Centenas de crianças-soldado libertadas na Nigéria

Milícia pró-governamental nigeriana libertou, esta sexta-feira (10.05), 894 crianças envolvidas na luta contra os rebeldes islâmicos do Boko Haram, segundo a ONU.

Quase 900 crianças, das quais mais de 100 meninas, foram, esta sexta-feira (10.05), resgatadas a um grupo armado do Nordeste da Nigéria e vão agora ser alvo de programas de reintegração.

Segundo informação da UNICEF, as crianças, 894 no total, foram libertadas das fileiras do grupo Civilian Joint Task Force em Maiduguri, no nordeste da Nigéria, na sequência de um acordo assinado em 2017, em que o grupo se comprometeu a adotar medidas para acabar com o recrutamento de crianças-soldados.

Com esta libertação, sobe para 1.727 o número de crianças e jovens resgatados desde 2017, sublinha a Unicef, em comunicado.

Proteger os direitos das crianças

“Qualquer compromisso para a libertação das crianças é um passo na direção certa para a proteção dos direitos das crianças e deve ser reconhecido e encorajado”, referiu o representante da Unicef na Nigéria, Mohamed Fall, acrescentando que “as crianças do Nordeste da Nigéria suportaram o peso deste conflito. Elas têm sido usadas por grupos armados como combatentes e não-combatentes e testemunharam a morte, o assassínio e a violência”.

O mesmo responsável lembra ainda que: “Não podemos desistir de lutar pelas crianças quando estas ainda são afetadas pelos combates. Continuaremos até que não haja mais crianças nas fileiras de todos os grupos armados na Nigéria”.

O atual conflito armado no Nordeste da Nigéria levou ao recrutamento, entre 2013 e 2017, de mais de 3.500 crianças, com o objetivo de serem usadas por grupos armados não-estatais. “Outras foram raptadas, mutiladas, violadas e mortas”, acrescenta a UNICEF.

Nos anos de 2017 e 2018, cerca de 9.800 pessoas, anteriormente associadas a grupos armados, bem como crianças vulneráveis, estiveram em programas de reintegração organizados pelas Nações Unidas.

DW

FMI diz que economia guineense está sob stresse

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou esta sexta-feira que a situação orçamental da Guiné-Bissau está sob stresse e que é preciso “estancar” os aumentos da dívida pública, conter a despesa e arranjar financiamento adicional.

A situação orçamental da Guiné-Bissau continua sob stresse. Primeiramente devido a despesas mais elevadas do que o previsto, o défice público em inícios de 2019 ultrapassou significativamente a meta do projeto de orçamento. O défice foi também significativamente superior ao período homólogo de 2018, ano em que se estima ter atingido 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB), numa base de compromissos”, afirmou, em conferência de imprensa, Tobias Rasmussen, chefe da missão do FMI.

Segundo o responsável, em simultâneo aumentaram as pressões sobre o financiamento, o que resultou num “crescente saldo de contas para pagar”.

O FMI estima o diferencial de financiamento para 2019 em cerca de 3% do PIB, mas uma “maior produção de caju deve ajudar a fazer aumentar o crescimento do PIB real estimado de 3,8% em 2018 para cerca de 5% em 2019”, mas, ressalva, “preços inferiores de caju implicam riscos de queda da atividade económica e da cobrança da receita fiscal”.

Nesse sentido, durante as reuniões que a missão teve em Bissau foram discutidos os passos para assegurar a sustentabilidade orçamental e reforço das finanças públicas. “Para reduzir o défice, garantir o pagamento de salários e outras obrigações, assim como estancar os aumentos da dívida pública, será necessária uma combinação abrangente de mobilização acrescida de receita, contenção da despesas e identificação de financiamento adicional”, salienta o FMI.

Durante a sua estadia em Bissau, o FMI também abordou a questão da evolução do setor financeiro, no qual, sublinhou, se “registou um avanço encorajador no sentido da resolução dos litígios relacionados com o resgate bancário de 2015, cancelado pelo Governo”.

Segundo o FMI, depois do declínio do crédito bancário à economia, estão a “avançar de forma célere planos no sentido de uma resolução amigável do litígio e concomitante recapitalização de um dos bancos que, se concluído com sucesso, representariam um apoio relevante à estabilidade financeira e crescimento a longo prazo”.

O FMI deverá regressar a Bissau para mais consultas e possível assinatura de um acordo de Facilidade de Crédito Alargado, com o novo Governo, em Setembro. Lusa

Figura da semana: GUINEENSE CARLOS LOPES CONTINUA ENTRE OS AFRICANOS MAIS INFLUENTES

11/05/2019 / OdemocrataGB / No comments

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[SEMANA 18_2019] O economista e docente universitário da Guiné-Bissau, Carlos Lopes, surge na posição 85 entre os 100 ‘Africanos mais Influentes’ e é destacado como um “líder intelectual”, numa lista elaborada pela Revista ‘The Africa Report’, na sua classificação inaugural sobre as principais figuras africanas que controlam as alavancas do poder em toda a política, negócios, desporto, comunicação e artes: dos bilionários aos pacificadores imprevisíveis e super-estrelas do mundo artístico e do desporto. A lista foi divulgada no passado dia 01 de Maio de 2019.

O também antigo chefe da Comissão Económica das Nações Unidas para África tem estado a trabalhar na adaptação de um “New Green Deal” para África, tentando “pressionar os formuladores de políticas” sobre como “adaptar-se à mudança climática e impulsionar a industrialização ao mesmo tempo”, lê-se na publicação ‘Vivências Press News’. Criada em 2005 em Paris, a revista The Africa Report é uma publicação mensal e pertence ao mesmo grupo editorial da revista Jeune Afrique. Em 2006, 2007 e 2012 venceu o Diageo Africa Business Reporting Award na categoria de melhor órgão de imprensa.

                                                                       BIOGRAFIA

Carlos Lopes nasceu em Canchungo, Região de Cacheu (norte da Guiné-Bissau), a 7 de Março de 1960. Desempenhou anteriormente as funções de Coordenador residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil. É Doutor em História pela Universidade de Paris 1/Panthéon-Sorbonne. Foi consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (UNESCO).

Integrou os quadros do PNUD em 1988 como economista do desenvolvimento. Em Novembro de 2005, foi nomeado Director dos Assuntos Políticos, Humanitários e de Manutenção da Paz no Gabinete do Secretário-Geral da ONU, na gestão de Koffi Annan. Foi Diretor Executivo da UNITAR e Sub-secretário Geral da ONU.

Foi Secretário Executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA). Faz parte de um grupo de quadros africanos selecionados pelo Presidente do Rwanda, Paul Kagami, para fazer reformas económicas na União Africana. É autor de numerosa bibliografia sobre questões de desenvolvimento e estudos africanos e lecionou em universidades e instituições académicas em Lisboa, Zurique, México, Uppsola.

O democrata.

ONU DEFENDE REALIZAÇÃO DE ELEIÇÃO PRESIDENCIAL NA GUINÉ-BISSAU AINDA ESTE ANO


O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS) exortou as autoridades da Guiné-Bissau a respeitarem os resultados das eleições legislativas do passado 10 de Março e a realizarem as presidenciais ainda neste ano.
Numa reunião na terça-feira, 26, em Nova Iorque, o órgão pediu a “todos os partidos políticos que continuem a abster-se de incitar os apoiantes a qualquer acção violenta” e que “respeitem o resultado” do processo que foi elogiado pelos 15 membros do CS.
As Nações Unidas destacam também “a importância de uma eleição presidencial credível, livre, justa e pacífica”, e reiteraram que deve ser organizada dentro do prazo legalmente estipulado ainda em 2019.
No comunicado, o CS felicita o Governo pela realização pacífica das eleições, bem como “a conduta da Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau”, e particularmente “o processo de contagem expedito e o anúncio oportuno dos resultados”.

UE ALERTA PRESIDENTE MÁRIO VAZ A RESPEITAR A DECISÃO DO POVO GUINEENSE


União Europeia (UE) lamentou esta quinta-feira, 09 de maio de 2019, a morosidade na formação do Governo resultante das Eleições legislativas na Guiné-Bissau, após dois meses da realização do escrutínio no país.
A preocupação da UE foi manifestada pelo Encarregado do Negócio da representação na Guiné-Bissau, Alexandre Borges, na cerimônia da celebração do Dia da Europa, onde alertou o Presidente da República, José Mário Vaz a respeitar a decisão do povo guineense.
“Amanhã faz já dois meses sobre esse importantíssimo avanço. O povo falou mas sem a formação de um executivo ainda não foi ouvido, parece-me. Mas, sem governo, será mais difícil realizar as presidenciais atempadamente de acordo com a lei eleitoral e fechar o círculo previsto em Conacri e acabar a crise política, afirmou Borges.
Visivelmente preocupado, Borges fez lembrar às autoridades guineenses, que a UE empenhou-se fortemente em apoiar o último escrutínio no país, tanto monetariamente como em esforço profissional e algum logístico.” O apoio financeiro ao ECOMIB de 1 de janeiro de 2018 a 3 de setembro de 2019 é em grande parte justificado pelas eleições. Aí são 12, 5 milhões de euros. A contribuição direta para o Fundo Comum gerido pelo PUND, foi de 2,5 milhões de euros”, declarou Borges.
Segundo o encarregado estes apoios são recursos dos contribuintes europeus, e doutros, gastos para ajudar o povo deste país a recuperar a voz.
Discursando na presença de alguns membros do Governo guineense, Borges revela também que a UE está disponível para contribuir financeiramente mais uma vez para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, ainda sem data marcada.
Dois meses depois da realização das eleições legislativas, os guineenses continuam a não conhecer o Governo resultante do processo eleitoral de 10 de março último.
A situação política da Guiné-Bissau afetou por completo a vida dos cidadãos guineenses.
De recordar que a crispação iniciou na composição da mesa do parlamento que irá dirigir aquele órgão no passado dia 18 de abril, quando a candidatura do coordenador do Movimento Democrática (MADEM-G15), Braima Camara, ao cargo de segundo vice-presidente da mesa do hemiciclo, foi chumbada.
A indicação de Camará obedece ao dispositivo legal que diz que caberá ao segundo maior votado a indicação do segundo vice-presidente do parlamento, mas foi negada pela maioria dos deputados presentes naquela sessão inicial da X legislatura do hemiciclo guineense.
Camará obteve 47 votos a favor, 50 votos contra e três abstenções,
entre 100 deputados presentes na sala. O MADEM G-15 recusa apresentar uma outra figura para substituir Braima Camará.
Notabanca; 10.05.2019

Aeroporto de Lisboa é o pior do mundo, segundo um “ranking” da AirHelp

Humberto Delgado está em 132º lugar… numa lista com 132. O “ranking” da AirHelp aponta o aeroporto como o pior do mundo. Sá Carneiro, no Porto, está em 125º lugar. E a TAP também não brilha.

O aeroporto Humberto Delgado está em 132º lugar… numa lista com 132 aeroportos mundiais. O ranking elaborado pela AirHelp aponta o aeroporto lisboeta como o pior do mundo, em critérios como a pontualidade, a qualidade dos serviços e as infraestruturas (incluindo áreas de alimentação e compras). O aeroporto Sá Carneiro, no Porto, está em 125º lugar, ou seja, é o oitavo pior entre os 132 analisados na lista da empresa especializada em ajudar viajantes a obter indemnizações por atrasos ou cancelamentos de viagens. Entre as transportadoras, a TAP Air Portugal está no 61º lugar, entre 72 companhias.

O ranking da AirHelp, divulgado esta quinta-feira, baseia-se na proporção de voos que saem a horas, em sondagens a viajantes acerca das opções alimentares e o conforto dos aeroportos e das companhias aéreas e, além disso, no caso das transportadoras, o índice procura avaliar quais são as empresas que tratam melhor os clientes quando algo corre mal, incluindo quanto demoram a pagar as indemnizações por atrasos e cancelamentos.

Num índice que vai de zero a 10 pontos, o aeroporto de Lisboa não vai além dos 5,77 pontos — claramente, é a pontualidade que pressiona o resultado final, com um índice de 4,7 pontos. No que diz respeito à qualidade dos serviços e lojas, as cotações já são um pouco melhores, na ordem dos 7,3 pontos (ainda assim, pior do que as classificações do segundo pior aeroporto do mundo, o Kuwait International Airport, com 8 pontos nessas duas rubricas).

Já o aeroporto Sá Carneiro, no Porto, obteve uma pontuação de 6,46. Tal como em Lisboa, a pontualidade (5,6 pontos) puxa para baixo um índice onde a qualidade dos serviços (7,9 pontos) e as opções alimentares e compras (7,6 pontos) não são suficientes para elevar este aeroporto para uma posição global melhor do que o oitavo pior aeroporto do mundo.

Os três melhores aeroportos do mundo são o Hamad Internacional Airport (em Doha, Qatar), com 8,39 pontos. A mesma pontuação tem o Tokyo International Airport, no Japão, e o aeroporto de Atenas, na Grécia, é o terceiro melhor (8,38 pontos).

Entre as transportadoras aéreas, as melhores pontuações vão para a Qatar Airways, a American Airlines e a Aeromexico, com mais de 8 pontos. A TAP está em 61º lugar, com 6,04 pontos — a pontualidade é classificada com 5,2 pontos e a gestão de reclamações com 5,3 pontos. Só a qualidade dos serviços está mais bem classificada, com 7,7 pontos.

Abaixo da TAP estão companhias como a Vueling, a Transavia, a Ryanair e a Easyjet. A pior, porém, é a Thomas Cook Airlines, com 5,26 pontos na pontuação global.

observador.pt

Guiné-Bissau: Como resolver o novo impasse político?

Guiné-Bissau continua sem Governo depois das eleições legislativas de 10 de março. Mas analista considera que o Presidente guineense, José Mário Vaz, tem “todas as condições” para nomear o novo Executivo.

Quase dois meses depois das eleições na Guiné-Bissau, o país continua sem Governo. E a formação do novo Executivo está, por enquanto, suspensa, pelo menos até sair uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre a impugnação interposta pelo Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15).

O segundo partido mais votado nas legislativas de 10 de março pediu a anulação da eleição dos membros da mesa do Parlamento, alegando vícios no processo. Como a mesa da Assembleia Nacional Popular (ANP) não foi aprovada, o Presidente José Mário Vaz ainda não pediu ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o partido mais votado, para formar Governo. Como resolver o impasse político?

Resolução do impasse

O novo impasse político surgiu quando a maior parte dos deputados votou contra o nome do coordenador do MADEM-G15, Braima Camará, para segundo vice-presidente do Parlamento. Desde então, o segundo partido mais votado nas legislativas recusa-se a avançar com outro nome para o cargo. 

Para o analista político guineense Luís Peti, o impasse pode terminar assim que as partes envolvidas se sentarem à mesa, para dialogar. “Conversando, os partidos, o Presidente da República e todas as partes legislativas podem encontrar uma solução mais adequada para a nomeação mais urgente possível do Governo, porque o país precisa”, diz.

No entanto, segundo Peti, o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, não precisa sequer de esperar pela formação da mesa da ANP. 

“Na minha opinião, o Presidente da República já tem todas as condições para a nomeação do Governo”, afirma. “O que se tem falado não oficialmente até agora é que [a nomeação do Governo pelo] Presidente está dependente da composição da mesa Assembleia Nacional Popular. Mas, na minha opinião, esta não devia ser uma posição para o Presidente da República nomear um governo, a não ser que esteja a satisfazer os interesses dos partidos contestatários junta da ANP quanto à nomeação.”

O analista lembra que a situação pode afetar as eleições presidenciais deste ano, visto que é o Governo que tem a responsabilidade de conduzir o processo eleitoral. E considera que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado o conflito entre partidos, podia fazer mais.

“Precisamos da comunidade internacional e dos países amigos para a estabilização política da Guiné-Bissau”, refere. “A CEDEAO tem uma obrigação de estar muito próxima das autoridades políticas guineenses no sentido de encontrar uma solução para a nomeação do Governo.”

Reações dos partidos

O PAIGC, através do seu líder Domingos Simões Pereira, acusou na quarta-feira (08.05) o Presidente da República de prejudicar a Guiné-Bissau ao não nomear o novo Governo.

“A situação económica e financeira do país é caótica e aproxima-se da insolvência. O Estado está no risco de entrar na falência. Isso traduz-se na incapacidade do Estado, por via do Governo, em cumprir com as suas obrigações primárias. É importante concluir estarmos perante uma violação flagrante da Constituição da República da Guiné-Bissau por parte do seu primeiro magistrado, o senhor Presidente da República.”

Já o Partido da Renovação Social (PRS), o terceiro partido mais votado, anunciou em comunicado que considera uma “irresponsabilidade” e uma “interpretação abusiva” a forma como o PAIGC está a analisar e a pretender aplicar as normas para a composição da mesa que irá dirigir o novo Parlamento saído das eleições.

O PRS intentou uma ação judicial no Tribunal Regional de Bissau, exigindo que lhe seja atribuído o lugar, invocando o regimento do Parlamento.

Mas, para o PAIGC, o PRS “está com manobras” para levar o Presidente José Mário Vaz a atrasar a formação do novo Governo.

DW