Por: Sidney Monteiro
Por: Sidney Monteiro
de Comunidade Internacional para se “evitar mais casos de agressões e violações” dos direitos dos cidadãos guineenses, e em particular dos dirigentes e apoiantes do partido.
A apelo foi feito pelo porta-voz do colectivo de três advogados do PAIGC Suleimane Cassamá numa comunicação à imprensa face a sucessivos casos de agressões, espancamentos e violações dos direitos dos seus dirigentes e seus apoiantes.
“A Guiné-Bissau é um Estado de Direito democrático, no qual deve imperar as regras da Constituição e demais leis da República. Por isso, é necessário a intervenção da Comunidade Internacional para evitar com que o pior aconteça no país”, disse Suleimane Cassama.
O porta-voz sublinhou que, actuamente, o país se encontra numa situação de terror, de aumento de casos de corrupção, ameaça à liberdade de imprensa e de expressão, violação das regras e normas da democracia, entre outras.
Suleimane Cassamá afirmou que actualmente o país se depara com situações de torturas físicas e psicológicas praticadas pelo poder e que isso, terá consequências graves no futuro, caso não foi travado, “porque o regime será totalitário”.
“É necessário que a Comunidade Internacional avalia a actual situação de forma clara, porque os actuais governantes não estão no poder por vias legais e não estão a dirigir o país na base das leis, situação essa que poderá ser uma catástrofe para a Guiné-Bissau”, referiu.
Por outro lado, concernente a notificação de Aristides Gomes por parte da Ministério Público, aquele advogado disse que o antigo primeiro-ministro não pode comparecer para ser ouvido, uma vez que nada relacionado ao crime consta na notificação que recebeu e que também não tem garantias de segurança .
“Neste momento, só os dirigentes do PAIGC e seus apoiantes estão a ser perseguidos, isso não faz parte da Justiça. Porque, se por acaso é realmente um trabalho baseado nas leis devem também perseguir os que estão no poder”, disse Cassamá.
Afirmou que Aristides Gomes não tem medo da Justiça, e que quer simplesmente a garantia de sua segurança para que possa enfrentar a mesma.
O antigo primeiro-ministro se encontra abrigado nas instalações da UNIOGBIS em Bissau, temendo pela sua integridade física.
Na semana passada, o procurador-geral da República, Fernando Gomes, sem indicar quem lhe movera um processo crime, disse que Aristides Gomes é indiciado de vários crimes.
Notabanca; 25.08.2020
Um juíz da Vara Cível do Tribunal Regional de Bissau ordenou a “detenção imediata” do Ministro dos Transportes e Telecomunicações, Jorge Mandinga, por supostamente ter ordenado a soltura do navio “AS PAMIRA” da empresa MAERSK LINE, apreendido por uma decisão judicial no quadro da administração da justiça.
No despacho datado de 24 de agosto (segunda-feira), que O Democrata consultou esta terça-feira, 25 de agosto de 2020, o juiz do processo nº 146/2020 explicou que Jorge Mandinga terá ordenado a soltura do navio por ordem “emanada do chefe do governo” com o objetivo de “zelar pelos superiores interesses do país em matéria de cooperação e colaboração com os tradicionais parceiros da Guiné-Bissau”.
“Ressalta à vista que impendem sobre a pessoa do Ministro fortes indícios da prática de um crime de obstrução à atividade jurisdicional, sendo ainda o autor moral, pela sua atitude deliberada, de um outro crime de desobediência”, lê-se ainda no despacho.
O juiz relatou no seu despacho que há ainda indícios fortes de que o Instituto Marítimo Portuário e os seus agentes foram igualmente “coatores materiais” ao terem recebido e executado cabalmente as instruções do ministro, e ao posicionarem de costas viradas à lei em vigor, executando uma ordem que “não só era manifestante ilegal como também se reconduzia à prática ilícita dos atos reputados criminosos, em alusão aos artigos 228º, 229º e 239º, todos eles do Código Penal Guineense”.
O juiz fundamenta que, segundo a corrente legalista, não existe dever de obediência em Direito Administrativo à ordem do superior hierárquico ao subalterno, mesmo que seja dada intrinsecamente e em objeto de serviço, desde que se trate de uma “ordem ilegal ou ilícita”.
“A ordem que o Ministro alega ter recebido não se trata, pelos vistos, de uma ordem dada por escrito e a questão “sub judice”, reportando-se a um litígio entre os particulares e não à administração Pública, nada tem a ver com a relação entre o superior hierárquico e o subalterno – o caso do Chefe do Executivo e do seu Ministro” argumenta o juiz, ordenando à Secretaria judicial que extraia e remeta a certidão ao Ministério Público para o efeito de procedimentos criminais contra todos os implicados na “soltura ilegal” e à revelia de uma decisão judicial, do navio “AS PAMIRA”.
O juiz ordenou também ao Instituto Marítimo Portuário a “apreensão imediata de um outro navio da requerida RAQUEL – S, 1937”, determinando ainda a interdição total e imediata do embarque, bem como do acondicionamento dos contentores da requerida em qualquer navio, enquanto não houver ordem judicial que determine o contrário, mantendo-se a empresa APGB como fiel depositária.
Entretanto, O Democrata contatou por telefone, o chefe de gabinete do Ministro dos Transportes e Telecomunicações, Júlio Azevedo João da Silva, que foi igualmente referido no despacho, para reagir sobre o despacho do juiz da Vara Cível que ordenou a detenção do ministro, que disse desconhecer o conteúdo do despacho.
“Ainda não fomos notificados oficialmente, sobre o despacho“.
Por: Tiago Seide
O porta-voz do Coletivo dos Advogados do ex-primeiro-ministro Aristides Gomes, José Braima Dafé, denunciou esta terça-feira, 25 de agosto, que há tentativa, das atuais autoridades do país, de transformar a Guiné-Bissau “num Estado selvagem”, onde impera a lei da força. Dafé falava na sede dos libertadores em Bissau, para denunciar “perseguições políticas” contra os dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), sobretudo Aristides Gomes.
Aos jornalistas, o advogado contou que a Procuradoria Geral da República (PGR) teria enviado três cartas à representante especial do Secretário Geral das Nações Unidas no país para exigir a entrega de Aristides Gomes. Segundo José Dafé, do ponto de vista jurídico, a tentativa das autoridades “é uma aberração”, porque as instalações das Nações Unidas não estão sob a jurisdição nacional, devendo tudo ser resolvido por via diplomática.
“Foi dirigida uma nota seca e vaga, que não explicou absolutamente nada sobre qual terá sido o crime cometido por Aristides Gomes. Um processo crime começa com a promoção de inquérito, não cair em cima do cidadão que está protegido de um conjunto de direitos salvaguardados na nossa constituição.Pior de tudo é que ninguém sabe quem é o magistrado titular do processo contra Aristides Gomes”, denunciou.
Dafé afirmou que Aristides Gomes não tem medo de apresentar-se à Procuradoria mas a única coisa que reclama, enquanto cidadão, é a garantia de segurança da sua integridade física.
Para Suleimane Cassamá, nos últimos tempos assiste-se na Guiné-Bissau a subversão da ordem constitucional, violação dos direitos fundamentais, liberdade de expressão e da imprensa, instrução dos agentes policiais para prender pessoas de “forma ilegal”, perseguição física e psicológica dos membros do “governo legitimo”, que saiu das eleições de 10 de março de 2019, e de deputados da nação, bem como o aumento de tráfico de droga no país.
Cassamá defendeu que seria mais seguro que Aristides Gomes ficasse nas instalações das Nações Unidas do que estar no Quartel General das Forças da Interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (ECOMIB) na Guiné-Bissau.
“A ECOMIB é co-autora do golpe de estado na Guiné-Bissau perpetrado pelas atuais autoridades no poder (…) O capitão dos malfeitores, na perseguição dos dirigentes dos libertadores é oministro do Interior, Botche Cande, que prendeu muita gente”.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Bissau,25 Ago 20(ANG) – Um juiz mandou deter o ministro dos Transportes e Comunicações,, Jorge Mandinga, por suspeita de obstrução à aplicação da lei num caso relativo à apreensão do navio “As Pamira” da empresa Maersk Line, a 10 de agosto.
O min
istro disse à DW África que só se vai pronunciar sobre o sucedido “quando sair o comunicado do Governo”, previsto para amanhã de manhã.
Num despacho com data de segunda-feira, e hoj
e confirmado pelo Ministério Público à Lusa, o juiz Alberto Leão Carlos salienta que “impendem sobre a pessoa do ministro fortes indícios da prática de um crime de obstrução à atividade jurisdicional, sendo ainda o autor moral pela sua atitude deliberada de um outro crime de desobediência”.
A Maersk agendou uma conferência de imprensa para as 17h00.ANG/DW África
Bissau, 25 Ago 20 (ANG) – O Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) pediu esta terça-feira a intervenção de Comunid
ade Internacional para se “evitar mais casos de agressões e violações” dos direitos dos cidadãos guineenses, e em particular dos dirigentes e apoiantes do partido.
A apelo foi feito pelo porta-voz do colectivo de três advogados do PAIGC Suleimane Cassamá numa comunicação à imprensa face a sucessivos casos de agressões, espancamentos e violações dos direitos dos seus dirigentes e seus apoiantes.
“A Guiné-Bissau é um Estado de Direito democrático, no qual deve imperar as regras da Constituição e demais leis da República. Por isso, é necessário a intervenção da Comunidade Internacional para evitar com que o pior aconteça no país”, disse Suleimane Cassama.
O porta-voz sublinhou que, actuamente, o país se encontra numa situação de terror, de aumento de casos de corrupção, ameaça à liberdade de imprensa e de expressão, violação das regras e normas da democracia, entre outras.
Suleimane Cassamá afirmou que actualmente o país se depara com situações de torturas físicas e psicológicas praticadas pelo poder e que isso, terá consequências graves no futuro, caso não foi travado, “porque o regime será totalitário”.
“É necessário que a Comunidade Internacional avalia a actual situação de forma clara, porque os actuais governantes não estão no poder por vias legais e não estão a dirigir o país na base das leis, situação essa que poderá ser uma catástrofe para a Guiné-Bissau”, referiu.
Por outro lado, concernente a notificação de Aristides Gomes por parte da Ministério Público, aquele advogado disse que o antigo primeiro-ministro não pode comparecer para ser ouvido, uma vez que nada relacionado ao crime consta na notificação que recebeu e que também não tem garantias de segurança .
“Neste momento, só os dirigentes do PAIGC e seus apoiantes estão a ser perseguidos, isso não faz parte da Justiça. Porque, se por acaso é realmente um trabalho baseado nas leis devem também perseguir os que estão no poder”, disse Cassamá.
Afirmou que Aristides Gomes não tem medo da Justiça, e que quer simplesmente a garantia de sua segurança para que possa enfrentar a mesma.
O antigo primeiro-ministro se encontra abrigado nas instalações da UNIOGBIS em Bissau, temendo pela sua integridade física.
Na semana passada, o procurador-geral da República, Fernando Gomes, sem indicar quem lhe movera um processo crime, disse que Aristides Gomes é indiciado de vários crimes. ANG/AALS/ÂC//SG
O diretor-geral da Imprensa Nacional (INACEP), Bamba Banjai, revelou na segunda-feira, 24 de agosto de 2020, que o ministério das Finanças deve à INACEP um valor estimado em dois biliões de Francos CFA, tendo assegurado que fez vários contatos com as finanças no sentido de liquidar aquela dívida e consequentemente, permitir que a empresa resolva as dívidas aos seus funcionários e relançar a empresa.
O responsável da gráfica nacional falava à imprensa, a margem da assinatura de memorando do entendimento entre o sindicato de base dos funcionários e a direção da empresa, que exigem do patronato o pagamento dos salários em atraso e o relançamento da empresa.
Banjai informou que herdou a empresa numa “situação muito complicada” com 99 meses de dívidas aos funcionários e 20 anos defuncionamento sem pagamento à segurança social, tendo acrescentado que atualmente 99 por cento das máquinas de produção da gráfica nacional estão paralisadas por avaria ou estão totalmente obsoletas.
Informou que, durante os quatro meses que está à frente da empresa, solicitou, por cartas, o pagamento dos dois biliões de FCFA em dívida, mas até hoje não foi desbloqueado nenhum franco para a conta da INACEP.
“Estamos numa situação muito complicada. A INACEP é uma empresa do Estado da Guiné-Bissau que está nessa situação de precariedade. Por isso, apelamos ao Chefe de Estado, Úmaro SissocoEmbaló, e ao Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, no sentido de nos ajudarem a salvá-la”, salientou.
Assegurou que, de momento, a INACEP não tem matéria prima para produzir e não consegue pagar salários aos seus funcionários, contudo prometeu liquidar seis (6) dos 99 meses de salários em atraso.
Para o presidente do Sindicato de Base dos Funcionários da INACEP, Walter Mendonça, o memorando de entendimento é um passo significativo que irá relançar a empresa e tirar os funcionários na “situação miserável” em que se encontram.
O Democrata soube duma fonte da direção que a empresa emprega atualmente cerca de 150 funcionários.
No memorando, a direção comprometeu-se em regularizar seis meses dos atrasados na próxima quinta-feira, 27 do mês, resolver a situação de segurança social que há 20 anos não é paga para que os funcionários com idade de reforma possam beneficiar, e adquirir as novas maquinarias para o relançamento da INACEP.
Por: Aguinaldo Ampa
Deputada Joacine Katar Moreira
Manuel Matola
A deputada Joacine Katar Moreira considera que Portugal precisa de “melhorar com urgência” a sua legislação para ajudar a combater o discurso de ódio e garantir que os crimes não fiquem impunes e sem as agravantes que as originaram. E dá exemplo do caso de Bruno Candé, cujo assassino, diz, “não é um ´ex-combatente`, não é um ´idoso`, não é um ´octagenário`, é um criminoso”.
“Farei desta batalha a minha batalha legislativa para a nova sessão que começa agora em setembro”, garante Joacine Katar Moreira, a deputada mais escrutinada da democracia portuguesa, numa entrevista ao jornal É@GORA feita por escrito e que pode acompanhar a seguir:
“É TEMPO DE LUTARMOS CONTRA O DISCURSO DE ÓDIO”
Portugal tem registado mais de 500 mil ex-combatentes no Ultramar. Pensa em incluir os ex-militares do Ultramar neste projeto da sua lavra?
Este projecto visa sobretudo entidades e não grupos concretos de pessoas, mas com certeza que faz todo o sentido um debate alargado sobre aquilo que ainda são as visões coloniais e a forma como condicionam o presente e o entendimento sobre os africanos e afrodescendentes. Nesta primeira sessão legislativa votei favoravelmente para a criação de um Estatuto de Antigo Combatente e penso que em termos legislativos os ex-combatentes do Ultramar começam a ter a atenção devida. Mas nada justifica um assassinato e a pessoa que matou Bruno Candé não é um “ex-combatente”, não é um “idoso”, não é um “octagenário”, é um criminoso.
domingo, 23 de agosto de 2020
Domingos Simões Pereira, juntou-se hoje a centenas de guineenses que realizaram em Lisboa um protesto contra a situação política na Guiné-Bissau.
“Eu penso que é importante a cidadania guineense exprimir-se de forma livre, porque os que aqui estão são cidadãos guineenses preocupados com o seu país, com a situação política no país, que reivindicam o direito de participarem em total liberdade”, afirmou Domingos Simões Pereira a jornalistas.
O líder do PAIGC juntou-se cerca das 17:30 às centenas de guineenses que se juntaram hoje, desde as 14:00, na fonte luminosa, em Lisboa, para protestarem contra os acontecimentos que o país tem vivido desde fevereiro. No protesto estiveram também alguns deputados e ministros do Governo de Aristides Gomes.
“Eu sou um guineense, antes de mais, portanto aquilo que acontece com o meu país e com os guineenses também me afeta e por isso venho dar o meu sinal de respeito, de reconhecimento pelo esforço que os guineenses estão a fazer e dizer-lhes que eu acredito que é por via da expressão da cidadania que vamos lá chegar”, afirmou.
O protesto, que decorreu durante toda a tarde, tentou respeitar as normas da Direção-Geral de Saúde no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus, com os organizadores a pedirem às pessoas para manterem as máscaras na cara e a distância de segurança.
Presente esteve igualmente Marciano Indi, líder parlamentar da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), partido liderado pelo atual primeiro-ministro, que pediu o respeito pela democracia, pela Constituição e pelas leis da Guiné-Bissau.
O PAIGC venceu as legislativas de 2019 e formou um Governo liderado por Aristides Gomes, mas foi demitido por Umaro Sissoco Embaló, logo após ter tomado posse como Presidente da Guiné-Bissau.
A ‘tomada de posse’ de Umaro Sissoco Embaló está envolta em polémica, porque o Supremo Tribunal de Justiça ainda não se pronunciou sobre um recurso de contencioso eleitoral apresentado pelo candidato Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, que disputou a segunda volta das presidenciais com o atual Presidente.
O atual Presidente foi considerado vencedor do escrutínio pela Comissão Nacional de Eleições e mais tarde pela CEDEAO, levando ao seu reconhecimento pelos restantes parceiros internacionais da Guiné-Bissau. Lusa