CARLOS LOPES AO ‘EXPRESSO’: “Os africanos são tratados de forma irracional”

FONTE: EXPRESSO


Lide-se como se lidar com a questão sanitária, o impacto da pandemia nas economias africanas será devastador, diz o antigo braço-direito de Kofi Annan na ONU. O seu trabalho na economia e na política visa reformar, inverter perceções negativas e levar África a dialogar, finalmente, “de continente para continente”

Deutsche Welle, RFI, AllAfrica.com, Accord.org.za, “El País”, IndiaChinaInstitut.com, “Le Monde”, “The Telegraph”, “Project Syndicate” e muitos outros publicam entrevistas, vídeos, divulgam master classes e op-eds que espelham as opiniões refletidas sobre África de um dos mais vigorosos intervenientes na política, educação e redesenho do continente. Carlos Lopes falou ao Expresso a partir da Cidade do Cabo, onde reside e leciona na Escola de Governação Pública Nelson Mandela da UCT (University of Cape Town) que, a par de Oxford, Sheffield e do MIT, conta cinco cursos online entre os melhores do mundo. Ex-secretário-executivo da Comissão Económica para África das Nações Unidas (UNECA, 2012-16), foi um dos braços-direitos de Kofi Annan, é o atual alto-comissário da União Africana para as relações com a Europa e é conselheiro de um largo número de chefes de Estado e do Governo africanos. Nascido na Guiné-Bissau em 1960, estudou História, especializou-se em Economia e tem ideias para África que vão do inovador ao revolucionário, como a que defende que metade do ensino primário no continente deveria ser dedicado a algoritmos. Visões como esta estão reunidas numa série de livros, o mais recente dos quais tem versão portuguesa, “África em Transformação”. Saiu ao mesmo tempo que a prestigiada Routledge lançava “Structural Change in Africa”, escrito com George Kararach.