Campanha 2021 : GUINÉ-BISSAU JÁ EXPORTOU MAIS DE 150 MIL TONELADAS DE CASTANHA DE CAJÚ

O ministério do Comércio e da Indústria revelou que já foram exportadas, até ao momento, mais de 150 mil toneladas da castanha de cajú, tendo assegurado que praticamente atingiu 50 por cento de escoamento desse produto. O anúncio foi feito esta terça-feira, 17 de agosto de 2021, pelo coordenador de Guichet Único, Wilson Dias, depois de uma visita a alguns serviços do ministério que se encontram no estado avançado da degradação.

Dias explicou na sua declaração que o governo inicialmente previu exportar 175 mil toneladas da castanha de cajú, mas até ao momento o ministério tem um registo de mais de 215 mil toneladas estocadas em diferentes armazéns em Bissau.

Por sua vez, o Secretário-geral do ministério do Comércio e Indústria, Mussa Seide Bá, pediu ao governo para criar condições mínimas de trabalho, à semelhança de outros ministérios, bem como melhorar a estrada que dá acesso ao ministério, porque “recebem muitas queixas utentes que procuram os serviços do ministério”.

Explicou que para além do problema da degradação da estrada, as paredes do edifício também têm fendas, bem como o telhado não está em condições e quando chove filtra a água  para o interior do edifício, o que  obriga os funcionários a saírem dos seus escritórios a  procura de recipientes (baldes) para impedir a invasão da água  e proteger os documentos.

Sobre a subida dos preços de produtos de primeira necessidade, confirmou terem recebido denúncias das populações sobre o assunto, tendo admitido que “na verdade há especulação dos preços de produtos no mercado nacional”.

Lamentou que a equipa da inspeção do comércio não tenha conseguido contornar a situação, por estar a deparar-se com dificuldades logísticas para desdobrar-se no mercado.

Por: Carolina Djemé

Fotos: C.D 

JBV: ‘Quando não estamos sentados no palácio, ficamos aquém das expectativas’

 FONTE: JORNAL SOL

A política guineense é sempre um turbilhão, com um ritmo próprio, pouco recomendável a quem não aprecia emoções fortes. Como porta-voz do PAIGC, João Bernardo Vieira deu a cara pelo partido enquanto este perdia terreno, passando de ter quase 50% dos votos nas legislativas de 2014 para pouco mais de 35% em 2019. Acabou derrotado nas presidenciais de novembro desse ano, por Umaro Sissoco Embaló, do Madem-G15. Numa reviravolta, o PAIGC, sob liderança de Domingos Simões Pereira, candidato à presidência, acusou Embaló de fraude, num impasse que deixou por momentos o país com dois Governos. Agora, voltámos às discussões do quotidiano, como acusações de espancamentos de ativistas, jornalistas e políticos. «A maturidade política não é tão grande na Guiné-Bissau», assume João Bernardo Vieira. Sabe do que fala. Se o seu nome soa familiar, é porque o herdou do tio, João Bernardo ‘Nino’ Vieira, derrubado na guerra civil de 1998, assassinado brutalmente em 2009. Após uma passagem por Portugal e Estados Unidos para estudar Direito, o seu sobrinho quer mudar um país onde há demasiado dinheiro na política, com alianças fluidas e pagas a preço de ouro.

A Guiné-Bissau entrou em estado de calamidade, devido à covid-19, quando já havia acusações de autoritarismo e abusos da parte do Governo e do Presidente Umaro Sissoco Embaló. Isso pode agravar-se com estas restrições?

Não podemos associar a realidade pandémica e a política. Mas a Guiné-Bissau tem vivido um retrocesso democrático, com alguns sinais de deriva autoritária, e isso é preocupante. Vimos durante a quarentena serem tomadas algumas medidas que correspondem a violações de direitos humanos, de pessoas a serem espancadas por não cumprirem com as restrições. Há esse receio, mas creio que depois da experiência da quarentena serão tomadas medidas para impedir que isso se repita.

Recentemente, a Assembleia Nacional emitiu um comunicado a propósito de uma tentativa de assassínio do advogado Luís Vaz Martins, antigo presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos. Mas em ponto nenhum mencionava quem são os autores. Quem é responsável por essas tentativas de assassinato?

São as autoridades competentes, que estão no poder e a governar o país que têm de zelar e proteger os cidadãos. Esta situação não é isolada. Quando falamos em retrocesso democrático é porque vemos que desde que as autoridades que governam o país assumiram funções tem havido espancamento de políticos e de pessoas que têm uma intervenção direta na vida política da Guiné-Bissau. Temos o caso do espancamento do Marciano Indi [então líder da bancada parlamentar da APU-PDGB], temos casos de jornalistas e ativistas, e recentemente vimos o presidente do maior partido do país, o PAIGC, a ser impedido de viajar sem qualquer fundamento legal.

Mas no que toca a esses abusos, o PAIGC aponta o dedo diretamente ao Presidente Umaro Sissoco Embaló e ao primeiro-ministro Nuno Nabiam ou não?

O PAIGC aponta o dedo às autoridades que estão a governar o país. E apela a que se abandonem agendas pessoais e se coloque a Guiné-Bissau em primeiro lugar, que se respeitem os direitos humanos.

O PAIGC tem tido resultados eleitorais cada vez mais fracos ao longo dos últimos anos, mesmo dando crédito às alegações de fraude nas últimas presidenciais. Começa a haver contestação interna?

O mais importante para o PAIGC neste momento é combatermos este retrocesso democrático, esta deriva autoritária. E penso que, no momento oportuno, todos aqueles que eventualmente quererão ser candidatos à liderança do PAIGC terão oportunidade de no fórum próprio anunciar as suas candidaturas. Agora, a verdade é que todos os objetivos preconizados ficaram aquém das expectativas. O PAIGC é um partido de governação, e quando não estamos sentados no palácio obviamente que temos de ter a honestidade de reconhecer que os objetivos ficaram aquém das expectativas. Neste momento é isso que é importante.

Pergunto-lhe isto porque o congresso do PAIGC será no próximo ano, deverão em breve começar a surgir candidatos. Como sobrinho de um nome histórico do partido, tem ambições políticas nessa disputa?

No fórum próprio, haverá a oportunidade de cada um que preencha os requisitos de apresentar candidatura. Daqui até lá, o que é importante é que eu, enquanto soldado do partido, estou e estarei sempre disponível a servi-lo em qualquer circunstância. Sobretudo num contexto político marcado por tantos desafios, que precisam de uma resposta estruturada e bem pensada. Tudo a seu tempo.

Dadas as alegações de fraude lançadas contra Umaro Sissoco Embaló, como é que se pode andar para a frente? É que enquanto o PAIGC considerar que houve fraude, se quiser colaborar nas medidas de governação, não estaria apenas a negociar com um rival, estaria a negociar com alguém que dizem estar ilegitimamente no poder.

O PAIGC reconheceu Umaro Sissoco Embaló como Presidente após o pronunciamento do Supremo Tribunal de justiça. O que o PAIGC exigiu foi que ele fosse empossado como a Constituição exige, pelos deputados do Parlamento, e não foi isso que aconteceu. Que preste juramento no Parlamento.

O acórdão do Supremo Tribunal surgiu bem antes da visita do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa à Guiné-Bissau. Na altura o PAIGC disse que Embaló não era um líder legítimo e que, logo, Marcelo não deveria legitimar a sua presidência ao visitar o país. Se era apenas uma questão formal, porquê essa posição?

Os portugueses são sempre bem-vindos na Guiné-Bissau. A questão levantada foi naquele contexto político, com sucessivos atropelos aos direitos humanos, o espancamento de políticos por terem opiniões diferentes ao regime, ou rádios vandalizadas por transmitirem informação. A questão que foi levantada foi o momento escolhido para a visita, poder-se-ia entender que Portugal estaria a pactuar com essas situações. Temos de aprender a viver na divergência de opiniões, esse é o maior desafio. Podemos ter opiniões diferentes, mas não somos inimigos.

Isso é algo que tenho muita dificuldade de compreender. Pessoalmente, se achasse sinceramente que algum partido, ou dirigentes políticos, estavam envolvidos em espancamentos de ativistas, jornalistas, em ataques a rádios, não vejo como não vê-los como inimigos.

Bom, você tem de compreender que a maturidade política não é tão grande na Guiné-Bissau. Temos trinta anos de sistema democrático e isto é um processo. É preciso grandes consensos nacionais, colocar a Guiné-Bissau acima de interesses pessoais, não olhar para os seus umbigos, que é o que temos assistido nos últimos anos.

Na política guineense fala-se muito de nomes e disputas pessoais, mas nunca ouvi falar de programa. Disse que o PAIGC é o único com uma ideologia forte. O que fariam diferente do atual Governo? 

Haveria mais investimento público. Há pouco tempo o ministro das Finanças disse que o país ia entrar em bancarrota. Porquê? Devido à desgovernação. O PAIGC nunca iria aprovar subsídios milionários aos órgãos de soberania. Isto são histórias do arco da velha. Como é que é possível que num dos países mais pobres do mundo haja subsídios de quase 1 milhão de euros para o Presidente da República, ou 600 milhões de francos CFA para o presidente da Assembleia Nacional Popular (são quase 400 mil euros), para o primeiro-ministro idem-aspas, para o presidente do Supremo Tribunal de Justiça são uns 150 mil euros. Como é que é aceitável? É puro desrespeito para com os guineenses.

Cortar esses subsídios chegaria para investimento público sério? 

Outro aspeto são os empréstimos sucessivos que estão a ser contraídos junto de organizações internacionais e da banca. Esse dinheiro é consumido, vai para pagar salários, viagens, mas era dinheiro para ser investido, para criar riqueza, construir estradas e hospitais. O processo que levou estas pessoas a serem instaladas no poder resulta de aliançasde circunstância. E as alianças na Guiné-Bissau nunca duram muito tempo, são fruto de interesses pessoais. E são pagas a preço de ouro. Quando falamos do nosso programa, não temos como objetivo negar a existência dos outros partidos. Mas os outros partidos pretendem acabar com o PAIGC, entendem que para sairmos deste marasmo é preciso a sua extinção. Isso não é possível, acabar com o PAIGC seria acabar com a história da Guiné-Bissau.

Mas o PAIGC esteve no poder tantas décadas, e a Guiné-Bissau não ficou no estado em que está apenas durante este Governo. O que falhou?

Temos de compreender a história da Guiné-Bissau. Em primeiro lugar, foi o PAIGC que trouxe a independência. Foi o PAIGC que introduziu uma economia de mercado e a liberalização política. Essa abertura foi em 1991, as eleições em 1994, e a Guiné-Bissau estava a crescer. Depois veio a guerra de 1998. Teve consequências que estamos a sentir até hoje. O estado da Guiné-Bissau também é responsabilidade do PAIGC, mas não só. O PAIGC nunca teve oportunidade de terminar os seus mandatos, houve sempre golpes, crises. Pergunto-me, porque é que não deixam o PAIGC acabar os mandatos? E as pessoas que hoje se queixam dessa governação estavam dentro do sistema. É importante frisar que há uma nova geração dentro do PAIGC, o partido precisa de rejuvenscimento, e nós estamos a rejuvenescer.

A sua própria história pessoal mistura-se com esta história. ‘Nino’ Vieira era considerado pelos seus apoiantes um Presidente forte, invencível, pelos seus opositores um déspota terrível. Como foi crescer à sua sombra?

‘Nino’ Vieira ficará marcado para sempre na história da Guiné-Bissau. Lutou com toda a sua energia para a Guiné-Bissau se pudesse libertar. Mas nós temos de compreender aquilo que se passou na guerra. E quando falo do meu tio falo também do Amilcar Cabral, Francisco Mendes, Osvaldo Vieira, Umaro Djaló, todos esses combatentes. Tinham uma missão e cumpriram. O processo de desenvolvimento é muito mais complexo. Compreendo os detratores, que dizem que era autoritário, mas ninguém é perfeito, e creio que ele deu sinais muito positivos com a abertura. E digo-lhe, no tempo do ‘Nino’ os guineenses estavam unidos, ninguém perguntava quem era mandinga, fula, manjaco, papel ou balanta, esta ou outra etnia. Isso agora está exacerbado.

Mas para si, como foi crescer consciente desse legado, sabendo que o viam na rua e sabiam que era o sobrinho do ‘Nino’?

Muitas vezes a pessoa perde a sua privacidade, que não consegue passar despercebida. Como é uma sociedade muito pequena, uma pessoa é sempre facilmente identificável, isso também tem os seus riscos. É um peso enorme. Por ter o nome dele, sei bem a responsabilidade que tenho, para não defraudar as expectativas de quem acreditou nele. Era o meu herói, um herói vivo.

Depois veio para Portugal estudar na Universidade Lusíada. Cá ainda era reconhecido como o sobrinho do Presidente? 

Não, aqui poucos conheciam. Esta é uma sociedade moderna, é completamente diferente, não era relevante. E quando estive a estudar nos Estados Unidos, eles nem conheciam a Guiné-Bissau [risos]. Tinha que dizer que é em África, em primeiro lugar, depois mostrar no mapa, e apontar que é ao lado do Senegal, aí, mais ou menos, chegavam lá. Agora, falar na Guiné-Bissau, what? [risos].

Um jovem guineense comum, que queira ter estudos superiores, oportunidades de carreira, não tem grandes opções sequer em Bissau, tem de sair do país. 

Isso é um facto. Há um desfasamento entre o cidadão e a política, um fosso enorme. E assim há a vontade do cidadão sair, há um sentimento de desespero perante o futuro. Compete às lideranças políticas criar as condições necessárias para que tudo aquilo que Deus nos deu, que é a terra fértil, as ilhas, possam ser traduzidos em ganhos concretos para a população. E quando se diz que o problema são os militares, é falso. O problema são os políticos guineenses.

Sabendo que faz parte de um grupo restrito que teve oportunidades, sente responsabilidade? E como é que se torna esse privilégio num direito?

Esta elite tem de se aproximar mais, descer lá abaixo, estar nas tabancas com a população. Mas isso não pode ser só com discursos, tem de ser com ação. Vemos que a maior parte das pessoas que exerceram funções são pessoas que tiveram o privilégio de ir para fora, mas quando chegam ao poder fazem algo completamente diferente. E temos de condenar isso, que não representa o que é o guineense. O guineense é solidário.

Covid-19/ Guiné-Bissau regista 11 mortos e 335   novos casos de infecções  numa semana  

 

Bissau, 16 Ago 21 (ANG) – Os novos casos de infecção (335) ultrapassaram os picos de contaminação da primeira vaga que foi de 317 e da segunda de 191 casos, segundo dados do período de 09 a 11 de Agosto esta segunda-feira divulgados pelo Alto Comissariado contra a Covid-19.

Os dados da semana anterior  indicavam para um total de 290 novos casos de infecção, portanto mais 45 novos casos.

Segungo Magda Robalo, Alta Comissária para a Covid-19,  que falava  na habitual conferência de imprensa semanal de  actualilização dos dados ,   desde o inicio da crise sanitaria, a pandemia  já provocou 90 vitimas mortais na Guiné-Bissau.

No total, desde que o novo coronavirus foi identificado na Guiné-Bissau em março de 2020, um total de  5,123  casos de infecção foram diagnosticados.

Robalo disse que destes 2, 932 casos são do sexo masculino e 2,191  do sexo feminino.

Magda Robalo disse que 4,399 pessoas foram dadas como recuperadas da doença, estando em activos 628 casos e  que 308  pessoas estão internadas.

O Sector Autònimo de Bissau continua a ser a zona mais atingida pela Covid-19, com  nove mortos registados nessa semana de 09 a 11 de agosto e 164 infecções, num total de 1,812 testes realizados, 171 individuos recuperados e 15 hospitalização.

Seguida pela região de Bijagós com 53 casos positivos, dos 101 casos testados.

“A Região de Biombo conta com 23 casos positivos, resultante das 66 amostras analisadas, e  Bafatá contabaliza 11 casos de infecção, num universo de 18 testes e um morto e quatro recuperados”, revelou Magda Robalo.

De acordo com  a Alta Comissaria para Covid-19, a região de Oio registou  nessa semana um óbito entre 28 casos positivos, num universo de 55 amostras analisadas, 17 recuperados e Cacheu examinou também 77 pessoas e 27 revelaram se positivos e 12 pessoas declaradas como recuperados.

Durante esta semana, conforme o Magda Robalo, a região de Quinará regista sete casos de infecção, num total de 27 testes realizados e dois recuperados.

“Na região de Tombali seis pessoas foram testadas e uma das quais acusou positivo, e  a região de Gabu testou 46 individuos, mas sem registo de um novo caso ”, afimrou.

O  sector de Farim  e Bolama não realizaram testes e  igualmente não registaram nenhum caso de infecção pelo novo coronavirus.

A pandemia da Covid-19 já afectou no país, um total de 5,123 pessoas, 85,797  testes realizados, 4,399 recuperadas, estando em activo 628 casos, 90 óbitos e 308 internamentos.  ANG/LPG/ÂC//SG

 

 

Postado por ANG às 08:14:00

MORREU O ANTIGO PRIMEIRO-MINISTRO E COMBATENTE CARLOS CORREIA AOS 87 ANOS 0

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) anunciou a morte do antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Correia, na madrugada de sábado, 14 de agosto de 2021, em Bissau, vítima de doença prolongada.

“O nosso partido vai sucumbir àquele que ficará na memória dos militantes e coletiva dos guineenses, como uma das maiores referências e reserva moral”, disse o PAIGC em nota, adiantando que Carlos Correia “foi um exemplo de nacionalismo e patriotismo, baseado no rigor, responsabilidade e transparência em tudo o que fazia no quotidiano”

O também veterano de luta pela independência da Guiné e Cabo-Verde, de 87 anos de idade, encontrava-se em tratamento médico em Portugal. Regressou ao país há dois meses.

Carlos Correia era engenheiro agrónomo e foi vice- Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC). Foi quatro vezes primeiro- ministro, em períodos diferentes. Duas vezes, depois da abertura Democrática: dezembro de 1991 a outubro de 1994, junho de 1997 a dezembro de 1998 e duas vezes depois de 7 de junho de 1998: agosto de 2008 a dezembro de 2008, setembro de 2015 a maio de 2016.

Antes da sua morte, Carlos Correia era o Presidente honorário do PAIGC.

O PAIGC apelou aos militantes, responsáveis e dirigentes a dedicarem momentos de recolhimento, de forma a render um tributo e homenagem àquele que “ficará eternamente como um herói à causa do partido e da Guiné-Bissau”.

Por: Tiago Seide

BOTCHE CANDÉ PROMETE TOLERÂNCIA ZERO PARA CIDADÃOS QUE CIRCULEM SEM MÁSCARAS

O ministro de Estado, do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé,  afirmou este sábado, 14 de agosto de 2021, que doravante o governo dará “tolerância zero” para todos os cidadãos que circulam na via pública sem máscaras faciais, tanto em Bissau quanto no interior do país.

Botche Candé falava à imprensa depois de uma reunião com os diferentes responsáveis da Polícia  de Ordem Pública e da Guarda Nacional, sobre  medidas adotadas pelo governo para prevenção de contaminação e de combate ao coronavirus.

“Quero pedir aos órgãos da comunicação social guineense que intensifiquem as ações de sensibilização aos cidadãos sobre o uso obrigatório das máscaras faciais, porque chegamos a um ponto em que a tolerância deve ser zero para cidadãos circulam na rua sem se protegerem”.

O governante garantiu que os agentes da Força da Ordem Pública serão desdobrados todos os dias, nas diferentes artérias do país,  para controlar o cumprimento das medidas restritivas estabelecidas, no âmbito do combate à Covid-19.

“O país está com muita dor, devido às perdas humanas registadas nos últimos dias”, disse  e apelou aos cidadãos a considerarem a existência da Covid-19 como um fato cientificamente comprovado.

Candé reconheceu que o executivo não está em condições de oferecer máscaras a todos os cidadãos. Assegurou que nessa primeira fase, os agentes policiais vão abordar os cidadãos na rua sensibilizando-os  sem violar os seus direitos.

“Mas caso essa medida não surtir efeitos, o ministério adotará medidas severas”

Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A

Depois da decisão judicial: LÍDER DO PAIGC VIAJA PARA LISBOA

O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, viajou hoje de Bissau para Lisboa (Portugal), após a autorização do Tribunal de Relação. Simões Pereira viajou num voo comercial da companhia “EUROATLANTIC” que decolou  por volta de 12h19 minutos hora de Bissau.

O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), foi impedido de sair do país no passado dia 23 de julho, por agentes de serviços de Migração e fronteiras, que alegaram terem recebido “ordens superiores”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) justificou na altura através de um despacho, que embargou a viagem de Simões Pereira, por “existirem fortes indícios de que cometeu crimes”, embora não tenha avançado pormenores sobre os mesmos.

O PAIGC entrou com uma ação em tribunal para pedir a nulidade do despacho. O juiz do Tribunal de Relação decidiu através do despacho n°.06/2021, datado de 11 de agosto, anular e considerar “sem nenhum efeito” a decisão do Procurador-geral da Guiné-Bissau, Fernando Gomes, que proibia o líder do PAIGC de viajar para estrangeiro.

Em declaração aos jornalistas antes de entrar no salão VIP  do aeroporto internacional Osvaldo Vieira, Domingos Simões Pereira, disse que é um cidadão livre que viaja quando quer e volta quando quer.
“Sou e sempre fui um cidadão livre. Se houver algum impedimento para viajar não será uma questão de vida ou morte para mim”, reafirmou o político.

Simões Pereira criticou a decisão da Procuradoria, tendo assegurado que todos os cidadãos guineenses deviam sentir vergonha de ter alguém que não honra a sua responsabilidade.

Contudo, escusou comentar a declaração de Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, que diz, não concordar com a decisão do tribunal, mas admite respeitá-la.”Ninguém pode subtrair os direitos e liberdades de um cidadão baseado no seu belo prazer”.

Simões Pereira afirmou ainda que o juiz veio fazer exactamente aquilo que PGR devia conhecer, porque “a vocação do Procurador-Geral é proteger os direitos fundamentais e não é ser chamado a ordem por juiz”.

Por: Assana Sambú

PR SISSOCO CONVIDA FAMÍLIAS A VACINAREM-SE CONTRA CORONAVÍRUS

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O Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, apelou às famílias guineenses a vacinarem-se ou completarem as doses de vacina, por a Guiné Bissau continuar a ser “atacada” pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Em mensagem áudio divulgada esta sexta-feira, 13 de agosto de 2021, pelo gabinete de comunicação e relações públicas da Presidência da República, Umaro Sissoco Embalo lembrou que o coronavirus já tirou vida “a dezenas de pessoas”, sublinhando que “para além das medidas de prevenção”, o país já iniciou a vacinação contra a Covid-19, de forma a evitar mais hospitalizações e aumento de número de mortes.

“Eu, como Presidente da República, já tomei as duas doses da vacina. Da mesma forma, exorto as famílias guineenses para se vacinarem ou completarem as doses de vacina. Vacine-se e cumpra as três medidas básicas de proteção, nomeadamente usar máscaras, lavar sempre as mãos com água e sabão e manter o distanciamento de outras pessoas” aconselhou Sissoco Embalo.

O chefe de Estado acredita que o país pode vencer a luta contra a Covid-19, com a vacina, a máscara, as mãos limpas, respeitando o distanciamento físico.

Os últimos dados divulgados pelo alto comissariado para a Covid-19 indicam que a Guiné Bissau registou um total de 4986 casos acumulados e 84 vítimas mortais.

Por: Tiago Seide

NAÇÕES UNIDAS PROMETEM DISPONIBILIZAR 549 MILHÕES DE DÓLARES PARA APOIAR PROGRAMA DO GOVERNO “HORA TCHIGA”

O coordenador residente do sistema das Nações Unidas, Mamadou Diallo, revelou na terça-feira, 11 de agosto de 2021, que no âmbito no novo acordo de cooperação com a Guiné-Bissau vão disponibilizar 549 milhões de dólares [cerca de 307 biliões de franco CFA] para apoiar o governo guineense. A verba servirá de suporte para apoiar os programas do governo guineense, especificamente o programa “Hora Tchiga”, por um período de cinco anos.

À saída, o coordenador residente explicou que o encontro com o chefe de Estado, Úmaro Sissoco Embaló, serviu para informá-lo da assinatura do acordo de novo quadro de cooperação entre a Guiné-Bissau e o Sistema das Nações Unidas, que deverá vigorar de 2022 a 2026.

“Pedi também conselhos ao Presidente Sissoco relativamente da forma como as Nações Unidas podem mobilizar seus recursos humanos e financeiros para apoiar o processo de desenvolvimento sustentável da Guiné-Bissau”, afirmou.

Mamadou Diallo considerou o povo guineense como um “grande povo” por ser trabalhador, hospitaleiro e generoso.

“Nós e as nossas agências de fundos e programas achamos um privilégio trabalhar aqui na Guiné-Bissau”, concluiu.

Por: Epifânia Mendonça

Foto: Cortesia da Presidência da República

Covid-19/Importadores de medicamentos para  tratamento da pandemia afirmam dispor de stocks suficientes para abastecer o mercado

Bissau,12 Ago 21(ANG) – As empresas importadores de medicamentos Saluspharma e Aliance Parma Sarl afirmam disporem de stocks suficientes de remédios de prevenção e tratamentos da Covid-19, para atender as necessidades dos  clientes retalhistas farmacêuticos do país.

Confrontadas hoje pela ANG sobre se existem  reservas suficientes de medicamentos para a prevenção e tratamento da pandemia, a responsável de Importação de Medicamentos da empresa grossista Aliance Pharma SARL, Karina Dodani disse que dispõe de capacidades para abastecer o mercado por um período mínimo de seis meses.

“Temos ainda as reservas suficientes nos nossos armazéns de medicamentos de tratamento da covid-19, nomeadamente axitomecina de 500 mg, iverometina, idroxicloroquina, antiperéticos, antélgicos, as vitaminas C e D, azingo entre outros para abastecer o mercado”, afirmou.

Aquela responsável disse ainda que no que tem a ver com medicamentos de prevenção da pandemia, a empresa Aliance Pharma dispõe de máscaras, gel de lavagem de mãos, termoflores infra vermelho de medir as temperaturas.

Afirmou que a maior preocupação da sua empresa prende-se com os constrangimentos na importação de medicamentos nos países onde são adquiridos até ao Porto de Bissau, devido a situação da pandemia.

Por sua vez, o Director-geral da empresa Saluspharma SARL, Paulo Real, reconheceu que houve uma diminuição de stock desses medicamentos num certo período, frisando que agora a situação está a melhorar.

“Agora mantemos a mesma disponibilidade de stock que tínhamos há alguns anos atrás, inclusive  temos ainda muitos produtos no armazêm para dar respostas às solicitações do Alto Comissariado para a  Covid-19 e de outros retalhistas”, disse.

Paulo Real sublinhou que a empresa tem a disponibilidade para continuar a fornecer aos clientes os produtos como alcoolgel, máscaras e outros dispositivos de prevenção  bem como  os antibióticos.

Recomenda  aos farmacêuticos para fazerem o bom uso de medicamentos disponibilizados, no que diz respeito a aplicação de  certos princípios e cuidados em terrmos de conservação.

Perguntado  se a Saluspharma tem a capacidade logistica para abastecer todo o território nacional  em medicamentos, respondeu que estão a operar há seis anos no país, mas que ainda não têm a capacidade de garantir uma cobertura nacional.

Disse que têm limitado apenas à capital Bissau, onde se aglomera a maior quantidade da população, acrescentando  que para o próximo ano, perspectivam cobrir todo o país.

Segundo Real, existem farmacias que fazem esse aprovisionamento para as regiões do país.

O administrador da Fârmácia Moçambique, um dos retalhistas de venda de medicamentos, apela as pessoas para apostarem nas medidas preventivas como principal arma de combate à Covid-19.

Ahmed Akhdar, igualmente médico farmacêutico, aconselhou à população em geral para estarem atendo com os sintomas tais como: constipação, febre alta, dores no corpo, na garganta, tosse, e se  não sentem o gosto e  cheiro.

“Qualquer pessoas com esses sintomas deve de imediato recorrer ao  Hospital para fazer testes. São os primeiros sintomas de covid-19”, disse em declarações à Agência de Notícias da Guiné(ANG). ANG/ÂC//SG

EMBAIXADOR DA GÂMBIA MORRE EM BISSAU VÍTIMA DE DOENÇA

O Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Gâmbia para a Guiné-Bissau, a Guiné-Conacri e Cabo Verde, Lamine Diop, faleceu esta quarta-feira, 11 de agosto de 2021, no hospital nacional Simão Mendes, em Bissau, vítima de doença, anunciou uma fonte familiar.

O diplomata gambiano, segundo a fonte familiar contatado pelo jornal O Democrata, estava a sentir-se mal no domingo, 8 de agosto, e foi encaminhado para o hospital. De acordo com as informações apuradas, padecia de coronavírus, não resistiu às complicações e acabou por falecer hoje por volta das 14 horas.

Lamine Diop entregou as cartas credenciais em Bissau em fevereiro de 2020. O diplomata foi formado em economia e tinha um mestrado em finanças. Desempenhou várias funções em diferentes departamentos no ministério da Economia da Gâmbia.

Foi ponto focal do ministério da Economia junto do Banco Mundial (BM), também foi chefe do departamento de investimento e segurança social no ministério da Economia. Trabalhou vários anos como empresário na Gâmbia e na Guiné-Bissau, onde interveio em vários setores.

Antes da sua nomeação como o embaixador, foi convidado a exercer a função do ministro do Comércio e da Integração Regional, no governo de Presidente Adama Barrow, função que exerceu até ser nomeado embaixador para a Guiné-Bissau, a Guiné-Conacri e Cabo Verde.

Por: Assana Sambú