Guiné-Bissau: TRÁFICO DE MADEIRA EM EMINÊNCIA DE PROVOCAR CONFLITO ARMADO NA FRONTEIRA COM SENEGAL

O Contrabando de madeira na zona fronteiriça entre a Guiné-Bissau e o Senegal está em eminência de provocar incidente aramado entre as duas partes, as denúncias são dos populares do Sector de Bigene que já não se sentem tranquilos com esta situação
De acordo com as informações que a Radio Sol Mansi (RSM) tem acesso, a madeira em causa teria sido explorada ilegalmente por operadores clandestinos que actuaram durante vários meses nas matas de Banú, Saiam, e Saiam Balanta, pertencentes ao sector de Bigene.
A RSM tem acompanhado esta situação há várias semanas tentando saber, junto das autoridades tanto administrativas e assim como policiais envolvidas neste cenário, o que realmente está a acontecer mas está a ser sem sucesso.
Mas, embora estes entraves, a nossa estação emissora, sabe que este cenário preocupante já é do conhecimento das autoridades superiores, sobretudo das forças de segurança que, de acordo com as informações, estão a proceder substituição do pessoal instalado no sector de Bigene, inclusive já foi destacado um novo comandante de operação da Guarda Nacional em substituição do anterior.
No passado recente, a RSM tinha divulgado informações através de varias denúncias de populares de tabancas deste sector dando conta da retoma de actividades de cortes clandestinas de madeira, na altura as denuncia apontavam a tabanca de Capal como centro destas actividades, sendo que a espécie de `Pau de Sangue` é a mais visada.
As fontes confidenciaram à RSM que o facto era do conhecimento das autoridades florestais que teriam dito que não poder intervir devido a cumplicidade das próprias autoridades superiores.
Desde então, segundo a mesma fonte, a rede tem continuado a actuar nesta zona e teria traçado uma linha com o Senegal para contrabandear a sua produção ilegal de madeiras.
O facto teria sido descoberto, no passado dia 10 do corrente, por um agente do serviço florestal, que teria rastreado a rede até ao local da sua estucagem, precisamente no território Senegalês, na linha de fronteira com a Guiné-Bissau.
Depois desta constatação, o agente teria retirado do local e teria decidido, no dia seguinte, sem suporte das forças de Guarda Nacional do sector, montar a sua própria operação envolvendo até o comandante de secção de Ingoré e alguns agentes colocados na secção de Barro para proceder a recuperação da quantidade da madeira avistada na aquela localidade.
Sem dar de conta, adianta ainda a nossa fonte, os Gendarmes do Senegal também tinham a mesma informação destes contrabandos, e com a mesma linha identificaram o local onde os operadores clandestinos teriam estocado as madeiras, e decidiram montar emboscada para captura dos autores.
Entretanto, de cordo com a nossa informação a operação quase teria desembocado em confronto entre as duas forças. Um cidadão residente naquela localidade, que pediu anonimato, disse estar preocupado com esta situação
“O mais grave é que isso vai criar incidente armado quando mais se espera, eu não vou vos esconder isso porque as duas partes [Guiné-Bissau e Senegal] estão em contenção”, adverte.
A maior parte das denúncias das populações recebidas nos últimos meses pela RSM envolvem os cidadãos estrangeiros a actuarem clandestinamente nas matas da Guiné-Bissau.
Estes relatos começaram a circular depois de o governo ter apresentado uma proposta para abertura de um “regime especial” de cinco anos na moratória que proíbe a corte das árvores no país.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Amade Djuf Djaló/radiosolmansi com Conosaba do Porto