RESOLUÇÃO DE CONFLITO COMUNITÁRIO SOBRE POSSE DE TERRA ENTRE ALDEIAS NA GUINÉ-BISSAU

Governo está engajado na resolução de conflito comunitário sobre posse de terra entre as tabancas de Elia, Arame, Cassu e Djobel, na secção de Suzana, sector de São Domingos.
 
O Ministro da Administração Territorial e Poder Local em missão de mediação reuniu-se hoje em separado com as comunidades em conflito há décadas, para negociar soluções pacíficas.
Fernando Dias acompanhado pelo Secretário de Estado da Ordem Pública, Mário Fambe, diz acreditar que é desta vez que o problema será resolvido.
Djobel é uma pequena ilha no norte do país, que enfrenta inundação. O Ministro Fernando Dias Dias tenta ainda transferir a população da ilha quase inundada pela subida do nível da água do mar.
Os habitantes de Djobel recebem mais de 5 mil folhas de zinco e pregos para a cobertura de casas a serem construídas no novo espaço cedido pela Elia e pela Arame.
Outra preocupação de Fernando Dias é a questão de água potável para a população local.
O Ministro Dias entregou roupas usadas, doadas pela Ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social, Maria Da Conceicao Evora.
Com repórter Djibril Iero Mandjam
Conosaba/Aliu Cande 



PRESIDENTE SISSOCO PROLONGA ESTADO DE EMERGÊNCIA POR 30 DIAS

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O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, prolongou hoje o estado de emergência no país até 25 de julho devido ao aumento de casos provocados pelo novo coronavírus e possível expansão do contágio para as regiões.

“É renovado o estado de emergência em todo o território nacional, por um período de 30 dias”, refere o decreto presidencial enviado à imprensa.

O decreto estabelece que o estado de emergência, prolongado pela sexta vez, começa às 00:00 de dia 26 de junho e termina às 00:00 de 25 de julho, podendo ser renovado.

O Presidente guineense decidiu levantar a medida de recolher obrigatório, imposta há um mês.

No decreto, Umaro Sissoco Embaló explica que decidiu prolongar o estado de emergência por um período de um mês devido à persistência do aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus, aumento do número de mortos e devido a uma possível expansão do contágio para as regiões.

Outras das razões invocadas pelo chefe de Estado guineenses é o início da época da chuva, período em que há um aumento da “morbilidade e mortalidade da população, com um aumento significativo das infeções respiratórias e paludismo” e porque 15 dias são insuficientes para fazer uma “avaliação à eficácia das medidas” para combater a pandemia.

“Face a este inimigo invisível, que resiste em não desaparecer, temos que, a bem da saúde pública e proteção da vida humana, continuar a adotar algumas medidas restritivas dos direitos, liberdades e garantias”, afirmou, num discurso à nação, Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente guineense decretou pela primeira vez o estado de emergência em março.

A Guiné-Bissau tem 1.556 casos de infeção confirmados, a maior parte dos quais no Setor Autónomo de Bissau, e já registou 19 vítimas mortais.

In lusa

VACINA SUSPENSA NA AMÉRICA E CONSIDERADA PERIGOSA CONTINUA A SER APLICADA NA GUINÉ-BISSAU 

Estudo americano-dinamarquês está a testar o uso da vacina contra a poliomielite para o combate à covid-19. Colectivo de artistas, cientistas e activistas denuncia falta de transparência. Experiência semelhante, liderada pelo mesmo médico, foi considerada perigosa pelas autoridades norte-americanas.

Um colectivo de activistas, cientistas, artistas e jornalistas guineenses denunciou, através de uma nota enviada à imprensa, a falta de transparência das autoridades sobre um estudo científico cujo trabalho de campo está a decorrer na Guiné-Bissau, com a participação de mais de três mil guineenses, sem que haja informação pública sobre o mesmo e sem se saber se os direitos das pessoas que estão a participar no ensaio clínico estão a ser salvaguardados.

Uma experiência semelhante, liderada pelo cientista Robert Gallo, um dos descobridores do vírus da sida, acaba de ser suspensa nos Estados Unidos porque as autoridades o consideraram perigoso.

Sem porem em causa a validade científica do estudo, os dez membros do Colectivo chamam a atenção que a busca de uma resposta à pandemia do novo coronavírus “não se poderá sobrepor a direitos humanos fundamentais”, daí que “o enquadramento legal e a regulamentação aplicável a ensaios clínicos envolvendo seres humanos” seja “particularmente exigente garantindo a protecção dos participantes neste tipo de estudo experimental”.

“Preocupados com a aplicação de ensaios clínicos na Guiné-Bissau, um país com um sistema de saúde frágil e pouco funcional, características exacerbadas pela pandemia da covid-19 e pelo contexto de instabilidade institucional, [o Colectivo] tem vindo a exigir o respeito por um dos princípios básicos na execução de ensaios clínicos: transparência!”, lê-se na nota à imprensa.

O estudo visa perceber se a vacina contra a poliomielite (também chamada pólio ou paralisia infantil), poderia conferir alguma imunidade contra a infecção pelo novo coronavírus, tal como a da BCG (contra a tuberculose). Há vários ensaios clínicos a decorrer noutros pontos do mundo para testar a hipótese da BCG.

Só que as autoridades guineenses só falaram em público sobre este ensaio clínico porque apareceu uma notícia no jornal brasileiro Folha de S. Paulo, que referia que o trabalho de campo estava a ser feito na Guiné-Bissau.

A notícia motivou uma denúncia do activista social e ambiental Miguel Barros no Twitter e a notícia apanhou muitos de surpresa na Guiné-Bissau. O que levou o Colectivo a escrever cartas às autoridades de saúde e aos envolvidos no projecto para tentar esclarecer todas as dúvidas. A falta de respostas levou-os a tornar públicas as suas preocupações e exigências de transparência.

O Colectivo é composto pelo produtor e actor Welket Bungué, a bióloga Bianca Flamengo, o activista Adama Baldé, o músico Manecas Costa, as actrizes Ady Batista e Bebetidja Sadjo, o jornalista Carlos Pereira, o artista plástico Nú Barreto, o escritor Edson Incopté e o modelo Fernando Cabral.

Garantindo que nunca “questionou a validade do racional científico para o estudo”, porque não tem informações para isso, o Colectivo diz que a sua preocupação, “para já, é a de garantir que a aplicação de ensaios clínicos na Guiné-Bissau, a fazer-se, segue os procedimentos obrigatórios e aplicáveis ao país”, diz a nota.

“Todos os documentos do estudo devem ser publicamente acessíveis e a participação de voluntários deverá seguir as disposições legais em aplicação e que garantem o consentimento informado prévio”, acrescentam o texto.

O Colectivo refere que sem o protocolo do estudo conhecido, nem a identificação dos financiadores e responsáveis pela execução, assim como o seu processo de autorização registados em plataforma certificada, tal como é exigido a nível internacional, as dúvidas levantam-se.

“Nenhuma das comunicações feitas pelo Alto Comissariado de Luta Contra a Covid-19, pelo ministro da Saúde, pelo Projecto Saúde de Bandim e, no dia 23 de Junho, pelo Comité de Ética que aprovou o estudo em retorno à nossa carta de 19 de Junho, respondem a estas questões”, explica a nota.

O Ministério da Saúde limitou-se a confirmar, na semana passada, segundo a Lusa, a existência do estudo e que cabe ao Conselho de Ministros pronunciar-se sobre qualquer “decisão relacionada com a aplicação de vacinas em toda a extensão do território da Guiné-Bissau”.

“O ministro da Saúde esclareceu que o que está em curso é um estudo promovido pelo Projecto de Saúde de Bandim, visando apurar a validade ou a pertinência científicas do uso de vacinas até aqui aplicadas no combate à poliomielite para o combate da nova pandemia”, referiu o comunicado do ministério.

De acordo com a Folha de S.Paulo, os cientistas por trás do estudo – uma equipa americano-dinamarquesa que inclui Robert Gallo, director do Instituto de Virologia Humana da Universidade de Maryland, que ajudou a descobrir o vírus que causa a sida – defendem a possibilidade de a vacina oral contra a poliomielite poder ser usada eficazmente para a prevenção dos casos de covid-19 quando administrada regularmente.

Para testar a hipótese foi escolhido um grupo de 3400 adultos guineenses com mais de 50 anos para, durante seis meses, metade receber a vacina contra a pólio e a outra metade apenas um placebo. O estudo é coordenado no terreno pelo Projecto de Saúde de Sandim, criado em 1978 por Peter Aaby, professor na Universidade do Sul da Dinamarca, uma das entidades envolvidas no estudo, que admite suspender o estudo se assim for a vontade da população.

O projecto financiou em 2012 a criação do Centro de Investigação em Vitaminas e Vacinas, destinado a investigar efeitos não-específicos de vacinas, e que já participou noutro estudo sobre o uso da vacina da pólio que chegou à conclusão que, quando dada à nascença, a vacina reduz a mortalidade infantil em 32%.

“O mundo da investigação, dos ensaios clínicos ou qualquer outro tipo de estudo experimental, assenta em princípios de transparência, ética e responsabilidade pública”, refere o Colectivo. “Estudos de investigação que não estão abertos a escrutínio, que escolhem o sigilo em detrimento da transparência, que reagem na defensiva a questões pertinentes exigindo o seguimento de padrões internacionais, são estudos que não têm lugar no mundo investigativo sério.”

Vírus mais perigoso

Um estudo semelhante, levado a cabo pelo mesmo Robert Gallo, com várias instituições americanas, foi suspenso pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecto-contagiosas dos Estados Unidos por razões de segurança. Segundo o New York Times, a agência pública justificou a sua decisão pela possibilidade de o vírus da pólio poder acabar no sistema de abastecimento de água e infectar outras pessoas. No entanto, as experiências na Guiné-Bissau e na Rússia continuam.

A vacina da poliomielite utiliza um vírus enfraquecido para accionar o sistema imunitário e impedir que a pessoa desenvolva a doença, tal como acontece com outras vacinas. No entanto, existe a hipótese de acontecer uma mutação no vírus capaz de o tornar mais agressivo.

Os casos são raros, é certo – o risco de paralisia é de um em cada 2,7 milhões; no entanto, como a ideia de que a vacina da poliomielite pode ajudar-nos a ficar imunizados contra outras doenças virais implica que a mesma seja aplicada regularmente (uma vez por ano, por exemplo), porque a imunização é de curta duração, multiplicar a inoculação, torna a possibilidade de a doença, que hoje está quase erradicada, de voltar com mais força.

Notabanca; 26.06.202

Publicada por notabanca à(s) 02:55

CORONA» GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU ADMITE RETOMAR ANO LETIVO ENTRE JULHO E SETEMBRO

Bissau, 26 jun 2020 (Lusa) – O Governo da Guiné-Bissau admitiu retomar as aulas no país para que o ano letivo de 2019/2020, suspenso em março devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, seja concluído entre julho e setembro.
No comunicado do Conselho de Ministros, realizado na quinta-feira, o Ministério da Educação refere que houve um consenso alcançado com vários intervenientes no processo de ensino e de aprendizagem e que o ano letivo de 2019/2020 deverá ser concluído “durante o período de 13 julho a 19 de setembro”.
O regresso às aulas prevê também a criação de uma equipa de sensibilização para informar sobre o funcionamento das escolas, tendo em conta a pandemia provocada pelo novo coronavírus.
O Ministério da Educação defende ainda um ajuste no calendário no ano letivo de 2020/2021 com a “obrigatoriedade de cumprimento de 218 dias letivos definidos pelo Governo, em todas as escolas públicas e privadas”.
Milhares de alunos guineenses, das escolas públicas e privadas, estão sem aulas desde março, quando o Governo decidiu encerrar os estabelecimentos de ensino devido à pandemia.
Os primeiros casos de infeção por covid-19 foram detetados no país em março, o que levou o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, a decretar o estado de emergência no país, a última das quais até 25 de julho.
Segundo os últimos dados sobre a evolução da infeção por covid-19 no país fornecidos pelo Centro de Operações de Emergência de Saúde, a Guiné-Bissau tem um total acumulado de mais de 1.556 casos e 19 vítimas mortais.

CARLOS LOPES AO ‘EXPRESSO’: “Os africanos são tratados de forma irracional”

FONTE: EXPRESSO


Lide-se como se lidar com a questão sanitária, o impacto da pandemia nas economias africanas será devastador, diz o antigo braço-direito de Kofi Annan na ONU. O seu trabalho na economia e na política visa reformar, inverter perceções negativas e levar África a dialogar, finalmente, “de continente para continente”

Deutsche Welle, RFI, AllAfrica.com, Accord.org.za, “El País”, IndiaChinaInstitut.com, “Le Monde”, “The Telegraph”, “Project Syndicate” e muitos outros publicam entrevistas, vídeos, divulgam master classes e op-eds que espelham as opiniões refletidas sobre África de um dos mais vigorosos intervenientes na política, educação e redesenho do continente. Carlos Lopes falou ao Expresso a partir da Cidade do Cabo, onde reside e leciona na Escola de Governação Pública Nelson Mandela da UCT (University of Cape Town) que, a par de Oxford, Sheffield e do MIT, conta cinco cursos online entre os melhores do mundo. Ex-secretário-executivo da Comissão Económica para África das Nações Unidas (UNECA, 2012-16), foi um dos braços-direitos de Kofi Annan, é o atual alto-comissário da União Africana para as relações com a Europa e é conselheiro de um largo número de chefes de Estado e do Governo africanos. Nascido na Guiné-Bissau em 1960, estudou História, especializou-se em Economia e tem ideias para África que vão do inovador ao revolucionário, como a que defende que metade do ensino primário no continente deveria ser dedicado a algoritmos. Visões como esta estão reunidas numa série de livros, o mais recente dos quais tem versão portuguesa, “África em Transformação”. Saiu ao mesmo tempo que a prestigiada Routledge lançava “Structural Change in Africa”, escrito com George Kararach.

Cidadãos se divergem em relação à renovação  do estado de emergência no país

Bissau 25 Jun 20 (ANG) – Alguns cidadãos ouvidos hoje pela ANG para opinarem  sobre o término da quinta fase do estado de emergência decretada pelo Presidente da República, no âmbito de prevenção da pandemia, se divergem sobre o seu prolongamento ou não no país.

Abduram

ane Djalo, vendedor ambulante morador no Bairro de Tchada e estudante na Universidade Lusófona da Guiné,  é de opinião de que o estado de emergência deve ser prolongado por mais 15 dias, uma vez que os casos positivos de coronavírus estão a aumentar de uma forma preocupante na Guiné-Bissau.

“O Estado deve contudo fazer funcionar o país, abrindo escolas, liberando transportes públicos para as regiões e fazer cumprir as regras higiénicas de prevenção. São  as autoridades que fazem os cidadãos cumprir as regras estabelecidas”, disse.

Para Verónica Ié, moradora em Quinhamel,  o estado de emergência deve acabar para que a população, sobretudo do interior de país, possa tornar a sua vida diária normal.

Verónica acha que a população já sabe como se prevenir da doença.

“O maior problema tem são os  transportes privados que levam as pessoas e cobram duas ou três vezes mais do que o preço normal, que era de 500 francos CFA. As vezes andamos à pé quilómetros e quilómetros para poder vender os nossos produtos, em Bissau para o sustento das nossas famílias”, lamentou.

Adiantou que é do conhecimento de todos que é por causa da doença e que ninguém tem culpa disso, mas que o Estado deve acabar com o período de emergência para facilitar a população e controlar o cumprimento das regras que estabeleceu, punindo quem não cumprir.

“Caso contrário vamos morrer de fome e de outras doenças”, disse.

O magarefe, Wilson da Silva, morador em Cuntum Entrada de Caju, disse que o Estado deve se engajar mais para que todos possam cumprir com as recomendações do Ministério de Saúde e do Interior, principalmente no uso obrigatório de máscaras “porque esta doença além de ser grave ainda não tem vacina”.

Da Silva defende  que o estado de emergência deve ser prolongado e que os transportes públicos (táxis e toca-tocas) devem  funcionar das 6 da manha as 21 horas da noite, e os transportes para o interior devem trabalhar das 6 da manha até as 19 horas . Quem violar as regras impostas pelo Estado deve pagar conforme a gravidade do seu acto”, disse.

Nelson José da Silva, estudante morador do bairro de Mindará, é de opinião de que, apesar de tudo, as autoridades nacionais e sanitárias fizeram um trabalho incansável na luta contra a covid-19, uma vez que o número das pessoas infectadas e mortas causados pelo coronavírus podia ser muito superior ao verificado.

“A questão de transportes para o interior é das preocupações maiores das populações, tendo em conta o nível económico dos guineenses. Imagina para deslocar de Bissau para Gabú a pessoa tem que pagar 10 mil francos CFA, se dantes pagava 5 mil Isso é grave e quem sai a ganhar são os proprietários das viaturas privadas”, explicou.

Acrescentou  que os transportes públicos para as regiões estão proibidos de circular e as pessoas mais carenciadas estão a passar grandes dificuldades em todos os sentidos. “Por isso, já chega, o estado de emergência não deve ser prolongado”, sustenta.

Nelson disse que a solução passa pela sensibilização e orientação das pessoas em como lidar com a pandemia , deixando-as livres das 7 da manha até as 19 horas da tarde, obrigando-as contudo a cumprirem as regras de distanciamento, lavagem sempre das mãos e o uso obrigatório das máscaras da protecção, “porque ninguém sabe até quando vai durar esta praga”.

Na opinião do cidadão Bacar Banora, o estado de emergência deve ser levantado de vez.

Segundo Banora esta medida foi tomada para impedir a propagação e na verdade não está impedindo, por isso deve ser pensada uma nova estratégia de combate da pandemia e contextualizada à realidade do país.

Para a cidadã Chelsia Ramos, com início das aulas previstas na primeira semana de julho, vai ser difícil lidar com os impedimentos nas circulações das pessoas devido os diferentes horários dos estudos na escolas e universidades.

Segundo Chelsia deve ser exigido o uso obrigatório de máscaras e impedimento das aglomerações das pessoas com objetivo de entretenimento.

A quinta fase do estado de emergência no âmbito de prevenção da covid-19, termina hoje, ( 25) do c e número de mortos é de 19 em 1556 infectados.ANG/MSC/ÂC//SG

Operadores Turísticos querem apoio do Governo para relançar  suas actividades após pandemia

Bissau,24 Jun 20(ANG) – O Presidente da Associação dos Operadores Turísticos e Similares da Guiné-Bissau afirmou que os seus associados são os maiores prejudicados com a aplicação do estado de emergência decretado no país no âmbito de prevenção ao covid-19.

Em conferência de imprensa, terça-feira, Jorge Paulo Cabral disse que depois de levantado o período de estado de emergência, os seus associados não terão as condições mínimas para retomar as actividades.

Informou que já entabularam contactos junto do Governo, inclusive entregaram uma proposta de relançamento ao primeiro-ministro e ao titular da pasta da economia.

“Igualmente mantivemos um encontro com os responsáveis do Banco Central de Estados da África Ocidental(BCEAO), para usarem as suas influências no sentido de apoiar os nossos associados em créditos com juros insignificantes de forma a relançarem as suas actividades”, afirmou.

O Presidente da Associação dos Operadores Turísticos frisou que tinham agendado um encontro nesse sentido com o ministro das Finanças mas que não veio a acontecer  devido a sua ausência do país.

Disse que estão empenhados na realização de um trabalho de base, que consiste em fazer um levantamento exaustivo da situação de cada operador turístico neste período da pandemia.

Jorge Cabral salientou que têm a noção clara de que todos não têm o mesmo problema, acrescentando que existem alguns que estão a funcionar nas suas casas, outros com empreendimentos alugados e muitos ainda com diferentes números de trabalhadores.

“Portanto, são situações que requerem, antes de mais,  um levantamento através de uma ficha individual que a Associação tem em posse neste momento ao nível de Bissau. Ao nível do  interior do país estará disponível após o ateliê previsto para a próxima sexta-feira, em parceria com a Secretaria de Estado do Turismo”, disse.ANG/ÂC//SG

GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU GARANTE REUNIR CONDIÇÕES PARA ARRANQUE DA EXPORTAÇÃO DA CASTANHA DE CAJU

O Governo, através dos Ministérios do Comércio e Indústria, dos Transportes e das Finanças, garantiu, no dia 22 de junho, que já estão reunidas todas as condições para o arranque da exportação da castanha de caju deste ano.
Esta garantia foi manifestada após visita conjunta que os responsáveis máximos destas instituições do Estado efetuaram ao guichê único nas Alfândegas e o Porto de Bissau, respetivamente, para verificar os preparativos do arranque da exportação.
Na ocasião, o ministro dos Transportes explicou que a Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), é uma estrutura que detém o pelouro responsável pela exportação desse produto do país.
Segundo Jorge Mandinga, o Ministério dos Transportes já tem parceria com uma das companhias marítimas que reúnem todas as condições e que vão permitir à APGB manusear os contentores com castanha de caju destinado ao Vietname e à Índia. Relativamente à báscula, este governante assegurou que não vai haver avarias nesta presente campanha de exportação da castanha de caju, como aconteceu no passado.
Por seu turno, o ministro do Comércio e Indústria lamentou o atraso no escoamento da castanha de caju, motivado pela pandemia da Covid-19 que assola o mundo, em que a Guiné-Bissau não escapou a esta doença, “mas não houve atraso para exportação deste produto”.
António Artur Sanhá pediu a maior colaboração entre instituições, quer do Estado ou privados e todo os setores ligados à castanha de caju, desde os Ministérios do Comércio e Industria, Transportes e da Economia e Finanças.
Este governante chamou a atenção de que, se não houver boa colaboração entre departamentos da APGB, do Comércio e das Finanças, no controlo rigoroso de registo de todos os documentos de entrada e saída durante a exportação, o Estado vai ter problemas na recolha de receitas, uma situação que não ajudará o Governo na resolução de problemas do país e das populações em termos sociais.
Por: Fulgêncio Mendes Borges
 
Conosaba/nô pintcha

PASSAGEIROS RETIDOS EM BISSAU CORREM RISCO DE PERDER EMPREGO E TEREM PROBLEMAS DE SAÚDE

Os passageiros das companhias aéreas TAP, EuroAtlantic e Royal Air Maroc encontram-se retidos em Bissau há mais de três meses, tendo em conta a pandemia da Covid-19 que abalou o mundo em geral e, em particular, a Guiné-Bissau, desde meados de março do corrente ano. O alastramento da doença obrigou o Presidente da República a mandar fechar as fronteiras aéreas, marítimas e terrestres, como medidas de índole humanitária, nomeadamente evacuações médicas, abastecimento de medicamentos e importação de bens alimentares de primeira necessidade. Três dias depois do fecho das fronteiras, mais exatamente no dia 27 de março, Umaro Sissoco Embaló decretou o primeiro estado de emergência, que já vai na sua quinta fase, alegando aumento significativo de casos, cujo total se cifra em mais de 1.500 infetados.
Perante a situação, o “Nô Pintcha” falou com os passageiros das três companhias em questão, para apurar a veracidade dos factos, uma vez que o jornal teve conhecimento de que o grupo de passageiros criou uma comissão para reivindicar e defender a sua posição, tendo marcado presença em frente à Presidência da República e à Procuradoria-Geral da República, bem como junto das agências das companhias acima mencionadas, a fim de manifestar o seu desagrado face à situação que os afeta. Na Presidência da República, o grupo foi recebido pelo chefe de gabinete, que lhes recomendou a redigir uma carta a enviar ao Presidente da República, enquanto nas instituições atrás mencionadas não foram recebidos.

Relato dos passageiros

António Tavares
António Tavares, passageiro da EuroAtlantic, disse à nossa reportagem que chegou a Bissau no dia 13 de março com regresso previsto para o dia 13 de abril, estando até à data presente retido em Bissau. O nosso interlocutor disse que falou para Portugal com a agência EuroAtlantic, tendo-lhe sido informado que os voos comerciais entre Lisboa-Bissau-Lisboa só serão retomados após a abertura das fronteiras pelas autoridades da Guiné-Bissau. Neste momento, a ligação Lisboa-Bissau-Lisboa está limitada a voos humanitários. “Chegou-se a planificar o início dos voos mas sem sucesso, uma vez que o país ainda não abriu a sua fronteira aérea”, disse.

Conforme Tavares, a companhia prometeu vir a Bissau no dia 3 de julho, caso venha a fronteira a ser aberto, pois já foram traçadas as escalas, ficando tudo a depender das autoridades guineenses.

Aquibo Balde
Aquibo Baldé, também passageiro da EuroAtlantic e residente em Portugal, encontra-se entre os vários passageiros retidos em Bissau. Pretende marcar a viagem de regresso para o dia 4 de julho, mas a agência em Bissau diz não poder confirmar o voo em questão, não obstante estar a vender bilhetes ao preço de 400 mil francos CFA.
Desapontado, o jovem apelou à resolução deste problema por parte das autoridades, uma vez que muitos deles já estão a enfrentar problemas nos seus locais de trabalho em Portugal.
Consequências da retenção dos passageiros
Muitos desses passageiros estão a enfrentar problemas financeiros, perda de emprego, problemas de saúde, entre outros. No caso de Aquibo Baldé, mensalmente retiram da sua conta um determinado montante para pagamento da prestação do seu apartamento, em Lisboa. Se continuar retido em Bissau, vai ter problemas financeiros nos próximos tempos. Ouvimos relato de uma senhora que tinha comprado bilhetes para ela e os dois filhos. Os meninos continuam a perder aulas, uma vez que em Portugal as aulas estão a ser administradas através da televisão.

Reação das agências

Perante esta situação, a nossa reportagem dirigiu-se às três agências de viagens a fim de tentar saber da veracidade dos factos, mas sem sucesso, uma vez que na EuroAtlantic falámos com uma senhora que nos disse que não têm autorização para nos prestar qualquer declaração. Prometeu telefonar-nos quando estivesse na posse de informação. Já na TAP encontrámos tudo fechado, apenas tivemos acesso a um comunicado fixado à porta a informar a todos os passageiros que só após o fim do estado de emergência haveria informações sobre os voos.

Na Royal Air Maroc fomos informados pelo agente de segurança da agência que a abertura daquelas instalações depende das autoridades da Guiné-Bissau.
Por: Elci Pereira Dias
Conosaba/nô pintcha