Bissau, 21 Set 20 (ANG) – O antigo combatente português, Mama Sambo Traoré disse em entrevista à ANG, NÔ Pintcha e RDN que o que falta ao país é o “trabalho de desenvolvimento”.
“O que falta agora é o trabalho para desenvolvemos o país”, disse Traoré que participou na luta armada mas no lado colonial. “Mesmo estando doutro lado eu sempre acompanhava as declarações de Amílcar Cabral”,acrescentou.
“Ele dizia aos combatentes que tudo o que estavam a passar um dia vai acabar. Sentimos isso logo nos primeiros anos da independência porque havia um pouco de alegria, o país caminhava-se para o desenvolvimento. Mas seis anos depois as coisas começaram a retrocer-se até hoje em dia”, lamentou.
Disse que está confiante de que, um dia, “Deus” vai fazer reaparecer uma pessoa a semelhante à Cabral para acabar, de uma vez por todas, com o sofrimento do Povo.
Instado se sentiu arrependido por ter participado na luta no lado colonial respondeu que não, “porque o primeiro objectivo da luta armada foi alcançado”.
Sustentou que Povo nunca mais foi submetido ao trabalho forçado ou à prisão arbitrária.
Mama Sambo Traoré, referiu que foi levado para Bolama para cumprimento de serviço militar obrigatório a 1 de Janeiro de 1959, juntamente com o ex-presidente Nino Vieira, Pansau Na Isna, Domingos Ramos, Malam Cassamá, Fodé Cassamá, Calilo Sidibé e Mamadu Siara, entre outros.
Acrescentou que passado algum tempo alguns fugiram do serviço militar em Bolama para as fileiras do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) sob a influência de Amilcar Cabral.
Disse que depois dessa fuga ele e mais alguns colegas foram transferidos para Bissau e impedidos de sair do quartel.
Por seu lado o combatente Aruna Culubali lamentou o estado actual dos lugares históricos da luta armada, desde Morès que era base Central até Guiledje.
Revelou que alguns dos seus colegas não recebem de acordo com os seus pantentas, como é caso dele e de Sadjo Seide entre outros porque foram promovidos a capitão, mas continuam a receber como tenente.
Criticou que as promessas feitas por Cabral sobre assistência médica e medicamentosa para os combatentes não estão a ser cumpridas. mas disse acreditar nos melhores dias para os combatentes da Liberdade da Pátria.
O combatente pede para os actuais dirigentes prestarem atenção aos antigos Combatentes no sentido de melhorar as suas condições de vidas, “porque actualmente, a maioria deles trabalha na agricultura para sustentar as suas famílias”. ANG/LPG/ÂC//SG