O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que não haverá lugar para o terrorismo de Estado na Guiné-Bissau e que a captura de António Indjai por cinco milhões de dólares não vai acontecer.
“Existem forças de segurança no país que não permitirão que qualquer cidadão nacional seja raptado, porque não haverá terrorismo de Estado na Guiné-Bissau”, disse.
O chefe de Estado guineense falava aos jornalistas esta segunda-feira, 23 de agosto de 2021, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, antes da sua viagem para Brasília, Brasil, onde inicia a partir de amanhã uma visita oficial de cinco dias, com o intuito de aprofundar as relações de cooperação entre a Guiné-Bissau e aquele país da América do Sul.
O Chefe de Estado disse ter dado orientação ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para estabelecer uma correspondência no sentido de esclarecer esta questão junto do Departamento dos Estados Unidos da América, porque “a acusação é grave e lesa não apenas António Indjai, como também a imagem do Estado guineense”.
“A Guiné-Bissau é um Estado como os Estados Unidos da América e António Indjai é um cidadão guineense. Se os Estados Unidos da América tiverem alguma coisa contra ele que prove que cometeu tais crimes, devem contactar as autoridades do país. António Indjai pode ser julgado na Guiné-Bissau”, disse.
O Presidente da República lembrou neste particular que tanto a Guiné-Bissau quanto os Estados Unidos da América, nenhum dos dois Estados ratificou o tratado de Roma que permite a extradição de pessoas de um país para outro.
“Portanto, António Indjai é livre para circular em todo o território nacional como os outros cidadãos nacionais. Ninguém vai ser capturado e julgado fora do país. Aconteceu com Bubo Na Tchuto, mas já pertence ao passado”, sublinhou.
Frisou que os Estados Unidos não têm o direito de colocar a prémio a detenção de António Indjai por cinco milhões de dólares, porque “o General Indjai não é terrorista”.
Para o Presidente da República, existe um fórum, neste caso, a Interpol, para a qual os EUA podem transferir esse assunto ou formalizar essa acusação e enviá-la para a Procuradoria Geral da República da Guiné-Bissau, para notificá-lo e ouvi-lo.
“Os americanos sabem que o General António Indjai é guineense e está na Guiné-Bissau”.
O porta-voz do Departamento do estado norte americano, Ned Price, acusou na semana passada o antigo chefe de Estado-Maior guineense de narcoterrorismo, conspiração para importar cocaína, conspiração para fornecer apoio material a uma organização terrorista estrangeira e conspiração para adquirir e transferir mísseis antiaéreos para os rebeldes de FARC da Colômbia.
Por: Aguinaldo Ampa