Cerimónia de incorporação de novos militares: PR SISSOCO DISSE QUE NÃO HAVERÁ OUTRO “7 DE JUNHO” 06/06/2021 / Mauricio Odemocrata / No comments

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O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que os militares guineenses não são violentos nem assassinos, apenas defendem a soberania. Embaló  disse que ninguém jamais usará nenhum militar para fins políticos e precisa que “na Guiné-Bissau não haverá mais nenhum 7 de junho’’,  em referência ao acontecimento do conflito político militar de 1998.

O Chefe de Estado guineense fez estas afirmações durante a cerimónia do juramento à Bandeira Nacional de XIV incorporação de militares este domingo, 6 de Junho de 2021, realizada nas instalações do quartel da base aérea, em Bissalanca, periferias da capital Bissau. Foram no total 211 mancebos, dos quais 23 raparigas, que cumpriram 45 dias de preparação militar no campo de base aérea e hoje juram a bandeira e passam a integrar o exército guineense.

De acordo com as informações recolhidas pelo jornal O Democrata, mais de cem soldados que integram este grupo (de 211 jurados) beneficiaram de cinco meses de preparação militar no Congo Brazzaville, além de 45 dias de preparação no país.

SISSOCO: “É PRECISO ESFORÇAR- SE PARA QUE A GUINÉ SEJA CONVIDADA PARA MANUTENÇÃO DA PAZ”

Dirigindo-se aos novos recrutas, Umaro Sissoco Embaló disse que os mancebos assumiram hoje um compromisso novo com a República da Guiné-Bissau, aconselhando-os a serem exemplares, antes de tudo. Frisou que faz mais de 20 anos que os militares são vistos como inimigos, mas depois de vencer as eleições presidenciais engajou-se para renunciar este tipo de comportamento.

“Os militares não são violentos nem assassinos. Os militares defendem o território e a sua soberania. Ninguém vai usar mais nenhum militar neste país para os seus fins políticos. Amanhã é 7 de junho. O que na realidade este conflito nos trouxe? Matamos uns aos outros e destruímos por completo o nosso país. Hoje aquelas pessoas que protagonizaram 7 de junho, poucos estão de vida e os que morreram suas famílias estão nas mãos de Deus (sem melhorias)”, assegurou.

Embaló garantiu aos guineenses na ocasião que na Guiné-Bissau não haverá mais outro conflito militar, como também nenhum militar vai fazer chorar as mulheres e que nenhuma mãe jamais chorará neste país.

“Ouvimos as pessoas a dizer: tenho gente no Pára-Comandos, na Marinha ou no Palácio. É mentira! E não haverá jamais… foi assim que fizemos e até ao ponto de matamos um dos melhores filhos desta terra, o General Nino Vieira, que era o nosso chefe. É normal que essas figuras não morrem na cama, mas nestas circunstâncias”.

O Presidente da República testemunhou aos militares a luta contra a corrupção no aparelho de Estado, contudo disse que não é da competência da força armada.

“Tudo o que é do Estado deve ser usado pelo Estado, porque se fosse assim, não teríamos quartéis neste estado da degradação em que se encontram. Se não houvesse a corrupção um bocadinho que temos permitiria para termos a escola, a saúde e as forças armadas em boas condições”, notou o Chefe de Estado, que frisou que é preciso esforçar mais para que a Guiné-Bissau passa ser chamada na manutenção da paz em outros países.

Para o chefe da Divisão Central e Quadros do Estado-Maior, General Suaibo Camará, o recrutamento dos novos mancebos  é uma componente irreversível na profissionalização da classe castrense e na maioria do seu desempenho. Acrescentou que “se o processo de recrutamento das forças armadas tem trazido ganhos ao país e não podemos descuidar que o seu redimensionamento contribua na criação da capacidade interna visando proteger e defender a nossa integridade territorial”.

Por: Assana Sambú