NÃO À POLITIZAÇÃO DA PANDEMIA NA GUINÉ-BISSAU. NÃO AO PANDEMÓNIO.

Durante esta semana deparei-me com publicações no Twitter do sociólogo guineense Dr. Miguel Barros e da ex-Ministra da Saúde Dra. Magda Nely Robalo, em que estranhavam ou criticavam o facto de os doentes diagnosticados com Coronavírus não estarem a ser tratados em regime de internamento! Aliás, a ex-Ministra da Saúde Pública já tinha afirmado numa entrevista o seguinte: “Infelizmente, temos uma resposta que está lutando para se encaixar. Tivemos ontem (terça-feira, 24 de março de 2020) dois casos positivos de coronavírus, duas pessoas que estavam confinadas em suas casas e não em um estabelecimento de saúde. Por uma boa razão, ainda não finalizamos as obras de reforma do pavilhão dedicado que estava sendo montado no hospital Simão Mendes. É uma pena que tenhamos os primeiros casos confirmados que não podem ser isolados e tratados no hospital.”
Também li um artigo do jornalista e líder partidário Umaro Djau, com o título Guiné-Bissau & COVID-19: Onde estarão os Ventiladores Mecânicos?
Hoje, que arranjei um pouco de tempo, proponho-me a desmontar os mitos retratados nessas publicações.
Quanto ao primeiro mito dos Drs. Miguel de Barros e Magda Nely Robalo, gostaria de esclarecê-los que o contacto com o vírus SARS-COV2 pode ou não provocar doença denominada COVID, que se pode manifestar de forma diferente, desde pessoas assintomáticas, à doença ligeira, doença com gravidade, doença crítica e evolução ou não para a morte. Segundo os dados da literatura, 81% dos casos infetados, apresentam-se sem sintomas ou na sua forma ligeira, 14% na sua forma grave e 5% de casos que justificam admissão numa Unidade de Cuidados Intensivos e a mortalidade estimada anda entre 2,3% a 3,4% dos infetados, conforme a série.
Ora, sabe-se que é boa prática, que os casos assintomáticos e ligeiros que perfazem 81% de todos os casos, tendo condições de isolamento domiciliário, sem colocar em risco a família e a população, não devem ser internados, pelo que não entendo a preocupação da ex-Ministra da Saúde, em querer que os dois primeiros casos de SARS-COV2 detetados na Guiné-Bissau fossem internados, se se tratava de doentes com sintomas ligeiros! Ao Dr. Miguel de Barros, ainda dou um desconto, por não ser da área, apesar de por vezes não se inibir de aventurar-se nas áreas que não domina, podendo neste caso concreto despoletar medo e insegurança na população e, numa epidemia, o pior que pode acontecer é a população sentir-se inseguro com as decisões dos profissionais que orientam a solução do problema. Será essa a intenção desses dois Drs.?! Só eles poderão responder!
No que concerne as questões levantadas por Úmaro Djau, sobre os ventiladores, é natural que o autor do texto se preocupe com esse importante recurso para salvar vidas, mas não deixa de ser uma preocupação um tanto ou quanto descontextualizado do atual estado dos recursos de saúde da Guiné-Bissau! Não, não quero que os leitores pensem que não existem ventiladores na Guiné-Bissau! Existem sim, mas são escassos e funcionam nos Blocos Operatórios e com alguma limitação!
A avaliar pelo conteúdo do texto, não restam dúvidas que Úmaro Djau fez antes um trabalho de pesquisa e informação, sobre a importância dos ventiladores e, até fez-nos uma descrição de tipos de ventiladores que podemos encontrar no mercado! Mas não pensou mais além!
Ouvir Úmaro Djau a questionar sobre a necessidade de aquisição de ventiladores e os ventiladores existentes não utilizados nos hospitais guineenses, fez-me lembrar a história do financiamento para a construção de um Centro de Diálise na Guiné-Bissau, pela Venezuela do malogrado Hugo Chavez! Curiosamente, nessa altura, estive num jantar de uma Associação de Guineenses e estive a falar com um indivíduo guineense, que me disse que estaria a servir de intermediário na venda de Máquinas de Diálise para a Guiné-Bissau, aparentemente para esse Centro de Diálise que seria financiado pela Venezuela… Como a hemodiálise é uma área de que gosto particularmente, assim como a ventilação, durante a nossa conversa, questionei-lhe sobre a instalação das infraestruturas quer de águas como elétricas, formação de técnicos de saúde e de manutenção para o funcionamento dessas máquinas na Guiné-Bissau e a resposta deixou-me estarrecido! Disse-me assim: “Dr., eu sou negociante e quero ganhar o meu, o que vão fazer depois com a máquina não é da minha conta! O Dr. disse-me que gosta de barcos, eu se tiver um barco para lhe vender, não quero saber se tem carta de marinheiro ou não, se tem Rio ou Mar onde ir andar com ele! Quero vender, ganhar o meu e ponto final! Curiosamente, no ano passado, estive no HNSM e fiz questão de ir visitar o denominado Centro de Diálise do HNSM. Vi aí as máquinas e alguns consumíveis encaixotados, cobertas de pó, anos sem nunca terem sido usados, porque efetivamente faltava tudo aquilo que era a minha inquietação nesse jantar!
Com isso, quero dizer que, no contexto do estado de saúde do nosso Estado e da nossa Saúde, fruto de anos de desmandos e abandono perpetrado por um grupo de criminosos que se aglomeraram numa organização para manipularem e oprimirem o povo e viverem à custa do Estado, sem se importarem minimamente com o povo e o país, os ventiladores, na minha óptica não constituem prioridade nesta desproporcional luta contra o inimigo invisível denominado SARS-COV2.
Os ventiladores constituem um recurso de última linha, onde são necessários outros recursos que o país não consegue criar em poucos dias ou meses! Para começar, por trás de um ventilador, tem de existir uma tomada elétrica que debite eletricidade de forma contínua e garantir carga à sua bateria, mesmo para aqueles com alguma autonomia. Segundo, por trás de um ventilador é preciso ter um técnico de manutenção disponível para resolver os problemas técnicos e, ainda, laboratórios com capacidade de fornecer as interfaces necessárias ao seu funcionamento. Terceiro, por trás de um ventilador de Cuidados Intensivos, é preciso ter um sistema de gases medicinais canalizado para fornecimento contínuo de oxigénio pressurizado, sem o qual um ventilador não funciona… Quarto, por trás de cada ventilador, é preciso um sistema de monitorização de sinais vitais de forma invasiva e não invasiva e respetivos consumíveis, porque a ventilação tem efeitos sobre os sinais vitais do doente que, se não forem detetados atempadamente, podem ser deletérios para o doente… Quinto e com também elevada importância, é que a frente dos ventiladores, é preciso ter enfermeiros treinados em prestar cuidados a doentes ventilados e um médico especialista que sabe integrar os dados do doente, proceder a entubação orotraqueal com as suas especificidades no COVID-19 e, ainda, manejar o ventilador de forma a tirar rentabilidade dele, sem causar mais danos ao doente e até aos restantes profissionais de saúde… Por exemplo, Úmaro Djau fala no seu texto dos ventiladores para Ventilação Não-Invasiva oferecidos à alguns hospitais guineense, devo informar-lhe que, segundo as orientações de boa prática, esse modo ventilatório (não-invasivo) não está preconizado nos doentes com COVID-19, devendo ser usado apenas na completa falta de ventiladores para ventilação invasiva e em condições de segurança para os profissionais de saúde, o que implica ter um quarto com pressão negativa, que duvido que algum hospital guineense tenha a funcionar neste momento, para evitar a disseminação do vírus para os profissionais de saúde, com a aerossolização que esse modo de ventilação provoca…
É evidente que todos esses recursos não se adquirem em dias nem meses e, se algum político enveredar por esse campo, está apenas a provocar ainda mais insegurança na população, a que a própria vulnerabilidade da nossa pobreza já lhes expõe.
Para um país pobre e com grande escassez de recursos, como a Guiné-Bissau, para enfrentar essa pandemia, tudo o que se deve evitar é o pandemónio!
A grande arma em que se deve apostar é a prevenção, através da informação e ensino exaustivo da população sobre a importância do confinamento social, das lavagens frequentes das mãos, evitar levar as mãos à cara e o uso de máscaras, quando a aproximação social é inevitável. Para além disso, é importante criar mecanismos de suplementação das necessidades básicas da população… Não é admissível em pleno século XXI, assistir as imagens que vi difundidas, de humilhações públicas de cidadãos por forças de segurança, apenas e só para forçá-los a cumprir o isolamento social! De qualquer das formas, agradou-me ver um governo que, prontamente se demarcou desses actos violentos das forças da Ordem e pediu desculpas à população, contrariamente ao que o povo estava habituado e em que a culpa morria sempre solteira e o PAIGC nunca era culpado de nada e nunca ninguém viu-lhes a pedirem desculpas pelos seus actos bárbaros cometidos ao longo de quase meio século, contra o povo guineense! Ainda estou à espera de conhecer o resultado do inquérito do militante do PRS morto recentemente numa manifestação pacífica!
Não sendo fácil aplicar o Estado de Emergência e consequente isolamento social nos países europeus, economicamente mais desenvolvidos e com um índice de literacia alta, imagino na Guiné-Bissau, em que a sobrevivência das pessoas depende dos pequenos comércios de rua e a iliteracia ainda é alta, o que torna muito difícil mobilizar a população para o combate de um inimigo invisível!
De todas as formas, peço ao atual poder político a máxima paciência e muito empenho na informação e formação local da população, através da mobilização de voluntários com mais formação.
Aos profissionais de saúde guineenses, peço a máxima dedicação para darem tudo de vós para salvar vidas, como sempre fizeram, mas nunca descurando a vossa própria segurança. Na falta de meios para vos protegerem, é preferível termos uma e não duas ou mais vítimas.
Deus protegerá a Guiné-Bissau.

 

A dimensão desta pandemia mortal que assola o Mundo e a nós também, tem posto à prova as nossas capacidades enquanto decisores públicos de agir rapidamente e tomar medidas que julgamos necessários e imprescindíveis para vencer essa batalha.
A nível da Chefia do Governo, ordenei para que todas as estruturas(superiores, médias e intermédias) se mobilizem e colocassem todos os meios e materiais disponíveis à disposição dos nossos heróis que estão na linha da frente de combate.
Muitas medidas já se encontram em execução, e muitas outras estão em fase de preparação. Não vamos poupar nos esforços e nem vamos ver a meios para lutar e evitar os estragos que esse vírus provoca.
Nos últimos dias, ouvimos várias preocupações vindas do Bastonário da Ordem dos Enfermeiros. Basicamente exigiam mais meios e ajustes nos subsídios.
Compreendemos as reivindicações que são legitimas, tomamos boa nota, e agimos no sentido de acudir a vontade dos Enfermeiros.
Assim faremos com todos, até vermos vencido a Covid-19.
Sempre que resolvemos um dilema, sinto aliviado e mais motivado para prosseguir.
Eng° Nuno Gomes Nabiam, Primeiro Ministro da República da Guiné-Bissau

PRESIDENTE SISSOCO EMBALÓ RENOVA ESTADO DE EMERGÊNCIA COM MEDIDAS DURAS ATÉ AO DIA 26


Caros Compatriotas;
Fidjus di Guiné
Há 15 dias atrás, fui obrigado a recorrer a medidas excecionais em resposta à pandemia do CORONAVIRUS, designado COVID 19, que assola o mundo, pedindo, a todos os irmãos guineenses residentes na Guiné-Bissau, grandes esforços de viver em condições adversas com restrições muito duras, porém necessárias para combater o perigo latente, tendo em conta as precárias condições sanitárias do nosso país, agravadas ainda pelo elevado índice de contágio desta doença.
A nossa decisão naquele momento deveu-se ao facto de que se tinham diagnosticado, dias antes, os 2 primeiros casos de covid-19 no nosso país, e houve a necessidade de conter a propagação deste vírus através da tomada de medidas drásticas.
Hoje, apesar de todos os esforços de contenção levados a cabo, 39 dos nossos irmãos são portadores deste vírus, razão pela qual somos obrigados a prorrogar as medidas iniciais e consequentemente endurecer algumas delas, adequando-as às circunstâncias atuais, sem deixar de felicitar a equipa médica nacional pela recuperação de 3 pacientes infetados pelo vírus. Igualmente aproveito para agradecer as nossas Forças de Defesa e Segurança pelo trabalho que têm feito.
Fidjus di Guiné
Quero, através desta comunicação, voltar a apelar à vossa capacidade de resiliência, para juntos encararmos de frente este momento difícil da nossa história enquanto Estado soberano e enquanto Nação, através da adoção de novas medidas desde as mais elementares, como as de higiene pessoal e de distanciamento social, até aquelas mais severas, como seja o confinamento, pois como bem sabemos, o homem, derivado da sua natureza social, é fortemente atingido pela privação da sua liberdade.
A evolução clínica dos casos anunciados, impõe a prorrogação do Estado de Emergência, o endurecimento das restrições e o aumento de medidas de prevenção pessoal, razão pela qual, vimos perante vós, anunciar a renovação do Estado de Emergência por um novo período de 15 dias, ou seja, até ao dia 26 de Abril.
Guineenses,
As previsões das autoridades sanitárias internacionais e a experiência de outros países que conheceram este infortúnio, apontavam para a subida rápida, vertiginosa e descontrolada dos casos na Guiné-Bissau, porém, sobretudo por conta do comportamento exemplar, ordeiro e cívico da população da Guiné-Bissau, tal não sucedeu, pelo que expresso aqui os meus sinceros parabéns e felicitações à nossa população.
As medidas empreendidas, embora duras, tiveram em consideração a nossa realidade e as nossas difíceis condições sociais, por isso mesmo se aplicaram algumas medidas de mitigação, para aliviar o sofrimento das nossas populações mais carenciadas.
O Governo da Guiné-Bissau tem sido muito proativo no combate à pandemia, tendo tomado uma série de medidas decisivas para ajudar a limitar a disseminação da epidemia e apoiar as comunidades em risco.
Essas medidas foram ratificadas por mim, através da Declaração do Estado de Emergência, limitando o movimento dentro do país e suspendendo os voos internacionais, como forma de impedir a entrada de novos casos.
Assistiu-se ao longo desta crise sanitária, a uma grande onda de solidariedade do povo guineense, desde homens de negócios a simples cidadãos passando pelos atores políticos, que põe em evidência o que nos caracteriza enquanto guineenses, um povo solidário, fraterno e unido, que não tem mãos a medir quando se apresenta a necessidade de ajudar.
Também aproveito para agradecer a solidariedade internacional traduzida em ajudas humanitárias vindas de todos os quadrantes do mundo, através do apoio dos nossos parceiros internacionais.
Por isso mesmo, no espírito do que têm sido os discursos do Secretário Geral das Nações Unidas, Eng.º António Guterres e do Diretor Geral da OMS, Dr. Tedros, apelo a todos os atores, para NÃO POLITIZAR o CORONAVIRUS.
Meus irmãos, este, é o momento de fazer luta humanitária juntos, para salvar vidas humanas, e não é o momento de fazer lutas políticas.
Fidjus di Guiné
A nossa experiência, enquanto nação forjada na luta, e devido às vicissitudes que assistimos ao longo do nosso curto percurso, enquanto Estado soberano, deixam-me confiante de que juntos vamos vencer este desafio, para no fim desta crise sanitária, orgulharmo-nos todos da nossa contribuição nesta luta, como um povo resiliente e proactivo que nós somos, fortalecendo ainda mais a nossa Guineendade.
Termino esta breve intervenção, apelando a todos os guineenses, que esforcemo-nos para juntos vencer esta pandemia e para que continuemos a respeitar as recomendações das autoridades sanitárias e as medidas tomadas pelo Governo para conter a propagação do vírus.
JUNTOS venceremos o CORONAVIRUS!
Viva a Guiné-Bissau!
Viva Fidjus di Guiné!

Notabanca; 11.04.2020

GUINÉ-BISSAU: BACIRO CANDÉ RENOVA CONTRATO POR MAIS QUATRO ANOS

O selecionador de futebol da Guiné-Bissau, Baciro Candé, mantém-se no cargo por mais quatro anos, ou seja, até 2024.
A informação foi divulgada está quinta-feira, 26 de março, na página oficial da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) no Facebook.
O organismo que rege o futebol guineense fez lembrar que além de passagem por vários clubes a nível nacional e internacional, Candé entrou para a história do futebol nacional com a sua equipa técnica ao conseguirem a primeira presença de sempre numa fase final do Campeonato Africano de Futebol (CAN 2017, realizado no Gabão) e pela segunda vez para o CAN 2019, disputado no Egito.
“Mister Candé”, como é conhecido no seio dos guineenses, conseguiu também de forma inédita o apuramento para a fase de grupos de qualificação para o mundial Qatar 2022.
De referir que em novembro do ano passado a seleção nacional perdeu na visita ao Congo, na segunda jornada do Grupo I de qualificação para a Taça das Nações Africanas de Futebol (CAN2021).
Depois de ter vencido na recepção à Swazilândia por 3-0, na ronda inaugural, os “Djurtus” sofreram uma derrota pelo mesmo resultado na visita aos congoleses, que somaram os três pontos, sendo igualmente o adversário na tabela classificativa.
Na liderança, está o Senegal com 6 pontos, depois de vencer à seleção da Suazilândia por 4-1.
Devido à pandemia do novo Coronavírus, a Confederação Africana de Futebol (CAF) cancelou os jogos entre as seleções para a terceira e quarta jornadas de apuramento para mesma competição, partidas que estavam previstas a realizarem-se no mês de março em curso.
Por: AC
Conosaba/radiojovem

Covid-19: ANUNCIADA A CURA DE TRÊS PESSOAS E MAIS DOIS NOVOS CASOS NA GUINÉ-BISSAU

As autoridades sanitárias guineenses anunciaram esta sexta-feira, 10 de abril de 2020,  a cura de três pessoas que foram diagnosticadas com a infeção do Covid-19. Também revelaram o registo de dois novos casos do coronavírus em Canchungo, região de Cacheu no norte da Guiné-Bissau.

O anúncio da recuperação de três pacientes do coronavírus foi feito pelo porta-voz da Comissão Interministerial de Acompanhamento de Prevenção do covid-19, Tumane Baldé, durante a habitual conferência de imprensa de atualização do diário epidemiológico na qual informou que os números de casos infetados na Guiné-Bissau subiu para 38 casos.

O Democrata soube de uma fonte do Ministério de Saúde Pública, que as três pessoas dadas por curadas são um cidadão indiano e dois guineenses, membros da mesma família.

O médico Tumane Baldé,  porta-voz da Comissão, explicou que dos 44 amostras levadas ao laboratório, dois deram positivo e todos são do sexo masculino. Acrescentou que os dois novos casos são da mesma família em Canchungo, tendo frisado que um é um menino de 13 anos e outro tem 55 anos.

“Decidimos manter as pessoas infetadas  nas suas casas, porque a maioria tem condições básicas de ficarem em casas. É melhor do que ficar nos hospitais, evitando assim a contaminação das outras pessoas e sítios”, explicou.

Baldé precisou que dos 38 casos diagnosticados com o Covid-19 na Guiné-Bissau, 30 são citadinos da capital Bissau, cinco da região do Biombo e três vivem na região de Cacheu, concretamente no setor  de Canchungo.

Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M

PAPA DIZ QUE CORONAVÍRUS PODE SER RESPOSTA DA NATUREZA PARA CRISE CLIMÁTICA PARA OLHAR OS MAIS POBRES 


“Não sei se isso é uma vingança da natureza, mas certamente é uma resposta dela”, disse Francisco sobre a pandemia de COVID-19.
O papa Francisco disse que a pandemia do novo coronavírus é uma das “respostas da natureza” aos humanos, que estão ignorando a crise ecológica atual.
Em uma entrevista por e-mail publicada nesta quarta-feira (8) nas revistas The Tablet e Commonwealth, o pontífice afirmou que o surto oferece uma oportunidade para diminuir a taxa de produção e consumo, e aprender a entender e contemplar a natureza.
“Não respondemos a catástrofes parciais. Quem está falando agora sobre os incêndios na Austrália, ou lembra que há 18 meses um barco poderia cruzar o Polo Norte porque as geleiras derreteram?
Quem está falando agora das enchentes?”, questionou o papa.
“Não sei se isso é uma vingança da natureza, mas certamente é uma resposta dela”, afirmou. 

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Papa faz apelo por cessar-fogo global em razão do coronavírus
O papa também criticou a resposta dada ao surto, ressaltando que os desabrigados deveriam ser colocados em quarentena em hotéis, e não em estacionamentos. “Vi uma foto outro dia de um estacionamento em Las Vegas onde eles [sem-teto] haviam sido colocados em quarentena. E os hotéis estavam todos vazios. Mas os desabrigados não podem ir para um hotel”, afirmou.
“Este é o momento de olhar para os mais pobres”, destacou Francisco, acrescentando que a sociedade costuma tratá-los como “animais resgatados”.
O pontífice ainda alertou para a ascensão de políticos populistas e discursos que são focados exclusivamente na economia. Ele afirmou que está preocupado com a “hipocrisia de certos políticos que falam em enfrentar a crise, do problema da fome no mundo, mas, ao mesmo tempo, fabricam armas”.
Mudanças no Vaticano.
A pandemia de COVID-19 mudou radicalmente a forma como o Vaticano trabalha, com o pontífice celebrando a missa de Domingo de Ramos em uma igreja vazia e com locais, que normalmente estão cheios de turistas nesta época do ano, também vazios.

Aos 83 anos, Francisco, que tem problema nos pulmões devido a uma infecção contraída quando tinha cerca de 20 anos, já fez dois testes para o novo coronavírus – ambos deram negativo.
Ele tem se mantido distante de qualquer pessoa que possa portar a doença, se alimenta em seu próprio quarto e usa álcool em gel antes e depois de encontros com qualquer convidado, informou a secretaria de imprensa do Vaticano.

Notabanca; 11.04.2020

Publicada por notabanca

Covid 19: MÉDICO GUINEENSE ADVERTE QUE ESTILO DE VIDA DOS GUINEENSES PODERÁ MOTIVAR AUMENTO DE CASOS

O médico guineense, Plácido Cardoso, disse que a Guiné-Bissau ainda não conheceu o pico da Covid 19 mas, no entanto, adverte que as condições de vida em alguns bairros e casas poderão motivar o aumento de caso no país
Em entrevista à Rádio Sol Mansi (RSM), hoje (10), o médico guineense com mais de 27 anos em experiencia pública, Plácido Cardoso, disse que o facto do estilo de vida dos guineenses poderá motivar o aumento do caso, apontando o caso dos EUA onde as pessoas vivem em condomínio fechado mas mesmo assim o caso foi alastrando rapidamente.
Para o médico as pessoas devem seguir rigorosamente as orientações das autoridades competentes.
“No nosso caso particularmente tem grande risco em certos bairros da capital onde pessoas vivem de forma muito aglomerada, mais de 10 pessoas dormem num quarto”
Plácido Cardoso exorta os jovens a aceitarem a realidade que o país vive e que o coronavírus é uma realidade na Guiné-Bissau. Para ele, a atitude individual em termos preventivos pode travar o rumo da pandemia.
“Efectivamente, eu penso que nenhum Estado tem necessidade de fazer coisas dizendo que o país tem coronavírus para mobilizar recursos porque mesmo que mobilizando estes recursos é num quadro restrito porque é gerida por outras organizações, estamos a gerir uma doença que é uma realidade que não é nenhum mito devemos obedecer todas as instruções e todas as orientações que a autoridade sanitária e governamental está a dar, porque começamos a conhecer epidemia ninguém prevê quando vai terminar e qual é custo que pode ter e se pode piorar ou melhorar”
Plácido Cardoso disse que uma pessoa curada de Covid 19 pode voltar a ser infectado.
As autoridades sanitárias anunciaram esta sexta-feira, que já conseguiram recuperar três pessoas infectada pelo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19.
No entanto, mais dois casos foram testados positivos e o país passa a ter agora 38 pessoas infectadas da covi-19.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Bíbia Mariza Pereira/radiosolmansi com Conosaba do Porto
 
Imagem: Elisangila Raisa Silva dos Santos

Covid 19: BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ENFERMEIROS DISSE QUE NÃO EXISTEM MATERIAIS APROPRIADOS PARA LUTA

O Bastonário da Ordem dos Enfermeiros da Guiné-Bissau, Alberto Oliveira Lopes, disse que ainda não existem materiais apropriados para face ao coronavírus e que os profissionais estão ser aconselhados a trabalhar com os materiais usados no combate ao Ébola.
Falando à Rádio Sol Mansi (RSM), esta sexta-feira (10), Alberto Oliveira Lopes adverte que os materiais usados no combate ao Ébola desde 2015 poderão estar fora do prazo.
Oliveira Lopes disse ainda que os enfermeiros não foram bem capacitados em relação a forma de lidar com os casos da Covid 19.
“O governo faz esforços mas ainda continuam a faltar materiais e formação do pessoal de saúde”
Alberto Oliveira Lopes sustenta que as pessoas ainda continuam a entrar ao país. Para ele, a solução seria seguir as pessoas que entram no país e que de seguida serão colocados em isolamento e só depois poderão ter contacto com outras pessoas.
O Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Alberto Oliveira Lopes, disse ainda que é chega a hora das pessoas acreditarem que o coronavírus é uma realidade no país. Às autoridades são pedidas a colocarem no isolamento as pessoas confirmadas com a Covid 19.
“A população está a ser induzida a dúvida porque todos os caos confirmados ainda continuam em suas casas e um outro foi confirmado que os sintomas foram de paludismo. Mas quero pedir a população para continuar a prevenir porque não acreditado significa negar que existe morto no país porque vimos o número de mortes nos países muito mais desenvolvidos do que a Guiné-Bissau”.
Os casos do Coronavírus continuam a aumentar no país. E amanhã (10) termina o Estado de emergência decretado no país. As medidas de isolamento social não estão a ser respeitadas em quase todo o país.
As viaturas privadas agora substituem viaturas públicas que levam pessoas de Bissau ao interior camuflando com o livre transito emitido pelo ministério do interior. Em Bissau, alguns bares e restaurantes ainda continuam a funcionar.
É ignorada a medida que permite circulação apenas das 07 às 11 horas (da Guiné-Bissau). De aeroporto a Bissalanca e Biombo, as viaturas continuam a circular como se nada tivesse acontecido.
Texto & Imagem: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto

Covid-19: Banco Africano dá 10 mil milhões para combater pandemia no continente

O Banco Africano de Desenvolvimento anunciou hoje a criação de um fundo de até 10 mil milhões de dólares para os governos e o setor privado combaterem a pandemia da covid-19 no continente africano

“Este veículo é a mais recente medida tomada pelo banco apra responder à pandemia e será o canal principal da instituição nos seus esforços para combater a crise, providenciando até 10 mil milhões de dólares [9,1 mil milhões de euros] aos governos e ao setor privado”, lê-se numa nota enviada à Lusa.

“África está a enfrentar enormes desafios orçamentais para responder eficazmente à pandemia da covid-19, por isso estamos a mobilizar todo o peso da nossa resposta de emergência para apoiar África nestes tempos críticos”, disse o presidente do banco, Akinwumi Adesina.

“Estes são tempos extraordinários, e temos de tomar medidas ousadas e decisivas para salvar e proteger milhões de vidas em África, porque estamos numa corrida para salvar vidas e nenhum país vai ser deixado para trás”, acrescentou o banqueiro.

O instrumento financeira agora anunciado vai disponibilizar 5,5 mil milhões de dólares (5 mil milhões de euros) para as operações dos países membros do BAD, e 3,1 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) para operações regionais ao abrigo do Fundo de Desenvolvimento Africano, o braço concessional do fundo que se dedica aos países mais frágeis, havendo ainda a contabilizar 1,35 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros) para operações do setor privado.

COMUNICADO RELATIVO AS MEDIDAS DE PROMOÇÃO DE PAGAMENTOS ELETRÓNICOS NO CONTEXTO DA LUTA CONTRA A PROPAGAÇÃO DO COVID-19

No quadro da implementação das medidas adotadas a 21 de março de 2020, o Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) informa o público, que o Instituto de Emissão permanece contínuo nas suas ações com vista a apoiar os esforços das Autoridades públicas dos Estados Membros da União na luta contra a propagação do COVID-19.

A este propósito, o BCEAO, em concertação com a comunidade bancária e as instituições de moeda eletrónica da União, decidiram tomar novas medidas que visam incentivar as pessoas a uma maior utilização dos meios de pagamentos digitais e assim, limitar-se o contacto físico com os meios de pagamentos clássicos, notas e moedas.

As medidas tomadas relacionam-se com :

  1. a gratuidade, a nível nacional, de transferências de moedas eletrónicas entre pessoas, cujos valores são inferiores ou iguais a 5.000 francos CFA, incluindo as transferências de contas bancárias para carteiras eletrónicas e vice-versa ;
  2. a gratuidade de pagamentos de faturas de água e luz, via telefonia móvel, cujos  valores são iguais ou inferiores a 50.000 francos CFA ;
  3. a supressão, das comissões pagas pelos comerciantes aos emissores de moeda electrónica, sobre pagamentos comerciais, endossadas em moeda eletrónica ;
  4. a redução pelos bancos, de 50% das comissões pagas pelos comerciantes sobre os pagamentos comerciais, endossados ao cartão na rede do Grupo Interbancário Monético da União Económica e Monetária Oeste-Africana (GIM-UEMOA) ;
  5. o aumento do plafond de recarga da carteira eletrónica de dois (2) para três (3) milhões de FCFA e do cúmulo mensal de dez (10) para doze (12) milhões de FCFA. Esta medida é aplicável somente para os clientes regularmente identificados ;
  6. a redução de 50% das taxas aplicadas às transferências bancárias da clientela, processadas via o Sistema Interbancário de Compensação Automatizada  da UEMOA (SICA-UEMOA) ;
  • o aligeiramento nas condições de abertura de contas em moeda eletrónica. A esse título, os emissores da moeda eletrónica são autorizados a ativar carteiras eletrónicas com base nos dados da telefonia móvel, sob reserva de recolher, por qualquer outro meio, o acordo do cliente e efetuar as diligências ligadas à identificação à distância, dentro dos limites regulamentares ;
  • a redução de 50% nas taxas sobre levantamento por via do cartão multibanco na rede regional de GIM-UEMOA.

Por outro lado, o Banco Central engaja a comunidade bancária a garantir a disponibilidade e a qualidade dos serviços ao nível das caixas multibanco e terminais de pagamento eletrónico.

Estas medidas entram em vigor a partir do dia 3 de abril de 2020, por um período de trinta (30) dias renováveis, em função da evolução da situação sanitária.

Agradecendo aos bancos e estabelecimentos de moeda eletrónica pela assistência que prestam na luta contra a epidemia, o BCEAO reitera seu apelo às populações da União para que respeitem escrupulosamente as regras sanitárias adotadas pelas Autoridades públicas dos Estados e a privilegiarem o uso de meios de pagamentos eletrónicos.

Feito em Dakar, no dia 1 de abril de 2020.

O BANCO CENTRAL DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL

Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria CP 38 – Bissau – Guiné Bissau Tel. (245) 44 3 25 63 25  / Fax. (245) 44 3 25 63 00 www.bceao.int