Após oito anos da missão: ECOMIB DESPEDE-SE DAS AUTORIDADES GUINEENSES E RECEBE MEDALHA DE “ORDEM NACIONAL DE MÉRITO”

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A força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental  (Ecomib) despediu-se hoje, 10 de setembro de 2020, das autoridades militares e civis guineenses. A cerimónia de homenagem foi marcada com desfile militar dos contingentes dos diferentes países que constituíam a força de alerta da CEDEAO no país e contou com a participação dos elementos das forças da defesa e segurança da Guiné-Bissau.

A cerimónia realizada nas instalações da Força Área (Base Aérea Nº1) e presidida pelo Chefe de Estado, Úmaro Sissoco Embaló, contou com a presença dos membros do governo, das chefias militares, das forças da polícia nacional, do presidente da Comissão da CEDEAO, o marfinense Jean Claude Kassi Brou, do Comissário para os Assuntos Políticos, da Paz e Segurança da Comissão da CEDEAO, o beninense General Francis Behanzin e do chefe de Estado-maior da Força Aérea do Senegal, General Birame Diop, do adjunto chefe de estado-maior do Togo e do representante do chefe de estado-maior da Nigéria, bem como dos representantes do corpo diplomático acreditados na Guiné-Bissau.

Os chefes de Estado e do Governo da CEDEAO, na sua 57ª sessão ordinária realizada em Niamey, Níger, registaram progressos obtidos na Guiné-Bissau, sobretudo no que concerne ao funcionamento das instituições da república, designadamente: o Parlamento e o Governo, por isso decidiram pela retirada dos seiscentos efetivos da força militar estacionada no país desde 26 de abril de 2012, no quadro da missão, no seguimento do golpe militar de 12 de abril do mesmo ano. A cerimónia que marcou o fim da missão constituída pelos contingentes militares do Burkina Faso, do Senegal, da Nigéria, do Togo e da Costa do Marfim, foi assinalada com a distinção desta força pelo chefe de Estado, que a agraciou com a medalha “Ordem Nacional de Mérito, de Cooperação e Desenvolvimento”, através do decreto presidencial nº. 43/2020.

O presidente da república agraciou também o presidente da Comissão da CEDEAO e o comissário para os assuntos políticos, da paz e segurança da Comissão da CEDEAO, Jean Claude Kassi Brou e oGeneral Francis Behanzin, respetivamente por meio dos decretos (45 e 46). O ato serviu igualmente para o Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses condecorar altos oficiais da Ecomib com o diploma de mérito e o tradicional “Pano de Pinte”, pela boa colaboração durante quase nove anos da sua permanência na Guiné-Bissau.

PRESIDENTE SISSOCO: “GUINÉ-BISSAU CUMPRIU TODAS AS FASES DO ROTEIRO DA CEDEAO”

No seu discurso, o chefe de Estado guineense Úmaro Sissoco Embaló admitiu que o país cumpriu todas as fases previstas no roteiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), inclusive a revisão constitucional, “cujos trabalhos já se encontram na sua fase final”. Contudo, referiu que apesar das conquistas alcançadas, a Guiné-Bissau a conta com a solidariedade dos seus parceiros de desenvolvimento, em particular da CEDEAO.

“O país tem neste momento com um Presidente da República democraticamente eleito, um governo inclusivo instituído e legitimado pelo povo em plenas funções com um programa e o Orçamento Geral do Estado aprovados pela Assembleia Nacional Popular”, reforçou Sissoco Embaló para justificar a retirada, da Guiné-Bissau, da força da interposição do bloco sub-regional, a ECOMIB.

O Presidente da República afirmou que, decorridos quase nove anos de permanência da ECOMIB no país, as autoridades e o povo guineense “registaram com particular satisfação o comportamento exemplar por eles demonstrado, apesar de estarem longe dos seus familiares.

Disse estar, por isso, convicto que os esforços evidenciados e as experiências transmitidas serão canalizados e bem aproveitados, tanto pelas autoridades nacionais quanto pelas forças de defesa e segurança.

Finalmente, Sissoco Embaló reconheceu os esforços da União Europeia e o apoio multiforme que concedeu ao país, desejando a todos os contingentes um bom regresso à casa, fazendo votos que as famílias desses militares se encontrem em ótimas condições.

PRESIDENTE DA COMISSÃO ENALTECE COLABORAÇÃO DO EXÉRCITO GUINEENSE À ECOMIB

O presidente da Comissão da CEDEAO, Jean Claude Kassi Brou, sublinhou que é preciso recordar o contexto sociopolítico que justificou o envio, em 2012, do contingente da força da Ecomib à Guiné-Bissau. Acrescentou que o contexto “era de uma violência política, que particularmente ameaçava a soberania bem como a ordem e a coesão nacional”.

Frisou na sua intervenção que a missão tinha como objetivo central contribuir para a estabilização e apacificação do país, bem como trabalhar com muito sacrifício e determinação para o cumprimento do seu mandato.

“Um dos mandatos da missão era evitar um conflito que opusesse os atores nacionais. Este trabalho, particularmente delicado, foi executado com alto grau de profissionalismo e performance por efetivos compostos por homens e mulheres disponibilizados por Burkina Fasso, Nigéria e o Senegal, que foram os primeiros países que contribuíram com tropas para a manutenção da paz. A força do Togo juntou-se mais tarde”, lembrou o diplomata marfinense que preside a comissão da CEDEAO.

Enfatizou que a operação de manutenção da paz não pode ser e nem será uma ação isolada, mas “é sempre um produto da responsabilidade coletiva de todos os atores que lhes são concernentes, pelo que aproveito esta ocasião para render homenagem aos atores importantes, sem os quais a força da Ecomib não teria obtido os resultados que hoje nos orgulha”.

Destacou o apoio recebido do Chefe de Estado, Úmaro Sissoco Embaló e da hierarquia militar guineense dirigida pelo General Biague Na N’Tan, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas que, segundo disse, proporcionou uma relação positiva de parceria entre as forças militares guineenses e a Ecomib. Aproveitou ainda a ocasião para felicitar o apoio importante, no plano financeiro, da União Europeia bem como a colaboração da representação daquela organização no país e em Bruxelas.

COMANDANTE KABRE: “É COM ABNEGAÇÃO E PACIÊNCIA QUE TRABALHAMOS PELO REGRESSO DA PAZ”

O Comandante da Força de Interposição da CEDEAO (Ecomib), Coronel David Kabre, explicou na sua comunicação que o grupo inicial da força da Ecomib era constituído por 683 efetivos, tendo lembrado que em dezembro de 2015, a polícia federal da Nigéria foi retirada, o que reduziu a força para 543 elementos. Recordou neste particular que a sua força foi reforçada em novembro de 2019, com a Unidade da Polícia do Togo (FPU), elevando novamente o número de efetivo da Ecomib para 683 elementos fardados, dos quais 401 militares e 282 policiais.

Kabre frisou que a Ecomib carrega a marca da firme vontade política dos chefes de Estado da CEDEAO, mas também das autoridades da Guiné-Bissau que, segundo na sua observação, acreditaram na sua capacidade de construir uma paz duradoura em benefício do povo guineense, parte do espaço comunitário.

“O sucesso da ECOMIB amplia a sinergia de ação de uma raça de grandes atores políticos, diplomatas e militares profissionais, imbuídos de um sentido excecional de sacrifício e responsabilidade. É com abnegação e paciência que trabalharam pelo regresso da paz neste país irmão, que lhe valeu a confiança da comunidade internacional, das autoridades políticas da Guiné-Bissau e dos parceiros técnicos”, referiu para de seguida render homenagem ao trabalho coletivo de regresso à paz, que permite ao Estado guineense funcionar normalmente e a população trabalhar com tranquilidade.

“A minha homenagem vai, em primeiro lugar, ao meu antecessor, Coronel-Major Gnibanga Barro, que é um jogador indiscutível nas conquistas do processo de paz na Guiné-Bissau”, enfatizou.

Por: Assana Sambú

Foto: Marcelo Na Ritche

Ministro da Saúde acusado de desvio de fundos para tratamento da Covid-19

 

Bissau, 11 Set 20 (ANG) – A procuradoria-geral junto do tribunal de cassação solicitou à Assembleia nacional a autorização para uma acção judicial contra o ministro da Saúde, Eteni Longondo, suspeito de desvio de fundos destinados ao tratamento da Covid-19.

Segundo uma fonte do gabinete da presidente da câmara baixa congolesa,

Jeannine Mabunda, citada pelo jornal “7sur7.cd”, a procuradoria quer esclarecer a gestão dos fundos alocados ao tratamento da Covid-19 desde 10 de Março último.

A solicitação ocorre depois de um relatório dos inquéritos efectuados pela Inspecção-Geral das Finanças (IGF) sobre a gestão dos referidos fundos.

A 13 de Agosto passeado, o inspector da instituição, Jules Alingete, anunciou, em conferência de imprensa, ter diligenciado inquéritos visando a gestão dos fundos alocados ao tratamento da Covid-19  e da conta geral do Estado, no Banco Central do Congo (BCC), que resultaram na detecção de actos de má gestão.

A 25 do memo mês, o ministro da Saúde, também em conferência de imprensa, em Kinshasa, negou haver os referidos desvios.

Explicou que o governo congolês tinha alocado 10 milhões, 627 mil e 344 dólares ao Ministério que dirige para responder à demanda do coronavirus.

É a segunda vez que, em menos de um ano, um ministro congolês da Saúde é acusado de desvio de fundos.

Em Março ultimo, o seu antecessor, Oly Ilunga, foi condenado a cinco anos de privação dos direitos civis pelo tribunal de cassação, acusado de má gestão dos fundos disponibilizados para o combate à epidemia do Ebola.ANG/Angop

Postado por ANG às 05:32:00

Presidente Akufo-Addo eleito Presidente da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO

Abuja, 9 de setembro de 2020  

O Presidente Nana Akufo-Addo da República do Gana, foi eleito novo Presidente da Conferência pela 57ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

O Presidente Akufo-Addo sucede o Presidente Mahamadou Issoufou da República do Níger, que dirigiu as atividades da Conferência por um ano.

Fonte: Ecowas.int 11/09/2020

Cooperação Bissau e Ancara : MINISTRA CONSIDERA TURQUIA PARCEIRO ESTRATÉGICO COM PESO INTERNACIONAL

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A ministra dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Carla Barbosa, afirmou esta quinta-feira, 10 de setembro de 2020, que a Turquia é um parceiro estratégico da Guiné-Bissau, com peso internacional “muito grande”.

Suzi Barbosa falava aos jornalistas após a assinatura de dois acordos de cooperação com o governo da Turquia, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Mevlut ÇAVUÇOGLU, que efetuou uma visita de pouco menos de 24 horas à Guiné-Bissau.

Os documentos foram assinados pelos chefes da diplomacia dos dois países. Suzi Barbosa revelou que o primeiro documento assinado tratava-se de um memorando de entendimento entre os dois ministérios, que irá permitir o país beneficiar da formação na área da diplomacia e com a possibilidade da Guiné-Bissau ter ainda a sua própria academia de diplomacia, com apoio da Turquia.

Informou que o segundo acordo é no domínio de transporte aéreo, que vai permitir brevemente a companhia aérea “Turquis Airline” voar para a Guiné-Bissau e, consequentemente, beneficiar de novos horizontes a nível dos transportes aéreos e criação de postos de trabalho.

Na sequência desse último acordo, Barbosa informou que o diplomata turco veio acompanhado do presidente de uma companhia aérea “muito importante” na sub-região e que foi responsável pela construção do Aeroporto de Dakar, Niamey e vários países da sub-região, infraestruturas de grande importância para o desenvolvimento desses países.

“É o que o governo pretende fazer na Guiné-Bissau. A delegação trouxe dois ventiladores para apoiar o país no combate à pandemia da Covid-19 e várias embalagens de máscaras para ajudar o povo guineense, em solidariedade na luta contra a doença que assolou o mundo inteiro”, sublinhou.

A responsável da diplomacia guineense assegurou que os acordos rubricados vão representar grande desenvolvimento na relação de cooperação com a Turquia, pois “toda a gente sabe qual é a importância desse país nos dias de hoje”, anunciando que nos próximos meses a Turquia abrirá sua embaixada na Guiné-Bissau e da mesma forma que o país o fará na Turquia.

Salienta-se que após a assinatura dos acordos entre os dois governantes, a delegação deslocou-se à Presidência da República, onde o Chefe de Estado guineense Úmaro Sissoco Embaló, agraciou o ministro dos Negócios Estrangeiros desse país que partilha duas fronteiras entre a Ásia e a Europa, Mevlut Cavuçoglu, com a medalha da “Ordem Nacional das Colinas de Boé”, em gesto de reconhecimento da nação guineense pelo seu contributo e empenho, “com reflexos positivos no processo de formação de quadros guineenses”.

Por: Aguinaldo Ampa

Coletivo dos advogados do PAIGC diz que aceita Acórdão  mas que discordar  com os procedimentos do STJ ” diz Porta voz 

Coletivo dos advogados do PAIGC diz que aceita Acórdão  mas que discordar  com os procedimentos do STJ ” diz Porta voz

Bissau, 10 Set 20 (ANG) – O Porta-voz de advogados do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo verde (PAIGC), Mário Lino, disse hoje que o Coletivo dos advogados aceitou o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), mas não concordou com os procedimentos da instância suprema da justiça no país.

Esta declaração feita pelo Mário Lino, numa conferência de Imprensa em conjunto com a Direção do PAIGC, nesta manhã de quinta-feira na Sede principal do partido.

Disse que estranhou a mudança de procedimento


do STJ perante o contencioso eleitoral que ilustra várias irregularidades nomeadamente: duplicações das atas com as mesas de assembleia de votos e dscrepâncias entre números de inscritos e dos votantes.

Segundo este advogado, o STJ ignorou todas as evidências apresentadas, justificando que falta protestos e reclamaçoes nas mesas e nos CRE.

” Como é possivel saber das duplicações das mesas de votos se têm fiscais diferentes e até segunda mesa pode não existir fisicamente e como pode conhecer as discrepâncias se no Comissão Nacional das Eleiçoes (CNE) não se faz apuramentos baseado nos números de inscritos” questionou o Porta voz de Advogado de PAIGC

Em suma, o advogado disse que já não há outra saida, a não ser aceitar a decisão do Supremo Tribunal de Justiça.

Por sua vez, a Odete Costa Semedo, na qualidade de segunda Vice-presidente do PAIGC disse que a partir da publicação do Acordão pelo Supremo Tribunal de Justiça, o Partido vai passar a reconhecer  Umaro Sissoco Embalo,como presidente eleito da República da Guiné-Bissau.

Esta dirigente do PAIGC informou aos seus militantes e simpatizantes no ato, de que a Direção do partido foi convidado pelo Presidente Umaro Sissoco Embalo, para se juntar as forças na governação do país, e que este convite, só será respondido depois de cumprir com todas as normas internas, e que feito isso o partido posicionará sobre o assunto em causa.

O Supremo Tribunal de Justiça aprovou no dia sete do mês em curso, o Acórdão nº 5/2020 que considerou improcedente o protesto dos resultados das eleições presidenciais de 2019 que deram vitória ao Umaro Sissoco Embaló, feito em janeiro pelo colectivo de advogados do PAIGC que apoia o candidato Domingos Simões Pereira. ANG/CP//SG

Domingos Simões Pereira: “Não tenho estados de alma”

FONTE: DEUTSCHE WELLE

Em entrevista exclusiva à DW África, Domingos Simões Pereira, derrotado nas eleições presidenciais da Guiné-Bissau, coloca condições para reconhecer Umaro Sissoco Embaló como Presidente.
Domingos Simões Pereira classificou de “aberração” o último acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, que validou os resultados das eleições presidenciais e acabou com o contencioso eleitoral apresentado pelo segundo candidato mais votado na segunda volta das presidenciais de 29 de dezembro 2019.
Domingos Simões Pereira diz que a partir de agora vai focar-se na liderança do seu partido, o Partido da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde ( PAIGC), e lamenta que o momento da Guiné-Bissau tenha “ficado claramente adiado” com Sissoco Embaló na presidência.

DW África: Vai respeitar e cumprir o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ)?

DSP: Tomo boa nota dessa decisão. Reconheço tratar-se do fim do contencioso eleitoral por ser a instância máxima do poder judicial. Mas lamento profundamente que esse órgão da soberania, depois de ter prometido tanto, tenha negado a justiça e a verdade eleitoral ao povo guineense. O Supremo Tribunal recebeu o nosso pedido de impugnação do processo e deu providência. Ao dar providência reconhece mérito aos argumentos que nós apresentamos e chega ao ponto de notificar a Comissão Nacional de Eleições (CNE) da necessidade de apuramento nacional “ab initio” de todo o processo. Ora, isso traduzido na língua dos comuns, quer dizer que todo o processo de apuramento tem que ser reiniciado para que os resultados possam ser legitimados. E não só fez isso através de acórdãos, mas também através de uma aclaração.
Ou seja, oito meses depois, nós não percebemos o que é que aconteceu, o que é que houve de novo entre o último pronunciamento do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e aquilo que hoje nós ouvimos. Ouvimos o Supremo Tribunal a dizer, ainda desta vez, que confirma que de facto não houve atas. Mas não só não houve atas nacionais, bem como não houve atas regionais e baseia a sua posição no facto de que não pode estar a julgar este factos, porque a lei funciona em cascata, não tendo sido reclamado a nível das mesas de assembleias de voto, não chega às comissões regionais de eleições e por consequentemente não chega a Comissão Nacional de Eleições. Ora, isso é uma aberração! É uma aberração porque o que está em causa é a não existência de atas. Como é que se pode saber que não houve reclamações nas assembleias de voto, se não se está em presença desses documentos?
Portanto a única coisa que nos é dado concluir é que algo, de facto, aconteceu. Algo que deve ser uma combinação entre as ameaças, o controlo físico das seguranças das pessoas e certamente algum aliciamento. Nessa combinação, o crime compensou e as pessoas decidiram aderir às propostas que lhes foram feitas.

DW África: A partir de agora vai reconhecer Umaro Sissoco Embaló como Presidente da Guiné-Bissau?

DSP: Eu reconheço que o STJ é a instância máxima para o recurso. Portanto, essa decisão promovida pelo STJ, não tem recurso, é a última instância e portanto é válida. Agora, o que é que eu peço enquanto cidadão e enquanto responsável político, que decorrente desta decisão que todos os atos subsequentes sejam observados. Hoje, o STJ tem condições de ordenar à CNE a publicação dos resultados definitivos e depois marcar a posse oficial do Presidente eleito. A partir dessa altura, o Presidente, reconhecendo a separação dos poderes e respeitando outros órgãos de soberania, nomeadamente, o Governo que saiu das eleições legislativas de março de 2019, a independência da Assembleia Nacional Popular, para agendar e tratar dos seus assuntos e a independência dos Tribunais, obviamente que eu, sendo um homem que prima para as questões democráticas, reconheço esses resultados anunciados. Não respeitando esses princípios, obviamente que eu continuarei a minha luta para a construção de um Estado de Direito Democrático.

DW África: Qual é o seu futuro político a partir de agora?

DSP: Eu sou presidente de um partido e por sinal o maior partido da Guiné-Bissau, que venceu as últimas eleições legislativas. Portanto, tenho responsabilidades a cumprir sob ponto de vista político-partidária. Não tenho estados de alma. Se alguém está preocupado comigo que estou afetado, não estou. Eu estava muito convicto de que estava chegado, como o próprio slogan da minha campanha disse. “O momento da Guiné-Bissau” fica claramente adiado. Basta ouvir aquilo que são os propósitos do Presidente dito eleito. Portanto, vamos perceber que vamos ter muitas dificuldades pela frente. Vou estar muito atento como cidadão e como político.

DEPUTADOS APROVAM POR UNANIMIDADE ORÇAMENTO GERAL DE ESTADO E PLANO DE DESENVOLVIMENTO

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Os deputados da nação aprovaram na quarta-feira, 09 de setembro de 2020, as propostas lei do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) e do Orçamento Geral do Estado(OGE) do ano económico 2020 por unanimidade. Os dois instrumentos foram aprovados por 53 deputados presentes na primeira sessão extraordinária de 2020 dirigida pela segunda vice-presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Hadja Satu Camará, na ausência de parte significativa dos deputados da bancada parlamentar do Partido África da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Os cinco deputados do PAIGC que haviam votado o programa do governo estão novamente entre os 53 deputados (dos 102 que compõem o hemiciclo guineense) que validaram os dois instrumentos votados na generalidade. O orçamento de 2020 está estimado em 278 biliões de francos CFA, com um deficit de 117.8 biliões de francos CFA. Foi alocado o valor 88.6 biliões para despesas correntes. A única fonte para o financiamento do deficit orçamental identificada pelo executivo foi o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O OGE aprovado apresenta algumas oscilações nos bolos atribuídos a cada ministério, sobretudo no concernente ao aumento de bolo orçamental em alguns ministérios (o das Finanças, da Energia, do Ambiente, etc) e a diminuição de bolo orçamental noutros setores. O Ministério da Agricultura, por exemplo, surge como um dos setores com menor percentagem, com apenas 2 por cento do global previsto do OGE 2020.

Interpelado pelos deputados, o ministro das Finanças, João Mamadu Alage Fadia, esclareceu que essas oscilações (aumento e diminuição do bolo orçamental em alguns ministérios) ocorreram devido à falta de fundos externos de que muitos setores beneficiavam dos parceiros internacionais.

Em declarações à imprensa, depois da validação do OGE, o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian disse ter dado aos deputados a garantia de trabalhar, nos últimos três quatro meses que faltam para a execução do ano económico 2020, com base na seriedade e no cumprimento rigoroso de tudo quanto está contido no documento, bem como lutar contra a corrupção.

Nuno Nabian frisou que o deficit orçamental de 117.8 biliões de francos CFA será financiado em dois moldes, um primeiro molde interno e um segundo externo através de financiamentos dos parceiros, para cobrir o gap financeiro que existe no orçamento de 2020.

Por: Filomeno Sambú

Presidente guineense “quer” PAIGC no governo

O PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) recebeu esta quarta-feira (09.09) a proposta do presidente guineense Umaro Sissoco Embaló, para integrar o atual governo da Guiné-Bissau, soube o Capital News, de fonte partidária.
Uma delegação do “partido dos libertadores” esteve reunida com o chefe de estado e à saída, a segunda vice-presidente do PAIGC, Odete Semedo falou do assunto que esteve em cima da mesa:
“Sobre o governo, nós falamos e vamos transmitir aquilo que foi a nossa discussão com a sua excelência o Presidente da República e o PAIGC vai tomar as providências devidas e vamos voltar ao assunto com ele”.
E sobre a proposta recebida de Umaro Sissoco Embaló, Odete Semedo não quis falar do conteúdo:
“Nós recebemos tudo aquilo que consideramos uma mensagem dele, (Presidente da República) e vamos levar para a direçao do partido, para ser discutido e apartir dali tirar ilações e depois retornare à sua excelência”.
É o primeiro encontro oficial entre o PAIGC e Umaro Sissoco Embaló, desde que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) “legitimou” Embaló na Presidência da República.
Por CNEWS
Conosaba

Cooperação militar/CEMGFA do Senegal deseja um futuro estável e de prosperidade à Guiné-Bissau Bissau, 09 set 20 (ANG) – O Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas do Senegal desejou hoje um futuro estável e de prosperidade à Guiné-Bissau. Birame Diop que se encontra de visita à Bissau para participar na cerimónia de despedida do contingente militar da CEDEAO,(ECOMIB) que terminou a sua missão no país, falava aos jornalistas a saída de uma audiência com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.

FOTO CHEFE ESTADO SENEGAL

Disse que o Senegal, à semelhança de outros países da comunidade, enviou há oito anos, um contingente militar para participar na manutenção da estabilidade e segurança no país, na sequência do golpe de estado de 2012.
“Hoje esta missão chega ao seu fim e estamos satisfeito com os resultados alcançados pelos nossos camaradas militares de arma e ao mesmo tempo vamos deixar um país onde sentimos como se fosse as nossas casas, onde a população mostrou um grande espírito de hospitalidade e nos servimos muito bem, ao lado
das forças armadas da Guiné Bissau”, afirmou o chefe de Estado-maior General das Forças Armadas do Senegal.
Por outro lado, Birame Diop destacou a existência de um acordo de cooperação entre a Guiné-Bissau e o Senegal no domínio da Defesa e Segurança assinado em 1975 e disse que a delegação irá realizar uma visita de trabalho com as autoridades militares e civis do país para analisar não só acordo, mas também alguns aspectos que precisam de ser melhorados, sobretudo nos aspectos operacionais para ver como podem resolver os problemas transfronteriços entre os dois países.
“ Falo da formação, sistema logístico, entre outros, que permitirão o reforço da capacidade das forças de Defesa e Segurança da Guiné Bissau e do Senegal. Portanto, é preciso trabalhar em conjunto”, disse Birame Diop.
Instado sobre o que as autoridades militares guineenses podem beneficiar de imediato das autoridades senegalesas, Birame Diop disse que na visita que irão realizar ao poder militar nacional vão discutir como um novo acordo de cooperação pode garantir a segurança na fronteira entre os dois países.
Conosaba/ANG/DMG/LPG//SG

Política/PAIGC reconhece Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República

Bissau, 09 set 20 (ANG) – A 2ª Vice-Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse que o seu partido, através do seu presidente e da direção superior sempre prometeu ser o primeiro a reconhecer Umaro Sissoco Embaló no dia em que o Supremo Tribunal da Justiça, nas vestes do Tribunal Constitucional der o seu veredicto final.

Em declarações à imprensa, esta quarta-feira, após o encontro com o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, Maria Odete Costa Semedo disse que o seu partido pauta pela legalidade e respeita as leis.

“A Direção do partido vai respeitar mesmo não concordando com o caminho que isto tomou. Porque aquilo que nos dizem no Acordão, se sabiam que é assim, porquê que demoraram tanto tempo a tomar esta posição desde a primeira hora em que o PAIGC interpôs junto ao Supremo Tribunal”, questionou Semedo.

Acrescentou que levaram tanto tempo e fizeram muitas penalizações ao Povo guineense para que no fim chegar a um Acordão que diz que não valeria a pena termos perdido tanto tempo.

Odete Semedo informou que tiveram uma conversa com o Presidente da República sobre a governação e alguns aspetos da política guineense, prometendo levar o assunto para ser discutido no seio do partido a fim de tirar as suas ilações, e para depois voltar a encontrar com o chefe de Estado..

Disse que o PAIGC reitera o estatuto do vencedor das eleições legislativas.

No encontro com o Presidente da República, o PAIGC foi representado pela 2ª Vice-Presidente Maria Odete Costa Semedo e o Secretário-geral Aly Hijazy.ANG/DMG/ÂC//SG

 

Postado por ANG às 08:36:00