BACIRO DJA ACUSA SISSOCO DE ASSALTAR O PODER E INSTA-O A ABANDONAR O PALÁCIO DA REPÚBLICA ATÉ DIA 27 DE MARÇO

O líder da Frente Patriótica para a Salvação Nacional (FREPASNA), Baciro Dja, acusou Úmaro Sissoco Embaló de assaltar o poder de uma forma “brutal” que no seu entender, não é admissível na democracia, tendo  instado o Embaló a abandonar o Palácio da República até no dia 27 do mês em curso.
O antigo Primeiro-ministro guineense fez estas críticas no ato  da celebração de dois anos da existência do seu partido,  8 de março. O evento reuniu mulheres dessa formação política para uma partida amigável de futebol no campo (estádio) da “clínica  Madrugada” no bairro de Antula, periferias de  Bissau.
Baciro Dja foi candidato derrotado  na primeira volta das eleições presidenciais e juntou-se a candidatura de Domingos Simões Pereira, suportado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). FREPASNA é uma formação política criada a 8 de Março de 2018, concorreu as eleições legislativas de março de 2019, sem no entanto, conseguir eleger nenhum deputado.
Baciro Dja disse que neste momento regista-se no país um assalto ao poder,  às instituições democráticas que na sua opinião, não é permetivel num Estado do direito democrático.
“É necessário pôr cobro a esta força brutal que assaltou às instituições. É preciso de facto ser coerrente, se somos democratas. Se somos democratas é preciso respeitar as regras da democracia. O que estamos a assistir é um autêntico golpe de Estado. Uma subversão da ordem constitucional, que não é permetido num Estado que se consolidou com o suor, sacrifício e sangue”, espelhou.
Afirmou que um grupo de pessoas banalizou as instituições da República e que o responsável de tudo isso se chama Úmaro Sissoco Embaló, que disse várias vezes que iria assaltar ao poder e o fez no dia 27 de fevereiro.
“Eu no dia 27 de março vou assaltar o Palácio da República para retirar o Úmaro Sissoco Embaló do poder. Ele diz que é o General e que saiba que a partir de hoje sou  Marcheral, porque comecei desde infância com os militares,  desempenhei várias funções ligadas aos militares e até o ministro da defesa e dos combatentes da liberdade da pátria”, notou o político.
Sobre a missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que chega amanhã, disse que a aquela organização sub-regional tem que ser coerrente na sua posição em relação a assuntos da Guiné-Bissau.
Explicou que os mecanismos a adotar pelos parceiros internacionais seriam os de ajudar na criação de um espaço para o diálogo, tendo frisado que a classe política guineense pode de facto ser a protagonista do espaço do entendimento a ser criado e sentar-se a uma mesa a fim de encontrar um denominador comum para resolver os problemas do país existente.
“Nós vivemos aqui e sentimos o problema do país. É vergonhoso ver as organizações internacionais a virem aqui para mediar o nosso conflito, mas sem êxito. Eu encorajo a comunidade internacional que é a esperança do povo da Guiné-Bissau. Nós hoje não acreditamos nas forças da defesa e segurança, porque foram cúmplices”, afirmou.
Para Baciro Dja o povo já não acredita também nas instituições da República, porque “mesmos se os juizes quisessem fazer a justiça não teriam condições  psicológicas para poderem exercer de forma livre, porque são ameaçados”.
Por: Assana Sambú

ARISTIDES GOMES PEDE A FORÇAS ARMADAS PARA RESTAURAREM LEGALIDADE CONSTITUCIONAL

 

 

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, pediu hoje às forças de defesa do país para restaurarem a legalidade constitucional, depois de o porta-voz das Forças Armadas afirmar que não estão a intervir na crise política do país.
Numa carta enviada ao chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, general Biaguê Na Ntan, Aristides Gomes congratula-se com as afirmações do porta-voz das forças de defesa e “solicita o apoio das Forças Armadas para em conjunto com as forças da Ecomib” (força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) promoverem uma série de ações para a “restauração da legalidade constitucional e democrática”.
Entre as várias ações, Aristides Gomes propõe a desocupação do Supremo Tribunal de Justiça, do Palácio do Governo e de vários edifícios onde estão instalados ministérios e secretarias de Estado, que considera estarem “ocupados por quadros estranhos às previsões constitucionais”.
Aristides Gomes pede também a “proteção física ao Presidente interino Cipriano Cassamá e aos demais quadros da política que cumprem a Constituição da Guiné-Bissau” e que a operação seja iniciada segunda-feira para o país voltar à “normalidade constitucional e democrática”.
O porta-voz das Forças Armadas guineenses, coronel Ussumane Conaté, disse sexta-feira que a instituição não tem qualquer intervenção na crise política no país e desmentiu que tenha existido alguma ordem no sentido de desalojar os membros do Governo demitido.
Desde há uma semana que o primeiro-ministro do Governo deposto, Aristides Gomes, tem feito relatos de membros da sua equipa a serem desalojados à força ou impedidos de aceder aos seus gabinetes por militares.
Para Ussumane Conaté, a existir alguma ação do género, poderá ser através do batalhão afeto ao Palácio da Presidência, ocupado desde 27 de fevereiro por Umaro Sissoco Embaló, que se autoproclamou Presidente da Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau vive mais um momento de tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições, ter tomado posse há mais de uma semana como Presidente do país, quando ainda decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves irregularidades no processo.
Na sequência da tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.
Após estas decisões, os militares guineenses ocuparam e encerraram as instituições do Estado guineense, impedindo Aristides Gomes e o seu Governo de continuar em funções.
O presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, que tinha tomado posse como Presidente interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado, renunciou no domingo ao cargo por razões de segurança, referindo que recebeu ameaças de morte.
Umaro Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país e que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos.
Mediadora da crise guineense, a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) voltou a ameaçar impor sanções a quem atente contra a ordem constitucional estabelecida na Guiné-Bissau e acusou os militares de se imiscuírem nos assuntos políticos.
As Nações Unidas, a União Europeia e a Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apelaram ao diálogo e à resolução da crise política com base no cumprimento das leis e da Constituição do país.
O Conselho de Segurança também já ameaçou impor sanções.
Na segunda-feira chega a Bissau uma missão de alto nível da CEDEAO, que inclui peritos constitucionais e de relações interinstitucionais, para tentar ajudar a resolver o contencioso eleitoral.
Conosaba/Lusa

PM DA GUINÉ-BISSAU, NUNO GOMES NABIAM (SELÉ-DAN) DIZ QUE MISSÃO DA CEDEAO NÃO É BEM-VINDA

O Governo de Nuno Nabian, nomeado pelo Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que a missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) não foi permitida e que a Ecomib vai cessar funções.
“À luz da nossa Constituição e do tratado da organização sub-regional – CEDEAO – esta missão não é bem-vinda e não permitiremos nenhuma delegação sem que antes tenha havido uma concertação prévia com o Governo liderado por Nuno Gomes Nabian”, refere, em comunicado, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros Mamadu Serifo Jaquité, membro do executivo indigitado por Sissoco Embaló.
O representante da CEDEAO em Bissau remeteu uma carta ao primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, a solicitar um encontro com a missão de peritos constitucionais da organização, que deverá chegar na segunda-feira ao país para ajudar a resolver o contencioso eleitoral em curso.
“Fica desde já explícito que, nas futuras missões da CEDEAO, tratando-se de matéria de contencioso eleitoral, não devem fazer parte técnicos da Costa do Marfim, tendo em conta a posição dúbia daquele país membro da CEDEAO em relação à situação atual na Guiné-Bissau”, diz ainda, no comunicado, Mamadu Serifo Jaquité.
No comunicado, o Governo de Nuno Nabian salienta também que a missão da Ecomib, força de interposição da CEDEAO destacada no país, termina no final deste mês e que estão a ser tomadas “disposições” para que sejam acantonados, ficando os “órgãos de soberania a serem assegurados pelas forças de defesa e segurança” da Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau vive mais um momento de tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições, ter tomado posse há mais de uma semana como Presidente do país, quando ainda decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves irregularidades no processo.
Na sequência da tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.
Após estas decisões, os militares guineenses ocuparam e encerraram as instituições do Estado guineense, impedindo Aristides Gomes e o seu Governo de continuar em funções.
O presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, que tinha tomado posse como Presidente interino, com base no artigo da Constituição que prevê que a segunda figura do Estado tome posse em caso de vacatura na chefia do Estado, renunciou no domingo ao cargo por razões de segurança, referindo que recebeu ameaças de morte.
Umaro Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país e que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos.
Mediadora da crise guineense, a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) voltou a ameaçar impor sanções a quem atente contra a ordem constitucional estabelecida na Guiné-Bissau e acusou os militares de se imiscuírem nos assuntos políticos.
As Nações Unidas, a União Europeia e a Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apelaram ao diálogo e à resolução da crise política com base no cumprimento das leis e da Constituição do país.
O Conselho de Segurança também já ameaçou impor sanções.
Na segunda-feira chega a Bissau uma missão de alto nível da CEDEAO, que inclui peritos constitucionais e de relações interinstitucionais, para tentar ajudar a resolver o contencioso eleitoral.
Conosaba/Lusa

Comunicação Social

                 Catouplin Costa se demite do cargo de DG da TGB

Bissau, 06 mar 20(ANG) – O jornalista Catouplin Mendes Costa pediu demissão do cargo de Diretor-Geral da Televisão pública da Guiné-Bissau(TGB) que vinha desempenhando desde Outubro de 2019.

Na carta de pedido de demissão entregue quinta-feira ao novo Secretário de Estado da Comunicação Social, Costa refere-se a” falta de confiança” de seu superior hierárquico como motivo de seu afastamento.

Catouplin se distingue no meio jornalístico guineense pelas suas atitudes  de não tomar partido: nem para A nem para B. “Estou na televisão para fazer o meu trabalho”, disse numa curta explicação à ANG sobre as razões de seu pedido de demissão.

Este profissional  da TGB acaba de concluir, em Portugal, o seu curso de mestrado relacionado ao jornalismo televisivo e foi nomeado no ano passado por João Baticã Ferreira, Secretário de Estado da Comunicação Social, do demitido governo de Aristides Gomes.

A TGB e RDN foram encerradas por militares durante quatro dias(29/02 a 03/3/2020) na sequência da demissão do Governo chefiado por Aristides Gomes pelo autoproclamado Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló. ANG/SG

Postado por ANG às 05:30:00

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Simpósio Internacional “Cacheu caminho de escravos. Histórias e memórias da escravatura e do tráfico na África Ocidental”. 19 à 22 de Fevereiro 2020.

 

Roda de Entrevistas

I Simpósio Internacional “Cacheu caminho de escravos. Histórias e memórias da escravatura e do tráfico na África Ocidental”. 19 à 22 de Fevereiro 2020.

Com olhos postos nas potencialidades turísticas e cultural da antiga cidade colonial [Cacheu] Demba Sanha, descreve um conjunto de actividades culturais associadas ao I Simpósio Internacional.

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Djibril Iero Mandjam

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