Governo português lamenta fake news sobre situação política na Guiné-Bissau

Portugal manifestou “preocupação com o atraso na nomeação de um Governo na Guiné-Bissau” num comunicado. Circulou dias depois no Facebook uma versão adulterada do comunicado.

O comunicado foi emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Santos Silva diz que não será tomada nenhuma atitude
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, lamentou a disseminação nas redes sociais de falsificações de comunicados do Governo português sobre a situação política na Guiné-Bissau.

“Se fossemos a correr atrás de toda a informação falsa que circula nas redes sociais não fazíamos outra coisa”, disse esta terça-feira Santos Silva, explicando porque o Governo português não tomará nenhuma atitude perante a circulação de uma versão falsificada de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a situação política na Guiné-Bissau.

Em declarações telefónicas à Lusa, a partir da Costa do Marfim, onde se deslocou numa visita oficial, o ministro reforçou a ideia de que o Governo português está preocupado com o atraso na nomeação de um novo Governo na Guiné-Bissau e com a ausência de data para novas eleições presidenciais, mas recusou qualquer interferência no processo, como indiciavam as informações falsas divulgadas nas redes sociais.

No passado sábado, em comunicado, o Governo português manifestou “preocupação com o atraso na nomeação de um Governo na Guiné-Bissau, apesar de estarem reunidas todas as condições exigíveis” para que isso aconteça.

“Portugal recorda que os resultados das eleições legislativas do passado dia 10 de março e os acordos interpartidários subsequentes permitiram constituir uma maioria parlamentar e, portanto, garantir a viabilização do Governo”, referia o comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Na rede social Facebook, dois dias depois, começou a circular uma versão adulterada do comunicado que referia que “Portugal recusa e desmente de maneira categórica as informações sensacionalistas publicadas por alguns meios de comunicação guineenses nas suas edições de 25/05/2019, com uma falsa nota à imprensa adjunta”. Nessa versão falsificada, o Governo português rejeitava “qualquer articulação para supostamente nomear o primeiro-ministro da Guiné-Bissau” e atribuía a culpa das notícias falsas ao PAIGC.

O chefe da diplomacia portuguesa lamentou a existência destas falsas informações e reiterou a posição do governo português, já apresentada no comunicado do passado sábado.

“Não podemos esconder a surpresa por ainda não haver um Governo nomeado”, explicou Santos Silva, referindo-se ao facto de ter havido eleições “legítimas e muito concorridas”, cuja votação levou a negociações das quais resultou uma maioria parlamentar. “Temos programas de cooperação com o Governo da Guiné-Bissau e não queremos que nada se atrase”, disse o ministro, para explicar a sua preocupação pelo atraso no processo de nomeação de novo Governo.

Santos Silva referiu ainda que o atual Presidente da República da Guiné-Bissau terminará o seu mandato em junho, mas não há ainda data apontada para a realização de novas eleições presidenciais. 

“E isso também nos deixa apreensivos”, alertou o ministro.

observador.pt

Forças Armadas – “A potência de uma nação não se resume na quantidade da população mas também na qualidade dos seus homens”, diz o CEME

Bissau, 27 mai 19 (ANG) – O Chefe de Estado-maior do Exército (CEME), disse que a potência de uma nação não se resume apenas na quantidade da população, mas também na qualidade dos seus homens.

O Major-General Lassana Mansali destacava assim a importância da formação de que os militares guineenses beneficiaram no âmbito do 2º curso de Observadores militares para operações de manutenção de paz das Nações Unidas, decorrida durante duas semanas em Bissau.

Disse que as  Forças Armadas guineenses estão a crescer positivamente a cada dia  nas suas  missões de sentinelas do povo em defesa da tranquilidade e paz.

Insali defendeu a formação local por ser mais abrangente pelo que devem ser priorizadas em detrimento da formação no exterior.

O Curso foi patrocinado pelas Nações Unidas em colaboração com o Centro Koffi Anan de Gana.

Falando no acto o  Representante Adjunto do Secretário-geral das Nações Unidas, David Mclanchan- Karr disse que essa formação de militares  vai contribuir para o  fortalecimento das instituições na Guiné-Bissau e para consequentemente a estabilidade do país, para além de  capacitar as Forças Armadas guineenses para a sua participação em operações de paz no âmbito regional ou global por intermédio de envio de observadores militares, contribuindo para a projecção do país e profissionalização da classe castrense.

O diplomata considerou que a classe castrense deu um passo positivo porque dos trinta formandos vinte são mulheres, que para ele, revela e ratifica o compromisso com a paridade de género nas Forças Armadas evidenciando uma clara  consciência dos valores da liberdade, igualdade e democracia.   

A referida formação ainda contou com o apoio da embaixada de Alemanha, sedeada em Dacar, no Senegal.

Um representante dessa embaixada presente na cerimónia, Carsten Wille disse que o foco de colaboração entre o Governo alemão e o Centro Koffi Anan é centrado em cursos de treinamento, inclusive do pessoal militar e para-militar, baseado nas necessidades  de cada país membro da CEDEAO e da UA.

Wille chamou a atenção aos formandos sobre a necessidade dominarem a lingua francesa e inglesa, para estarem mais aptos para as missões  de manutenção da paz.

Em nome dos formandos, Angélica Iuqui agradeceu aos facilitadores do curso e todas as entidades parceiras que contribuíram para que  seja uma realidade, pedindo igualmente aos colegas a colocarem, na prática, todos os conhecimentos adquiridos.

O curso foi ministrado pelos oficiais do Centro Kofi Anan, é financiado pelo governo alemão num montante não revelado. 

ANG/DMG/ÂC//SG

Bispo de Bissau; “NENHUMA GREVE DEVE PÔR EM CAUSA FUTURO DA NAÇÃO”

O Bispo da diocese de Bissau, Dom José Camnate Na Bissign, disse neste sábado, 8 de dezembro 2018, que nenhuma greve deve pôr em causa a vida e o futuro de todas pessoas. Por isso os adultos devem saber que são espelhos dos jovens.
Dom Camnate na Bissign falava durante a homilia na celebração da Missa eucarística do enceramento da peregrinação Mariana 2018, realizada na cidade de Cacheu, norte da Guiné-Bissau. Perante milhares de fiéis católicos oriundos de diferentes pontos do país, representantes da comunidade muçulmana e evangélica, Na Bissign disse que estratégias devem ser estudadas para que os atos dos adultos não continuem a prejudicar a vida dos jovens e adolescentes guineenses.
Numa clara alusão a actual situação do ensino público, o pastor da Igreja Católica guineense lembra que os direitos humanos devem sempre ser respeitados por todos.
“A situação da instabilidade no nosso país e no nosso continente continua ainda a provocar êxodo e fuga dos cérebros. Infelizmente, por fazemos o nosso continente madrasta dos seus filhos”, lamenta.
Dom Camnaté disse que os jovens precisam de adultos exemplares que os ajudem a escapar-se de armadilhas do consumismo. O prelado adianta ainda criticando a forma como os jovens são usados nas campanhas eleitorais.
“Muitas vezes os nossos jovens e adolescentes não têm a sorte de ter adultos por perto para os fazer entender as armadilhas colocadas pela sociedade. São vítimas fáceis de corrupção e do amor, são vítimas de engano dos adultos sem escrúpulos e daqueles que se aproximam só pelos interesses pessoais. Os jovens são colocados nos conformismos e são usados nas campanhas eleitorais, estragando o mais sagrado (o corpo humano) que no evangelho é apresentando como um templo de amor e Vida de Deus”, critica Dom Camnaté
O Revendíssimo Bispo lembra que o mundo depara com crises de valores e de humanidade, no entanto, chama atenção aos jovens para estarem vigilantes tendo virgem Maria como exemplo. Na Bissing lança desafio à Igreja Católica a criar pastoral de jovens para melhor orientá-los e evitar caminhos de falsas doutrinas.
In Rádio Sol

DIRETOR GERAL DO HOSPITAL SIMÃO MENDES CLAMA POR RECURSOS HUMANOS E VERBAS

26/05/2019 / OdemocrataGB / No comments

  

[ENTREVISTA MAIO 2019] O diretor-geral do Hospital Nacional Simão Mendes, Augusto Mendes, disse que a maior dificuldade daquele que é considerado o maior centro hospitalar do país é a falta dos recursos humanos e de verbas para assegurar o funcionamento da cozinha interna. Mendes revelou igualmente que a falta de técnicos, especialistas e do pessoal menor (de cozinha e limpeza) constitui preocupações para a atual direção. Outra preocupação tem a ver com a falta de dinheiro para a alimentação dos pacientes, exceto os da pediatria, CTA, Consulta externa e estatística, que constitui a maior dor de cabeça da direção.

Augusto Mendes fez esta observação numa entrevista exclusiva ao semanário O’ democrata na qual informou que o hospital necessita de recursos humanos, de acordo com as necessidades de cada serviço. Contudo, deixou claro que para além de meios financeiros, precisa do aval ou autorização do Ministério da Saúde Pública, isto é, de determinadas aprovações do Ministério da Saúde Pública.

“Precisamos de recursos humanos, mas tudo deve ser feito com base numa recomendação do Ministério da Saúde Pública para o recrutamento de novas pessoas ou empresas de limpeza”, explicou.

Contou ainda que atualmente o hospital não tem contrato com nenhuma empresa de limpeza e as pessoas contratadas individualmente para a limpeza dos diferentes serviços do hospital, a “maioria está com a idade de ir à reforma, tendo em conta que determinados serviços devem ser feitos por pessoas mais jovens”.

Dados estatísticos revelam que Hospital Nacional Simão Mendes conta com cerca de 600 profissionais, dos quais 24 (pessoal menor) distribuídos para todos os serviços que o hospital oferece, 29 parteiras (28 efetivos) e dois técnicos especialistas em partos e uma ginecologista obstétrica (novo ingresso). Conta com 111 médicos, dos quais 18 especialistas, nomeadamente: três em cardiologia, seis em medicina geral integral, três em CTA, dois em cirurgia, um pediátrico, um pneumónologo e dois em oftalmologia. Tem ainda treze assistentes sociais.

Relativamente à alimentação, o especialista em medicina explicou que habitualmente o Ministério das Finanças desembolsava uma certa quantia em dinheiro que o diretor não revelou, para suportar as despesas das refeições que o hospital fornece aos pacientes assim como a dos médicos em serviço. Segundo Augusto Mendes, desde outubro passado o ministro das Finanças cortou essa verba.

Como solução, a direção que lidera é obrigada a redobrar esforços para poder assegurar o funcionamento da cozinha.  O diretor contou que é das receitas diárias que são pagas as refeições, mas que é um valor que não consegue cobrir todas as despesas.

Revelou que a atual direção pretende para breve, estabelecer cooperação com as escolas de culinária, que passarão a enviar estudantes com experiência reconhecida para estágio, para cobrir a insuficiência do pessoal na cozinha.

O serviço de cozinha conta com 17 pessoas, das quais duas efetivas, treze contratadas e duas estagiárias. Soube o jornal Democrata ainda que a ementa varia de acordo com as disponibilidades financeiras da direção e que a mais frequente é o guisado. Há dias em que a direção disponibiliza apenas 60 000 francos CFA para alimentação.

DIRETOR RECONHECE QUE MÉDICOS PEDEM DINHEIRO AOS PACIENTES PARA TRATAMENTO

Quanto às queixas dos utentes e de alguns doentes que frequentam os serviços de cirurgia em como cada médico do HNSM estabelece o preço de intervenção cirúrgica, incluindo os kits necessários, o diretor reconhece que é uma prática que vem de há muito tempo, mas a sua direção conseguiu contornar a situação, estabelecendo um preçário único para todos os tipos de serviços cirúrgicos, que será afixado nos diferentes serviços e pontos estratégicos de forma a fazer com que os utentes tenham informações.

“Acreditamos que o preçário único estabelecido pode ajudar a resolver certas situações e acabar com a desorganização e más práticas enraizadas neste centro hospitalar”, observou, tendo, no entanto, esclarecido que nos últimos tempos foram definidos preçários que incluíam os custos dos materiais, porque facilita os utentes a identificarem o preço exato de uma determinada intervenção cirúrgica. No dia em que o paciente é submetido à intervenção médica, o médico só vai ser informado porque terá todos  os materiais registados na sala.

“Antes pagava-se e só depois é que os médicos faziam uma lista dos materiais a serem comprados”, disse o diretor Augusto Mendes.

Com a nova estratégia definida pela direção do HNSM, o pagamento passará a ser efetuado através de uma caixa, “o médico não pode usar as instalações públicas para tirar proveitos pessoais, se quiser proveito pessoal que abra a própria clínica”.

Considerou a relação com os três parceiros internos do hospital como boa, justificando que todos estão a trabalhar para a melhoria da situação clinica dos pacientes.

Questionado sobre informações em como ONG AIDA terá falhado em compensar os serviços isentados aos utentes em 50%, o diretor esclareceu que apenas mandam os pacientes para lhes serem aplicados descontos de 50%.

“Naturalmente, deviam fazer a reposição a favor do hospital caso contrário o hospital é que sofre. Vamos ter uma reunião com a direção da AIDA para esclarecer algumas questões. Mas sempre temos boa relação e ela tem sido uma parceira importante para o hospital. Apenas umas questões a serem esclarecidas, portanto, alguns aspectos ou equívocos”.

Para o diretor, atualmente a eletricidade não constitui preocupação para o hospital, ou melhor, o hospital tem um grupo de geradores e a eletricidade da pediatria e maternidade está por conta dos Médicos sem Fronteiras.

Soube ainda O Democrata de uma fonte hospitalar que há meses foi instalado um serviço que antes funcionava no hospital 03 de agosto, mas que agora funciona dentro de hospital Simão Mendes de uma forma independente, que é o serviço de estomatologia. Segundo o diretor, uma parte de receita proveniente daquele serviço é canalizada para a direção e outra fica para o hospital, fato que o deixa mais confortável e acredita que o novo serviço vai ajudar o hospital a atender os pacientes com fraturas de mandíbulas ou maxilares.

Graças à cooperação entre o hospital e as ONG`s parceiras, o central hospitalar em referência não tem dificuldades nem rotura de medicamentos e Kits de cesariana. Segundo disse o diretor, os kits de cesariana são disponibilizados pela ONG AIDA num armário na maternidade para, em caso de rotura, a ONG EMI fazer a reposição apόs cada parto por via cesariana, dos materiais usados e bem como de um incentivo para as parteiras. O oxigênio de 99 garrafas que está a ser usado foi requisitado à Clinica Madrugada e pago pelo governo. E garantiu a reabertura da fábrica de oxigênio do hospital para breve, tendo em conta as diligências em curso.

Por sua vez, o delegado Nacional da ONG Ajuda Intercambio e Desenvolvimento (AIDA), Vitor Madrigal, informou que no âmbito das necessidades do hospital a sua organização colocou armários em diferentes serviços do hospital com caráter de urgência, a disposição de pacientes carenciados e em estado grave. Os armários que contém medicamentos, kits de cesariana de acordo com as necessidades de cada serviço. No âmbito destas deligências, a ONG assume 50% dos custos de análises laboratoriais, raio x, ecografia, para doentes considerados carenciados e em estado grave e tudo é feito através dos critérios estabelecidos pela própria ONG.

E nega, contudo, qualquer hipótese de a sua organização deixar de repor as despesas assumidas e revelou que diariamente fazem a reposição em todos os serviços onde a AIDA assumiu isentar 50% dos custos ao hospital, mas tudo a um preço diferente do que um utente paga normalmente.

“Isto é uma informação irônica, a AIDA faz pagamentos diretos para cada caso e serviço através do carimbo na prescrição médica”, referiu.

Por: Epifania Mendonça

Foto: E.M

Guiné-Bissau: Sociedade Civil condena incitações à interferência dos militares na política

O Movimento Nacional da Sociedade Civil Para Paz, Democracia e Desenvolvimento condenou “sem reservas” as intervenções públicas que visam apelar à “violência e incentivar a interferência” das Forças de Defesa e Segurança na resolução de diferendos políticos.

Em comunicado, esta segunda-feira 27 de Maio, a organização da Sociedade Civil exortou os dirigentes políticos da maioria parlamentar, entre outros, a absterem-se de discursos políticos “incendiários” capazes de comprometer a paz a e tranquilidade no país.

“As declarações públicas proferidas, no último sábado, pelos líderes da maioria parlamentar de solicitar as Forças Armadas para abrir alas com vista a penetração no palácio da República, e demais outros feitos neste mesmo dia, incentivam a violência e a interferência das Forças Armadas nos assuntos políticos e põem em causa a missão apartidária e Republicana das Forças Armadas” lê-se no documento assinado por Fodé Caramba Sanhã, presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil Para Paz, Democracia e Desenvolvimento, que pede às Forças de Defesa e Segurança a manterem-se equidistantes das disputas político partidárias, cumprindo rigorosamente a sua missão República de defender a integridade territorial da Guiné-Bissau.

No que concerne ao impasse político no parlamento, o movimento da Sociedade Civil apelou aos partidos políticos com assento parlamentar a encetarem um diálogo político “sério e construtivo”, com finalidade de ultrapassar o impasse na ANP, e consequentemente, concluir o processo de eleição dos restantes membros da mesa daquele órgão de soberania, exortando a classe política a adoptar a “moderação e contenção” como forma de reivindicar os seus direitos.

O Movimento Nacional da Sociedade Civil Para Paz, Democracia e Desenvolvimento apelou também ao Presidente da República, José Mário Vaz, a utilizar os seus poderes constitucionais, com vista a nomeação com maior brevidade possível, de um novo governo, em consequência dos resultados eleitorais, congratulando-se com o conteúdo do comunicado do P5 tornado público a 24 de Maio, e pediu às organizações internacionais a manterem-se atentas à evolução da situação política do país.

Ao governo, o movimento da Sociedade Civil exige que estabeleça diálogo com as centrais sindicais, de forma a encontrar soluções para pôr fim às sucessivas ondas de greve na administração pública guineense.

Por fim, sobre a carga policial contra os alunos que exigiam o fim de greve nas escolas públicas, o movimento da Sociedade Civil manifestou o seu repúdio pela forma como as autoridades policiais impediram a realização de marcha pacifica dos estudantes em pleno gozo dos direitos cívicos.

Tiago Seide

© e-Global Notícias em Português

ULTIMATO» MAIORIA PARLAMENTAR NA GUINÉ-BISSAU AVISA QUE PROTESTO É A “ÚLTIMA EXIGÊNCIA PACÍFICA”

Bissau, 25 mai 2019 (Lusa) – Os partidos da maioria parlamentar da Guiné-Bissau avisaram que a marcha hoje realizada é a última exigência pacífica para a nomeação do primeiro-ministro e formação do Governo, depois das legislativas de 10 de março.
“Este é o nosso último ensaio, a nossa última chamada de atenção, última exigência pacífica que fazemos não só ao povo guineense, mas também à comunidade internacional”, afirmou o presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, vencedor das últimas legislativas.
No discurso, proferido no final do protesto que juntou milhares de pessoas em Bissau, Domingos Simões Pereira disse que a Guiné-Bissau “não é o diabo” e exigiu à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para resolver o problema, salientando que no país as leis também são para cumprir.
Exigimos à CEDEAO porque se a CEDEAO não for parte da solução, é porque é parte do problema”, afirmou.
Domingos Simões Pereira alertou também para a grave situação económica do país – confirmada pelo Fundo Monetário Internacional – que pode entrar em “bancarrota” e “falência total” se o novo Governo não for nomeado.
Isso é o que o Presidente (da Guiné-Bissau, José Mário Vaz) quer, um estado de caos”, disse.
Domingos Simões Pereira afirmou também que é tempo de haver uma nova Guiné-Bissau que exige respeito.
A Guiné-Bissau ajoelhada com os braços no ar, a pedir, acabou de vez. Se olharem para os países do mundo e africanos estão bem e não há segredos e magias, há só uma coisa: a lei, ordem e disciplina, e foram capazes de garantir que a justiça funciona”, afirmou.
Numa mensagem à comunidade internacional, o presidente do PAIGC sublinhou que quem estiver interessado em ajudar tem de saber que “só há um caminho que é aquele que é feito através da lei, da Constituição, da ordem, da disciplina e do desenvolvimento”.
Às Forças Armadas guineenses, o presidente do PAIGC disse que têm uma “herança extraordinária”, mas que só faz sentido ao serviço da Justiça e do Estado de Direito democrático.
As pessoas que têm poder, a começar pelo Presidente da República, é que estão a ensaiar golpes de Estado. Ele próprio é que está a pedir que finjam que há um golpe de Estado para ver se eu tomo medidas mais fortes ou se fujo e abandono o país”, afirmou Domingos Simões Pereira, referindo-se aos rumores que têm circulado nos últimos dias em Bissau sobre alegadas tentativas de golpes.
O presidente do PAIGC salientou também que se não fez golpes depois de ter sido demitido em 2015, depois de vencer as eleições legislativas de 2014, também não o vai fazer em 2019.

Nós respeitamos todos os organismos internacionais, mas desta vez têm de nos deixar construir o nosso país”, afirmou Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que assinou com o PAIGC, a União para Mudança e o Partido da Nova Democracia um acordo de incidência parlamentar e governativa.
Aqueles quatro partidos juntos têm 54 dos 102 deputados do parlamento guineense.
“Domingos Simões Pereira, custe o que custar, se não for primeiro-ministro estamos a caminho de uma nova revolução”, disse Nuno Nabian, salientando que há uma maioria para garantir ao povo guineense quatro anos de governação.
Conosaba/Lusa

25 DE MAIO» DIA MUNDIAL DA ÁFRICA

O Dia de África é a comemoração anual da fundação da Organização da Unidade Africana, hoje conhecida como União Africana, a 25 de Maio de 1963. É comemorado em vários países do continente africano, assim como em todo o mundo. Wikipédia
Data: sábado, 25 de maio de 2019Celebrado por: Estados membros da União AfricanaTipo: Internacional

GRUPO “P’5” ENCORAJA NOMEAÇÃO URGENTE DE NOVO PRIMEIRO-MINISTRO GUINEENSE

24/05/2019 / OdemocrataGB / No comments

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As organizações da Comunidade Internacional (União Africana, CPLP, CEDEAO, União Europeia e as Nações Unidas)  encorajaram esta sexta-feira, 24 de maio, a nomeação urgente de um novo Primeiro-ministro e a consequente formação de novo governo. 

A posição destas organizações internacionais que formam o chamado P5  foi tornada pública através de uma declaração conjunta das referidas organizações a que a redação do Jornal O Democrata teve acesso. O P5 defende ainda a marcação da data de eleições presidenciais devem acontecer ainda em 2019.

“A União Africana, CPLP, CEDEAO, União Europeia e as Nações Unidas reiteram a sua vontade de continuar a acompanhar os líderes políticos da Guiné-Bissau a resolverem o impasse atual. Reiteramos também a nossa determinação coletiva de continuar a apoiar e ajudar o novo governo e o povo nos seus esforços para consolidar a sua democracia nascente a promover a paz e a prosperidade”, lê-se na nota.

Considerando que as eleições legislativas de 10 de março na Guiné-Bissau foram consideradas credíveis e transparentes, o grupo exorta todos os partidos e atores políticos à respeitarem os resultados eleitorais “como uma expressão da vontade soberana do povo da Guiné-Bissau”. 

“Exortamos todos os atores políticos a abdicarem dos seus interesses privados ou partidários e a trabalharem em conjunto e de maneira construtiva para o bem do país. Com esse fim, notamos o clima de tensão resultante de desacordos sobre a eleição dos membros da Mesa da Assembleia Nacional Popular”, adverte o grupo na sua declaração conjunta, para de seguida apelar ainda todos os atores relevantes a se empenharem num diálogo construtivo para encontrar uma solução para o atual impasse, a fim de finalizar a constituição da mesa da Assembleia Nacional Popular. 

O grupo mostrou-se preocupado sobre o facto de, mais de 60 (sessenta) dias após a realização das eleições legislativas não foi nomeado ainda  um novo primeiro-ministro com base nos resultados das eleições.

Por: Assana Sambú

NOMEAÇÃO DE PM – Partidos da maioria parlamentar na Guiné-Bissau novamente na rua

Os partidos da maioria parlamentar na Guiné-Bissau realizam hoje, dia de África, o terceiro protesto para exigir ao Presidente guineense a indigitação do primeiro-ministro e nomeação do Governo, na sequência das legislativas de 10 de março.

https://youtu.be/eaQDAmSqbiE

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), a Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, que juntos têm 54 dos 102 deputados do parlamento guineense, aguardam há mais de um mês pela nomeação do novo primeiro-ministro.

Este é o terceiro protesto realizado em Bissau pelos apoiantes daquela maioria parlamentar.

Na sexta-feira, numa declaração pública, as organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau exigiram ao Presidente guineense, José Mário Vaz, a nomeação do primeiro-ministro e também a marcação de eleições presidenciais.

José Mário Vaz termina o seu mandato a 23 de junho.

O novo impasse político no país teve início com a eleição dos membros da Assembleia Nacional Popular, logo depois da tomada de posse dos novos deputados a 18 de abril.

Depois de Cipriano Cassamá, do PAIGC, ter sido reconduzido no cargo de presidente do parlamento, e Nuno Nabian, da APU-PDGB, ter sido eleito primeiro vice-presidente, a maior parte dos deputados guineenses votou contra o nome do coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Braima Camará, para segundo vice-presidente do parlamento.

O Madem-G15 recusou avançar com outro nome para cargo e apresentou uma providência cautelar para anular a votação, mas que foi recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Por outro lado, o Partido de Renovação Social (PRS) reclama para si a indicação do nome do primeiro secretário da mesa da assembleia.

O parlamento da Guiné-Bissau está dividido em dois grandes blocos, um, que inclui o PAIGC (partido mais votado, mas sem maioria), a APU-PDGB, a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com 54 deputados, e outro, que juntou o Madem-G15 (segundo partido mais votado) e o Partido de Renovação Social, com 48.

Em declarações à imprensa, o Presidente guineense justificou o atraso na nomeação do primeiro-ministro com a falta de entendimento no parlamento.

“Não temos primeiro-ministro até hoje, porque ainda temos esperança que haja um entendimento entre partidos políticos na constituição da mesa da Assembleia e porque o Governo é da emanação da Assembleia”, disse.

Por NAOM