PRESIDENTE CESSANTE JOSÉ MÁRIO VAZ MANTÉM DEMISSÃO DO GOVERNO APESAR DA LIMINAR DA CEDEAO

FONTE: ÁFRICA RÁDIO

O presidente da Guiné-Bissau, José Mario Vaz, disse na noite de domingo que seu governo estava sendo demitido por alguns momentos depois de uma declaração da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pedindo que ele relatasse a medida a três semanas da eleição presidencial de 24 de novembro.

Vaz, presidente cessante da Guiné-Bissau, eleito em 2014, continua a desafiar a comunidade internacional, mantendo o governo que ele formou na quinta-feira.

Em 28 de outubro, ele demitiu o primeiro-ministro Aristides Gomes e seu governo e nomeou Faustino Imbali, o novo chefe de governo, em 29 de outubro, com uma equipe de 17 ministros e 14 secretários de Estado.

Aristides Gomes, após sua demissão, denunciou “um golpe em preparação para interromper o processo de preparação das eleições presidenciais de 24 de novembro”.

Uma delegação da CEDEAO (15 estados), liderada pelo Ministro de Relações Exteriores da Níger, Kalla Ankourão, denunciou “a natureza ilegal do decreto que desmantela o governo (de um comício de campanha domingo em Pitche, 240 km a leste de Bissau.

“Sou o comandante em chefe das forças armadas e convocarei o Alto Conselho de Defesa, a mais alta autoridade militar do país, após meu retorno a Bissau”, disse ele, dando a entender que estava pronto para continuar.

Amarrado pela comunidade internacional, o Presidente Vaz também disse que conheceu apenas um membro da delegação da CEDEAO no domingo, a quem expressou sua recusa em denunciar a demissão sem revelar sua identidade.

“Meu governo é o único legítimo reconhecido pela comunidade internacional. Continuo com meu trabalho para organizar as eleições (a eleição presidencial) dentro do cronograma”, disse domingo à imprensa Aristides Gomes.

Os enviados da CEDEAO se encontraram no domingo com o presidente Vaz, diplomatas africanos, europeus e da ONU em Bissau, representantes de partidos representados na Assembléia e na Comissão Eleitoral, mas não encontraram o novo primeiro-ministro.

O Conselho de Segurança da ONU pediu na sexta-feira o respeito pela data das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, rejeitando a mudança de governo decidida por seu presidente.

A CEDEAO, a União Africana e a União Européia também já negou o Presidente Vaz. Este último garantiu que a eleição presidencial aconteceria em 24 de novembro, com uma possível segunda volta em 29 de dezembro.

A campanha eleitoral foi aberta no sábado e ocorrerá até 22 de novembro, com doze candidatos na disputa, incluindo o Sr. Vaz,