COVID-19: Idriça Djaló preocupado com as consequências


Por: Idriça Djaló
Presidente do Partido de Unidade Nacional

Há vários meses o mundo inteiro está confrontado com uma pandemia do novo coronavírus.

As medidas tomadas para conter a disseminação do Covid-19 já tiveram um grave impacto na economia mundial. Os melhores sistemas de saúde do mundo – China, Europa- têm dificuldade em conter a pandemia.

Africa por sua vez, já foi atingida. As fragilidades dos sistemas de saúde dos diferentes países expõem as populações a riscos incalculáveis no plano sanitário, económico e social.

O nosso País, a Guiné-Bissau, sem dúvida alguma faz parte do elo mais frágil do nosso continente. Esta tragedia global acontece na pior das situações. Há décadas que o nosso Pais encontra-se mergulhado numa instabilidade cronica que mina a cada dia as estruturas do nosso Estado defeituoso. Hoje, somos confrontados com querelas de legitimidade politica e disputas pós-eleitorais que paralisam o funcionamento normal das nossas já frágeis instituições. Esta situação impede que os nossos parceiros internacionais concedam apoio e assistência. Toda a nossa energia é canalizada para disputas politicas estéreis que levarão claramente para a destruição do pouco que resta da estrutura da administração do Estado.

O Governo que está em funções não tem tomado as medidas acertadas porque não tem capacidade de avaliação do que está em causa e não possui no seu seio pessoas capazes de assumir a extensão da pandemia e de oferecer respostas satisfatórias.

Devemos começar por negociar um pacto nacional para melhor preparar o nosso Pais para fazer face aos graves desafios sanitário, económico, social e politico que enfrentamos. Para tal, teremos que adiar o contencioso político, sem por em causa a necessidade de resolve-lo logo que for possível. Contudo, se não queremos correr o risco de ver centenas ou milhares dos nossos compatriotas morrer em consequência do Covid-19, a prioridade e de construir um consenso nacional e colocar a Guiné-Bissau em ordem de batalha.

No plano sanitário, devemos criar uma equipa de especialistas dirigidas por profissionais de saúde pública e de epidemiologistas reconhecidos como a Dra.Magda Robalo, Dr.Inacio Alvarenga, Dra. Amabelia Rodrigues e Dr.Paulo Rabna entre outros. Como acontece na Europa, este grupo de experts deverão ser encarregues de fornecer respostas científicas as questões colocadas pelas autoridades politicas e de recomendar as medidas de saúde pública como o confinamento, o funcionamento dos espaços públicos (mercados, estádios) precauções e medidas de higienização, etc.

No plano económico devemos solicitar personalidades como Carlos Lopes e Paulo Gomes para refletir no impacto das medidas que sejam tomadas e conceber as solicitações realistas de apoio aos nossos parceiros europeus, chineses, americanos e africanos.

Estas duas equipas deverão dispor de plenos poderes até ao final da pandemia e da fase de relance da nossa economia.

Somente confiando estas responsabilidades a uma equipa de profissionais competentes teremos a chance de ultrapassar este flagelo.
Os atores de todos os quadrantes políticos devem comprometer-se por escrito e publicamente em transferir poderes alargados a estas equipas e abster-se de toda a ingerência e aproveitamento político durante este período crítico.