingir as metas. Assim, nos dados nacionais referentes a 2017, 91,7 por cento das pessoas que vivem com o vírus estão diagnosticadas, 86,8 por cento dessas estão em tratamento e 90,3 por cento têm carga viral indetetável. Mas não podemos parar por aqui, até porque novas metas estão lançadas: os 95-95-95 até 2030!
Temos de continuar a apostar na prevenção, de modo a que as pessoas infetadas se possam proteger a si mesmas e proteger os outros. É importante o diagnóstico precoce, disponibilizando testes de rastreio, sem que haja lugar a qualquer tipo de discriminação ou de estigma. Hoje, felizmente, há a possibilidade de fazer esses testes nos serviços de saúde, nos CAD (Centros de Aconselhamento e Deteção Precoce), em muitas organizações da comunidade e, mais recentemente, de os adquirir nas farmácias de ambulatório.
Não é demais salientar a importância dos diagnósticos precoces, até porque apesar do número de infeções em Portugal ter diminuído significativamente, a taxa de diagnóstico tardio da doença é no nosso país uma das mais altas da União Europeia. De referir ainda a necessidade do rastreio de outras infeções que muitas vezes acompanham esta, como as hepatites B e C, para além de outras de transmissão sexual. É importante a educação para a saúde, estimulando práticas de sexo seguro e novas modalidades de prevenção (como a Profilaxia pré-exposição – PrEP; Profilaxia pós Exposição – PEP; o uso de material esterilizado no consumo de drogas endovenosas; etc.).
Não podemos parar de divulgar informação correta, dirigida a toda a população e, sobretudo, aos jovens e às populações mais vulneráveis. É importante que os profissionais de saúde vão atualizando os seus conhecimentos nesta área, apostando na sua formação contínua, ficando assim habilitados para o aconselhamento pré e pós testes de rastreio, tendo sempre em vista o maior respeito pela dignidade e direitos da pessoa.
O lema deste ano para o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, que terá lugar a 1 de dezembro, é: “As comunidades marcam a diferença”. Este lema é muito oportuno pelo reconhecimento do papel que as comunidades desempenham na resposta à infeção pelo VIH, fazendo-nos cair na conta de que este problema e a sua solução não passa só pelos serviços médicos especializados.
O desafio do controlo da infeção está lançado a todos. Vamos trabalhar juntos e tornar realidade o sonho de pôr “stop” à infeção! Vamos, profissionais de saúde e comunidade, marcar a diferença!