GUINÉ-BISSAU: Imprensa amordaçada, dissolução do parlamento, a nova ditadura de Embaló

FONTE: Lsi-Africa

Esta é uma situação omnipresente que quase passou despercebida nesta semana. Nesta quinta-feira, 7 de maio, a polícia da Guiné-Bissau impediu que deputados do maior partido do país, o PAIGC , realizassem uma conferência de imprensa na Assembléia Nacional, mais uma violação da constituição que põe em causa as recomendações do CEDEAO.

Instalado à força no palácio presidencial na praça dos Heróis Nacionais desde 27 de fevereiro de 2020 e reconhecido pela CEDEAO graças ao lobby de Macky Sall, Mahamadou Issoufou e Muhammadu Buhari, Umaro Embalo quer ir rápido, seja qual for o caminho.

À frente de um país instável, preso em um impasse político desde o segundo turno das eleições presidenciais de 29 de dezembro, Umaro Embalo, cujo partido é uma minoria na assembléia nacional, quer abafar sua oposição.

Sob instruções firmes do U. Embalo, policiais fortemente armados impediram, portanto, a realização de uma conferência de imprensa pelo PAIGC, o partido histórico que detém o maior número de cadeiras no parlamento.

“As forças de segurança foram posicionadas em todo o Parlamento para impedir que a maioria realize uma coletiva de imprensa ” , o chefe do grupo parlamentar do PAIGC, Califa Seidi, ficou indignado com o incidente.

A mesma história de Marciano Indi, deputado do APU-PDGB, “é uma minoria no poder que, à força, impedia a maioria de exercer suas atividades na Assembléia. A CEDEAO que reconheceu um presidente autoproclamado deve assumir sua responsabilidade”. Responsabilidades quando os direitos de um partido político que ganhou o legislativo são desrespeitados por uma minoria”, indicou, ofendido pelo destacamento da força policial.

A CEDEAO mantém a imprecisão

Ao reconhecer a vitória de Umaro Embalo em violação da lei fundamental da Guiné-Bissau, a CEDEAO reforçou os poderes de um presidente autoproclamado. Mas a instituição sub-regional pediu que ele ” procurasse um Primeiro Ministro e um novo governo o mais tardar em 22 de maio de 2020, de acordo com as disposições da Constituição, em particular as relativas aos resultados das eleições legislativas.

Segundo a Constituição, o chefe de governo é nomeado pelo presidente de acordo com os resultados das eleições legislativas e dos partidos políticos representados no Parlamento, atualmente dominados pelo PAIGC .

Umaro Embalo deve associar logicamente o PAIGC à governança do país, se ele quiser respeitar a constituição do país. Mas, de acordo com nossas fontes credíveis em Bissau, o inquilino do palácio presidencial na Place des Héros de la Nation não tem intenção de respeitar a constituição.

Uma passagem vigorosa que poderia levar à dissolução da assembléia nacional em sua configuração atual agora parece inevitável para Umaro Embalo, que mantém ao seu lado uma grande parte dos generais muito ativos nas redes de narcotráfico mais influentes.

Na Guiné-Bissau , o PAIGC venceu as eleições legislativas de março de 2019, com uma maioria relativa de 47 assentos em 102. Para o líder do Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, aceitar as decisões da CEDEAO no melhor interesse do povo da Guiné-Bissau não deve ser visto como uma admissão de desamparo, uma vez que o respeito pelos resultados das eleições legislativas de março de 2019 não é negociável .

Manuel Pinto em Bissau

COVID-19: COMUNIDADE FRANCESA NA GUINÉ-BISSAU OFERECE MATERIAL SANITÁRIO E ALIMENTOS

Os membros da comunidade francesa na Guiné-Bissau doaram materiais sanitários e géneros alimentícios a 18 hospitais e centros de saúde do país, no âmbito da luta contra o novo coronavírus, refere um comunicado enviado hoje à Lusa
A doação consiste em 382 viseiras, 2.800 pares de luvas, 636 litros de lixívia, 1.100 máscaras (FFP2, FFP1 e cirúrgicas), 204 frascos de gel desinfetante, 60 barras de sabão e 500 quilogramas de arroz.
Os produtos foram recolhidos pelo Centro Cultural Francês em Bissau e a distribuição será feita aos 18 centros de saúde e hospitais pela organização não-governamental francesa EMI (Entraide Médicale Internationale).
Os produtos vão ser distribuídos nas regiões de Bissau, Cacheu, Biombo e Bijagós.
A comunidade francesa residente na Guiné-Bissau ronda as 120 pessoas espalhadas por empresas e organizações não-governamentais, que atuam em setores como turismo, construção civil, venda de automóveis e jogos.
O comunicado assinala que a comunidade francesa dá emprego direto a cerca de 900 pessoas.
O Centro de Operações de Emergência de Saúde da Guiné-Bissau aumentou hoje para 594 o número de casos registados com covid-19 no país e manteve o número de recuperados e vítimas mortais.
No âmbito do combate à pandemia, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, prolongou, pela segunda vez, o estado de emergência no país até 11 de maio.
Para fazer face ao novo coronavírus, as autoridades guineenses encerraram também as fronteiras, serviços não essenciais, incluindo restaures, bares e discotecas e locais de culto religioso, proibiram a circulação de transportes urbanos e interurbanos e limitaram a circulação de pessoas ao período entre as 07:00 e as 14:00.
O número de mortos devido à covid-19 em África subiu hoje para 2.074, com mais de 54 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (594 casos e dois mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (439 e quatro mortos), Cabo Verde (230 e duas mortes), São Tomé e Príncipe (208 casos e cinco mortos), Moçambique (82) e Angola (36 infetados e dois mortos).
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Conosaba/Lusa

DIFICULDADE ECONÓMICAS LIMITAM ACESSO DA COMUNIDADE GUINEENSE ÀS MÁSCARASEM LISBOA 


As dificuldades económicas são um entrave à aquisição de material de proteção, como máscaras, por parte da comunidade guineense que, devido ao desemprego, já começa a procurar outros países para trabalhar, de acordo com um dirigente associativo.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Guineense de Solidariedade Social (Aguinenso), João Tatis Sá, referiu que são cada vez mais visíveis os sinais da crise junto desta comunidade e, por consequência, é cada vez maior o número de pessoas a quem a associação acode com bens essenciais.
Mas além da questão alimentar, com o Banco Alimentar Contra a Fome a ser muito procurado por guineenses em Portugal, que também encontram ajuda nas mesquitas, a Aquinenso está preocupada com as barreiras económicas no acesso a produtos de proteção contra a covid-19, como máscaras e desinfetantes.


“Já procedemos à entrega deste material e estamos a procurar formas de conseguir mais máscaras e desinfetantes para oferecer a esta população, que tem muitas dificuldades económicas nesta altura, com a perda de empregos, nomeadamente em alguns serviços de limpeza e na construção civil, setor que tem estado parado”, disse.

E acrescentou: “Por um lado promovemos o uso deste material, mas por outro nem todos os cidadãos têm meios para o adquirir. É aqui que a associação está a tentar ajudar, numa área que nunca tinha existido, pois até agora tem-se limitado mais à distribuição de bens essenciais”.

Com mais de 16.000 guineenses em Portugal, a comunidade começa a sentir o primeiro impacto das medidas de restrição impostas para travar a pandemia do novo coronavírus.

Com pouco mais de 16.000 pessoas, os guineenses são a décima nacionalidade estrangeira mais representativa em Portugal, trabalhando em vários setores, como construção civil e nas limpezas.

O setor das limpezas foi o que inicialmente sofreu um maior impacto do confinamento, com muitas mulheres a ficarem em casa ou a serem impedidas de trabalhar nas residências onde laboravam.

Contudo, João Tatis Sá indica que se regista um regresso da atividade, ainda que lento, o mesmo não acontecendo com a construção civil, que continua a limitar-se a algumas obras que não chegaram a parar, embora tenham abrandado.

Esta será uma das razões por que vários guineenses já começaram a procurar saídas profissionais em outros países, nomeadamente Reino Unido e França.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Cerca de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.105 pessoas das 26.715 confirmadas como infetadas, e há 2.258 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Notabanca; 08.05.2020

OCUPAÇÃO DE PARLAMENTO DA GUINÉ-BISSAU POR FORÇAS DE SEGURANÇA É UM “ATO BÁRBARO” – DEPUTADO

O líder parlamentar do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Califa Seidi, qualificou hoje de “ato bárbaro” a ocupação da Assembleia Nacional Popular (ANP) guineense pelas forças de segurança.
As forças de segurança guineenses ocuparam hoje durante várias horas o parlamento da Guiné-Bissau, depois de anunciada uma conferência de imprensa de deputados que mantêm o apoio ao Governo de Aristides Gomes, demitido por Umaro Sissoco Embaló, impedindo a entrada de pessoas.
O PAIGC, a Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Partido da Nova Democracia e União para a Mudança assinaram em março de 2019 um acordo de incidência parlamentar, na sequência da realização de legislativas, ficando com 53 dos 102 deputados eleitos.
Representantes dos quatro partidos realizaram hoje uma conferência de imprensa, na qual reafirmaram a sua fidelidade ao acordo rubricado em 18 de março de 2019.
É “um dos atos mais bárbaros na história democrática” do país, afirmou Califa Seidi, em conferência de imprensa, que acabou por ser realizar no parlamento.
“Tivemos conhecimento que a sede do ANP esteve invadida por forças de segurança, com armas e tudo, impedindo a entrada de pessoas, mas o que é verdade é que isto é a casa do povo, onde se faz política e ser fechada a isso é condenável”, declarou Califa Seidi.
Para o líder da bancada parlamentar do PAIGC, a responsabilidade pelo ato é do Governo “investido com força e que continua com a lógica da força, indo contra a democracia”.
A Guiné-Bissau tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.
Na sequência da sua tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes, apesar daquele manter a maioria no parlamento, e nomeou para o cargo de primeiro-ministro, Nuno Nabian, líder da APU-PDGB, que formou um Governo com o Movimento para a Alternância Democrática (líder da oposição), Partido de Renovação Social e elementos do movimento de apoio ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, e do antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise política na Guiné-Bissau, reconheceu Umaro Sissoco Embaló como vencedor da segunda volta das eleições presidenciais do país e pediu a formação de um novo Governo até 22 de maio com base na Constituição e nos resultados das legislativas de março de 2019.
Na conferência de imprensa, participou também Marciano Indi, líder da bancada da APU-PDGB, que corroborou as palavras de Seidi e ainda indicou que quatro dos cinco deputados do seu partido estão ao lado da coligação que sustenta o Governo de Aristides Gomes.
“A maioria parlamentar está do nosso lado”, observou Indi, que se assume desavindo com o líder da APU-PDGB, Nuno Nabian.
Nas declarações aos jornalistas, Califa Seidi instou a CEDEAO a permitir que seja Aristides Gomes a liderar o Governo da Guiné-Bissau.
“Se assim não for e nada acontecer até dia 22, a CEDEAO terá que assumir as suas responsabilidades perante os guineenses e a comunidade internacional”, defendeu Seidi.
Os quatro partidos da maioria parlamentar entendem o posicionamento da CEDEAO “como algo contraditório” já que o Governo de Aristides Gomes tem a maioria no parlamento, que aprovou o seu programa de Governo.
“Não se compreende o porquê de solicitar a nomeação de um novo executivo ao invés de exortar simplesmente a reinstalação do Governo que tem a maioria no parlamento guineense”, afirmaram.
Nas declarações aos jornalistas, os representantes dos quatro partidos exortaram também as “instituições da república e a comunidade internacional a empenharem-se na criação de condições que permitam ao Supremo Tribunal de Justiça decidir num futuro próximo sobre o contencioso eleitoral”.
Conosaba/Lusa 

CONVOCATÓRIA

São os órgãos nacionais e internacionais convidados a presenciar na quinta-feira dia 07 de maio corrente, às 10H00, na ANP ao acto público de confirmação da existência de uma maioria parlamentar com todos os Partidos do Espaço de Concertação Democrática.

Após a apresentação dos deputados que formam a bancada da maioria parlamentar, seguir-se-á uma conferência de imprensa que respeitará o distanciamento social do COVID 19.

Os Partidos do Espaço de Consertação Democrática (PAIGC, APU-PDGB, UM E PND) agradecem antecipadamente os órgãos nacionais e internacionais de comunicação social pela sua comparência e cobertura deste acto de grande significado político e que deve ter ampla divulgação pública.

Atentamente. PAIGC

Covid-19: Médicos guineenses cépticos em relação à estratégia do país para combater a doença

Bissau, 06 Mai 20 (ANG) – Dois médicos guineenses do Hospital Simão Mendes de Bissau, Mboma Sanca e Malam Sabali, disseram hoje à Lusa estarem céptico com a estratégia da Guiné-Bissau para combater a pandemia do novo coronavírus.

Mboma Sanca

O Centro de Emergência de Saúde da Guiné-Bissau registou já 457 infecções por covid-19 no país, incluindo 24 recuperados e duas vítimas mortais.

Mboma Sanca trabalha no único serviço de Cuidados Intensivos e Malam Sabali é médico-cirurgião nos serviços de urgência.

Ambos afirmam que o Simão Mendes, hospital de referência da Guiné-Bissau, lugar preparado para receber e tratar doentes afectados pela covid-19, não tem, actualmente, as mínimas condições exigidas.

Nas contas de Malam Sabali, até 6% dos doentes infectados pela covid-19 vão precisar de um internamento nos Cuidados Intensivos, dada a gravidade da sua situação, mas naquela unidade, disse, “não há oxigénio nem ventiladores”.

Sabali afirmou que a unidade é a única naquele hospital com um sistema de canalização, já montado, para levar oxigénio até ao paciente, mas que actualmente não funciona por falta daquele produto.

A unidade de produção do oxigénio do Simão Mendes está avariada e Malam Sabali entende que a solução passa pela sua rápida recuperação, antes que qualquer doente com a covid-19 seja internado nos Cuidados Intensivos.

Médico de medicina interna, Mboma Sanca disse que é a própria estratégia guineense que “se está a relevar um fracasso”, a começar pela forma como é feita a comunicação pelas autoridades sanitárias.

“Não se identificou a real estratégia de combate que devia assentar na comunicação e prevenção, porque mesmo os Estados Unidos de América com todo o seu arsenal de equipamentos, não estão a conseguir evitar as mortes”, defendeu Mboma Sanca.

Para o clínico guineense, a doença deixou de ser uma ameaça para o país a partir do dia 25 de Março quando foram diagnosticados os primeiros casos e “era tempo suficiente para uma outra abordagem”, frisou.

Malam Sabali antevê “dias complicados” a partir do momento em que comecem a dar entrada no Simão Mendes casos graves e lembrou que o primeiro paciente com aquele quadro acabou por falecer 48 horas depois de dar entrada no hospital.

Sabali até compreende os esforços das autoridades, mas defendeu ser urgente equipar o Simão Mendes, formar a equipa médica e dotá-la de material de protecção que disse não passar, neste momento, de máscaras cirúrgicas e luvas.

“Esta batalha não é de curto prazo, devemos pensar que vai levar algum tempo. Temos máscaras e luvas, mas em pequena quantidade e é preciso dotar o pessoal médico com touca, batas, botas e outros materiais”, sublinhou Sabali.

Para Mboma Sanca, mais do que pensar no tratamento é a própria estratégia que deve ser orientada no sentido de incentivar o distanciamento social da população, isolamento de casos positivos e protecção do grupo de risco, pessoas portadoras de outras doenças, nomeadamente AVC, diabetes, hipertensão e VIH/Sida.

É desse grupo que Malam Sabali aponta para os 6% de doentes que serão considerados casos graves e para os quais, disse, o país ainda não se preparou. Segundo disse, 80% de infectados terão manifestações ligeiras e 14% terão manifestações severas.

A Guiné-Bissau tem 475 casos confirmados da doença e dois mortos.

O Presidente  Umaro Sissoco Embaló, prolongou, pela segunda vez, o estado de emergência no país até 11 de Maio.

No âmbito do combate à pandemia, as autoridades guineenses encerraram também as fronteiras, serviços não essenciais, incluindo restaures, bares e discotecas e locais de culto religioso, proibiram a circulação de transportes urbanos e interurbanos e limitaram a circulação de pessoas ao período entre as 07:00 e as 14:00 horas.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu hoje para 1.959, com mais de 49 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 254 mil mortos e infectou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.ANG/Inforpress/Lusa

COVID-19: MINISTRA DE SAÚDE DE GOVERNO DE ARISTIDES GOMES DIZ QUE CORONAVÍRUS JÁ ULTRAPASSOU A CAPACIDADE DE RESPOSTA NACIONAL

A situação do covid-19 no país é preocupante e começa já a tirar sonos a muitos guineenses. Novos contágios aumentam de forma acelerada, tendo já atingido em grande escala os membros do governo de Nuno Nabiam, responsáveis do Ministério do Interior e elementos da força de segurança do país.
Covid-19, o vírus que não olha para cor, raça e posição social, ganha cada vez mais terreno no país.
A questão que se coloca neste momento, é a causa da ineficácia das autoridades do país, em fazer cumprir a medida de confinamento e distanciamento social.
O governo não está a conseguir fazer valer o que está decretado no estado de emergência. Apesar de aumento drástico de novos contágios a população mostra-se, até agora, menos preocupada e pouco disposta em respeitar e pôr na prática medidas de confinamento e distanciamento social, e muito menos o uso de máscaras. As motos táxis e condutores de transportes públicos e, em muitos casos até carros privados continuam a ser mais inteligentes do que as forças policiais, furando todas as medidas de restrições.
O que está a falhar e o que deve ser feito? São duas questões que requerem respostas capazes de ajudar a estancar o aumento de novos contágios de covid-19 na pátria de Amílcar Cabral.
Foi, precisamente, a procura destas respostas que a Rádio Sol Mansi falou hoje (5) com a epidemiologista e ministra de saúde do governo de Aristides Gomes, Magda Nely Robalo.
“ Penso que existe um distanciamento entre medidas de emergência nomeadamente, no que toca ao confinamento e aumento de números de casos, é verdade que quando foi decretado o estado de emergência, tínhamos restrições muito mais ampla, em termos de circulações de pessoas de viaturas e aberturas de comércios, e quando passa o tempo estes medidas ficam a ser mais flexível, e números dos casos fica a aumentar. A tendência deve ser contrária, devemos apertar muito mais, porque os casos estão muito mais elevados. Penso que o problema está na base de adequação das medidas não só em termos de horas mas sim, como as pessoas devem circular naquela hora”, explicou.
Nely Robalo sugeriu que “Temos que sentar, repensar e mudarmos de estratégias porque está evidente se continuemos com este ritmo de aumento de caso, não que vai ultrapassar a nossa capacidade de resposta, já ultrapassou a nossa capacidade de resposta, quando temos muitos técnicos de saúde atingidos e limitados no exercício das suas funções significa que temos uma crise dentro de crise”.
Os casos de infecções duplicaram nos últimos dias no país superando neste momento as barreiras de quatrocentos. Não obstante a estes números, a grande parte da polução continua desconfiada. Entretanto, na opinião da Dra. Magda é preciso redefinir as estratégias de comunicação, “ nestes dias estão as questões de testes positivos depois é negativo, os números não batem certos, portanto a estratégia de falar sobre este doença, quantos casos que existe e como estão, e dos que já morreram houve uma série de incompreensão”.
A Guiné-Bissau através do seu presidente, Umaro Sissoco Embalo, mandou vir de Madagáscar um chá batizado de “Covid Organics”, usado no tratamento da Covid-19 em Madagáscar, mas que no entanto não tem sido ainda validado pela OMS. Solicitada a fazer um comentário sobre este chá, eis o que diz a Dra. Magda Nely Robalo.
“ Felizmente este chá não está homologado, não está acreditado para tratar covid-19 porque não passou por todos os testes feitos antes de ser admitido na cura. Deve ser testado pelos cientistas através de testes nas pessoas que acreditam, daí pode-se determinar a dosagem necessária e dias ou meses a qual o paciente deve ser medicado”, advertiu a especialista em saúde.
Por: Turé da Silva/radiosolmansi com Conosaba do Porto

GOVERNO PREOCUPADO COM AUMENTO DE INFECÇÃO E PROMETE “MÃO DURA” CONTRA DESACATO

É isto que faltava. O porta-voz do Governo guineense, Mamadu Serifo Jaquité manifestou terça-feira preocupação em relação ao aumento acelerado de casos de infecção por covid-19 no país.
Segundo os dados divulgados terça-feira pelo Centro Operacional de Emergência Sanitária (COES), o número de pessoas infectadas pelo vírus de coronavírus nas últimas 24 horas é de  72, e perfazem  475 os casos positivos, havendo dois mortos registados.
Serifo Jaquité, em declarações à imprensa no final de um encontro de concertação da Comissão Interministerial de Combate ao Covid-19, referiu que o país começou com apenas dois casos e hoje atingiu os 475.
“O sistema científico que está a ser utilizado para a detecção de casos de coronavírus no país é dos mais perfeiçoados do mundo e, infelizmente, constatamos que a nossa população não tem estado a cumprir com as medidas tomadas, desde o distanciamento, não aglomeração nos mercados, uso de máscaras, entre outras exigências”, disse.
Jaquité disse que, para fazer face a situação, a próxima fase do estado de emergência poderá adoptar sanções para pessoas que não cumprirem as medidas de prevenção adoptadas pelas autoridades competentes.
“Na próxima etapa do estado de emergência vamos tomar medidas rigorosas para penalizar quem não cumprir com as regras estipuladas de prevenção de Covid-19”, avisou.
Aquele responsável sublinhou que a única forma para controlar os casos de contaminação do Covid-19, é para as pessoas ficarem isoladas nas suas casas, usarem máscaras para não propagar a contaminação.
Notabanca; 06.05.2020

Cientistas descobrem micróbio que bloqueia parasita causador da malária

Saúde pública/Cientistas descobrem micróbio que bloqueia parasita causador da malária

Bissau, 05 mai 20 (ANG) – Um estudo publicado segunda-feira na revista científica Nature Communications anuncia a descoberta de um micro-organismo presente nos mosquitos do género ‘Anopheles’, responsáveis pela transmissão da malária, que bloqueia o parasita causador da doença.

O micróbio foi nomeado ‘Microsporidia MB’ por cientistas do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insectos (Icipe), no Quénia, e da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, autores da investigação, que descobriu que os mosquitos portadores deste micróbio não abrigam o parasita ‘Plasmodium’, que provoca a malária, nem na natureza nem após uma infecção experimental em laboratório.

Além disso, o micróbio está presente também nos ovos e larvas dos mosquitos sem as matar ou causar danos óbvios, explicam os autores do estudo em comunicado.

Embora o ‘Microsporidia MB’ seja encontrado naturalmente em níveis “relativamente baixos” nos mosquitos transmissores da malária no Quénia, os investigadores acreditam que “pode haver maneiras de aumentar a sua proporção” para bloquear a transmissão da malária, tendo ficado demonstrado que esse tipo de intervenção tem também um “potencial transformador” no controlo da dengue, uma doença transmitida pelos mosquitos ‘Aedes aegypti’.

Um outro artigo publicado na revista Nature Ecology and Evolution dá conta de um estudo que conclui que as possibilidades de contrair malária por picadas de mosquito aumentam nas primeiras horas da noite, quando as pessoas estão mais expostas.

O mesmo estudo relata que o risco também aumenta pela manhã e que estas descobertas podem ter implicações nas medidas de prevenção de doenças, já que o uso de redes mosquiteiras tratadas com inseticida levou a uma diminuição global na incidência de malária, mas também modificou a hora do dia em que os mosquitos picam.

“Os mosquitos podem estar a modificar o seu comportamento para evitar o contacto com essas redes”, disse Matthew Thomas, do Penn State Research Center.

“A chamada ‘resistência comportamental’ pode ter enormes implicações para a saúde da população, porque se mais mosquitos picarem nas primeiras horas da noite ou da manhã, a eficácia protetcora das redes mosquiteiras será reduzida”, explicou.ANG/Angop