Embaixador dos EUA: “ESTADOS UNIDOS E O MUNDO NÃO PODEM ENVOLVER-SE COM UM PAÍS INCAPAZ DE LIDAR COM MÁ GOVERNAÇÃO”

14/05/2019 / OdemocrataGB / No comments

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O Embaixador dos Estados Unidos da América para a Guiné-Bissau e Senegal, Tulinabo Mushingi, expressou esta terça-feira, 14 de maio de 2019, o sentimento de que o seu país e o resto do mundo querem ajudar a Guiné-Bissau, mas lamenta o fato de não poder envolver-se com um país “que não deseja ou é incapaz de tratar de questões de má governação e instituições frágeis”.

“Os Estados Unidos estão comprometidos com o apoio imparcial à liderança legítima deste e de todos os países, mas não estão interessados em apoiar qualquer fação política ou partido”, reforçou.

O diplomata norte-americano com residência em Dakar, Senegal, disse igualmente que a situação política e económica do país parece agora estar “perigosamente” a sofrer com o aumento de tráfico de drogas e da impunidade, bem como greves e manifestações públicas de frustração, com abertura clara ao florescimento do crime e da corrupção. Contudo, admite não ter elementos suficientes que possam especificar qual é o verdadeiro nível de tráfico de drogas existente neste momento na Guiné-Bissau.  

“O que sabemos de concreto é que faz dois meses houve a apreensão de uma carga que tinha cerca de 800 quilogramas de cocaína. Ainda estamos a tentar saber da proveniência deste produto e quem estava a transportá-lo. Como sabem para concluir toda a investigação deste género, leva muito tempo”, sublinhou.

Em relação ao impasse na composição da Mesa da ANP, Mushingi defende que não deve haver ligação entre o processo de atribuição de cargos na Mesa na Assembleia Nacional Popular e a nomeação de um Primeiro-ministro e, consequentemente, formação do seu governo.

Muito crítico à atual situação política vigente no país, o embaixador norte-americano referiu que tem sido desanimador observar a situação política a deteriorar-se desde então e que dois meses depois das eleições legislativas ainda não há um novo Primeiro-ministro nem governo saído das urnas. 

Tulinabo Mushingi acredita, no entanto, que a implementação pacífica das escolhas dos eleitores será uma grande conquista para a Guiné-Bissau e poderá abrir portas para uma maior cooperação e assistência da comunidade internacional.

Na sua nona deslocação ao país, depois de ter estado última vez em fevereiro na Guiné-Bissau, Tulinabo Mushingi aconselha à classe política guineense e os seus dirigentes de que devem desempenhar as suas funções em observância às leis e liderar para decidir com coragem o destino do país.

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