Brasil apoia governo de Aristides Gomes

O Governo brasileiro acompanha os desdobramentos políticos recentes na Guiné-Bissau, país com o qual mantém históricos e tradicionais vínculos e importantes projetos de cooperação, na expectativa de que todos os seus atores políticos contribuam para a realização das eleições em 24 de novembro, essenciais para a consolidação da paz e da estabilidade daquele país.

O Brasil expressa seu apoio ao Governo da Guiné-Bissau, chefiado pelo Primeiro-Ministro Aristides Gomes, e reitera sua intenção de cooperar, bilateralmente e em conjunto com parceiros internacionais, como a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), para a consolidação da sua democracia e do seu desenvolvimento

http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/21053-situacao-politica-na-guine-bissau

Campanha eleitoral/DSP

“Actual momento político facilita acção do PAIGC ” diz Domingos Simões Pereira
Bissau, 04 Nov 19 (ANG)-

O candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) à eleições presidenciais, Domingos Simões Pereira,disse que o  actual momento  político facilita a acção

do seu partido, porque é herdeiro dum pensamento político, pensamento de Amílcar Cabral.

Simões Pereira que falava  domingo num  comício  de campanha eleitoral para as eleições presidenciais disse que, quem quer herdar Amílcar Cabral tem que falar só numa coisa, aquilo que Cabral ensinou: unidade nacional, unidade de todos as cores, religiões, da raça e de todas as diferenças que existem na Guiné-Bissau, porque isso é que “faz as pessoas serem guineenses”.
“Cabral dizia que para lutar temos que unir, mas quando estamos unidos temos que ter desafios e ser capazes de saber quais são os desafios que vamos  enfrentar, não é enfrentar um desafio onde uns vão juntar para serem melhor que outro”, disse Simões Pereira.
Para o candidato dos Libertadores, uma das primeiras responsabilidades que um presidente deve assumir é a capacidade de saber inclinar perante  aqueles que deram a liberdade e sacrificaram suas juventudes para hoje os guineenses terem um nome, uma bandeira e uma nacionalidade.
O segundo elemento  mais importante que deve ocupar agenda dum presidente da república é combater a desigualdade: “um país não pode ir para frente quando existe um grupo que tem oportunidades e outros que se sentem marginalizados”.
“Quem governa é governo, quem legisla é assembleia, quem faz a justiça é o supremo tribunal  e os tribunais sectoriais,  mas o Presidente da República tem que prestar atenção, caso um grupo está sendo marginalizado, porque todos são filhos da Guiné-Bissau e têm os mesmos direitos e oportunidades”,afirmou.

Domingos Simões Pereira disse que hoje  tem que se reconhecer que a sociedade guineense é muito desigual, onde as oportunidades não chegam para todos da mesma forma e que o presidente da república tem que ter ousadia de dizer que as crianças antes de atingirem 6 anos de idade precisam da protecção.
Para Simões Pereira deve existir leis e o presidente da república tem que ter a  coragem de falar com a Assembleia Nacional Popular para criar uma legislação que protege as crianças antes de atingirem seis  anos de idade, “porque quando um criança morre nas mãos da mãe, não pode ser considerado só problema dos seus pais, mas sim da sociedade”.
Para o candidato apoiado pelo PAIGC, a  sociedade guineense continua a ser muito desigual porque as mulheres não têm as mesmo oportunidades que os homens. 


ANG/MI/LPG//SG

Figura da semana: GUINEENSE NYNA KOXTA ELEITA MISS DAS AMÉRICAS BELEZA NEGRA

04/11/2019 / OdemocrataGB / No comments

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[SEMANA 44_2019] A estilista e ecologista guineense radicada no Brasil, Saturnina da Costa (Nyna Koxta), foi eleita Miss das Américas Beleza Negra Goiás Plus Size’ no concurso ‘Miss e Mister das Américas’ 2019, cujo vencedor representará o Brasil num evento internacional. A distinção ocorreu  no concurso regional que, no próximo ano, poderá ser alargado a nível nacional, onde a Nyna representará o estado de Goiás e a Guiné-Bissau, 

Em declarações a O Democrata, Saturnina da Costa revelou que a organização do evento pretende que todas as futuras vencedoras na categoria ‘Miss das Américas Beleza Negra Goiás Plus Size’ usem o lenço (turban), como forma de representar a beleza negra. “É muito gratificante para mim poder representar não só o Estado de Goiás, mas também  a Guiné-Bissau, o que é motivo de orgulho para mim”, acrescentou a proprietária da marca Nyna Koxta, com a qual estampa as suas peças de vestuário. 

BIOGRAFIA

Saturnina da Costa nasceu no dia 08 de fevereiro de 1989 em Bissau. Começou o seu percurso escolar no Jardim ‘Nhima Sanhá’ de Bairro D’Ajuda. Estudou 7ª classe na Escola ‘São Francisco Xavier’. Anos depois ingressou no Liceu ‘João XXIII’ e terminou os estudos liceais na Escola ‘Areolino da Cruz’. Ficou em terceiro lugar na categoria Botânica com o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e segundo lugar com o mesmo trabalho numa distinção da Sociedade Brasileira da Progressão da Ciência (SBTPC).

Foi apresentadora do programa infantil ‘Brincar na TGB’ na Televisão da Guiné-Bissau (TGB), na altura trabalhava também no Ministério do Ambiente. Foi presidente do conselho fiscal do Fórum Nacional da Juventude e teve uma passagem pela empresa de telecomunicações Orange Bissau. 

Nyna pretende no futuro criar um Instituto Nyna Koxta, para melhor mobilizar fundos e alargar as suas ações sociais no Brasil e na Guiné-Bissau. Formada em Ecologia e Analise Ambiental no Brasil, onde igualmente fez os cursos de Empreendedorismo Social, Empreendedorismo de Negócios e de Modelagem, Corte e Costura, atualmente está a fazer especialização em Educação Especial e Inclusiva com Ênfase em Surdez e Libra. Representou a Guiné-Bissau na equipa de voluntários na organização do Mundial’2014 em Brasília e nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos’ 2016 em Rio de Janeiro.

Por: Sene Camará

CEDEAO ameaça com sanções a quem perturbar o processo eleitoral

A Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) ameaçou hoje aplicar sanções aos políticos guineenses que perturbarem as eleições presidenciais no próximo dia 24 e encorajaram o primeiro-ministro, Aristides Gomes, a continuar a organização do escrutínio.

Em comunicado de fim de uma missão ministerial, a organização oeste-africana voltou a frisar o seu apoio e reconhecimento a Aristides Gomes como primeiro-ministro da Guiné-Bissau, cujo Governo, realçou, teve o programa aprovado no parlamento do país.

“A missão reafirma o seu apoio pleno ao primeiro-ministro, Aristides Gomes, que viu o seu programa do Governo aprovado na Assembleia Nacional Popular a 15 de outubro, confirmando assim a confiança e o apoio do parlamento ao Governo”, disse o presidente da comissão da CEDEAO, Jean Kassi Brou, ao ler o comunicado final da missão.

A missão ainda reiterou o “caráter ilegal” do decreto do Presidente guineense, José Mário Vaz, pronunciado no dia 29 de outubro, no qual demitiu o Governo de Aristides Gomes, nomeando no dia seguinte Faustino Imbali como novo primeiro-ministro.

A missão ministerial da CEDEAO salientou novamente que a organização poderá impor sanções individuais a quem tentar perturbar as eleições do próximo dia 24.

A organização encoraja o Governo de Aristides Gomes a intensificar a luta contra o tráfico de droga, que “continua a ser uma ameaça para a segurança e estabilidade da Guiné-Bissau e toda a sub-região”.

No comunicado, a CEDEAO felicita o início da campanha eleitoral, no sábado, e apela aos 12 candidatos para “competirem dentro de um espírito positivo, sem violência”, confirmando a sua decisão de enviar 70 observadores eleitorais, com o objetivo de contribuir para o “reforço da transparência e credibilidade” do processo.

O comité ministerial felicita também os apoios da União Africana, União Europeia, Organização das Nações Unidas (ONU), Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e de Angola, Portugal, Espanha e Estados Unidos face à “posição da CEDEAO em relação ao Governo legítimo da Guiné-Bissau”.

A missão da CEDEAO felicitou ainda o “profissionalismo” da Ecomib – força de interposição desta organização, na Guiné-Bissau desde um golpe de Estado militar em 2012 – e a “neutralidade” demonstrada pelas Forças Armadas da Guiné-Bissau.

A missão antecede uma cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de Governo da organização, que vai decorrer sexta-feira no Níger para tratar especificamente da crise política na Guiné-Bissau.

Lusa

OPINIÃO: A Guiné-Bissau e o enterro político de José Mário Vaz

FONTE: Novafrica

A três semanas e meia das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, previstas para terem lugar no dia 24, o Presidente cessante e um dos candidatos ao pleito eleitoral, José Mário Vaz, acaba de protagonizar o que pode ser considerado como o seu enterro político.

Mesmo sabendo das limitações de poder que detém, enquanto Presidente cessante, José Mário Vaz, num lance político arrojado demais para quem tem eleições às portas e é um dos principais concorrentes, entendeu avançar, segunda-feira, com um decreto de exoneração do Primeiro-Ministro Aristides Gomes e do seu Governo. Terça-feira, dava posse a Faustino Imbali como novo Primeiro-Ministro.

A Comunidade Económica de Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental não tardou a reagir e fê-lo sem dar hipóteses de segundas interpretações, ao considerar ilegal a demissão de Aristides Gomes. A tomada de posição da CEDEAO foi crucial, tendo em conta o papel que esta organização regional tem desempenhado na gestão e acompanhamento da crise política na Guiné-Bissau, que se instalou poucos meses depois das eleições de 2014, com o Presidente José Mário Vaz a desentender-se e a demitir o Governo de Domingos Simões Pereira. De lá para cá, o país andou praticamente sob tensão.

Ao longo destes anos, a CEDEAO organizou vários encontros, no sentido de promover consensos entre os actores políticos guineenses, de modo a viabilizar a normalidade institucional e uma governação com estabilidade.

Porém, postos no terreno, surgiram sempre interpretações diferentes em relação aos acordos alcançados e, quando a expectativa era a de que os desenvolvimentos iriam seguir o espírito e a letra do que tinha sido rematado como corolário das conversas realizadas, eis que um novo dado, um novo elemento é colocado em cena para atrapalhar tudo.

A grande figura controversa em todo este processo acabou por ser sempre o Presidente José Mário Vaz, de quem se esperava, precisamente, que fosse o promotor e garante da estabilidade.

A sua conduta na contramão dos consensos obtidos, de engajamento nos bastidores para subverter os acordos, levou a comunidade internacional a identificá-lo como o principal factor de instabilidade para a governação do país.

José Mário Vaz fez das desinteligências com Domingos Simões Pereira uma questão pessoal e, ao envolver-se nas disputas políticas para prejudicar o líder do PAIGC e essa formação, desvirtuou o papel que a instituição Presidente da República deve jogar como esfera de poder que tem por missão impulsionar o funcionamento harmonioso de todas as demais estruturas governativas.

Tão obcecado estava o Presidente, que não avaliou as possíveis consequências da decisão de demitir o Governo do Primeiro-Ministro Aristides Gomes. A CEDEAO chumbou a medida e advertiu para a possibilidade de aplicar sanções a todos quantos tentarem prejudicar a realização das eleições presidenciais, marcadas para o dia 24.

Acto contínuo, reforçou, através da Ecomib (força de interposição que tem instalada desde Abril de 2012 no país), a segurança e protecção das instituições públicas e dos titulares de cargos do Governo de Aristides Gomes.

Na sequência, o Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, manifestaram apoio total à posição tomada pela CEDEAO. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) juntou a sua voz às manifestações de indignação e reprovação que ecoaram pelo mundo fora.

O que se pode dizer, à guisa de conclusão, é que, em vésperas de início da campanha para as eleições presidenciais, que arranca este sábado, o candidato José Mário Vaz parte numa posição de extrema fragilidade, pois encontra-se isolado da comunidade internacional.

Na cerimónia de tomada de posse de Faustino Imbali, terça-feira, o corpo diplomático acreditado na Guiné-Bissau não se fez presente. As Forças de Defesa e Segurança, representadas por razões meramente protocolares, trataram de sublinhar que estão de fora na crise política.

A garantia, dada à imprensa pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general Bangué Nam Tam, no final de uma reunião realizada quarta-feira, entre as Chefias Militares e Para-Militares para analisar a segurança no país, era o esclarecimento público que vários sectores guineenses estavam à espera para encarar com tranquilidade o dia-a-dia. No rescaldo dos eventos, olham para o acto do Presidente cessante como um “golpe teatral” mal conseguido.

O resultado é que, com isso, José Mário Vaz acaba, irremediavelmente, de sentenciar a sua derrota antecipada.

Embora não vote, a comunidade internacional não está disposta a continuar a vê-lo como Presidente da Guiné-Bissau. E isso, apesar de aparentemente não contar muito na hora do voto, tem, entretanto, a sua dose de influência em relação à orientação do eleitor.

Depois destes anos todos de turbulência, acreditamos que os guineenses querem sair do estado de “torpor político” em que caíram. E não será, certamente, com José Mário Vaz que o vão conseguir. (Jornal de Angola)

PRESIDENTE CESSANTE JOSÉ MÁRIO VAZ MANTÉM DEMISSÃO DO GOVERNO APESAR DA LIMINAR DA CEDEAO

FONTE: ÁFRICA RÁDIO

O presidente da Guiné-Bissau, José Mario Vaz, disse na noite de domingo que seu governo estava sendo demitido por alguns momentos depois de uma declaração da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pedindo que ele relatasse a medida a três semanas da eleição presidencial de 24 de novembro.

Vaz, presidente cessante da Guiné-Bissau, eleito em 2014, continua a desafiar a comunidade internacional, mantendo o governo que ele formou na quinta-feira.

Em 28 de outubro, ele demitiu o primeiro-ministro Aristides Gomes e seu governo e nomeou Faustino Imbali, o novo chefe de governo, em 29 de outubro, com uma equipe de 17 ministros e 14 secretários de Estado.

Aristides Gomes, após sua demissão, denunciou “um golpe em preparação para interromper o processo de preparação das eleições presidenciais de 24 de novembro”.

Uma delegação da CEDEAO (15 estados), liderada pelo Ministro de Relações Exteriores da Níger, Kalla Ankourão, denunciou “a natureza ilegal do decreto que desmantela o governo (de um comício de campanha domingo em Pitche, 240 km a leste de Bissau.

“Sou o comandante em chefe das forças armadas e convocarei o Alto Conselho de Defesa, a mais alta autoridade militar do país, após meu retorno a Bissau”, disse ele, dando a entender que estava pronto para continuar.

Amarrado pela comunidade internacional, o Presidente Vaz também disse que conheceu apenas um membro da delegação da CEDEAO no domingo, a quem expressou sua recusa em denunciar a demissão sem revelar sua identidade.

“Meu governo é o único legítimo reconhecido pela comunidade internacional. Continuo com meu trabalho para organizar as eleições (a eleição presidencial) dentro do cronograma”, disse domingo à imprensa Aristides Gomes.

Os enviados da CEDEAO se encontraram no domingo com o presidente Vaz, diplomatas africanos, europeus e da ONU em Bissau, representantes de partidos representados na Assembléia e na Comissão Eleitoral, mas não encontraram o novo primeiro-ministro.

O Conselho de Segurança da ONU pediu na sexta-feira o respeito pela data das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, rejeitando a mudança de governo decidida por seu presidente.

A CEDEAO, a União Africana e a União Européia também já negou o Presidente Vaz. Este último garantiu que a eleição presidencial aconteceria em 24 de novembro, com uma possível segunda volta em 29 de dezembro.

A campanha eleitoral foi aberta no sábado e ocorrerá até 22 de novembro, com doze candidatos na disputa, incluindo o Sr. Vaz,

ENCONTRO : Juliano FERNANDES e Tulinabo MUSHINGI

O Embaixador dos EUA na Guiné-Bissau efectuou esta manhã uma visita ao Ministro do Interior Dr° Juliano FERNANDES.
O encontro decorreu no gabinete de trabalho do Ministro do Interior.

O diplomata Americano, informou na reunião que a razão da sua visita é para mostrar e deixar claro à todo o mundo que o Governo dos Estados Unidos da América reconhece e apoia unicamente o Governo de Aristides GOMES.

Os interlocutores passaram em revista vários assuntos, com destaque para o papel do Ministério do Interior na segurança de todo o processo de organização e realização das eleições presidênciais, assim como o foco do Governo dos EUA no acompanhemento pós eleitoral da evolução sócio politico da Guiné-Bissau.

A morte de um manifestante em circunstâncias ainda por esclarecer, foi abordado na reunião e o Ministro do Interior apresentou uma explicação detalhada do ocorrido e aproveitou para manifestar ao diplomata Americano a total abertura para que se crie uma comissão internacional de inquérito sob os auspícios da ONU.

Através do Embaixador MUSHINGI o Governo dos EUA fez saber que vai enviar 50 observadores para as eleições presidenciais.

POSITIVAMENTE

ministerio2019interiorgb@

Guiné-Bissau: “Queremos cumprir nossa missão”, diz Aristides Gomes

Após encontro com missão da CEDEAO, o primeiro-ministro guineense disse que prioridade é garantir a realização das eleições presidenciais a 24 de novembro. CNE garante que todas as condições logísticas estão reunidas.

Aristides Gomes, primeiro-ministro da Guiné-Bissau

Aristides Gomes, primeiro-ministro da Guiné-Bissau

O primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, demitido pelo Presidente José Mário Vaz, mas com o Governo reconhecido pela comunidade internacional, afirmou este domingo (03.11) que a Guiné-Bissau não vive uma crise política, uma vez que o relacionamento institucional continua.

“O mais importante para nós é cumprirmos a nossa missão, levarmos o barco até ao fim, até as eleições presidenciais”, declarou a jornalistas. “A nossa preocupação, o que orienta a nossa ação, é a ação nos limites da Constituição, portanto, na base da legitimidade que nós continuamos a ter, que vem das eleições e da aprovação do programa de Governo na Assembleia Nacional. Isso mostra que não há uma crise política. Quer dizer que o relacionamento institucional continua.”

Leia mais: Quem são os candidatos às presidenciais na Guiné-Bissau?

 Aristides Gomes und José Mário Vaz Guinea-Bissau

O Presidente guineense, José Mário Vaz, demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes a 31 de outubro

À saída de um encontro com membros de uma missão da Comunidade Económica de Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que chegou este sábado (02.11) a Bissau, Aristides Gomes afirmou que o “Governo continua a funcionar”.

O primeiro-ministro guineense sublinhou que o Presidente José Mário Vaz tem a sua função atual nos limites estabelecidos pela CEDEAO. “O que mantém o Presidente neste momento não é a Constituição. O que mantém o Presidente é a declaração, a arbitragem e o arranjo que foi feito em Abuja no mês de junho”, disse no Palácio de Governo.

Sobre a reunião com a CEDEAO, Aristides Gomes disse que o objetivo foi analisar “a situação que se criou com os decretos do Presidente”. “Sobretudo, sublinha-se, nós tratamos da necessidade de cumprir a nossa missão que é realizar as eleições a 24 de novembro”, disse.

Além de expressar satisfação com o início da campanha eleitoral, o primeiro-ministro felicitou os militares “por terem mantido até agora a distância necessária, por não terem feito uma erupção na vida política” do país.

Conselho de Segurança da ONU

O Conselho de Segurança das Nações Unidas discutir novamente a crise política na Guiné-Bissau esta segunda-feira (04.11). Reunidos na última quinta-feira (31.10), os 15 membros do Conselho assinaram uma declaração unânime em que sublinham a “necessidade urgente de realizar as eleições presidenciais de 24 de novembro, conforme acordado, a fim de concluir o ciclo eleitoral que permite uma transferência pacífica de poder ao Presidente eleito”.

Guinea-Bissau Delegation ECOWAS

Delegação da CEDEAO num encontro com José Mário Vaz em abril

Os membros do Conselho de Segurança reuniram-se pela primeira vez para discutir a tensão política na Guiné-Bissau no mesmo dia em que o Presidente guineense, José Mário Vaz, deu posse ao novo Governo do primeiro-ministro, Faustino Imbali, dias depois de ter destituído o Executivo liderado por Aristides Gomes.

A adoção da declaração do Conselho de Segurança foi resultado de uma reunião à porta fechada convocada a pedido dos três membros africanos deste órgão, nomeadamente a África do Sul, a Costa do Marfim e a Guiné Equatorial. No documento, o Conselho de Segurança manifesta “profunda preocupação com a situação política e social” na Guiné-Bissau e pede “ao Presidente José Mário Vaz e ao Governo liderado pelo primeiro-ministro Aristides Gomes, responsável por liderar o processo eleitoral, que resolvam as suas diferenças num espírito de respeito e de cooperação”.

“[O Conselho de Segurança] exorta os atores políticos da Guiné-Bissau a observarem a máxima contenção, a não recorrerem à violência ou ao incitamento ao ódio e a privilegiarem o diálogo como a única maneira de resolver diferenças e preservar a paz e a segurança no país”, lê-se no documento.

O órgão das Nações Unidas lembra ainda que pode decidir avançar com sanções contra os que desestabilizam o país, e aproveitou para elogiar “a estrita neutralidade” que as forças de segurança e o Exército têm tido até agora. Além da ONU e da CEDEAO, a União Africana, a União Europeia e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) já condenaram a decisão de José Mário Vaz de demitir o Governo liderado por Aristides Gomes e disseram que apenas reconhecem o Executivo saído das eleições legislativas de 10 de março.

CNE e as eleições

O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, José Pedro Sambu, também reuniu-se este domingo com membros da missão da CEDEAO para esclarecer como está a decorrer o processo eleitoral em curso. Ao fim do encontro, garantiu que as eleições estão asseguradas e a “andar muito bem”.

Jose Pedro Sambu

José Pedro Sambu, presidente da CNE: “Todas as condições estão reunidas para o processo eleitoral”

“Neste momento estão reunidas todas as condições logísticas e financeiras para que as eleições previstas para o dia 24 de novembro possam realizar-se”, afirmou José Pedro Sambu.

campanha eleitoral arrancou este sábado (02.11) num clima de grande tensão política, tendo o país neste momento dois Governos e dois primeiros-ministros, nomeadamente Aristides Gomes e Faustino Imbali. O primeiro dia de campanha eleitoral foi morno e marcado pela ausência de alguns dos principais candidatos.

Em Bissau, o antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, candidato independente, fez um curto comício já ao final da tarde onde pediu para ser eleito à primeira volta e salientou que o futuro no país está nos jovens. Também na capital guineense, o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) marcou o início da campanha num espaço cultural com um encontro com apoiantes, mas sem a presença do seu candidato, o general Umaro Sissoco Embaló, que está em Espanha a realizar encontros com a diáspora. 

Domingos Simões Pereira, candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), optou pelo sul do país, onde manteve durante o dia contato com a população local e terminou com um comício em Buba. Nuno Nabian, candidato da Assembleia Nacional do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) e apoiado pelo Partido de Renovação Social (PRS), tinha inicialmente previsto uma intervenção em Bissau, mas acabou por adiar o arranque da campanha, o que deve acontecer nos próximos dias, segundo fonte da sua candidatura.

José Mário Vaz, candidato à reeleição, tinha previsto estar em Gabu, mas adiou a sua presença para este domingo. Participam na campanha eleitoral, que vai decorrer até 22 de novembro, 12 candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Edita DW

PARTIDOS DO GOVERNO DE FAUSTINO IMBALI PEDEM SAÍDA DA CEDEAO DA GUINÉ-BISSAU

MADEM-G15, PRS e APU-PDGB acusam a CEDEAO de ingerir num Estado soberanoOs partidos que suportam o Governo da Guiné-Bissau empossado ontem pelo Presidente, José Mário Vaz, escreveram uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a exigir a retirada imediata da Comissão da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) do páis a quem que acusam de ingerência na soberania do país e de apoiar o Governo demitido.
O Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) disseram estar “surpreendidos com a grosseira ingerência de soberania” de “alguns responsáveis” da CEDEAO, ao “interceder a favor de interesses de uma das partes”.
A CEDEAO, lê-se na carta enviada a António Guterres, “foi convidada a mediar a crise política resultante do bloqueio e encerramento abusivo do Parlamento da Guiné-Bissau”, em 2012, mas “não foi convidada a decidir pelos guineenses, muito menos a suspender a aplicação das Leis da Guiné-Bissau, a ingerir ou definir a organização de um Estado Soberano”.
“Por este motivo, os partidos políticos que representam a maioria no parlamento rejeitam esta mediação e solicitam a retirada imediata da CEDEAO da mediação da Guiné-Bissau”, defendem aquelas formações políticas, indicando a Guterres que a CEDEAO está a violar “preceitos básicos da boa mediação” e “o princípio da soberania guineense”.
O Governo liderado por Faustino Imbali é integrado pelo MADEM-G15, que possui sete ministérios e 5 escretarias, o PRS, com cinco ministérios e seis secretarias, e o APU-PDGB assume três pastas ministeriais e duas secretarias.
O Executivo tem 17 ministérios e 14 secretarias, assumidos por 24 homens e sete mulheres.
Conosaba/Voa

CANDIDATO INDEPENDENTE CARLOS GOMES JÚNIOR INICIOU A SUA CAMPANHA ELEITORAL EM BISSAU

O Candidato independente Carlos Gomes Jr. iniciou a sua campanha eleitoral no centro de cidade de Bissau.
Cadogo filho como é vulgarmente conhecido no país, anuncia aposta na juventude para desenvolver o país.
Carlos Jr. promete cumprir e fazer cumprir a lei magna guineense, tendo referido alguns pontos de sucessos que marcou a sua governação antes do golpe militar que derrubou o seu governo.Conosaba/Aliu Cande