ASSINADO ACORDO PARA A PROMOÇÃO DE AGRICULTURA NO LESTE DO PAÍS

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O ministério do ambiente e biodiversidade e o da agricultura e desenvolvimento rural assinaram na manhã desta sexta-feira, 21 de agosto de 2020, um protocolo de acordo para a implementação do projeto “Promoção de Agricultura Clima-Inteligente no leste da Guiné-Bissau”.

O projeto foi financiado pelo Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento (BOAD), através da sua agência de execução e pelo fundo de Adaptação evai contemplar mais de 100 tabancas das regiões de Bafatá e Gabú, leste da Guiné-Bissau, anunciaram as duas entidades.

O protocolo foi rubricado pelos ministros do Ambiente e da Agricultura, Viriato Cassamá e Abel da Silva Gomes respetivamente e testemunhado pelos diretores gerais dos respetivos ministérios.

Após a cerimónia, Viriato Cassamá disse que as lições aprendidas e a extensão da área de intervenção do novo projeto destinado para mais de 100 tabancas das regiões de Gabú e Bafatá, são um dos resultados proveitosos da colaboração entre as duas instituições governamentais.

Cassamá exortou, por isso, as partes a seguirem exemplos demostrados e disse esperar que a colaboração iniciada dê frutos para o bem das populações das regiões de Gabú e Bafatá, bem como de outras partes da Guiné-Bissau.

“Estamos, pois, a solidificar as ações antes iniciadas para implementação de mais um projeto de adaptação às alterações climáticas no leste do país, que aliás, é a segunda fase do projeto de esforço da resiliência e da capacidade de adaptação dos setores agrário e hídrico às alterações climáticas na Guiné-Bissau, implementado em 14 tabancas da região de Gabú, de 2011 a 2017 e que foi coroado de sucesso incomensurável, com um impacto significativo na vida das comunidades locais”, realçou.

O governante salientou a “forma sábia, franca e frutuosa” como se desenrolou a primeira fase do projeto, fato que se deveu, em parte, ao excelente trabalho desenvolvido  pelos técnicos desses serviços.

Por: Aguinaldo Ampa

Conselho Nacional dos Filhos de Combatentes da Pátria pede novo recenseamento de raíz dos combatentes

 

Bissau, 21 Ago 20 (ANG) – O Presidente do Conselho Nacional de Filhos de Combatentes da Pátria pede novo recenseamento de raíz  dos veteranos  da luta de libertação nacional .

Em declarações aos jornalistas após o encontro com o Presidente da República, Domingos Tambá disse que os combatentes que nunca beneficiaram de apoios do Estado  perderam a moral de correr atrás daquele “dinheirinho” dado pelo Estado.

“O dinheiro é no valor de 40 mil francos cfa por mês. Preferem ficar nas tabancas a praticar as suas atividades. Mas nós como filhos, entendemos que dev

em recebê-los porque é dinheiro dos seus sacrifícios. Portanto, o governo tem que fazer o recenseamento de raíz para que esses possam  estar em pé de igualdade”, frisou.

Domingos Tambá disse que, segundo  dados de recenseamento de 2010, foram registados 6.721 combatentes e que entre eles, até 2017, só 3.399 recebiam os seus cubsídios.

Acrescentou que 1.465 combatentes viram as suas pensões bloqueadas, e que espera que o Presidente da República ajude a resolver esse problema.

Aquele responsável afirmou que o fundo disponibilizado para a Secretaria de Estado dos Combatentes da Liberdade de Pátria para assistência médica e medicamentosa não é suficiente, acrescentando que os combatentes não estão só em Bissau , pelo que deve ser disponível para os que se encontram nas diferentes regiões do país.

Tambá disse que informaram ao Umaro Sissoco Embaló que a Guiné-Bissau é único país no mundo em que os combatentes não têm uma sede.

Disse que o  Chefe de Estado revelou-lhes a intensão de  criar um Instituto de Combatentes da Liberdade de Pátria(CLP), que irá se engajar para a melhoria da situação dos combatentes.

Domingos Tambá disse estar preocupado  com as delegacias dos CLP criadas  nas regiões mas que não funcionam, pelo que a situação dos Combatentes não estão a ser atendidas. ANG/DMG/AC//SG

Postado por ANG às 09:35:00

PR DA GUINÉ-BISSAU RECEBE EM AUDIÊNCIA O MOVIMENTO PARA SALVAR PAIGC DE AMÍLCAR CABRAL

O presidente da Republica recebe em audiência o Movimento de Reconciliação Nacional para salvaguarda do PAIGC de Amilcar Cabral
Movimento de Reconciliação para Salvação do PAIGC de Amílcar Cabral pediu hoje o líder do Paigc Domingos Simões Pereira para renunciar a presidência do Partido como forma de facilitar a reconciliação interna pra fazer face aos futuros desafios.
O Coordenador do Movimento, Vladimir Deuna falava apos um encontro com o Chefe de Estado, Umaro Cissoko Embalo, aquem felicitou pela eleição e apelou para trabalhar em prol da reconciliação da família guineense.
Aliu Cande RTB

PAULO GOMES ANUNCIA QUE VAI APRESENTAR UM PLANO ECONÓMICO PARA GUINÉ-BISSAU PÓS COVID-19

O economista guineense, Paulo Gomes, que integra Fundo Africano para Luta contra Covid-19, anunciou que vai apresentar às autoridades da Guiné-Bissau, nomeadamente, ao executivo um Plano Económico, que vise a recuperação do país depois da crise instalada com a pandemia de coronavirus.
Segundo Gomes, o documento tem dois eixos principais, o das Políticas Públicas, Incentivo ao Setor Privado e de um conjunto de medidas para as Mulheres e os Jovens, bem poiar o Empreendedorismo.

“Obviamente, isso poderá ser associado a um conjunto de iniciativas de projetos, na área sanitária, melhoramento dos bairros. Pode-se fazer também em termos de reflorestação e algumas obras públicas e aumentar a mão de obra

Numa entrevista concedida à Radio Jovem, RDP-África e o Jornal o Democrática na passada terça-feira, 18 de agosto, o economista referiu que para financiar o projeto é fundamental realocar alguns recursos, através do relançamento da dívida do país em Francos CFA, ao nível da União Económica e Monetária do Oeste Africano(UEMOA). Um realocamento que terá que passar por várias etapas da realização do projeto.

O antigo administrador do Banco Mundial para 25 países africanos revela que o documento será de conhecimento público e partilhado com vários entidades.

Paulo Gomes que instrumento foi baseado nas consultas com autores, como sindicatos, organizações não governamentais e a Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços(CCIAS).

Preocupado com os impactos económico e social da Guiné-Bissau após a doença, Gomes alertou a classe política guineense a colocar as suas diferenças de lado e preparar-se para enfrentar batalha que a pandemia provocou, a crise financeira.

“Para implementar este documento requer um consórcio de atores, por isso tem que ser um engajamento de todos”, advertiu. Contudo, reconheceu que haverá, certamente, espaço para desentendimento e críticas sobre situação política, mas “tendo em conta a gravidade da crise é importante um plano de ação agora”, independentemente de cenário do executivo que apareça, “será um programa que pertence a todos os guineenses”, assegurou Gomes.

O economista, que esteve em Bissau por duas semanas no quadro da equipa da União Africana para aquisão de materiais sanitários para que o continente possa fazer face à pandemia do novo coronavirus, encontrou-se com várias figuras, nomeadamente, a Comissária para o Covid-19, Magda Robalo, com que disse ter falado sobre esse plano económico.

Em relação a recente apoio disponibilizado pelo executivo para setor privado no valor de 15 biliões de francos CFA para campanha agrícola, Gomes realçou a iniciativa, contudo, fez lembrar ao governo que o maior investimento que se possa na Guiné-Bissau com retornos palpáveis à economia nacional “é disponibilizar os recursos financeiros às mulheres”.

Gomes entende que o ministro das Finanças, João Mamadú Fadia, está alinhado à matéria e ao objetivo, pelo que é preciso engajar-se para que o setor não se funde, porque ” infelizmente muita parte da economia da Guiné-Bissau está ser controlada pelos operadores económicos estrangeiros”.

O economista guineense não falou somente do plano que vai apresentar após covid-19, como também da necessidade do entendimento entre os guineenses, da intervenção da CEDEAO no país e da situação terrorismo e a droga na sub-região.

O antigo candidato à presidência da Guiné-Bissau debruçou-se ainda, sem grandes pormenores, sobre o reconhecimento de Umaro Sissoco Embaló, pela comunidade internacional, com destaque para a CEDEAO, na qualidade do mediador da crise política no país.

Numa das suas comunicações mais recentes, Gomes tinha alertado que a crise de covid-19 retiraria da economia africana qualquer coisa como 40 mil milhões de dólares e que África precisaria de, pelo menos, 100 mil milhões de dólares para o relance e reabilitação das economias.

Além do membro Fundo Africano para Luta contra Covid-19, Gomes é o diretor-executivo da AfroChampions Iniciative, uma parceria que reúne empresários e líderes políticos africanos.

O economista guineense anunciou, na mesma entrevista, um plano conjunto, com outras personalidades africanas, de mobilização, nos próximos dias, de um fundo de 400 milhões de dólares (366,7 milhões de euros).

O dinheiro servirá para comprar luvas, máscaras e material de proteção para os técnicos de saúde, sublinhou Paulo Gomes.

Por: Alison Cabral

Rádio Jovem Bissau

Comité contra práticas nefastas na mulher e criança na Guiné-Bissau lamenta falta de apoio da justiça

A presidente do comité para o abandono das práticas nefastas à saúde da mulher e criança na Guiné-Bissau, Fatumata Djau Baldé, lamentou a falta de apoio da justiça no combate ao casamento forçado ou à violência contra menores.

Em declarações à Lusa, Fatumata Djau Baldé disse ter consciência de que com o confinamento social das pessoas, em consequência da pandemia causada pelo novo coronavírus, fenómenos como o casamento forçado, violência física contra crianças e mulheres, estão a aumentar “um pouco por todo o país”.

Antiga ministra em diferentes governos da Guiné-Bissau, Djau Baldé corroborou as denúncias de ativistas e organizações de defesa dos direitos humanos que apontam, por exemplo, para o aumento de casos de violência física contra as mulheres em Bissau e casamento forçado ou precoce no sul do país.

Fatumata Djau Baldé afirmou que “de facto as dificuldades familiares aumentaram” e que perante aquele cenário, alguns pais ou tios “aceitam dar em casamento uma filha ou sobrinha” por acreditarem que o pretendente “tem melhores condições”.

A antiga ministra lembrou que na Guiné-Bissau a lei proíbe o casamento de menores de 16 anos e as pessoas, para casarem, precisam de dar o seu consentimento.

A ativista defendeu que ao comité – plataforma que congrega várias organizações de defesa dos direitos das crianças e mulheres – chegam diariamente denúncias de situações concretas, mas sem a colaboração dos operadores da justiça “fica difícil mudar o quadro”, frisou.

Fatumata Djau Baldé disse que a Polícia de Ordem Pública (POP) não tem competências para administrar a justiça e que compete à Polícia Judiciária investigar as denúncias.

Mas, sublinhou, a Polícia Judiciária apenas atua em Bissau e a grande maioria das violações ocorrem no interior.

O comité liderado por Djau Baldé adotou há muito tempo como estratégia de intervenção formar os agentes da POP – que acabam por ser “de facto” as entidades que administram a justiça nas comunidades – mas o problema é que estão em permanente mudanças de esquadras e são recrutados novos agentes, disse.

Um outro problema, afirmou, é a resposta que o comité vem recebendo dos delegados do Ministério Público: “Dizem-me que os processos são encaminhados para os tribunais onde ficam encalhados. Isso é mau demais”.

“A Guiné-Bissau foi aplaudida, nos últimos dez anos, pelos avanços que fez ao nível de produção e adoção legislativa em matéria de proteção dos direitos humanos e da equidade de género”, disse, lamentando os sinais de retrocesso.

Fatumata Djau Baldé afirmou ser cansativo, mas não vê outra saída que não ser voltar a sensibilizar o procurador-geral da República, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e as diferentes corporações policiais para lhes pedir colaboração na aplicação da legislação contra “um novo fluxo de fenómenos degradantes” à vida da criança e da mulher.

“A aplicação da legislação pode desencorajar práticas seculares”, observou Djau Baldé. Lusa

SUPERVISOR DO TRIBUNAL DE CONTAS DENUNCIA VIOLAÇÃO DA LEI POR PARTE DE GESTORES PÚBLICOS

O Supervisor da Auditoria do Tribunal de Contas (TC) afirmou que os gestores públicos violam constantemente as leis de enquadramento orçamental, contabilidade pública em termos de gestão, noticiou a rádio ÁfricaFM.
Segundo esta estação emissora,Álvaro Óscar Pereira falava aos jornalistas esta segunda-feira no âmbito da entrega do relatório de auditoria à algumas entidades públicas nomeadamente a direcção geral do Hospital Nacional Simão Mendes e a empresa pública PETROGUIN.

Afirmou que muitas das vezes as instituições colocam pessoas que não têm domínio na área de Orçamento Geral de Estado (OGE) para exercer função de forma arbitrária.

Explicou que no trabalho feito pela equipa de Tribunal de Contas foram constatadas várias violações feitas pelas administração e direção das referidas empresas, pelo que convidam à todos a acompanharem a forma como se faz a gestão, para saber distinguir o que está certo ou errado.

Óscar Pereira revelou que a infração mais constatada é a financeira, em que os gestores fazem levantamentos avultados de dinheiro e depois não sabem justificar as taxas como aconteceu no Hospital Simão Mendes.

Disse que os infratores serão notificados para irem justificar os desfalques das contas e despesas feitas para efeitos de eventual devolução do bem público.

Notabanca; 17.08.2020

O Supervisor da Auditoria do Tribunal de Contas (TC) afirmou que os gestores públicos violam constantemente as leis de enquadramento orçamental, contabilidade pública em termos de gestão, noticiou a rádio ÁfricaFM.
Segundo esta estação emissora,Álvaro Óscar Pereira falava aos jornalistas esta segunda-feira no âmbito da entrega do relatório de auditoria à algumas entidades públicas nomeadamente a direcção geral do Hospital Nacional Simão Mendes e a empresa pública PETROGUIN.

Afirmou que muitas das vezes as instituições colocam pessoas que não têm domínio na área de Orçamento Geral de Estado (OGE) para exercer função de forma arbitrária.

Explicou que no trabalho feito pela equipa de Tribunal de Contas foram constatadas várias violações feitas pelas administração e direção das referidas empresas, pelo que convidam à todos a acompanharem a forma como se faz a gestão, para saber distinguir o que está certo ou errado.

Óscar Pereira revelou que a infração mais constatada é a financeira, em que os gestores fazem levantamentos avultados de dinheiro e depois não sabem justificar as taxas como aconteceu no Hospital Simão Mendes.

Disse que os infratores serão notificados para irem justificar os desfalques das contas e despesas feitas para efeitos de eventual devolução do bem público.

Notabanca; 17.08.2020

Porta-voz do PAIGC: “OS ‘BOATEIROS’ ESTÃO BEM IDENTIFICADOS NO INTERIOR DO PARTIDO”

Foto/arquivo
O porta-voz do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), João Bernardo Vieira, disse que os autores das especulações ou boatos “estão muito bem identificados no interior do partido (PAIGC), certamente com o objetivo de desviar a atenção do partido e dos seus militantes sobre o que realmente interessa neste momento”. O político reagia assim durante a entrevista ao Jornal O Democrata sobre as especulações postas a circular em como estaria a reunir-se, informalmente, com os veteranos e figuras influentes do partido no âmbito do seu projeto político de liderar o PAIGC, bem como da sua ausência nos últimos tempos dos eventos e comunicações oficiais do partido.

“Guineenses em geral e os militantes e dirigentes do PAIGC, em particular, sabem que, eu não traio os princípios e valores do PAIGC! Eu nunca fiz parte e nem nunca farei parte de associações ou grupos de complot. Tudo o resto para mim é acessório”, frisou.

Na entrevista, João Bernardo Vieira, defende a solidariedade e lealdade com o partido, mas também a união e a humildade para que o PAIGC possa vencer os grandes desafios. Advertiu aos militantes e dirigentes que o pior que lhes pode acontecer agora é regredir nos valores, em relação aos quais estavam claramente a registar progressos.

Negou que se tenha instalado nova crise no seio dos libertadores, porque o: “PAIGC tem o interesse nacional como a bússola da sua intervenção política” e que o “interesse nacional está no ADN (dos libertadores)”; desde a fundação do partido em 1956. Portanto não partilha da opinião de que haja uma crise e de que estejam a perder terreno. “Não há crise nenhuma no PAIGC”.

Sobre a petição lançada por alguns dirigentes do partido na qual pedem a suspensão dos deputados e dirigentes que desobedeceram as orientações da direção do partido, João Bernardo Vieira disse que o PAIGC não se apressaria a tomar decisões, mas que, implicitamente, a pergunta parecia insinuar que haveria falta de coerência. “Devo dizer que não há incoerência nenhuma aqui… Como eu lhe disse, o PAIGC é um partido com muita experiência e no momento certo saberá tomar as melhores decisões que lhe cumpre tomar”, assegurou.

O Democrata (OD): Senhor Porta-voz, o PAIGC volta a viver momentos conturbados: o partido está fora do poder e o presidente do partido está, há seis meses, em Portugal. É verdade que o senhor estaria a reunir-se informalmente com os veteranos e figuras influentes sobre o seu projeto político de liderar o PAIGC?

João Bernardo Vieira (JBV): Permita-me que lhe diga que é lamentável que este tipo de especulações tenham lugar num momento em que o PAIGC está engajado num combate político sério que exige maior concentração de todos nós, federados em torno do nosso Presidente, Domingos Simões Pereira.

Infelizmente estas especulações, cujos autores estão muito bem identificados, têm origem no interior do próprio partido (PAIGC) e certamente com o objetivo de desviar a atenção do partido e dos seus militantes sobre o que realmente interessa neste momento. É bom que fique claro para os autores destes boatos, como já disse, bem identificados, que eu, enquanto dirigente do PAIGC estou perfeitamente tranquilo, mas sobretudo focado nas aspirações políticas atuais do meu partido que é a luta pela verdade democrática na Guiné-Bissau. Penso que no fórum próprio e no momento oportuno, o PAIGC terá a oportunidade de se debruçar sobre os seus problemas internos com a serenidade necessária.

A minha consciência e a minha história de dedicação partidária, sobretudo o meu compromisso com o partido não me permitem ter comportamentos desviantes da linha do PAIGC e sei que os simpatizantes, militantes e dirigentes do meu partido conhecem-me perfeitamente. Os guineenses em geral e os militantes e dirigentes do PAIGC, em particular, sabem que, eu não traio os princípios e valores do PAIGC! Eu nunca fiz parte e nem nunca farei parte de associações ou grupos de complot. Tudo o resto para mim é acessório…

OD: Quem estaria interessado em fomentar este tipo de boato contra si…

JBV: Sinceramente não sei! Eu não quero alimentar esta polémica, porque o mais importante para mim, neste momento, é que estou concentrado em apoiar o PAIGC a voltar conhecer os melhores dias.

OD: Desmentiu que não tem pretensões a liderança do partido e que tudo é boato. Na qualidade de porta-voz do PAIGC, como justifica a sua ausência dos eventos e nas comunicações oficiais do partido neste período conturbado?

JBV: Como sabe eu estive fora do país durante cinco meses, devido à pandemia do coronavírus, que impôs um confinamento internacional à todo nós. Portanto não estive ausente do país por vontade própria. Logo que cheguei telefonei a cada um dos vices- presidentes do partido bem como ao secretário nacional, aos membros da comissão permanente e alguns camaradas do Bureau Político e do Comité Central para lhes informar que já me encontrava no país.

Portanto, não se trata de maneira alguma, de um distanciamento do partido. Desde o meu regresso, estou plenamente engajado naquilo que é neste momento a agenda do PAIGC, trocando ideias e delineando estratégias políticas com vista a prossecução dos objetivos do nosso grande partido. Quero informar agora que amanhã (terça-feira) às 10:00, estarei na reunião da Comissão Permanente. Há outra parte também que é verdade. Também tenho família para cuidar, portanto tenho passado algum tempo no meu escritório a trabalhar. O PAIGC nas últimas eleições legislativas conseguiu 47 deputados e, por conseguinte cada um desses deputados tem não só o mandato, como também a legitimidade para falar para os guineenses.

OD: O líder do PAIGC, Simões Pereira disse que não se sente seguro para voltar ao país. Aliás, o PAIGC relatou ameaças à vida do ex-primeiro-ministro Aristides que se encontra refugiado nas instalações da ONU em Bissau. O senhor Porta- voz decidiu voltar para continuar a sua atividade normal. Não se sente ameaçado?

JBV: Penso que é preciso ter cuidado com as generalizações porque cada caso é um caso. No meu caso, eu não exerço funções governativas há mais de quatro anos e não tenho tido nenhum poder de decisão ou influência sobre as políticas públicas como as personalidades que faz referência. Penso que é importante criar as condições para que o ex-primeiro-ministro, Aristides Gomes, retome o conforto da sua casa com a tranquilidade e segurança necessárias. Até porque temos recebido indicações em como ele se encontra gravemente doente. Penso que a nossa democracia fica mais fraca quando tentamos demonizar permanentemente os nossos adversários políticos.

Dizer que Aristides Gomes é um demónio, não é verdade. Eu sou contra a demonização absoluta porque não ajuda a construir um clima de convivência política são. Penso que o adversário político deve ser respeitado e não humilhado. A humilhação conduz à revolta e sentimentos de vingança e com vingança nenhum país pode erguer.

OD: O partido continua a perder terreno politicamente. A deputada e ex-ministra de negócios estrangeiros Suzi Barbosa entrou para este governo. Cinco deputados votaram o programa do governo de Nuno Nabian contra a orientação do PAIGC, incluindo o primeiro vice-presidente que é o presidente da Assembleia Nacional Popular, demarcou-se da posição do boicotar a sessão que aprovou o programa deste governo. Recentemente, o líder de bancada e terceiro vice-presidente abandonou o Parlamento numa altura em que o partido precisa de “cabeças” para as batalhas no Parlamento. Será que já se instalou uma nova crise no partido?

JBV: Eu não posso julgar ninguém, porque não sou “Deus nem em sabedoria nem em santidade”. Só Deus poderá julgar os vivos e os mortos. Posso dizer-lhe sim, que foram pessoas escolhidas pelo partido que, à partida, não faziam antever esta situação. Penso ser necessário a solidariedade e a lealdade com o partido como também a união e humildade para que o partido possa vencer os grandes desafios que enfrenta e deverá enfrentar. O pior que nos pode acontecer agora é regredir nos valores em que estávamos claramente a progredir.

A meu ver, não há crise nenhuma dentro do PAIGC, porque o PAIGC tem o interesse nacional como a bússola da sua intervenção política. O interesse nacional está no nosso “ADN” desde a fundação do nosso partido em 1956. Portanto não partilho a opinião de que há crise e de que estamos a perder terreno. Não há crise nenhuma no PAIGC.

OD: Não há crise. Como é que se justifica a desobediência dos cinco deputados e do próprio líder do parlamento que negou acatar a orientação da direção superior do partido de boicotar a sessão e decidiram participar e votar o programa do governo que o PAIGC considera ilegal e golpista?

JBV: A nossa posição relativamente a esse governo é de conhecimento de todos. Essa situação faz parte das vicissitudes políticas! Como lhe disse, são situações que aconteceram e eu não quero entrar em julgamentos deste ou daquele…

OD: Há uma petição feita por dirigentes a nível interno, que propõem sanções contra os deputados e dirigentes que desobedeceram as orientações do partido, como tem sido prática nos últimos tempos. Como explica o “silêncio” do partido em relação a esse assunto? Até os militantes e dirigentes estão a pedir sanções contra estes dirigentes!

JBV: O PAIGC é a maior instituição política partidária do país com uma ideologia muito forte. Se me permite, eu diria que futebolisticamente falando é como o Brasil que ganhou mais campeonatos do mundo do que qualquer outro país. E por ser um partido estruturado sabe interpretar cada momento político que vivemos e calibrar cada decisão que toma. O PAIGC não se apressa em tomar decisões e de acordo com essa pergunta, está implicitamente a dizer que há falta de coerência. Devo dizer que não há incoerência nenhuma aqui…

OD: O que está por detrás do atraso na decisão do partido sobre o assunto?

JBV: Como lhe disse, o PAIGC é um partido com muita experiência e no momento certo saberá tomar as melhores decisões que se cumprem tomar…

OD: Em outras palavras, aguarda-se a presença do líder, Domingos Simões Pereira…

JBV: Bom… os órgãos não são reunidos faz algum tempo. Obviamente que existe um presidente do partido, portanto vamos tomar as melhores decisões e de acordo com as análises feitas nas reuniões da Comissão Permanente e sucessivamente…

OD: Simões Pereira, líder do partido não conseguiu dar ao partido uma maioria absoluta nas legislativas. Apresentou-se nas presidenciais e foi derrotado, de acordo com os resultados anunciados pela CNE. Alguns dirigentes do PAIGC questionam a sua capacidade de liderança. O senhor porta-voz acha que Simões Pereira continua a reunir as condições para liderar o partido?

JBV: Vamos ser honestos e a grande verdade é que este debate não está aberto ainda e por isso, não faz sentido nem é de bom tom qualquer pronunciamento sobre esta questão. Como diz, existem desafios neste momento muito importante para o partido e devemos estar todos alinhados e concentrados a volta deste desafio. Devo lembrar que no PAIGC só durante o congresso é que somos chamados a pronunciarmo-nos sobre o camarada ou os camaradas que reúnem as condições para liderar o nosso partido.

Enquanto não for o caso, o Eng. Domingos Simões Pereira é o nosso presidente e com toda a legitimidade que lhe assiste.

OD: Se porventura, no quadro de um eventual entendimento político de inclusão governativa, o PAIGC for convidado a integrar o governo ou até chefia-lo, o partido vai aceitar? E quem indicaria para dirigir o executivo?

JBV: Repara que o PAIGC está e estará sempre aberto a encontrar as melhores soluções que sirvam os interesses da Guiné-Bissau e dos guineenses. Agora não podemos desvirtuar a essência da democracia e depois vir convidar (este ou aquele) para integrar o governo. Quem ganhou as eleições? O normal seria o PAIGC eventualmente convidar outras forças políticas para integrarem o governo e não o contrário. Penso que é fundamental devolver a governação ao PAIGC, porque está claro para todos que acreditar que o governo atual será capaz de fazer as transformações que o país precisa é mais ou menos como acreditar no pai natal.

OD: Face ao “status” atual, o que é que o PAIGC perspetiva fazer politicamente?

JBV: Nós vamos continuar a trabalhar como sempre o fizemos para que os guineenses saibam a verdade. Quem ganhou as eleições foi o PAIGC é ao PAIGC que cabe o direito de governar. A nível interno, temos dados os sinais de muita vitalidade com a Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC). Esta estrutura de massa do partido tem se afirmado como instrumento tremendo da atração e de forças mais dinâmicas da nossa sociedade. A JAAC está imparável e tentar pará-la é como tentar parar o vento com as mãos.

OD: Senhor porta-voz admite que haja congresso antecipado no partido, tendo em conta as questões levantadas sobre a capacidade de liderança do Domingos Simões Pereira?

JBV: Como lhe disse, este não é um assunto que esteja na ordem do dia. Neste momento, temos outros desafios que exigem convicção, determinação e coragem política para continuarmos a afirmar os nossos princípios e valores para uma transformação efetiva da sociedade guineense.

Por: Assana Sambú

Foto: A.S

Conosaba/odemocratagb

CIDADÃO ACUSADO DE FEITIÇARIA MORTO EM SÃO DOMINGOS 17/08/2020 /

S
17/08/2020 / Jornal Odemocrata

Um cidadão de cerca de 60 anos de idade foi morto à catana e martelo por quatro indivíduos, por alegadamente ser feiticeiro, no setor de São Domingos, norte da Guiné-Bissau.

Há muitos anos que a vítima vinha sendo acusado por “familiares”, de estar associado à prática de feitiçaria, segundo relatos recolhidos pelo jornal O Democrata a partir de São Domingos.

A situação agravou-se, segundo uma fonte quando, em julho último, faleceu a irmã dele, tendo sido acusado de ser a responsável pela morte da mesma.

No sábado, 15 de Agosto de 2020, adiantou a fonte, faleceu mais um familiar da vítima e, no calar da noite, um grupo de quatro indivíduos, supostamente familiares, foi à casa da vítima, agredindo-a até à morte com golpes de catana e martelo.

Os quatro suspeitos foram detidos, ontem, domingo, 16 de agosto, soube O Democrata através de uma fonte policial local.

Essa é a primeira morte registada, em São Domingos, no norte da Guiné-Bissau, por suposta prática de feitiçaria.

Em reação ao ocorrido, o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos no setor de São Domingos, Walter Alberto Jandi, lamentou o sucedido e diz esperar que a justiça funcione para que os autores deste crime sejam traduzidos à justiça, afirmando que a estrutura setorial e a Direção central da Liga estão a acompanhar com “muita preocupação” o desenrolar do processo que ainda se encontra sob a alçada da Polícia de Ordem Pública de São Domingos.

Walter Alberto Jandi informou que, para além dos quatro detidos ontem, esta segunda-feira, 17 de agosto, a polícia local deteve mais dois suspeitos, elevando o número para 6.

“Encontram-se detidos, neste momento, nas celas da Polícia de Ordem Pública Local, seis suspeitos. Acabo de sair da Polícia e recebemos garantias de que estão a ultimar os trabalhos e que os suspeitos devem ser transferidos para o tribunal provincial de Norte” explicou, adiantando que o crime poderá gerar mal estar na família, porque “nem todos vão compactuar com esse ato. Este é o primeiro caso de género, no setor de São Domingos”.

Por.: Tiago Seide

FULBE

 

Algumas pessoas me perguntaram e eu respondo publicamente (para a educação de todos), incluindo para os deturpadores da história:

Fulɓe (na língua fula, sendo Pullo ou Pulloh o singular da palavra)
Fula (na língua portuguesa)
Peul (na língua francesa)
Fulani ou Hilani (na língua hausa da Nigéria; ou inglesa)
Pël (na língua wolof do Senegal)
Fulaw (na língua bambara do Mali)
Fulfulde ou Fulfulɓe (no norte dos Camarões)

Todos estes termos servem para descrever uma etnia que ronda entre 35 a 45 milhões de habitantes no mundo inteiro, mas principalmente na África Ocidental e Central (Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Gâmbia, Senegal, Mali, Mauritânia, Burkina Faso, Níger, Nigéria, Camarões, Chade, Serra Leoa, Benin, Sudão, República Centro-Africana, Côte d’Ivoire, Gana, Togo, Libéria e Gabão). Há registos de Fulas até junto ao Mar Vermelho.

Fulɓe, Fulfulɓe, Fulfulde, Fula, Fulani, Hilani, Pël, Fulaw, ou Fulah — nenhum desses termos significa uma organização. Todos representam uma etnia dividida em vários pontos geográficos do continente africano.

O termo “pulaaku” (o “SER FULA”) — que também não significa uma organização — é um código de comportamento que os Fulas seguem, consistindo nas qualidades de paciência, autocontrole, disciplina, prudência, modéstia, respeito pelos outros (incluindo inimigos), sabedoria, premeditação, responsabilidade pessoal, hospitalidade, coragem e o trabalho árduo.

Por último, existe sim uma associação internacional denominada de “Tabital Pulaaku”, cujos objectivos são a promoção dos interesses comunitários dos Fulas e a sua aproximação para apoiar programas de desenvolvimento socioeconómicos e culturais nos respectivos países, entre outras actividades de intercâmbio, dentro de espírito de união entre povos com as mesmas identidades étnicas, culturais e linguísticas… à semelhança doutras “solidareidades” que acontecem entre todas outras etnias e grupos sociais (e de interesses) no mundo.

Pondo tudo isto em contexto, o “ser Fula”, o “Ser Balanta”, o “Ser Mandinga”, o “Ser Manjaco”, o “Ser Papel” não contraria o “Ser Guineense”. O que nos contraria é a rejeição da nossa própria realidade histórica e social. Aliás, é a nossa multiculturalidade e a nossa multietnicidade que fazem da Guiné-Bissau, um país lindo e diferente.

Fonte: wikipedia (e o meu conhecimento comum)

–Umaro Djau
12 de Agosto de 2020

PR DA GUINÉ-BISSAU, ‘GENERAL DO POVO’ DR. UMARO SISSOCO EMBALO VAI EFECTUAR UMA VISITA OFICIAL À MADRID, ESPANHA EM DATA A FIXAR POR VIA DIPLOMÁTICA

A ministra das Relações Exteriores da Espanha foi quem entregou o convite do Rei ao Chefe de Estado guineense em Santo Domingo na sequência dos encontros programados após a tomada de posse do Presidente eleito da República Dominicana, Luís Abinader Corona.
O PR Umaro Sissoco Embalo regressa esta madrugada à Bissau.