COORDENADOR DO PROJETO “PAZ NA CACHEU” EXORTA A UMA EXPLORAÇÃO RACIONAL DOS RECUROS HALIÊUTICOS DO RIO CACHEU

30/09/2019 / OdemocrataGB / No comments

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[ENTREVISTA] O Coordenador do Projeto “Paz na Cacheu”, Fernando Djeme, alertou que os recursos haliêuticos existentes no rio Cacheu devem ser explorados de maneira racional, obedecendo às normas adequadas, porque sem esses princípios, a geração vindoura correrá o risco de ser vítima.  Fernando Djeme lançou esse alerta numa entrevista ao Jornal O Democrata, após o lançamento do Projeto na cidade de Cacheu, financiado pelo “PBF” e implementado pela Rede das Associações Juvenis (RENAJ), através da sua estrutura regional de Cacheu.

Segundo Fernando Djeme, o projeto “Paz na Cacheu e Pelundo” tem como objetivo contribuir para a resolução de conflitos sobre a gestão de recursos haliêuticos, um assunto   tido como fonte de muita polémica na cidade de Cacheu entre os gestores do rio com o mesmo nome. Para além de gestão do Rio Cacheu, Fernando Djeme sublinhou ainda que a gestão do Parque Natural dos Tarrafes do Rio Cacheu que tenta proteger os recursos haliêuticos, a conservação do seu ecossistema bem como  os pescadores que praticam as suas atividades, também tem sido foco de confrontos entre os responsáveis do parque e os populares. Outra preocupação avançada tem a ver e roubo de gado na região, concretamente na secção de Pelundo, o que tem criado também muita polémica e onda de confrontos entre criadores e assaltantes.

Explicou ainda que o projecto “Paz na Cacheu”, com duracão de três anos está a ser executado pela estrutura regional da RENAJ em colaboração com atores do desenvolvimento local, nomeadamente: os atores ligados ao setor das pescas no rio Cacheu e à questão de segurança ao setor de Canchungo.

Fernando Djeme informou, no entanto, que a partir de 23 do mês em curso iniciar-se-á um processo de auscultação de atores ligados ao setor pesqueiro para conhecer melhor a contribuição de cada pescador no que diz respeito à gestão e exploração do rio e definir as práticas que devem ser banidas, por constituírem ameaça à gestão e conservação dos recursos que existem no rio .

“Entendemos que os recursos existentes no rio Cacheu devem ser explorados de forma racional, sobretudo numa altura em vivemos num mundo moderno, onde existem instrumentos sofisticados. Se não tomarmos em consideração os materiais ou meios modernos que utilizamos para exploração desses recursos, a geração vindoura não terá uma vida fácil. Por isso vamos auscultar para ouvir a opinião de cada interveniente neste setor para depois unir toda a gente a volta de um único objetivo, proteger os nossos recursos pesqueiros”, enfatizou.

Fernando Djeme revelou ainda que a organização tem informações sobre o desentendimento que já que existia entre a entidade conservadora e os que exploram dos recursos pesqueiros do rio , através de uma auscultação feita no passado, antes da elaboração do projeto. O ativista acredita neste sentido que só com um diálogo franco e sério é que será capaz fazer as duas entidades sentarem novamente à mesma mesa para buscar cominhos ou soluções plausíveis.

Expressou, por isso, o engajamento do projeto em fazer as duas entidades desavindas voltarem a sentar-se à mesma mesa,  num “Djumbai”, para reconciliar as partes e, consequentemente, reativar a comissão conjunta de fiscalização em que todas as entidades ligadas ou com interesses no setor pesqueiro farão parte.

JOVENS LUTAM PELA PROMOÇÃO DA PAZ SOCIAL NA REGIÃO DE CACHEU

Questionado sobre qual será o papel do projeto na resolução de conflitos ligados à posse de terra, o responsável do projeto “Paz na Cacheu” confirmou a existência dessa preocupação  na região, mas refere que coordena está apenas a trabalhar na área dos recursos do mar.

No setor de Canchungo, o projeto “Paz na Cacheu” vai trabalhar na comunidade de Pelundo, especificamente, na matéria de roubo de gado que também criou várias situações de insegurança e confrontos entre os assaltantes e os criadores de gado. Adiantaou ainda que, durante a vigência do projeto, criar-se-á um espaço único “Coral de Vaca”, onde todos os criadores passarão a colocar os seus animais (vacas) para garantir maior e melhor segurança.

“Antes da elaboração do projeto, realizamos auscultações à comunidade de Pelundo que já manifestou interesse, ou seja, concorda com a iniciativa e esperemas que um tenha  resultados satisfatórios, para minimizar  os roubos de gado, sobretudo nesta zona do país, mesmo com intervenção do Estado está a ser difícil contornar a situação. Portanto, esperamos que com essa iniciativa os proprietários possam dormir tranquilamente”, sublinhou.

O ativista acredita que depois da execução deste projeto durante três meses, haverá união no seio dos pescadores e gestores no concernente à gestão e exploração do rio Cacheu que poderão passar a fazer fiscalização juntos e trabalhar em parceria.

“Acreditamos que depois da execução do projeto a cidade de Cacheu poderá conhecer a paz e que as pessoas passem a trabalhar de mãos dadas e que todos assumam o papel de fiscalizadores, para denunciar práticas nocivas à pesca, porque o maior beneficiário dos recursos haliêuticos são todos os filhos de Cacheu, mas também o país em geral. Enquanto coordenador, vou encarrar o projeto para ajudar a resolver os problemas de Cacheu”, reforçou.

Sublinhou que se hoje em dia organismos internacionais perderam credibilidade a nível do governo e confiaram a responsabilidade às organizações juvenis, não lhes resta outra escolha a não ser manter esse nível de confiança, concretizando assim os objetivos preconizados no projeto.

O projeto “Paz na Cacheu” é financiado pela “PBF” no valor de cinco milhões de franco CFA e tem a duração de três meses e será implementado pela Rede das Associações Juvenis (RENAJ), através da sua estrutura regional de Cacheu. 

Por: Aguinaldo Ampa

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