PR defende reconfiguração institucional UE/África

 

Bissau, 04 Set 20 (ANG) – O Presidente da República de Portugal defendeu quinta-feira que a União Europeia deve fortalecer o seu relacionamento com África através de uma reconfiguração institucional, concluindo esse processo até ao fim da presidência portuguesa.

Marcelo Rebelo de Sousa assumiu esta posição durante uma conversa com o Presidente da República do Gana, Nana Akufo-Addo, inserida na

terceira edição do Fórum Euro-África, que se realizou por videoconferência, devido à pandemia de covid-19.

O chefe de Estado português, que falou em inglês, afirmou que a cooperação entre Europa e África tem de “mudar estruturalmente”, com “um novo quadro comum” ao nível institucional, considerando que organizações “concebidas noutra era” estão agora “largamente ultrapassadas”.

“É um grande desafio. Um desafio em relação ao calendário: devemos ter decisões até Outubro, quando se realizará a cimeira entre a União Europeia e a União Africana [durante a presidência alemã]. Devemos ter isso fechado durante a presidência portuguesa [da União Europeia] no primeiro semestre no próximo ano”, acrescentou.

O Presidente da República de Portugal reiterou esta mensagem várias vezes ao longo desta conversa, defendendo que é preciso haver “menos organismos” e “novas organizações mais operacionais”.

“Temos de integrar os diferentes sistemas financeiros, temos de fortalecer o financiamento europeu relativamente a África, temos de o fazer rapidamente. Para mim é óbvio que deve haver conclusões preliminares antes do fim deste ano, durante a presidência alemã, e obviamente a definição final antes do fim da presidência portuguesa [da União Europeia] “, reforçou.ANG/Inforpress/Lusa

 

 

 

Postado por ANG às 06:41:00

Guiné-Bissau: Empossado novo presidente da Comissão da Conferência da “Paz e Desenvolvimento”

O novo presidente da Comissão Organizadora da Conferência Nacional “Caminhos para a Consolidação da Paz e Desenvolvimento” na Guiné-Bissau, padre Domingos Cá, mostrou-se esta sexta-feira (04.09.), disponível em continuar a trabalhar para a reconciliação no país.
À margem da sua tomada de posse, e nas suas curtas palavras aos jornalistas, Domingos Cá, que substituiu o também padre, falecido Domingos da Fonseca, espera contar com o “apoio de todos, no trabalho de reconciliação nacional”.
Para Satú Camará, segunda vice-presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), que deu posse ao novo presidente da Comissão da Conferência, afirma que é necessário aceitar uns aos outros, na diferença, para o bem da Guiné-Bissau.
“Só conversando, pondo a nossa opinião, é que podemos sair da situação em que estamos”, disse.
Não há ainda data para a realização da Conferência Nacional “Caminhos para a Consolidação da Paz e Desenvolvimento”. Da comissão do evento, espera-se muito trabalho, numa altura em que há “profunda divisão” na sociedade guineense, devido às divergências políticas.
Por Rozimélia Saqui.
Conosaba//capitalnews.gw/

LÍDER DO PAIGC DEFENDE SANÇÕES PARA CIVIS QUE INSTRUMENTALIZAM MILITARES GUINEENSES

O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, disse hoje que quem deve ser sancionado na Guiné-Bissau são os civis que instrumentalizam os militares.
“A minha convicção neste momento é que não devem ser os militares a ser sancionados, mas os civis que estão as instrumentalizar os militares”, afirmou Domingos Simões Pereira.
O dirigente, que está há vários meses em Portugal, falava na sua mensagem semanal aos guineenses, divulgada na rede social Facebook.
“Na minha opinião, os civis que instrumentalizam os militares, que utilizam os militares para chegar ao poder, como vimos no dia 27 de fevereiro, é que devem estar preocupados porque eles é que deviam ser sancionados”, sublinhou Domingos Simões Pereira.
Num relatório, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, recomendou a manutenção das sanções impostas a um grupo de militares guineense, em 2012, na sequência de um golpe de Estado.
No mesmo documento, elaborado a pedido do Conselho de Segurança das Nações Unidas, António Guterres admite a possibilidade de sanções a civis e pede a criação de um grupo de peritos para analisar a situação no terreno.
Para o secretário-geral da ONU, “é importante” o Conselho de Segurança considerar a possibilidade de manter o regime de sanções estabelecido e “mostrar claramente ao povo da Guiné-Bissau que o regime de sanções se aplica a todos os elementos perturbadores, independentemente da sua afiliação política e institucional”.
O grupo de peritos, segundo António Guterres, deve também indicar pessoas que “reúnam os critérios de designação para as medidas seletivas, entre as quais, vigiar os recursos provenientes do crime organizado utilizados para apoiar quem tenta impedir o restabelecimento da ordem constitucional.
A Guiné-Bissau vive uma crise política desde as eleições presidenciais.
O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido vencedor das legislativas de 2019, não reconhece o atual chefe de Estado do país, Umaro Sissoco Embaló.
Depois de a Comissão Nacional de Eleições ter declarado Umaro Sissoco Embaló vencedor da segunda volta das eleições presidenciais, o candidato dado como derrotado, Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, não reconheceu os resultados eleitorais, alegando que houve fraude e meteu um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, que não tomou, até hoje, qualquer decisão.
Umaro Sissoco Embaló assumiu unilateralmente o cargo de Presidente da Guiné-Bissau em fevereiro e acabou por ser reconhecido como vencedor das eleições pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise política no país, e restantes parceiros internacionais.
Em relação ao contencioso eleitoral, Domingos Simões Pereira afirmou, na mensagem hoje divulgada, ter informação de que o Supremo Tribunal de Justiça vai reunir-se para tomar uma decisão, mas questiona qual a base de “transparência e igualdade” que aquele órgão tem para tratar do assunto, salientando que o lugar da Presidência da República já foi ocupado.
Após ter tomado posse, o chefe de Estado demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes, saído das eleições legislativas de 2019 ganhas pelo PAIGC, e nomeou um outro liderado por Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que assumiu o poder com o apoio das forças armadas do país, que ocuparam as instituições de Estado.
Nuno Nabian acabou por fazer aprovar o seu programa de Governo no parlamento guineense, com o apoio de cinco deputados do PAIGC, que o partido considera terem sido coagidos.
Conosaba/Lusa

Condutores pedem  suspensão de cobranças nas estradas

Bissau,03 Set 20(ANG) – Alguns condutores de transportes mistos de passageiros exortaram o Governo no sentido de suspender algumas cobranças nas estradas, nomeadamente das portagens, fundo rodoviário e inspeção das viaturas devido ao estado degradante em que se encontram as estradas do país.

Em declarações à ANG, Amadu Djaló condutor de transporte misto que liga Bissau/Gabú, afirmou que a titulo de exemplo estão a ser exigidas a realização de inspeção das viaturas ligeiras no valor de 15 mil francos CFA e 20 mil para as de grande porte.

Disse que actualmente levam mais de seis horas de tempo na ligação Bissau/Gabu e vice versa e que anteriormente era de apenas duas horas, devido a degradação das estradas.

Denunciou ainda a excessiva presença de Polícia de Trânsito, das forças da Guarda Nacional e de Viação nas estradas em que cada qual retira da sua forma dinheiro aos condutores.

Informou que, na sua opinião, neste período de estado de emergência, em que são exisgidas que os  transportes levass
em a metade da lotação, devem ser suspensas todas as cobranças nas estradas para lhes permitir ganhar algum lucro.

Alfucene Baldé,  motorista da via Bissau/Cacine, revelou que há mais de dois meses que deixaram de fazer o trajecto habitual devido a má condição da estrada.

“Actualmente se alguém pretende viajar para a Cacine tem que deslocar para a via alternativa ou seja Catio/Npungda passando por Cabudu para se chegar a Cacine”, explicou.

Por sua vez, Alimo Embaló, condutor da via Bissau/Gabu, disse que neste período de estado de emergência, as maiores vítimas são os proprietários das viaturas de transporte mistos e “sete place”, que são obrigados a levar  metade  da lotação ou seja, transportam no máximo très à quatro passageiros, o que não lhes permite recuperar as despesas em combustíveis.ANG/ÂC//SG

GOVERNO PROPÕE O LEVANTAMENTO DO ESTADO DE EMERGÊNCIA PARA DECLARAR ESTADO DE CALAMIDADE

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O governo propôs ao Presidente da República o levantamento do Estado de Emergência e, em consequência, a declaração do Estado de Calamidade, a partir do dia 9 de setembro, em estrita observância das disposições estabelecidas na lei n°9/2011, de 15 de junho.

Na sessão ordinária desta quinta-feira, 03 de setembro de 2020, do Conselho de Ministros presidida pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, o Ministro dos Transportes e Comunicações, Jorge Mandinga, submeteu ao plenário governamental o retrato da situação prevalecente na empresa SOTROMAR (Sociedade de Transporte Marítimo da Guiné-Bissau) que, neste momento, se encontra em “inatividade total” e com vários encargos financeiros por suprir, nomeadamente uma elevada soma de atrasados salariais.

Neste sentido, o plenário governamental recomendou a tutela que acautele os procedimentos que regulam a alienação do patrimônio público.
Entretanto, na parte deliberativa, o Conselho de Ministros aprovou, entre outros diplomas, a concessão de terreno e investimento da empresa GB Hunting & Fishing SA, na ilha de Anaguru, no setor de Bubaque, região de Bolama- Bijagós, licença de pesquisa Cor-cor (Bloco 7C), a extinção  das licenças de pesquisa Golfinho (Bloco 6A), de pesquisa Kaudo (Bloco 6B) e a extensão da fase atual da licença de pesquisa Sinapa (Bloco 2), de Esperança (Bloco 4A e 5 A) e de Garoupa (Bloco 7B).

“Na sequência do pacote legislativo aprovado, o Primeiro-ministro instruiu todos os membros do governo para, com a maior celeridade, procederem à revisão e atualização da transposição de diretivas da UEMOA, conforme áreas de governação, elevando o nível de implantação das mesmas pelo Estado da República da Guiné-Bissau” lê-se no comunicado do Conselho de Ministros, assinado pelo Ministro da Presidência do Conselho de Ministros, dos Assuntos parlamentares e Porta Voz do Governo, Mamadu Serifo Jaquité.

CFE regista criação de  158 empresas no primeiro semestre de 2020

CFE regista criação de  158 empresas no primeiro semestre de 2020

 

Bissau, 02 set 20 (ANG) – O Centro de Formalização de Empresas(CFE) registou a criação de  158 empresas no primeiro semestre do ano em curso, que representa  um  aumento de 13,66 por cento em comparação com o mesmo período homólogo do ano passado( 139 empresas).

 

De acordo com dados do balanço do primeiro semestre deste ano do CFE à que a Agência de Notícias da Guiné(ANG) teve acesso hoje, dos 158 empresas, dez são da Sociedade Anónima (SA), 148 da Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada (SARL) e zero da Sociedade de Acçâo Simplificada (SAS).

Os dados indicam que destas empresas, 95 pertencem aos cidadãos nacionais, contra 61 em 2019, e os  estrangeiros detém 37 empresas,  registando  assim uma ligeira queda em comparação com mesmo período de 2019, com 50 empresas dentre elas, 26 mistas, contra 28 do mesmo período do ano transato.

Comparativamente ao mesmo período do ano passado, de a acordo com o documento, houve um pequeno decréscimo do número de empresas criadas no sector de comércio, que saiu  de 239 para 197 este ano, o sector da Indústria subiu de 7 para 9 empresas e ao passo que o sector de turismo caiu de 9 para uma empresa este ano.

Entre as  empresas licenciadas por sector de actividade, no Centro de Formalização de Empresas, a partir do primeiro semestre de 2020, destaca-se  o sector de Comércio com 197 empresas, seguido pela Industria com 9 e sector de Turismo apenas com uma empresa.

No mesmo período do ano passado, conforme os dados, o número de empresas criadas por sexo é de 243, sendo 12 delas por homens, 12 do sexo feminino e 15 empresas mistas.ANG/LPG/ÂC//SG

PGR PREOCUPADO COM O EXERCÍCIO DO DIREITO À LIBERDADE DE IMPRENSA NA GUINÉ-BISSAU

O Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, diz estar preocupado com a forma como tem sido exercido o direito à liberdade de expressão na Guiné-Bissau.
Em nota de imprensa, com data de 01 de setembro de 2020 que O Democrata consultou, esta quarta-feira, 02 de setembro, Fernando Gomes avança que tem-se registado, através de órgãos de comunicação social de massa, nomeadamente rádios e internet, crescente onda de ataques verbais e “insultos”, por parte de alguns dos concidadãos, socorrendo-se mais das vezes, do uso “abusivo de palavras que incentivam ao ódio, às divisões étnicas e religiosas”.
Gomes sublinhou na sua nota que tais atitudes põem em causa a unidade nacional e a coesão interétnica que sempre caracterizou o povo guineense.
Lê-se ainda no comunicado que a inquietação da Procuradoria-Geral da República não deve ser interpretada como sinónimo de “recusa ou de qualquer tentativa de condicionar o debate público em torno de questões de interesse nacional”, mas sim uma exortação a compatriotas guineenses e aos órgãos de comunicação social, no sentido de contribuírem, com a diversidade de opiniões, para o fortalecimento da “jovem democracia”, repudiando qualquer forma de “libertinagem e de linguagem inapropriada” que só servem para “intoxicar o modo de vida dos guineenses e influenciar negativamente os jovens e crianças no país”.
Por fim, o Procurador-Geral da República manifesta a disponibilidade da sua instituição em receber e dar o devido encaminhamento a qualquer queixa apresentada por qualquer cidadão nacional ou estrangeiro que se sentir lesado.
Por: Tiago Seide

Comissão parlamentar para  revisão constitucional critica  PR

Bissau,02 Set 20(ANG) – O presidente da Comissão de Revisão Constitucional criada pelo Parlamento guineense desde 1994, ano da realização das primeiras eleições multipartidárias na Guiné-Bissau, criticou o Presidente da República por decidir  criar uma outra comissão paralela para a revisão da Constituição.

Em entrevista à DW África, João Seidiba Sané, disse que há uma comissão criada pela Assembleia Nacional Popular, que é o órgão de soberania e representação do povo, “o único órgão que a Constituição dá poderes para ter iniciativa de rev


isão constitucional”.

“É um trabalho que começou não só nessa legislatura, mas vem desde a legislatura de 1994, praticamente. Porque a nossa Constituição foi adotada em 1973, com a proclamação do Estado da Guiné-Bissau. E neste ano foi criada a primeira Assembleia da República da Guiné-Bissau, que aprovou uma Constituição, que passou por algumas mudanças de revisão quando foi para a adoção do multipartidarismo”.

Seidiba continua dizendo que “foi assim que foi criada uma comissão multipartidária de transição, que efeutou uma revisão da Constituição que foi adotada no ano da independência”.

“Aquela Constituição estava prevista para ser utilizada nesse período e, após a eleição multipatidária, estava previsto um ajustamento. Foi o que aconteceu. Na legislatura de1994, criou-se uma comissão chamada ‘Comissão Eventual para a Revisão da Constituição e da Lei Eleitoral’. Logo depois da eleição de 1999, a legislação daquela altura adotou, portanto, a Constituição preparada pela comissão, com algumas introduções. Eu participei na comissão, como presidente, e sigo até hoje”, relata.

Questionado sobre a comissão que o Presidente Umaro Sissoco Embaló acaba de apresentar para a revisão da Constituição, João Seidiba Sané reforça que só há uma comissão com o mandato da Assembleia Nacional Popular, com poderes para fazer uma revisão à Constituição.

“Ao nosso entender, não estamos numa refundação do Estado da Guiné-Bissau, mas sim numa revisão constitucional. E a nossa Constituição prevê que, no artigo 127, o único órgão competente para a revisão constitucional é a Assembleia Nacional Popular através dos seus deputados. Portanto, só com um terço dos deputados que compõem a Assembleia é que podem introduzir uma revisão constitucional na Assembleia”.

O presidente da comissão de revisão constitucional considera que há condições para continuar a trabalhar, uma vez que a sua equipa tem o apoio das Nações Unidas, através do UNIOGBIS (Gabinete Político da ONU na Guiné-Bissau). “Nós vamos conluir o trabalho e entregar o nosso relatório à plenária da Assembleia Nacional Popular, que é o órgão que criou a comissão”.

Para Seidiba, “tendo em conta o que reza a nossa Constituição, uma outra comissão que não seja a criada pelo Parlamento, é inexistente, porque é inconstitucional”.

No entanto, o jurista e deputado do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) Nelson Moreira disse terça-feira (01.09) que a última palavra sobre a proposta de projeto de revisão da Constituição da Guiné-Bissau cabe aos deputados do parlamento.

Nelson Moreia, também comentador político numa rádio de Bissau, ressalvou que ainda não leu em pormenor a proposta de revisão, mas admitiu que o “Presidente está a dar um impulso à comissão parlamentar de revisão” constitucional.

O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló reuniu um grupo para criar propostas à Constituição. Mas, para o presidente da comissão parlamentar encarregue de fazer a revisão constitucional, o anúncio do chefe de Estado é “inconstitucional”.

A proposta do projeto de revisão constitucional feita pela comissão criada pelo chefe de estado, Umaro Sissoco Embaló reforça os poderes do Presidente, que passaria a presidir ao Conselho de Ministros, ao Conselho Superior de Defesa e ao Conselho de Segurança Nacional.

Umaro Sissoco recebeu, na semana passada, a proposta de projeto de revisão da Constituição que mandou elaborar a uma equipa de juristas guineenses, liderados pelo antigo ministro Carlos Vamain.

Sobre a nomeação do primeiro-ministro, o projeto de revisão modifica a reformulação relativa à nomeação e exoneração do primeiro-ministro, que passa a dizer que o Presidente nomeia ou exonera “tendo em conta os resultados eleitorais e a existência ou não de força política maioritária que garanta estabilidade governativa e por coligações ou alianças, depois de ouvidos os partidos políticos representados no Parlamento” – lê-se no documento citado pela agência de notícias Lusa.

Ainda de acordo com a proposta do chefe de Estado da Guiné-Bissau, só pode ser candidato ao cargo de Presidente da República quem tiver tido “residência permanente no território nacional nos cinco anos imediatamente anteriores à data de apresentação da candidatura”, limitando as candidaturas de cidadãos que não residam no país.

Este ponto não agrada o Presidente do Movimento Guineense Para o Desenvolvimento (MGD), Umaro Djau, jornalista de carreira, residente nos Estados Unidos de América.

Djau, que disputou legislativas de 2019, afirma à DW África que a proposta é uma tentativa de exclusão política por parte do Presidente da República.

“A exclusão política a qual me refiro tem a ver com a tentativa de barrar quaisquer pessoas, ou prováveis candidatos às presidenciais na Guiné-Bissau, na eventualidade de essas pessoas estiverem a residir no estrangeiro, como é o meu caso. Com isto não estou a querer dizer que serei candidato à presidencial nas próximas eleições, mas há muitos guineenses com este tipo de aspiração”.

“A Guiné-Bissau tem cidadãos com carreiras e percurssos brilhantes na sua diáspora”, considera o jornalista, que questiona: “quem tem medo dos quadros guineenses residentes no estrangeiro? Esses quadros são mais-valias, as suas contribuições serão fundamentais para a Guiné-Bissau”.

Umaro Djau lembra que as eleições legislativas e presidenciais tamém são extensivas à diáspora. “Se um guineense residente noutras partes de África e na Europa pode votar numa eleição, porque é que a mesma pessoa já não serve para se candidatar a um cargo público e político no seu país?”, questiona novamente.

“Por tanto, não me restam dúvidas, qualquer artigo constitucional que prevenisse a candidatura de um guineense residente lá fora é uma atitude política calculada e repleta de má-fé”. E Djau considera aind aque a proposta do Presidente “é uma manifestação de egoísmo político e de medo em relação aos futuros oponentes. Este tipo de cálculo é injusto, imoral e contra a própria pátria”.

A proposta de projeto de revisão constitucional da Guiné-Bissau prevê a criação de um Tribunal Constitucional, que passará a dar posse ao Presidente da República. O chefe de Estado dará posse a todos os membros e escolhe quem preside ao órgão judicial. O mandato dos juízes do Tribunal Constitucional será de 10 anos, correspondentes ao dois mandatos presidenciais.ANG/DW África

Covid-19: TAP retoma voos para a Guiné-Bissau ao sábado

In LUSA  02.09.2020
A Transportadora Aérea Portuguesa retoma no sábado os voos comerciais para a Guiné-Bissau, interrompidos desde março devido à pandemia do novo coronavírus, disse hoje fonte da empresa
Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) retoma no sábado os voos comerciais para a Guiné-Bissau, interrompidos desde março devido à pandemia do novo coronavírus, disse hoje fonte da empresa.

“A TAP retoma os voos aos sábados durante o mês de setembro”, afirmou a mesma fonte.

Inicialmente, a companhia só vai realizar um voo por semana.

No sítio na Internet da TAP já é possível comprar bilhetes de ida e volta Lisboa – Bissau – Lisboa.

Para viajar para Bissau, os passageiros são obrigados a apresentar um teste negativo para covid-19.

Os voos comerciais para a Guiné-Bissau foram suspensos na sequência do fecho da fronteira no país em março devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Após terem sido detetados os primeiros casos de covid-19, também em março, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, decretou o estado de emergência, que vai estar em vigor até 08 de setembro.

Apesar do estado de emergência, as autoridades guineenses determinaram autorizar a abertura de fronteiras, o retoma dos voos comerciais e a circulação de pessoas.

Segundo os últimos dados divulgados segunda-feira pelo Alto-Comissariado para a Covid-19, a Guiné-Bissau tem um total acumulado de 2.245 casos, incluindo 38 vítimas mortais e 1.226 recuperados.

MSE // VM

CHEFE DAS FORÇAS ARMADAS APONTA PARA ESTABILIZAÇÃO DEFINITIVA DA GUINÉ-BISSAU

O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, Biagué Na Ntan, anunciou hoje que a sua principal missão é “trazer a estabilização definitiva” à Guiné-Bissau.
Biagué Na Ntan foi reconduzido por mais cinco anos no cargo pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
O general Na Ntan, que falava no ato de receção de cumprimentos por parte de oficiais das Forças Armadas, disse ter três lemas para os próximos cinco anos: Estabilização definitiva do país, criação de escolas de formação para militares e polícias e a recuperação de casernas militares.
“Sem a estabilização ninguém vai investir na Guiné-Bissau, nem nacionais, nem estrangeiros”, observou o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, recebendo respostas afirmativas às suas perguntas sobre se os presentes queriam, ou não, a estabilização do país.
Numa sala com mais de 100 oficiais superiores das Forças Armadas guineenses, Biagué Na Ntan disse que a sua recondução no cargo se deveu a um trabalho conjunto e à “obediência vertical” das suas diretrizes de comando.
“Sofremos juntos, fomos insultados juntos, acabamos por fazer um bom trabalho, mas falta cumprir a mais importante que é duplicar as conquistas alcançadas até aqui”, afirmou Na Ntan.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas referiu que a paz e o desenvolvimento na Guiné-Bissau dependem apenas dos militares desde que estes saibam assumir a sua missão constitucional, e que se depender da atual liderança, os guineenses “podem dormir descansados”.
Biagué Na Ntan notou que não é fácil dirigir as Forças Armadas, mas tem tido êxito por nunca tomar medidas sozinho, enfatizou.
“Dirigir as forças armadas não é pela musculação, não é pela força”, destacou o general Na Ntan, anunciando que tem muitos sonhos, nomeadamente a formação de mais jovens militares e o regresso do Exército guineense às missões de manutenção da paz.
Biagué Na Ntan, nomeado chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas pela primeira vez em 2014 pelo então Presidente guineense, José Mário Vaz, foi reconduzido pelo atual chefe de Estado, Umaro Sissoco Embalo, em 13 de agosto.
Sissoco Embaló justificou a recondução no cargo do general por ser um dos “responsáveis institucionais pela estabilização das Forças Armadas” e “pelo seu distanciamento das querelas políticas”.
Embaló destacou também que o general Biagué Na NTan nunca se deixou instrumentalizar e que “sempre norteou a sua atuação com base no respeito pelos princípios da subordinação das Forças Armadas ao poder político e à autoridade democrática”.
Conosaba/Lusa
Foto condecoração Biaguê