O presidente da Comissão Especializada para a Área da Defesa e Segurança da Assembleia Nacional Popular (ANP), José Carlos Macedo Monteiro, revelou que está a ser alvo de ameaças, por ter denunciado na sessão de terça-feira, 09 de novembro de 2021, que o Airbus-A340 retido, no aeroporto de Bissau, aterrou a pedido do chefe do Gabinete da Presidência da República.
“Se alguém me dissesse ontem que eu estaria (vivo), aqui e hoje, dir-lhe-ia que estava a mentir. As ameaças foram fortes ontem e ficou claro para mim que posso ser preso ou morto a qualquer momento”, denunciou .
Perante as ameaças, o deputado da bancada parlamentar do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15) disse estar disposto a colocar à disposição o seu cargo de presidente da Comissão Especializada para defesa e segurança, se o trabalho da Comissão estiver a incomodar algumas pessoas.
O deputado não disse quem terà proferido as ameaças, mas deixou transparecer que elas terao vindo de “altos responsáveis” do país.
“Não fiz nenhum trabalho isolado e todos os dados do relatório foram divulgados na sessão da ANP”, salientou e disse que a Comissão só iniciou os trabalhos depois de o assunto ter sido denunciado na ANP e ter recebido orientações, através de um documento do Presidente do Parlamento a autorizar a sua intervenção.
“O documento que autorizou a comissão a iniciar os trabalhos foi assinado pelo diretor de gabinete do presidente da ANP”, afirmou José Macedo.
Segundo Monteiro, o documento do gabinete da presidência da República teria justificado que a aeronave veira ao país para manutenção.
“Depois dessas três pessoas descerem do avião, de acordo com a explicação do PCA, o mecânico imobilizou por completo o avião e foram levados para lugar incerto”, explicou.
Na sequência dos trabalhos de inquério iniciados pela comissão para apurar de quem terá vindo o pedido de aterragem do Airbus em Bissau, os ministros do Estado e do Interior e dos Transportes e Telecomunicações, Botche Candé e Augusto Gomes, respetivamente, foram ouvidos hoje, 11 de novembro de 2021, pelos elementos da Comissão Especializada para as áreas da Defesa e Segurança.
O avião vindo da Gâmbia tinha a bordo três pessoas: um piloto, copiloto e um mecânico.
Por: Djamila da Silva