24 de setembro: SISSOCO AFIRMA QUE O DESAFIO AGORA É O DESENVOLVIMENTO E A DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA NACIONA

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O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, afirmou que o grande desafio que o país tem agora pela frente é o desenvolvimento e a diversificação da economia nacional para melhorar a distribuição da renda per-capita nacional. Acrescentou na sua comunicação que esta será uma luta árdua e que necessita de muita persistência, perseverança, dedicação, disciplina e sobretudo coragem e capacidade de tomada de decisões e medidas conducentes às reformas imperiosas e indispensáveis em todos os setores da vida nacional.

O chefe de Estado guineense fez estas advertências durante a sua mensagem aos guineenses na cerimónia da comemoração do 47º aniversário da independência da Guiné-Bissau do jugo colonial, proclamada a 24 de setembro de 1973, nas matas de Madina de Boé e concretamente na histórica aldeia de Lucadjol, pela voz do lendário General-Presidente, João Bernardo Vieira “NINO”.

A cerimónia da comemoração da festa de independência decorreu no estádio nacional “24 de Setembro” e contou com as presenças de quatro Chefes de Estado de alguns país da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), designadamente: Macky Sall do Senegal; Muhammadu Buhari da República Federal da Nigéria, Roch Marc Christian Kaboré de Burkina Fasso e o Presidente da República Islâmica da Mauritânia, Mohamed Ould Ghazouni.

A cerimónia contou ainda com as presenças do primeiro-ministro do Togo, Komi Selom Klassou, do ministro do Estado, dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos e Silva, do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Libéria, bem como dos representantes dos presidentes do Gana e da Costa do Marfim. A comemoração serviu igualmente para homenagear a título póstumo os antigos chefes de Estados com medalha Amílcar Cabral, designadamente: o General-Presidente João Bernardo Vieira, o Presidente Malam Bacai Sanhá, o Presidente Koumba Yalá e o Presidente José Mário Vaz. As medalhas dos antigos presidentes falecidos foram recebidas pelas respectivas esposas, Isabel Romano Vieira, Mariama Sanhá e Isabel Yalá. O Presidente Embaló, condecorou também os antigos presidentes de transição, Raimundo Pereira, Henrique Pereira e Manuel Serifo Nhamadjo, os dois últimos já falecidos.

O Chefe de Estado guineense disse no seu discurso que é imprescindível pautar pela diversificação da nossa economia e, sem abdicar de reservar um espaço importante para a castanha de caju enquanto o nosso principal produto de exportação.

“As eleições acabaram e devemos superar as linhas dos partidos políticos e todos devemo-nos perguntar o que podemos fazer pelo nosso país e não o que o país pode fazer por nós. Temos um objetivo comum que é o desenvolvimento. Para isso, precisamos colocar as nossas diferenças de lado e trabalharmos juntos pelo bem maior da população” assegurou para de seguida, alertar aos guineenses que a reconciliação nacional só pode ser significativa se a população tiver acesso à satisfação das suas necessidades básicas, tais como a educação adequada, os cuidados de saúde e segurança alimentar.

Eis na íntegra o discurso do Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló.

Guineenses, 

Quero começar por destacar a presença aqui hoje entre nós de ilustres convidados, Chefes de Estado de países irmãos que quiseram estar presentes nesta comemoração solene, cuja presença constitui uma enorme honra para nós guineenses.

Há dezenas de anos que a Guiné-Bissau não recebia ilustres figuras desta dimensão para a comemoração do seu dia Nacional.

Por isso, em nome do povo da Guiné-Bissau e em meu nome próprio, quero desejar- lhes as boas vindas ao nosso país e agradecer a sua presença aqui entre nós guineenses.

Comemoramos nesta memorável data, o 47º aniversário da Independência Nacional, num clima de paz, tranquilidade e harmonia, passados pouco mais de um (1) ano da realização das eleições legislativas de 10 de março de 2019 e quase nove (9) meses da realização das eleições presidências de 29 de dezembro de 2019. Eleições estas avaliadas por mais de 400 observadores internacionais e consideradas de livres, justas e transparentes, o que nos permitiu a protagonizar uma transição política geracional responsável e estável, respeitando todos os preceitos constitucionais como recomenda a democracia.

Numa data como esta, revivemos a figura dos nossos saudosos combatentes da liberdade da pátria que num dia como hoje, no ano de 1973, possibilitaram a proclamação na voz do General João Bernardo Nino Vieira, perante a África e o mundo, da Independência Nacional da Guiné-Bissau após 11 anos de luta contra a ocupação colonial.

Compatriotas,

Agradeço profundamente ao povo guineense por ter correspondido aos apelos por mim feitos durante o período da campanha eleitoral, sufragando-me com a maioria, o direito e dever de conduzir os destinos da nação guineense, durante os próximos cinco (5) anos, em conformidade com a nossa constituição da República.

Durante o meu percurso, tive a oportunidade de referir que juntos construiremos um futuro melhor para a Guiné-Bissau. Para tal, conto com o apoio de cada um de vocês, sem exclusão de ninguém e sem distinções de origem, género, etnia, crença religiosa ou filiação partidária, porque afinal somos a “Geração do Concreto”. O país, as mulheres, os jovens e todas as franjas sociais, não podem continuar ad eterno à esperar de melhores dias, sem verem ações concretas que possam nos conduzir a esses resultados.

Fidjus di Guiné,

As eleições acabaram e devemos superar as linhas dos partidos políticos e todos devemos nos perguntar o que podemos fazer por nosso país e não o que o país pode fazer por nós.

Temos um objectivo comum que é o desenvolvimento. Para isso, precisamos colocar as nossas diferenças de lado e trabalhar juntos pelo bem maior da população.

A reconciliação nacional só pode ser significativa se a população tiver acesso às necessidades básicas, tais como educação adequada, cuidados de saúde e segurança alimentar. Minha presidência será dedicada a isso. Para que isso aconteça, todos temos que trabalhar juntos. Estou confiante que cada um de nós tem algo a oferecer e juntos podemos mudar radicalmente os rumos da Guiné-Bissau.

O grande desafio que temos agora pela frente é o de desenvolvimento e diversificação da nossa economia e melhorar a distribuição da renda per-capita nacional. Esta será com certeza uma luta árdua e que necessita de muita persistência, perseverança, dedicação, disciplina e sobretudo a coragem e capacidade de tomada de decisões e medidas conducentes às reformas imperiosas e indispensáveis em todos os sectores da vida nacional.

É imprescindível pautar pela diversificação da nossa economia e, sem abdicar de reservar um espaço importante para a castanha de caju enquanto o nosso principal produto de exportação.

É imprescindível contar com todos os quadros nacionais, atendendo assim ao seu desejo de servir o país, com honra e competência, assim como, estimular o espirito dinâmico e a iniciativa de todas as forças vivas da nação para contribuírem para a produção da riqueza nacional.

Necessitamos combater o nepotismo, o clientelismo e outros males que afetam a nossa sociedade, através de fortificação das instituições da república, sobretudo os tribunais, enquanto administradores da justiça em nome do povo.

Compatriotas,

É verdade que o nosso país viveu nos últimos cinco (5) anos, uma crise institucional que afetou diretamente as Instituições da República e teve repercussões diretas na vida dos nossos cidadãos, agravando ainda mais o nível da pobreza no país.

O sector privado tem aqui, um importante papel na criação de emprego e riqueza, oferta de bens e serviços e deve contribuir até para a resolução dos problemas sociais, e garantir a formação e desenvolvimento de mercados inclusivos.

Em relação à sociedade civil, quero aproveitar esta ocasião singular para reiterar o importante papel que tem tido, sobretudo os jovens, em todo o processo de reconstrução e estabilização que ocorre no país, com vista a contribuírem ativamente no crescimento socioeconómico e do bem-estar das populações guineenses.

Fidjus di Guiné,

O slogan da minha campanha eleitoral foi a “Geração do Concreto” e esta passou a ser o lema do meu mandato presidencial. Ele traduz-se na necessidade de priorizarmos a ação ao invés de palavras, na necessidade de sermos mais pragmáticos, proactivos e ousados.

É preciso pautarmos pela promoção da boa imagem do país na arena internacional, através de uma diplomacia agressiva e proactiva, com resultados visíveis na nossa Economia.

Somos todos embaixadores da Guiné-Bissau e é nossa responsabilidade coletiva e individual mudar a imagem da Guiné-Bissau para o mundo exterior. Temos um dos países mais bonitos do planeta com uma história igualmente impressionante que nos define. Precisamos de histórias positivas de nosso amado país e precisamos trabalhar duro para isso. Mudanças exigem convicção e dedicação e exorto-os a iniciar essa jornada juntos. Vamos tornar a Guiné-Bissau grande novamente!

A comemoração deste quadragésimo sétimo aniversário da independência nacional, ocorre num momento singular e desafiador nas nossas vidas, em que o risco de contágio do novo coronavírus exige de nós adoção de medidas urgentes, harmonizadas e conducentes que possam reforçar a capacidade de resposta do nosso país à pandemia do COVID-19. Estamos a evidenciar enormes esforços para conter a propagação do novo coronavírus, através de adoção de medidas preventivas tendentes a minimizar os efeitos negativos desta pandemia.

Guineenses, 

Estas são as prioridades e o meu compromisso, que renovo solenemente nesta data em que a Guiné-Bissau celebra o seu quadragésimo sétimo aniversário como Estado Independente, contando com o apoio e participação de todos os guineenses para a sua materialização.

Viva o quadragésimo sétimo aniversário da independência nacional!

Viva o povo guineense!

Viva a Guiné-Bissau!

Muito Obrigado!

Por: redação