PRESIDENTE GUINEENSE DE VISITA A TURQUIA

“Na missão, acompanham o Presidente da República, a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Comunidades, Suzi Barbosa e também o Ministro das Finanças, Aladge Fadia.
A titular da pasta da Diplomacia guineense tambem foi recebida pelo seu homólogo Mevlüt Çavuşoğlu e mantiveram encontros com multinacionais turcas que pretendem investir na Guiné-Bissau. Foram encontros de trabalho muito frutíferos, prova das excelententes relações de cooperação e de amizade existentes entre os dois países.”


  Notabanca; 21.06.2020

100 dias de governação: PM NABIAN PERSPETIVA INVESTIR 15 MILHÕES DE DÓLARES NO SETOR DE SAÚDE

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O Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, anunciou que o seu governo recebeu um apoio de 15 milhões de dólares norte-americanos do Banco Islâmico do Desenvolvimento que serão aplicados na reabilitação e equipamentos dos hospitais regionais , na aquisição de equipamentos laboratoriais para o Hospital Nacional Simão Mendes.

Nabian fez este anúncio no âmbito do balanço dos 100 dias do seu executivo, apresentado este sábado, 20 de junho de 2020, no salão de reuniões do ministério dos Negócios Estrangeiros. A cerimónia, que reuniu membros do governo e várias personalidades, foi antecedida de  animação cultural.

Nuno Gomes Nabian explicou no seu relatório de 41 páginas que, logo após a instalação do seu governo,foi confrontado com vários desafios, entre os quais, a necessidade do pagamento de salário do mês de fevereiro, regularização da dívida acumulada da EAGB à empresa produtora da energia elétrica, Karpower, greve na administração pública, disponibilização de fundos para fazer face às despesas relacionadas com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o pagamento de dívidas contraídas junto dos bancos comerciais e a situação de títulos a vencer no final do mês de março.

Questionado sobre a proveniência dos fundos geridos pelo executivo que o permite pagar o salário regularmente e outras despesas, uma vez que se queixa frequentemente da fraca receita fiscal devido às restrições do Estado de Emergência, Nabianreconheceu esta limitação, mas realçou que  o rigor e a disciplina na gestão dos fundos terão permitido satisfazer as despesas correntes do governo.

Relativamente à Covid-19, Nabian enalteceu o trabalho realizado pela extinta Comissão Interministerial. Aproveitou a ocasião para anunciar a vinda de 20 médicos cubanos para apoiar no combate à Covid-19, tendo frisado que o governo vai garantir as despesas de viagem destes médicos de Cuba para a Guiné-Bissau.

O Primeiro-ministro anunciou ainda a aprovação do projeto da construção do novo aeroporto internacional estimado em 900 milhões de Francos CFA e que o lançamento da pedra dessa obra será este ano. Adiantou que o seu governo também vai avançar com o projeto da construção do ponte do rio Farim, tendo garantido a existência já do fundo no valor de um milhão e meio de dólares para o estudo de viabilidade.

Por: Assana Sambú

MEMBRO DO COMITÉ CENTRAL DO PAIGC SEQUESTRADO POR MINISTÉRIO DO INTERIOR DA GUINÉ-BISSAU , DIZ O ADVOGADO SULEIMANE CASSAMÁ

O advogado guineense Suleimane Cassamá disse hoje que o membro do comité central do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) Armando Correia Dias foi sequestrado pelo Ministério do Interior da Guiné-Bissau.
“Depois das primeiras diligências feitas constatamos que na verdade há um plano premeditado para o sequestro de N’Dinho”, afirmou o advogado, em declarações aos jornalistas.
Armando Correia Dias, também empresário guineense e conhecido por N’Dinho, foi detido quando circulava numa viatura, como passageiro, onde seguiam mais duas pessoas, segundo fonte do partido.
O empresário está na segunda esquadra de Bissau, mas o advogado diz que não conseguiu contactar com Armando Correia Dias, tendo sido impedido pelos agentes no local.
“Ele está sequestrado pelo Ministério do Interior. Não há notificação, não há mandado, nada”, disse Suleimane Cassamá.
O advogado esclareceu ter sido informado de que as entradas na segunda esquadra estão proibidas e o acesso está vedado.
“A lei obriga a dar acesso aos advogados em relação aos seus constituintes”, salientou.
Nestas declarações à imprensa, ao lado do advogado, estava também o deputado do PAIGC Wasna Papai Danfa, que acompanhava Armando Dias Correia quando este foi levado por elementos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR).
“Quando estávamos a passar junto à PIR veio um carro de marca Mercedes que nos intercetou”, disse aos jornalistas.
Segundo o deputado, o homem da viatura foi falar com os agentes da PIR, que se aproximaram do carro onde seguia com Armando Dias Correia e outro membro do PAIGC e os mandaram sair.
Wasna Papai Danfa disse que se identificou como deputado e que os agentes tentaram meter no carro uma mala com armas.
“Eles começaram a dizer que as armas eram nossas, meteram as armas no carro”, explicou o deputado, questionando qual a razão por só Armando Dias Correia ser levado pela PIR.
Wasna Papai Danfa disse que os três iam buscar um outro deputado do PAIGC, que estava com medo de sair de casa para participar nas jornadas parlamentares do partido.
Segundo o deputado guineense, o presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, está a tentar contactar com o ministro do Interior, Botche Candé, para saber o que se passa.
A Guiné-Bissau tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.
Na sequência da sua tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo do PAIGC liderado por Aristides Gomes e nomeou para o cargo Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau, que formou um Governo com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), o PRS (Partido de Renovação Social) e elementos do movimento de apoio ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, e do antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.
Em abril, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reconheceu Umaro Sissoco Embaló como vencedor das eleições presidenciais, apesar do recurso de contencioso eleitoral, e pediu a nomeação de um novo Governo, que respeitasse os resultados das legislativas de março de 2019, ganhas pelo PAIGC, até 22 de maio.
A União Europeia, União Africana, ONU, Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Portugal elogiaram a decisão da organização sub-regional africana por ter resolvido o impasse que persistia no país, mas exortaram a que fossem executadas as recomendações da CEDEAO, sobretudo a de nomear um novo Governo respeitando o resultado das últimas legislativas.
O prazo imposto pela CEDEAO não foi cumprido e o Presidente guineense estendeu depois o mesmo até 18 de junho, admitindo dissolver o parlamento caso não houvesse um entendimento, e dando as rédeas para ultrapassar a situação ao presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, que acabou por remeter o assunto para a plenária.
A comissão permanente do parlamento guineense anunciou na terça-feira que a sessão ordinária de junho tem início no próximo dia 29.
Umaro Sissoco Embaló admitiu esperar pela sessão ordinária da Assembleia Nacional Popular antes de decidir se dissolve ou não o parlamento, perante o impasse para a formação de um Governo.
O parlamento guineense encontra-se dividido em dois blocos, com ambos a reivindicarem a maioria parlamentar e a defenderem o seu direito de formar Governo.
O PAIGC venceu as legislativas de março de 2019 sem maioria e fez um acordo de incidência parlamentar com a Assembleia do Povo Unido -Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Partido da Nova Democracia e União para a Mudança, obtendo 54 dos 102 assentos no parlamento.
Logo no início da legislatura, o líder da APU-PDGB, Nuno Nabian, que ocupa agora o cargo de primeiro-ministro, incompatibilizou-se com o PAIGC e aliou-se ao Madem-G15, segunda força política do país, com 27 deputados, e Partido da Renovação Social, que elegeu 21 deputados.
Apesar da nova aliança, quatro dos cinco deputados da APU-PDGB mantiveram a sua lealdade ao acordo de incidência parlamentar assinado com o PAIGC.
Em maio, um dos deputados da APU-PDGB que mantém o apoio ao acordo com o PAIGC também foi raptado em circunstâncias ainda por esclarecer.
Conosaba/Lusa

PM GUINEENSE, ENG. NUNO GOMES NABIAN CONFIANTE NA APROVAÇÃO DO PROGRAMA DO GOVERNO NO PARLAMENTO NO DIA 29 DESTE MÊS

O primeiro-ministro guineense, Nuno Nabian, disse hoje estar confiante de que o programa do seu Governo será aprovado na sessão parlamentar do próximo dia 29, envolta em polémica.
Nuno Nabian, que falava hoje numa conferência de imprensa de balanço dos 100 dias da sua governação, manifestou confiança na compreensão que deputados têm do desempenho do seu Governo.
“Os deputados vão perceber que estamos a fazer um bom trabalho a bem do povo, do país e de toda a gente, daí que não haverá razão para não votarem a favor do programa do Governo”, observou Nabian.
A sessão parlamentar do próximo dia 29 está envolta em polémica devido às disputas entre grupos de deputados sobre de que lado estará a maioria que poderá sustentar o Governo ou não.
A discussão do programa do Governo de Nuno Nabian, entregue ao parlamento desde o mês de maio, não faz parte dos pontos agendados para a sessão do dia 29, mas o grupo de deputados que apoia o executivo já requereu a análise ao documento.
O requerimento, regimentalmente previsto, foi dirigido ao plenário do parlamento, que caso o aceite irá superar uma rejeição que havia sido aprovada na comissão permanente do órgão.
Na conferência de imprensa de hoje, Nuno Nabian disse acreditar que a plenária vai admitir a discussão e vai aprovar o programa do seu Governo, contando com o voto da maioria de deputados que disse estar do lado do executivo.
A maioria parlamentar tem sido reclamada, por um lado, pelos partidos Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15), Partido da Renovação Social (PRS) e Assembleia do Povo Unido (APU-PDGB) e por outro, pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), APU-PDGB, União para a Mudança (UM) e Partido da Nova Democracia (PND).
A APU-PDGB é apontada como fazendo parte dos dois blocos, uma situação potenciada pelos desentendimentos entre o líder, Nuno Nabian, e quatro dos cinco deputados que o partido tem no parlamento.
A APU assinou inicialmente um acordo de incidência parlamentar com o PAIGC, vencedor das eleições legislativas para formar a maioria no hemiciclo e constituir Governo, entretanto demitido pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, e mais tarde o partido renunciou ao compromisso e rubricou outro com o outro grupo.
Por várias ocasiões, Nuno Nabian afirmou que a APU já não se revê no acordo com o PAIGC, mas com o grupo constituído por Madem G-15 e PRS, mas também por diversas ocasiões os quatro deputados do seu partido reafirmam que continuam vinculados ao primeiro acordo.
Para determinar de que lado “está de facto” a maioria parlamentar, o líder daquele órgão, Cipriano Cassamá, anunciou que a sessão do dia 29 irá esclarecer as dúvidas.
Califa Seidi, líder da bancada parlamentar do PAIGC, considera o passo proposto por Cipriano Cassamá como desnecessário e contra o regime órgão, já que, disse, “a maioria é aferida logo no início e nunca no decurso da legislatura”.
Conosaba/Lusa

WANEP-GB QUER REVISÃO DA LEGISLAÇÃO DA DROGA

A Rede Oeste Africana para Edificação da Paz quer incentivar o governo da Guiné-Bissau a rever as suas estratégias de comunicação e as legislações em matéria de droga.
O apelo da rede foi ouvido na conferência de imprensa que antecipa o dia mundial das drogas, no dia 26 de Junho, este ano o lema é “ Apoiar e não punir”. O dia visa a reflexão sobre o tema da droga e a mobilização para a acção, relembrando que é necessário uma atitude positiva para enfrentar este problema.
Na comunicação à Imprensa, a Coordenadora de WANEP-GB, Denise dos Santos Indeque, considera que a comercialização e o consumo da droga aumentaram na Guiné-Bissau, apesar dos recursos consideráveis afectados ao seu controlo.
“Seria bom a implementação cabal deste decreto, porque na verdade os riscos sociais, de saúde e de criminalidade no seio dos jovens guineenses relacionados com a droga são preocupações centrais da Rede Oeste Africana para Edificação da Paz (WANEP) e da opinião pública. A comercialização e o consumo de drogas aumentaram na Guiné-Bissau, apesar dos recursos consideráveis afectados ao seu controlo. O papel dos responsáveis políticos deve então consistir em utilizar a forma mais eficaz, os recursos disponíveis e alcançar os objectivos centrais da política em matéria de droga, ou seja um elevado nível de protecção da saúde, de coesão social e de segurança pública guineense”, explica.
Por isso, tem como objectivo principal no quadro da celebração do dia mundial de luta contra a droga incentivar o nosso governo a rever as suas estratégias de comunicação e as legislações em matéria de droga para alcançar um objectivo-chave: mais segurança, melhor saúde pública para um nível de desenvolvimento mais elevado”
Para Denise dos Santos Indeque existem objectivos específicos da criação de um comité nacional para rever a legislação em vigor em matéria de droga…
“E este objectivo principal será decifrado em objectivo específicos tais como a criação de um comité nacional para rever a legislação em vigor em matéria de droga e recomendar alterações às políticas neste domínio; analisar as pratica policiais e facilitar o exercício do poder discricionário da polícia optando pelo encaminhamento das pessoas para os serviços de saúde e de redução de danos, em vez de as prender”
WANEP-GB o seu objectivo específico visa sensibilizar os decisores políticos, os líderes religiosos, os responsáveis pela aplicação das leis e os responsáveis da saúde pública, os juízes e advogados sobre a política da droga e para os seus efeitos sobre a saúde.
Por: Bíbia Mariza Pereira/radiosolmansi com Conosaba do Porto

EMPRESÁRIO ARMANDO CORREIA DIAS “NDINHO” DETIDO EM BISSAU COM “DUAS ARMAS AK E UMA CATANA”

O empresário guineense e dirigente do PAIGC, Armando Correia Dias vulgo “Ndinho” foi detido na manhã deste sábado em Bissau pela força de segurança e conduzido para o Ministério do Interior, onde se encontra neste momento numa audição.
De acordo com uma fonte credível de Notabanca, Ministério do Interior dispõe de uma informação já há uma semana que dá conta que, há algumas pessoas armadas à ameaçarem algumas pessoas em Bissau, supostamente, sobre disputa de duas maiorias parlamentares e que “Ndinho” terá ligação a esse grupo assustador.

Conforme a informante de Notabanca, “Ndinho” foi preso numa viatura com duas armas de marca Ak e uma arma branca semelhante com uma catana.

A fonte remata que, o ministério do Interior vai dar uma conferência de imprensa sobre o caso, assim que ultimar o processo de auscultação com o empresário.

Uma notícia que equipa de Notabanca vai retomar com mais detalhes nas nossas próximas publicações.

Notabanca; 20.06.2020

Publicada por notabanca à(s) 07:56 Sem comentários: 

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NÚMERO DE M

JAAC EXIGIR LIBERTAÇÃO IMEDIATA DO ARMANDO CORREIA DIAS (NDINHO

)

NOTA À IMPRENSA
O Secretariado Nacional do Conselho Central da Juventude Africana Amílcar Cabral (SNCC – JAAC), vem ao público unir sua voz ao repúdio do sequestro do Empresário e militante do PAIGC, Camarada Armando Correia Dias (NDINHO), ocorrido hoje na cidade de Bissau.

Esse fato configura mais uma vez uma das faces mais desumanas e intoleráveis da violência contra os defensores da pátria e da democracia na Guiné-Bissau.
Manifestamos a nossa plena solidariedade ao empresário e a sua família.

Chamar atenção a Comunidade Internacional e responsabilizar o Governo pelo sucedido.

Exigir a libertação imediata do Armando Correia Dias (NDINHO).

Ainda através desta nota, o SNCC – JAAC testemunha a Sociedade Civil por mais um ato ignóbil e barbárie contra o Estado de Direito Democrático, que ponha em causa a liberdade e antegridade dos cidadãos.

Feito em Bissau, aos 20 dias do mês de Junho de 2020.
Atentamente,
_____________________________
Secretariado Nacional do Conselho Central

LIGA EXIGE LIBERTAÇÃO DO EMPRESÁRIO E DIRIGENTE DO PAIGC 

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) exigiu hoje a “libertação imediata” do membro do comité central do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) Armando Correia Dias, considerando a sua detenção “ilegal”.
Armando Correia Dias, também empresário guineense e conhecido por N’Dinho, foi detido hoje em Bissau e encontra-se na segunda esquadra da capital guineense, segundo fonte daquele partido.

“A LGDH condena a forma ilegal e arbitrária como foi efetuada esta detenção e exige a sua libertação imediata”, refere, em comunicado divulgada na rede social Facebook.

No comunicado, a organização de direitos humanos sublinha que a deteção de Armando Correia Dias foi feita “sem nenhum mandado” e “sem notificação prévia para o efeito”.

“A organização exorta o Ministério do Interior, no sentido de abster-se de prática de atos ilegais e abusivos, adequando a conduta dos seus agentes no estrito cumprimento da lei”, acrescenta na mensagem.

A Guiné-Bissau tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Na sequência da sua tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo do PAIGC liderado por Aristides Gomes e nomeou para o cargo Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau, que formou um Governo com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), o PRS (Partido de Renovação Social) e elementos do movimento de apoio ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, e do antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

Em abril, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reconheceu Umaro Sissoco Embaló como vencedor das eleições presidenciais, apesar do recurso de contencioso eleitoral, e pediu a nomeação de um novo Governo, que respeitasse os resultados das legislativas de março de 2019, ganhas pelo PAIGC, até 22 de maio.

A União Europeia, União Africana, ONU, Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Portugal elogiaram a decisão da organização sub-regional africana por ter resolvido o impasse que persistia no país, mas exortaram a que fossem executadas as recomendações da CEDEAO, sobretudo a de nomear um novo Governo respeitando o resultado das últimas legislativas.

O prazo imposto pela CEDEAO não foi cumprido e o Presidente guineense estendeu depois o mesmo até 18 de junho, admitindo dissolver o parlamento caso não houvesse um entendimento, e dando as rédeas para ultrapassar a situação ao presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, que acabou por remeter o assunto para a plenária.

A comissão permanente do parlamento guineense anunciou terça-feira que a sessão ordinária de junho tem início no próximo dia 29.

Umaro Sissoco Embaló admitiu esperar pela sessão ordinária da Assembleia Nacional Popular antes de decidir se dissolve ou não o parlamento, perante o impasse para a formação de um Governo.

O parlamento guineense encontra-se dividido em dois blocos com ambos a reivindicarem a maioria parlamentar e a defenderem o seu direito de formar Governo.

O PAIGC venceu as legislativas de março de 2019 sem maioria e fez um acordo de incidência parlamentar com a Assembleia do Povo Unido -Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Partido da Nova Democracia e União para a Mudança, obtendo 54 dos 102 assentos no parlamento.

Logo no início da legislatura, o líder da APU-PDGB, Nuno Nabian, que ocupa agora o cargo de primeiro-ministro, incompatibilizou-se com o PAIGC e aliou-se ao Madem-G15, segunda força política do país, com 27 deputados, e Partido da Renovação Social, que elegeu 21 deputados.

Apesar da nova aliança, quatro dos cinco deputados da APU-PDGB mantiveram a sua lealdade ao acordo de incidência parlamentar assinado com o PAIGC.

Em maio, um dos deputados da APU-PDGB que mantém o apoio ao acordo com o PAIGC também foi raptado em circunstâncias ainda por esclarecer.

Notabanca; 20.06.2020

Guiné-Bissau: Fim do prazo para acordo sobre novo Governo

Esta quinta-feira (18.06), termina o prazo dado pelo Presidente guineense para entendimento sobre a formação do novo Governo, sob pena de dissolver o Parlamento. Embaló diz ter recuado da decisão, mas dúvidas permanecem.

    
Guinea-Bissau Präsident Umaro Sissoco Embaló (DW/B. Darame)Umaro Sissoco Embaló

O prazo dado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que o chefe de Estado guineense Umaro Sissoco Embaló nomeasse um novo primeiro-ministro “tendo em conta a Constituição da República e os resultados das eleições legislativas” do ano passado, já terminara a 22 de maio, sem uma decisão por parte do Presidente.

Os partidos políticos não se entendem, e há reivindicações da maioria no Parlamento, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições legislativas e afastado do poder em fevereiro, além do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) e do Partido da Renovação Social (PRS), que atualmente governam o país.

Guiné-Bissau: Fim do prazo para acordo sobre novo Governo

O impasse levou o Presidente da República a ameaçar avançar para a dissolução da Assembleia Nacional Popular até esta quinta-feira (18.06), se não houvesse entendimento. Mas, no regresso de uma viagem à República do Congo, na terça-feira (16.06), Umaro Sissoco Embaló disse que tinha desistido dessa intenção,porque houve evolução no Parlamento:

“Estou contente em ver discussão na Assembleia, com a sessão parlamentar marcada para o dia 29. Isso já é um bom sinal e faz com que eu também recue na minha decisão. Se não houvesse uma data, eu ia em frente com a minha decisão”, declarou.

Desconfiança e demandas

Porém, olhando para a próxima sessão do parlamento guineense, o analista político Jamel Handem desconfia dessas declarações do Presidente.

“Neste momento, Umaro Sissoco está com dificuldades em cumprir com as recomendações da CEDEAO sobre a formação de um novo Governo. Ou o Parlamento aceita a sua maioria, ou ele dissolve o Parlamento e mantém o atual Governo até a realização das próximas eleições. Sem essas condições, não vai haver mais nada”, considera.

Perante a falta de uma decisão por parte do Presidente guineense, o especialista em relações internacionais, Fernando Mandinga da Fonseca diz que a CEDEAO peca por não actuar.

PAIGC National Headquarters (DW/B. Darame)Sede do PAIGC, em Bissau

“Falta, do meu ponto de vista, uma posição da CEDEAO em fazer cumprir a sua emanação e imposição, porque a solução que impôs é uma solução a meio termo, para que a crise possa ser superada”, avalia.

A próxima sessão do Parlamento guineense, que terá início no dia 29 de junho, poderá clarificar a dúvida sobre quem detém a maioria na Assembleia, como admitiram algumas formações políticas. Mas Fernando Mandinga diz ser contra a eventual solução parlamentar.

“É necessário que a Assembleia Nacional Popular não aprofunde a crise, Acho que tomando essa medida estaria a aprofundar a crise. A exigência do meu ponto de vista é voltar a tentar cumprir a solução do meio termo encontrada pela CEDEAO”, sugere.

O que pensa o cidadão comum

Os guineenses ouvidos pela DW África têm opiniões diferentes sobre a situação política reinante no país.

“Ainda é possível haver concertação entre as forças vivas do país, mas é preciso ter paciência”, afirma um funcionário público guineense.

“A situação política guineense, para mim, está muito conturbada. Está tudo muito confuso e a população está cansada de tudo isso”, lamenta uma estudante.

ESPECIALISTA APONTA NULIDADE PARCIAL DO ANO LECTIVO NA GUINÉ-BISSAU

O analista dos assuntos da educação da Rádio Sol Mansi (RSM), Lamine Sonco, disse que o ano lectivo 2019/2020 deve ser anulado parcialmente devido ao conteúdo lecciona nas escolas públicas
Lamine Sonco falava, à Rádio Sol Mansi (RSM), esta sexta-feira (19), sobre o Plano de Contingência para o Sector da Educação, que visa também definir outras estratégias que possam garantir a estabilização do sector educativo incluindo extensão dos dias lectivos até aos sábados.
Na opinião do analista, mesmo com plano de contingência, o presente ano lectivo deve ser nulo parcialmente porque as escolas públicas tecnicamente não funcionaram desde a abertura em Janeiro deste ano.
O governo decidiu que o ano lectivo 2020/2021 começa oficialmente a 9 de Setembro e início das aulas será no dia 14 do mesmo mês.
Portanto, o mestre em educação, Lamine Sonco, disse que o aumento das aulas para os fins-de-semana não define o funcionamento das aulas tendo em conta as medidas sanitárias de distanciamento social. Para ele, o urgente a fazer é preparar o próximo ano lectivo.
Na mesma entrevista à RSM, Lamine Sonco realça a importância do governo tornar publico o plano de contingência para que as escolas possam iniciar os trabalhos.
O governo em exercício aprovou, ontem, no Conselho de Ministros, o Plano de Contingência para o Sector da Educação, que visa também definir outras estratégias que possam garantir a estabilização do sector educativo.
O plano inclui todo o sistema do ensino, da pré-escolar ao Ensino Superior e a extensão dos dias lectivos até aos sábados.
Na mesma reunião ficou decidido que o ano lectivo 2020/2021 começa oficialmente a 9 de Setembro e início das aulas será no dia 14 do mesmo mês.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Julinha Sana Sambú/radiosolmansi com Conosaba doPorto