BAD anuncia 6,9 mil milhões em ajuda para países vulneráveis em África

Os países mais pobres do continente africano vão receber 7,6 mil milhões de dólares (cerca de 6,9 mil milhões euros) em ajuda financeira internacional, anunciou hoje o Banco de Desenvolvimento Africano (BAD).

Neste sentido, os doadores do Fundo Africano de Desenvolvimento (ADF, na sigla em inglês) decidiram hoje, na África do Sul, garantir 7,6 milhões de dólares para “acelerar o crescimento económico nos países mais pobres de África e ajudar a tirar milhões de pessoas da pobreza”, refere o BAD em comunicado divulgado na capital económica sul-africana.

Segundo o banco, trata-se da décima quinta reposição realizada pelo ADF (ADF-15), que representa um aumento de 32% em relação ao ciclo anterior.

“É um forte sinal de confiança no Fundo, que é a janela de concessão do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento”, lê-se na nota.

O ADF-15 abrange o período 2020-2022 e vai apoiar os países mais vulneráveis no continente africano “combatendo as causas principais da fragilidade, fortalecendo a resiliência e integrando questões transversais”, salienta a nota, acrescentando que “prestará atenção especial à igualdade de género, mudança climática, setor privado e promoção da boa governação.”

O investimento anunciado será direcionado especificamente para regiões como o Sahel, que terão um aumento de 23% nos recursos do ADF no próximo período, salienta o BAD.

Nos próximos três anos, acrescenta, o Fundo ampliará as suas intervenções com projetos “ousados e profundamente transformadores”, com destaque para o? Desert to Power’, que visa transformar a região do Sahel “na maior zona de produção solar do mundo, com uma capacidade de geração solar de 10.000MW e 250 milhões de pessoas conectadas à rede elétrica.”

Como parte da iniciativa, o Projeto de Eletrificação Rural de Yeleen, no Burkina Faso, deve dar acesso a eletricidade a 150.000 famílias, enquanto que o Projeto Djermaya, no Chade, gerará 10% da capacidade de energia do Chade, destaca aquela instituição financeira africana.

O Fundo Africano de Desenvolvimento compreende 32 estados contribuintes e beneficia 37 países.

De acordo com o BAD, a reposição dos recursos do Fundo é efetuada a cada três anos e entre os beneficiários contam-se “países com taxas de crescimento mais elevadas, virados para novos mercados emergentes e estados frágeis que necessitam de apoio especial para a prestação de serviços básicos”.

O comunicado destaca que desde 2010, o Fundo Africano de Desenvolvimento do BAD melhorou o acesso à eletricidade para 10,9 milhões de pessoas; forneceu infraestruturas e insumos agrícolas a 90 milhões de pessoas – incluindo 43 milhões de mulheres; melhorou o acesso a mercados e ligações entre países para 66,6 milhões de pessoas; reabilitou mais de 2.300 km de estradas transfronteiriças e melhorou o acesso à água e saneamento para 35,8 milhões de pessoas no continente africano.

Todavia, o banco não especificou os países alvo das ações descritas.

NAOM