NOVO GOVERNO COM O FIM DO IMPASSE NO PARLAMENTO

01/06/2019 / OdemocrataGB / No comments

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O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, voltou hoje a afirmar que só vai nomear um novo Governo após terminar impasse para a eleição da mesa da Assembleia Nacional Popular.

De regresso da cimeira da Organização da Conferência Islâmica, que decorreu na Arábia Saudita, José Mário Vaz, disse, em curtas declarações aos jornalistas no aeroporto de Bissau, que aguarda “que haja um compromisso, um diálogo franco, entre os deputados” para de seguida nomear o novo primeiro-ministro e consequentemente o Governo.

O Presidente guineense disse ter ficado triste com o que viu logo no primeiro dia dos trabalhos do novo parlamento, saído das eleições, mas espera que os deputados saibam ultrapassar as diferenças para desta forma “fazer o país arrancar”.

José Mário Vaz afirmou ainda que é também triste quando os políticos não conseguem acatar os conselhos, de diálogo e compromisso, que são feitos pelos líderes religiosos, quando usam a sociedade civil para atiçar divisões ou quando tentam envolver as Forças Armadas nas disputas políticas.
Mas, por ser “um homem de crença”, o Presidente guineense acredita que o país vai ultrapassar o impasse político em que se encontra.

José Mário Vaz aproveitou as suas declarações, sem direito a perguntas, para agradecer e felicitar as Forças Armadas, as quais pediu que se mantenham nas casernas e em obediência à Constituição do país.

O líder guineense aproveitou a ocasião para criticar, sem citar nomes, aqueles que se vão envolvendo nos problemas internos do país.

“O mais triste é que as pessoas aproveitam-se desta situação para se intrometerem nos assuntos que não têm direito, porque isto é um país soberano”, observou José Mário Vaz, salientando que todos os países do mundo têm problemas, mas que nunca viu nenhum a vir à Guiné-Bissau pedir conselhos.

Em relação à cimeira, o Presidente guineense lamenta que não tenha assistido pessoalmente à conferência já que não conseguiu chegar ao lugar onde decorria, acabando por acompanhar, a partir de um hotel, por videoconferência.

Tínhamos agendado um encontro com sua Majestade (o rei da Arábia Saudita), mas infelizmente, no lugar onde ele estava era impossível vir até o hotel para esse encontro bilateral”, afirmou José Mário Vaz que se mostrou satisfeito com os resultados da conferência que debateu o terrorismo, a unidade e solidariedade entre os países da OCI.

Mais de dois meses depois das eleições legislativas, a 10 de março, o novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau ainda não foi indigitado pelo Presidente guineense e o novo Governo também não tomou posse devido a um novo impasse político, que teve início com a eleição dos membros da Assembleia Nacional Popular.

Depois de Cipriano Cassamá, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), ter sido reconduzido no cargo de presidente do parlamento, e Nuno Nabian, da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), ter sido eleito primeiro vice-presidente, a maior parte dos deputados guineenses votou contra o nome do coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Braima Camará, para segundo vice-presidente do parlamento.

O Madem-G15 recusou avançar com outro nome para cargo e apresentou uma providência cautelar para anular a votação, mas que foi recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Por outro lado, o Partido de Renovação Social (PRS) reclama para si a indicação do nome do primeiro secretário da mesa da assembleia.

O parlamento da Guiné-Bissau está dividido em dois grandes blocos, um, que inclui o PAIGC (partido mais votado nas legislativas, mas sem maioria), a APU-PDGB, a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com 54 deputados, e outro, que juntou o Madem-G15 (segundo partido mais votado) e o PRS, com 48.

O Presidente guineense termina o seu mandato a 23 de junho.

In Lusa

Investimento mineiro de 180 milhões na Guiné-Bissau arranca em 2021

A diretora nacional da Guiné-Bissau do Banco Central dos Estados da África Ocidental disse hoje em Macau que arranca em 2021 um investimento mineiro de mais de 200 milhões de dólares (180 milhões de euros) no país.

“No setor mineiro está em curso um investimento de mais de 200 milhões de dólares para exploração de fosfato a partir de 2021”, afirmou Helena Nosolini Embaló, durante uma conferência do 10.º Fórum Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF, na sigla em inglês), que termina hoje em Macau.

“Estes investimentos poderão mudar a médio prazo a nossa estrutura de exportação, contribuindo desta forma para um crescimento económico mais robusto, consequentemente criando emprego e riqueza”, sustentou a responsável que, à margem do evento, questionada pela Lusa, não quis prestar declarações.

Com 36.125 quilómetros quadrados e uma população que não chega aos dois milhões de habitantes, a Guiné-Bissau situa-se na costa ocidental de África, entre o Senegal e a Guiné-Conacri, e tem mais de 80 ilhas no arquipélago dos Bijagós, a maior parte desertas.

Apesar de ter recursos naturais relativamente intactos, com reservas de bauxite e fosfato e eventualmente de petróleo, a economia do país centra-se no caju, o principal produto de exportação.

“A Guiné-Bissau está em busca de diversificar a sua exportação”, sublinhou a diretora, lembrando que “a exportação com destino à China atingiu 71,4 milhões de dólares em 2017, superando largamente o máximo atingido em 2015, num montante de 37 milhões de dólares”, sendo que os produtos exportados foram principalmente a castanha de caju e as madeiras nobres”.

A Guiné-Bissau é um dos países que integra a União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA), uma organização de integração regional criada por sete países da África Ocidental que têm em comum uma moeda única.

“As nossas economias [da UEMOA e da China] complementam-se e as relações económicas devem ser aprofundadas”, defendeu Helena Nosolini Embaló, acrescentando que “o papel de Macau enquanto uma plataforma de serviços representa uma oportunidade” para serem criadas e aprofundadas sinergias. Lusa

LIVERPOOL VENCEU LIGA DOS CAMPEÕES POR 2-0


O Liverpool sucedeu, este sábado, ao Real Madrid como vencedor da Liga dos Campeões, após bater o Tottenham, que se estreou em finais da maior competição europeia de clubes, por 2-0.No Wanda Metropolitano, em Madrid, só foi preciso esperar meros 75 segundos para assistir ao primeiro golo da partida. Numa grande penalidade assinalada por mão na bola de Sissoko, o internacional egípcio Mohamed Salah enganou Lloris e atirou a contar.Num encontro nem sempre espetacular, só nos últimos 20 minutos a equipa de Pochettino conseguiu tomar conta do jogo e criar real perigo, mas encontrou pela frente um inspiradíssimo Alisson, que sempre manteve as redes dos reds a zeros. Ao minuto 87, um fortíssimo disparo de pé esquerdo de Origi – entrou para o lugar de Firmino durante o segundo tempo – assinou o 2-0 final.

À terceira final – perdeu uma pelo Borussia Dortmund (2012/13) e a do ano passado pelo Liverpool -, o alemão Jurgen Klopp chega finalmente à primeira conquista da Liga dos Campeões da carreira, levando a sexta ‘orelhuda’ para o recheado museu do Liverpool.«Vim de uma aldeia no Egito, isto é inacreditável para mim»Mohamed Salah estava visivelmente emocionado no final do encontro que valeu o título da Liga dos Campeões, após vitória por 2-0 frente ao Tottenham.«Toda a gente está feliz agora, estou satisfeito de jogar a minha segunda final consecutiva e finalmente jogar 90 minutos. Toda a gente fez o melhor hoje, não houve grandes performances individuais, toda a equipa esteve inacreditável.», atirou, à BT Sport.

 O egípcio estava incrédulo com a conquista e falou das suas origens, bastante orgulhoso do que alcançou. «Sacrifiquei muita coisa pela minha carreira, vir duma aldeia para o Cairo, ser um egípcio a este nível é inacreditável para mim», concluiu, Salah.Radiante com a conquista da Liga dos Campeões, Jurgen Klopp não tardou em mostrar a sua habitual boa-disposição e mostrou dotes de cantor na flash interview, fazendo um trocadilho em alusão à sexta ‘orelhuda’ conquistada pelo Liverpool. A música original pertence às Salt-N-Pepa, banda feminina que se notabilizou na década de 90.«Normalmente estou meio bêbedo 20 minutos depois do jogo, hoje estou a água»Jurgen Klopp quebrou o enguiço com as finais desde 2012, com a conquista da Liga dos Campeões, depois de vitória por 2-0 na final frente ao Tottenham. O técnico não escondeu a felicidade e deu os parabéns à equipa.
«Estou mesmo feliz pelos rapazes, por estas pessoas e pela minha família. Eles sofreram por mim, merecem mais que qualquer outra pessoa. Alguma vez viram uma equipa assim, a lutar sem combustível no tanque? E temos um guarda-redes que faz coisas complicadas parecerem fáceis», atirou, antes de referir que é «a melhor noite nas nossas vidas profissionais».

O técnico acabou por confessar que noutras circunstâncias estaria embriagado, mas nesta noite em específico só tocou em água. «Normalmente 20 minutos depois do jogo estou meio bêbedo, hoje só ainda bebi água», atirou entre risos o técnico alemão.Perdido para o Manchester City o título na Premier League, Alisson, guarda-redes do Liverpool, valorizou a conquista da Liga dos Campeões.«É difícil descrever tudo o que aconteceu este ano. Esta equipa merecia encerrar esta temporada com um título e conseguimos conquistar este. Deus é bom de mais! É uma temporada para contra aos filhos e netos porque o que fizemos hoje em campo foi sensacional», disse o guardião brasileiro à Eleven Sports.Foi um belo futebol.

Notabanca; 01.05.2019

Marco histórico”: Acordo de livre comércio entra em vigor

Entra esta quinta-feira em vigor o Acordo de Livre Comércio Continental Africano (AfCFTA), que já foi ratificado por 24 países. É o primeiro passo para criar a maior zona de livre comércio do mundo. Mas há obstáculos.

Fronteira entre Uganda e Ruanda

O Acordo de Livre Comércio do continente africano (AfCFTA) entra em vigor esta quinta-feira, 30 de maio. O acordo foi ratificado até agora por 24 países (embora inclua 52 dos 55 Estados-membros da União Africana) e, numa primeira fase, levará à eliminação das tarifas sobre 90% dos produtos. O objetivo da UA é criar a maior zona de livre comércio deste género no mundo, com um mercado orçado em 2,5 biliões de dólares.

É um “marco histórico!”, escreveu Albert Muchanga, comissário para o Comércio e Indústria da Comissão da UA, na rede social Twitter. “Celebramos o triunfo de um compromisso arrojado, pragmático e continental para a integração económica”.

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Amb. Albert Muchanga@AmbMuchanga Historic milestone! #AfCFTA Agreement has today come into force. We celebrate the triumph of bold, pragmatic & continent-wide commitment 2 economic integration. We launch market on 7 July, 2019 & begin the journey of transformation 2 secure inclusive prosperity. @_AfricanUnion45911:47 PM – May 29, 2019
O acordo será lançado a 7 de julho durante a cimeira da UA em Niamey, no Níger. De fora ficam o Benim, a Eritreia e a Nigéria, que decidiram não aderir. A Nigéria, uma das mais poderosas economias africanas e o país mais populoso do continente, pediu mais tempo para analisar as implicações da iniciativa.

Obstáculos

O economista Yves Ekue Amaizo acredita que “os nigerianos não querem este acordo porque permitirá a entrada de produtos mais baratos na Nigéria e, para os cidadãos desse país, isso poderá promover o desemprego”. O analista refere ainda que as grandes indústrias nigerianas estão a produzir o primeiro veículo 4×4, portanto não querem uma “invasão” de carros importados – muitas vezes com mais potência e mais baratos.

Falta de infraestruturas é um desafio para a zona de livre comércio

Yves Ekue Amaizo acredita que a ambição de “reduzir os custos de transação para melhorar o comércio” é louvável. A zona visa fortalecer os fragmentados mercados africanos e a presença, a uma só voz, na cena internacional, nas negociações com outros blocos, permitirá impulsionar o desenvolvimento de um continente com cerca de 1,2 mil milhões de habitantes.

No entanto, muitos pré-requisitos que podem comprometer a zona foram negligenciados, como a falta de infraestruturas – por exemplo, para o transporte de mercadorias.

União faz a força

Christoph Kannengiesser, diretor-executivo da Afrika-Verein, a associação das empresas alemãs com negócios em África, sublinha, porém, que o facto de quase todos os Estados-membros da UA terem assinado o acordo e, portanto, terem manifestado o seu interesse no comércio livre, é um “sinal positivo”.

Os países “entendem que têm de se unir para aproveitar o enorme potencial do continente. Se puderem agir e negociar em conjunto, acho que será um sucesso”, refere.

No entanto, Kannengiesser alerta que não se pode apressar as coisas. Afinal, o mercado único europeu também não foi criado da noite para o dia – além de que há outros acordos de comércio como o NAFTA ou o TTIP que continuam envoltos em controvérsia, pois há uma tendência para haver vencedores e vencidos no processo.

“Isso pode gerar conflitos de distribuição e conduzir a tentativas de preservar demasiado os interesses nacionais”, diz.

O AfCFTA insere-se no quadro de um processo que, até 2028, prevê a constituição de um mercado comum e de uma união económica e monetária emÁfrica, razão pela qual também está em curso a criação do passaporte único africano.
DW

Motoristas pedem reabilitação das vias urbanas dos Bairros de Quelélé e Cuntum Madina


Bissau, 31 mai 19 (ANG) – Os motoristas de transporte urbano toca-toca, pedem ao governo a proceder mais rápido possível a reabilitação da estrada que liga os bairros de Cuntum Madina e Quelélé ao centro de cidade para facilitar a circulação das viaturas devido ao estado avançado de degradação que as mesmas apresentam.

Ouvidos hoje pela Agência de Noticias da Guiné (ANG), os motoristas dos transportes urbanos conhecido por toco-toca do bairro de Quelélé, Francisco Mendes, Amado Câmara e Aliu Turé partilharam a mesma opinião pedindo a reabilitação da estrada daquele Bairro que no momento está em más condições e que podem agravar-se com época da chuva.
Amado Câmara revelou que perspectiva fazer a manutenção da sua viatura para poder circular nesta via durante a época chuva por causa da má condição da estrada.
 “Há anos que somos ouvidos pelos jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social sobre a má condição da estrada de Quelelé, mas os nossos apelos nunca foram atendidos da parte dos nossos governantes”, lamentou o motorista Aliu Turé.
Enquanto isso, Ansumane Baio relacionou a má condição da referida estrada como dores que motoristas suportam diariamente, por isso solicitou o executivo a melhorar a via sobretudo na zona de rotunda de Paulo Barros até a Sobrade que segundo ele apresentam um estado de degradação muito avançado.
Em relação a via da Cuntum Madina, segundo os motoristas, Malam Djassi, Paulo Mendes, Braima Candé e Estevão Mango que pertencem as linhas de Aeroporto e de Antula que agora assegura o transporte de moradores do referido bairro, afirmam que apesar da sua requalificação durante a campanha para as eleições é preciso que seja de novo melhorado.
Malam Djassi da linha do Aeroporto/Safim pediu ao governo no sentido de alcatroar a via em causa caso contrário corre o risco de ficar sem meios de transporte.
Paulo Mendes e Estevão Mango foram unânimes em dizer que a estrada necessita de ser reabilitada, por isso que pagam o Fundo Rodoviário.ANG/LPG/ÂC

Líder do PAIGC faz ultimato ao presidente da República até 23 de Junho


Bissau,31 Mai 19(ANG) – O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) avisou esta quinta-feira o Presidente guineense que perde a legitimidade do cargo se, até 23 de junho, não nomear o governo e marcar de eleições presidenciais.

“Chegado a 23 de junho [data final do mandato presidencial] sem que o Presidente da República por vontade própria, não é por ter estado impedido de o fazer, tenha nomeado o primeiro-ministro, não tenha eventualmente fixado as eleições presidenciais e não tenha permitido o desbloqueamento e funcionamento das instituições políticas, a leitura política que faço é que o Presidente da República perde qualquer capacidade de continuar a ser Presidente da República e primeiro magistrado”, disse Domingos Simões Pereira, em entrevista à Lusa, salientando que a legitimidade passa a ser da Assembleia Nacional Popular, a cuja mesa o PAIGC preside.

O chefe de Estado da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, termina o seu mandato a 23 de junho, mas quase três meses depois das eleições legislativas, realizadas a 10 de março, ainda não indigitou o primeiro-ministro, que vai permitir a formação do governo, alegando querer ver resolvido o impasse que existe entre políticos para a eleição da mesa da Assembleia Nacional Popular.

“O Presidente da República já está a violentar este país, já está a abusar deste país, já está a obrigar ao conflito entre guineenses, não é quem o chama à razão que está a provocar a violência, nós estamos a tentar evitar a violência, quem está a querer provocar a violência e o uso de outros mecanismos é o senhor Presidente da República. Ainda tem semanas para evitar isso e é esse apelo que eu lhe faço que evite colocar a Nação guineense, os cidadãos guineenses, numa situação que ninguém pretende”, afirmou, em entrevista à Lusa, Domingos Simões Pereira.

“Nós estamos a semanas do dia 23 é inaceitável que o Presidente da República nos obrigue a uma situação de bloqueio para agora dizer que quem exigir o seu afastamento está a incitar à violência”, disse Simões Pereira.

Questionado sobre o que se vai passar a partir de 23 de junho, quando o Presidente terminar o seu mandato, o presidente do PAIGC disse que a questão “jurídica e legal” é para os peritos.

“Este é o meu entendimento, mas terei que submeter o meu entendimento à clarificação que o Supremo Tribunal de Justiça fará nessa situação”, disse.

Para Domingos Simões Pereira, é preciso chamar o Presidente “à razão”, porque “em democracia as regras existem, as instituições existem, para que se façam uso dos vários mecanismos e evitar estes bloqueios”.

Questionado sobre o que quis dizer no sábado, durante uma manifestação a exigir a nomeação do primeiro-ministro e marcação das presidenciais, com “última exigência pacífica”, Domingos Simões Pereira disse que o PAIGC não vai recorrer à violência, ao golpe de Estado e ao assalto ao palácio (Palácio da Presidência) para recuperar o poder.

“Estávamos num comício, estávamos a animar aquilo que é toda a mobilização popular, eu afirmei isso, afirmei a necessidade de os militares abrirem alas para que o povo possa afirmar a sua vontade, porque há aqui uma atitude de desafio ao povo. Quando o Presidente da República não reconhece o resultado das eleições, está a desafiar o povo na sua deliberação soberana”, disse.

Domingos Simões Pereira explicou também que entende que as forças armadas como defensoras da soberania “não devem ser um obstáculo a que o povo possa recuperar um direito que lhe está reservado pela própria Constituição”.

“Nós queríamos alertar para os riscos que estão associados para o atual quadro político, mas em nenhum momento isso foi um apelo à violência. Nós dissemos isso sim e assumimos que iríamos alterar o formato da nossa reivindicação, mas utilizando exclusivamente e sempre os métodos democráticos que estão reservados na nossa Constituição. Nunca fazendo uso de outros mecanismos”, insistiu.

O presidente do PAIGC disse também que os guineenses não têm o direito de desistir da própria vida e que sabem o que está bem e o que está mal e o que está a provocar o mal.

“Mas é preciso dizer que o bem não acontece por si só, é preciso lutar, é preciso sermos capazes de defender aquilo que está bem e combater aquilo que está mal. Ninguém tem o direito de querer manter-nos nesta situação e isso é um desafio que convoca não só os guineenses que estão na Guiné, mas os guineenses que estão na diáspora”, salientou. ANG/Lusa

PANU DI PINTI” DA GUINÉ-BISSAU A HERANÇA TÊXTIL QUE ESPELHA RIQUEZA HISTÓRICA DO PAÍS

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AGuiné-Bissau conseguiu a proeza de guardar em tecido parte da sua herança cultural: no panu di pinti (pano de pente, em português). Diariamente, pode gabar-se de vestir cultura e de a comercializar junto daqueles que visitam as suas artérias. A personificação do seu berço é obtida nas cores que o tingem. São estas que, aliadas aos padrões camaleónicos, conseguem interpretar segmentos de um património inestimável.
Apesar da sua origem situar-se na etnia manjaca (povo manjaku) — que vive maioritariamente na região costeira de Cacheu, plantada no norte de Bissau —, a fama do pano de pente foi-se espalhando por quase todo o território. Nos dias que correm, é muito comum verem-se mercados tradicionais guineenses pintados com as suas tonalidades, conquistando a atenção de cada turista que o vislumbre. 

Outrora era usado exclusivamente em roupas e cerimónias tradicionais. Os seus modelos e pigmentações variavam consoante as ocasiões, alargando-o até às comemorações matrimoniais,rituais de iniciação e funerais. Considerado sinónimo de riqueza para os manjakus, o pano de pente passou a ser celebrado, também, como ícone de moda, ocupando um lugar cativo nas mais diversas coleções e passerelles — africanas e europeias. 
A sua utilização transgrediu as fronteiras estilísticas. Hoje em dia, com a ajuda da Organização Não Governamental (ONG) Artissal, que atua nos domínios do desenvolvimento do Comércio Solidário e Justo guineense, é exportado. Além disso, graças a esta ONG, a história da tecelagem guineense tem sido perpetuada num atelier tradicional com produção própria, que incentiva e dinamiza a economia local.

 A arte de tecer o pano de pente

O processo de obtenção dos vários metros de pano de pente é (todo) manual. Chega a ser considerado um trabalho moroso, colecionando já diversas gerações de tecelões — conhecidos nacionalmente como ficiais. Com a ajuda de um tear (ou pente, como os guineenses o denominam), todo o corpo se dedica a aperfeiçoar a técnica exigente de entrelaçar fios. Numa coordenação motora exímia, fazendo uso dos membros bem treinados — das mãos e dos pés —, os motivos coloridos são criados.Atualmente , e embora seja uma tradição manjaka, são os homens da etnia papel que continuam a tecer os panos de pente. Aprenderam tudo com os seus pais, transmitindo o legado para os seus filhos e assim continuamente.
Ainda que os métodos de aprendizagem sejam os mesmos de há largos anos, estes tecelões acreditam que desempenham uma atividade sagrada. Defendem convictamente que os espíritos divinos são os responsáveis pela passagem do testemunho. Estes, ao apoderarem-se das suas cabeças, conseguem ajudá-los a desempenharem a tarefa prodigiosa e demorada — para um painel de pano com cerca de 12 metros, é necessário um dia de dedicação e mestria laborais.Assim como a tecelagem, a utilização destes panos continua a ser prestigiosa. É símbolo de estatuto social e, por este motivo, as oferendas de panos de pente são consideradas uma honra. Além disso, são peças de grande estima e dispendiosas, devido à sua principal matéria-prima: o algodão — maioritariamente importado.Segundo Mariana Ferreira, etnóloga e fundadora da ONG Artissal, durante o século XII, devido à sua qualidade e à riqueza dos seus padrões, o pano de pente chegou a ser uma moeda comercial africana. Angariou doses astronómicas de fama e foi alvo de admiração, ficando apenas reservado à classe nobre.

Os padrões que lhe conferem a singular estampa são muito mais do que simples detalhes de ornamentação. Estes, para quem os sabe interpretar, transmitem ensinamentos, provérbios,tradições, relembrando algumas das memórias do país. Enquanto os fios vão sendo entrelaçados, os ficiais vão produzindo estórias — e sempre de forma coordenada. Há espaço para narrativas sobre o significado da pátria; para os dizeres populares; para a confissão de sentimentos, como a angústia, o luto, a felicidade ou o amor; e, ainda, para uma ode à “mãe natureza”.A simbologia do pano de penteDe uma forma geral, cada peça tecida é encarada como uma obra de arte, capaz de expressar a identidade cultural do povo guineense. Segundo a etnóloga Mariana Ferreira, que recentemente memorizou em livro a simbologia e o misticismo do pano de pente, os guineenses, independentemente da etnia, nutrem um profundo respeito por este adereço histórico. “Não é um vulgar pedaço de tecido; (…) é um vetor e testemunho de cada etapa de vida (…). Para os que partem, é a riqueza além da vida; para os que ficam, a lembrança; sinal de presença e de proximidade. (…) É um excelente meio de comunicação e um código, através do qual se ensina e se aprende”, explicou.Os mestres ficiais, que podem ser encarados como verdadeiros domadores de teares, através de paus (os lliços) — que os ajudam a “arquitetar” a obra — vão criando figuras geométricas, rostos e contornos. Cada um dos panos que produzem mantém uma designação que resistiu ao tempo e à informalidade da oralidade.Segundo Mariana Ferreira, os “panus di pinti” com abelhas são conhecidos como os panos “Baguêra”; os que possuem olhos de vaca são denomindos “Udju di baka”; os que espelham imagens de árvores de grande porte (as poilão) — consideradas elementos sagrados na Guiné-Bissau — foram batizados de “Polôn”; e os que imprimem o alfabeto são conhecidos como os “panus-letra”.Embora o pano de pente seja uma figura assídua e recorrente nos mercados de Bissau, continua a ter um papel crucial na celebração de datas festivas ou em rituais. Por vezes, é apenas utilizado em marcos pontuais, devido à sua inestimável preciosidade.
De acordo com as investigações etnográficas, em determinadas etnias, nas cerimónias de casamento — nas oficiais e nas tradicionais — é dado de presente, como símbolo de prosperidade e proteção. Nas festividades fúnebres, antes do enterro, é colocado junto do corpo do defunto — também pode servir de mortalha (“mortadja”). O prestígio e riqueza passam a ser medidos consoante o número de panos dispostos. Além destas, também é, por exemplo, exibido em festejos de nascimento (de um filho ou neto).

Na Guiné-Bissau, quantos mais panos de pente encherem uma mala, melhor. Necessitam de ser preservados e amealhados durante toda uma vida — missão que é, também, perseguida pelas gerações vindouras. São comprados, dobrados e guardados religiosamente, naquela que, por vezes, pode ser a única peça de mobília de um quarto: uma espécie de cofre-forte. Depois de serem usados como segunda pele de muitos, somente em ocasiões específicas, voltam a ser acomodados em quatro paredes e depositados num lugar seguro.No fundo, o panu di pinti é percecionado como um tesouro merecedor do seu próprio baú; da sua casa-museu: “lugar destinado ao estudo das artes; onde se reúnem curiosidades de qualquer espécie ou exemplares artísticos; de especial interesse devido ao seu valor artístico, patrimonial ou histórico” (definição que consta no Dicionário de Língua Portuguesa Priberam).Somos uma entidade sem fins lucrativos que acredita no jornalismo independente. Se esse conteúdo acrescentou algo de relevante ao seu dia, considere apoiar-nos com uma pequena doação. É seguro e leva menos de um minuto.Notabanca; 01.05.2019

CÂMARA DE COMÉRCIO DA GUINÉ-BISSAU QUER NOVO GOVERNO PARA EVITAR MOMENTOS INDESEJÁVEIS A CLASSE EMPRESARIAL

O presidente da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau exigiu o presidente da República a nomeação imediata do novo governo, “pois o pretexto de não nomeação é uma falsa justificação sem fundamento político e muito menos jurídico”.

António Nunes que falava num encontro com a imprensa esta sexta-feira (32 de maio) diz também que esta exigência é para evitar a classe empresarial a voltar a viver momentos indesejáveis.

“ A Câmara do Comércio exige José Mário Vaz a nomeação imediata do governo, pois, o pretexto de não nomear o governo até a data presente, é uma falsa justificação, sem fundamento político e muito menos jurídico”, diz para depois justificar que “ esta exigência é para evitar a classe empresarial e o sector privado em geral a não voltar a viver momentos indesejáveis quanto frágil que devia ser o motor para o desenvolvimento do país”, referiu.

Por outro lado, sublinhou que o ambiente de negócios e a saúde da economia no momento em que o país se encontra, não é saudável para o sector privado guineense “ o mesmo foi confirmado pela missão do fundo monetário internacional, com agravantes de está a decorrer num período muito importante para a economia da Guiné-Bissau, que é a exportação da castanha de caju”.

Entretanto, revelou que a produção de caju baixa a cada ano e daqui há á 6 anos não haverá caju.

“ No ano 2016, o país exportou 193 mil toneladas de castanha de caju, 2017, 163 mil toneladas, perdendo 26 mil toneladas. Em 2018, com previsão de 200 mil toneladas a exportar, só se conseguiu 147 mil toneladas. Portanto, este ano, se se conseguir exportar 130 mil toneladas, podemos considerar de positivo porque nenhum trabalho está a ser feito no sector de caju e se continuar assim, daqui a 6 anos não haverá castanha de caju”, aconselhou o empresário.

Por: Nautaran Marcos Có

radiosolmansi.net

MINISTRO DA ENERGIA GARANTE QUE ESTADO GUINEENSE VAI PAGAR QUOTAS DO PROJETO DA BACIA RIO GÂMBIA

28/05/2019 / OdemocrataGB / No comments

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O ministro da Energia da Guiné-Bissau, Serifo Embaló, garantiu esta terça-feira, 28 de maio, que o Governo guineense vai efetuar o pagamento das quotas em atraso à Organização de Valorização da Bacia do Rio Gâmbia, responsável pela interconexão elétrica entre quatro países.

“O projeto já tem financiamento, mas a Guiné-Bissau tem de cumprir com as suas obrigações, sobretudo o pagamento das quotas, que é obrigação de todos os países”, afirmou o ministro da Energia.

Serifo Embalo falava aos jornalistas, em Bissau, depois de um encontro com o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, no qual participou também o Alto-comissário para a Organização para a Valorização da Bacia do Rio Gâmbia (OMGV), Elhadji Lansana Fofana, que se encontra de visita ao país.

“É o que estamos a trabalhar com o Governo. O primeiro-ministro já se comprometeu para resolver o problema no prazo mais curto para continuarmos a trabalhar. A Guiné-Bissau tem o seu compromisso com a OMVG e vai cumpri-lo com certeza”, salientou ao ministro.

Nas declarações aos jornalistas, Elhadji Lansana Fofana disse que veio informar José Mário Vaz sobre a evolução dos trabalhos na linha de interconexão.

“Em relação ao projeto de energia o Presidente garantiu que vai tomar as diligências necessárias em relação ao Governo para que a Guiné-Bissau possa cabalmente cumprir com todos os compromissos financeiros que condicionam a execução do projeto”, disse.

O projeto da OMGV vai permitir transportar energia elétrica produzida na barragem de Kaleta, na Guiné-Conacri, para a Guiné-Bissau, numa rede de interconexão de 218 quilómetros.

A linha de interconexão, que deverá estar pronta dentro de 24 meses, passará pelas localidades de Saltinho (sul) Banbadinca (leste), Mansoa (centro/norte) até chegar a Bissau, servindo todo país.

O projeto junta Guiné-Bissau, Senegal, Guiné-Conacri e Gâmbia. O projeto, que no total terá uma linha de interconexão de 1.677 quilómetros, atravessando os quatro países, está orçado em 1,2 mil milhões de euros.

Texto: lusa

QUATRO SUSPEITOS DETIDOS APÓS RAPTO DE FILHO DE DIPLOMATA GUINEENSE EM LISBOA

PJ detém grupo que raptou filho de alto funcionário da Guiné-BissauEmpresário foi mantido em cativeiro durante três dias após ter sido capturado na Amadora.A Polícia Judiciária deteve na manhã desta terça-feira quatro pessoas – três homens e uma mulher com idades compreendidas entre os 40 e os 49 anos – envolvidas no rapto de um empresário, filho de um diplomata da Guiné, em Lisboa. Os suspeitos estavam a monte desde a altura do rapto.
A vítima foi raptada na Amadora e mantida em cativeiro durante três dias, amarrado, numa casa na Margem Sul, segundo apurou o Correio da Manhã. 
Em comunicado, a PJ refere que a “vítima foi raptada na via pública com contornos de grande violência, tendo sido mantida em cativeiro durante três dias, onde foi submetida a constantes ameaças e agressões de modo a coagirem os seus familiares ao pagamento de resgate.”
“Após ter sido manietado no concelho da Amadora, foi transportado para uma residência sita no concelho da Moita, onde se manteve em cativeiro até ao dia da sua libertação”, acrescenta-se.
O empresário foi resgatado em janeiro e encaminhado para uma unidade de saúde. Segundo o CM apurou, o filho do diplomata permaneceu em Portugal após o rapto.
Os suspeitos detidos são dois guineenses, um cabo-verdiano e um português. Serão presentes a primeiro interrogatório judicial para a aplicação da medida de coação no Tribunal de Instrução Criminal do Barreiro.
Conosaba/cmjornal.pt